A chamada Universidade de Verão do PSD bem podia ter servido para ensinar o que Maquiavel se esforçou por explicar, mutatis mutandis: como ganhar umas eleições e conservar o mandato até ao fim, governando contra o Povo.
Quando um príncipe – um príncipe republicano, digamos – precisa do apoio do seu Povo, deve prometer-lhe tudo o que ele deseja. Mas para que o Povo acredite mesmo nas promessas, deve apresentar uma estratégia convincente e popular.
Por exemplo: dizer que vai reduzir as despesas exageradas do Estado, as gorduras, para poder financiar os benefícios prometidos, e eliminar a corrupção política – nomeadamente a promiscuidade entre políticos e empresários.
cartazes preparados para futuras eleições
Tudo isto podia ter sido ensinado na Universidade de Verão do PSD. Mas não houve tempo: Passos Coelho tinha Ângela Merkel à espera, Marcelo tinha as eleições presidenciais à espera, Paulo Rangel tinha à sua espera uma sessão do Parlamento Europeu, uma aula na Universidade Católica, uma reunião na Gonçalves Pereira & Associados, um artigo para o jornal Público, uma participação no Prova dos Nove da TVI24... Ufa! Ainda dizem que há desemprego.
Já agora, advogado Paulo Rangel, diga-me: não é por serem definitivos que os cortes nas pensões deixam de ser “extraordinários”, pois não? E não é "inversão do ónus da prova” penhorar primeiro e provar depois ou nem provar, se forem as Finanças a fazê-lo?! E roubar as remunerações não é crime se for feito pelo Primeiro-Ministro?!
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