27.9.15

O futuro da Europa

Fez  anos no dia 22, que o partido de Angela Merkel venceu as eleições para o parlamento alemão, com 41,5%. Nos próximos dois anos, pelo menos, ela continuará a ditar as regras políticas no seu país. 

Mas também na Europa, com Hollande a seu lado. 
É o que nos espera até 2017 se tudo lhes correr bem.


Entretanto, nos próximos quatro anos também a Espanha e o Reino Unido terão governos conservadores. Portugal terá um governo social-democrata de pendor socialista (PS). A Grécia terá um governo socialista de pendor social-democrata. A Europa, essa, não terá governo próprio – impróprio, quando muito.

Se as convulsões sociais que se adivinham neste contexto de políticas anti-sociais, interromper o rumo institucional assim traçado, o que se pode antecipar? O fantasma neo-nazi vem a caminho?

O partido alternativo na Alemanha é o progressista SPD que teve 25.7% dos votos, menos 6% do que a CDU. Da última vez que o SPD governou, foi nos anos 1998 a 2005.

A extrema-direita na Alemanha é mais ruído e pedrada que outra coisa - nas últimas eleições, o NPD registou apenas 1,3% dos votos e não tem qualquer representação parlamentar.

A situação tem alguma comparação com a Itália, onde a separatista, xenófoba e racista Liga Norte chegou a ter 8,7% dos votos, em 1992, mas as suas estratégias de alianças têm sido uma fonte de instabilidade interna e desprestígio geral. Nas eleições nacionais de 2013 para o parlamento italiano, apresentou-se coligada com mais sete formações políticas, na coligação de Berlusconi que ficou em segundo lugar.

Em França a situação é mais preocupante. O presidente Hollande que venceu as eleições de 2013 com 52% à segunda volta, desiludiu os franceses de tal maneira que, ao fim de um ano, o seu partido foi ultrapassado, nas eleições europeias, pela a Frente Nacional de Marine Le Pen: 14% contra 26%, respectivamente. A França tremeu e a Europa ainda está assustada.

O ascenso da extrema-direita em França encontra algum paralelo com o Aurora Dourada, assumidamente neo-nazi, que se afirmou nas eleições de 2012 e 2014, na Grécia, como o terceiro partido mais votado, com 17 deputados.

Apesar de tudo, parece que a extrema-direita não tem uma expressão política tão relevante quanto se tem feito pensar. A parte má desta situação é que os regimes dominantes na Europa estão a fazer o trabalho dela.

Entre o oportunismo das direitas, a fragilidade das esquerdas e a incompetência (?) das instituições europeias, porém, a História se fará conforme a contribuição de todos e cada um de nós.

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