Se um deles desiludir o eleitorado hesitante, irá em desvantagem para o dia das eleições. Se desiludir o seu eleitorado natural, só para agradar aos flexíveis, irá cinzento, descaracterizado, desprezível.
António Costa é quem mais arrisca neste paradoxo, porque a coligação de direita já não engana ninguém – quem admite votar naqueles que andaram quatro anos a mentir e a roubar, não se move pela razão.
Ou António Costa se demarca das políticas da Direita, em termos sérios e convincentes, abrindo espaço para o voto útil no PS e captando a “maioria silenciosa” da esquerda, ou está a cavar em terreno pedregoso.
Termos convincentes envolvem propostas inteligentes e números credíveis. Maioria silenciosa de esquerda é aquela que se forma com os habituais abstencionistas e votantes em branco, contestatários passivos do regime faz-de-conta.
As eleições parlamentares não obedecem à mesma lógica das eleições autárquicas. Penso que os apoios que António Costa conseguir a nível nacional dependem mais das diferenças do que dos consensos. Outra coisa é que diferenças devem ser assinaladas.
A PROPÓSITO
Assim comentava António Vitorino (PS) o debate de Catarina Martins (BE) com Paulo Portas (CDS/PP). Sem mais comentários!
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