O que menos interessaria nas negociações do governo grego com o Eurogrupo, é saber quem “leva a bicicleta”. O resultado deste jogo está à vista: a Alemanha salva a sua face e a Grécia salva a sua tesouraria.
A narrativa corrente, segundo a qual “o governo grego teve que ceder em toda a linha”, obriga porém a uma resposta. E para quê invocar Marx, Lenine ou Rosa Luxemburgo, se Freitas do Amaral explica tudo e bem e em
português?
A Alemanha recuou muito mais que a Grécia:
- o governo grego
acabou com o tabu de que a política neoliberal da União Europeia não podia ser
discutida ou modificada, e pôs toda a europa a discutir os méritos e deméritos
dessa política;
- o governo grego conseguiu
mais 5 milhões de euros de financiamento para a banca grega, como pretendia;
- o governo grego “dobrou
a Alemanha” que não queria qualquer acordo e foi obrigada a aceitar um acordo
As medidas propostas
pelo governo grego foram aprovadas por todo o eurogrupo – é a reforma do
Estado!
Vai haver disciplina
orçamental, sim, mas a austeridade pura e dura morreu. Como morreu a troika – as discussões deixam de ser ao nível de funcionários e passam a fazer-se ao nível de ministros.
(2015-02-26 Freitas do Amaral em “Grande Entrevista / RTP Info.)
Na foto:
Margarida Marante modera debate com Freitas do Amaral, Pinto Balsemão, Mário Soares e Álvaro Cunhal
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