Sair do Euro é uma proposta arriscada e politicamente corajosa. O candidato principal do PCP às eleições europeias assumiu a defesa desta tese. Nada que não fosse já defendido por outros actores políticos até de direita como outro João Ferreira, o engº João Ferreira do Amaral.
Ao fazê-lo, o comunista João Ferreira "parte para as eleições europeias sem gaguejar", como comentou Heloísa Apolónia. Ao denunciar a “incompatibilidade radical” entre a permanência de Portugal no euro e um projecto de desenvolvimento democrático, isto é, ao proclamar que "o futuro do país é inviável dentro do euro”, o PCP, através de João Ferreira, mata dois "coelhos" com um só tiro:
1º Cria um espaço para o protesto eleitoral contra as políticas desastrosas da União Europeia;
2º Retira à extrema-direita a oportunidade de ressuscitar a pretexto de ser a alternativa contra o Euro;
Como esta proposta não será levada à prática, devido à correlação de forças nas eleições, e como só será levada à prática algum dia por decisão da própria UE ou, menos provavelmente, por decisão de um dos dois maiores partidos portugueses, os eventuais resultados negativos da proposta nunca lhe serão imputados.
Independentemente disso, ela parece-me corresponder a uma avaliação correcta da situação nacional e do sentimento de muitos portugueses. Assim os votos o confirmem.
1 comentário:
Os deputados do PCP propuseram ao Parlamento Europeu o fim imediato do Memorando de entendimento com Portugal e a dissolução da troika, o reconhecimento da insustentabilidade da dívida pública Portuguesa, o que prossupõe o inicio imediato de um processo de renegociação da dívida pública portuguesa nos seus montantes, prazos, juros e condições de pagamento adequando-as às necessidades económicas e sociais e de desenvolvimento económico e social da população portuguesa.
31.Jan.2014
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