Quando Jesus nasceu, nasceu com ele uma nova esperança na luta do povo judeu contra a dominação romana. A visita dos três “reis magos” fazia parte desse plano independentista. Mas a divinização de Jesus, fosse de quem fosse a ideia – do próprio, por razões espirituais, ou dos reis por razões estratégicas – deu no que deu: uma seita religiosa sem ambições políticas. O Messias trocou a salvação das nações oprimidas pela salvação das almas e recusou a luta de libertação nacional: “a César o que é de César; a Deus o que é de Deus” – diria.
Quem assumiu o confronto com o império foi, entre outros, Barrabás. Se Marcos ou João, santos evangelistas que relataram os factos, fossem abertos ao contraditório argumentativo, é provável que tivessem registado deste militante judaico esta resposta: “ao Povo o que é do Povo!”. Mas não conveio à cristandade que a luta heroica dos rebeldes ofuscasse o protagonismo do Salvador na narrativa sempre parcial da História pelo que apenas podemos vislumbrar a preferência popular pela estratégia da luta armada, quando o juiz Pilatos perguntou ao Povo quem queriam que fosse libertado, e este escolheu o Barrabás e não Jesus.
Foi assim, ao que consta, que Jesus foi morto na passada sexta-feira. A notícia boa é que no mesmo dia Barrabás foi libertado. Mas se considerarmos que Cristo teria ressuscitado uns três dias depois, sendo Maria Madalena a primeira a sabê-lo, é caso para pensar que foi tudo planeado.
O que interessa, parafraseando os revolucionários
venezuelanos, é que: Cristo vive; la luta sigue!
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