29.1.15

Os greco-cépticos

Primeiro era porque o SYRISA seria extremista ou/e radical; depois era porque havia moderado o seu discurso; a seguir, era porque fez uma coligação com um partido de direita… Até já se ouviu comentar que Alexis vive em “união de facto” o que seria uma situação “polémica”!

Agora “o problema” é que não há um ministério dirigido por uma mulher! Que haja ministro invisual não conta para os zelosos da igualdade. Tão preocupados que andam os greco-cépticos. Só não se preocupam em saber se há algum corrupto no Governo, porque, isso sim, seria normal.

ORGULHO PRECONCEITO
O mais orgulhoso comentador económico que não é comentador, José Gomes Ferreira, entre vários “mas eu sou jornalista” e “nós os jornalistas”, excede-se na SIC-Notícias, em anunciar a desgraça que aí vem com o SYRISA. E se nem os seus bem escolhidos convidados querem sujar a reputação, o J. G. Ferreira dá corda: “porque nós os jornalistas temos obrigação de antecipar cenários”.

Em que raio de faculdade de astrologia é que o J. G. Ferreira estudou jornalismo??? De um jornalista enquanto tal, a gente espera notícias, informação, actualidade; não é ficção.

Se quer fazer manipulação “jornalística”, ao menos aprenda com o outro Zé, o Rodrigues dos Santos – seleccione uma parte da realidade e fale só disso, descontextualizando.

José Gomes Ferreira... à direita
Para ser sincero, eu nem creio que estes efeitos de manipulação sejam ideologicamente estruturados, politicamente motivados. Especialmente no caso de Rodrigues dos Santos, mais me parece superficialidade. O caso do outro, é um certo sentimento de autoridade intelectual congénita produzida pelo efeito hipnótico do “estrelato” e alimentada pela reverência conveniente dos actores políticos – é uma doença que ataca muito alguns apresentadores de jornais e outros espectáculos.

Eles não sabem disso? Claro que sabem. Mas aqui como nos governos, “o maior cego é aquele que não quer ver”.

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