27.3.16

Porque hoje é domingo (76)

Em matéria de fanatização, os sacerdotes religiosos são os mais eficazes. Por isso são tão bem utilizados pelos poderes políticos e económicos.

O gesto baptismal que consiste em derramar água na cabeça dos iniciados, desde a mais tenra e inconsciente idade, é uma representação perfeita do papel da religião: a lavagem ao cérebro.

Tão depressa se possa convencer uma criança de que há diferença entre a água baptismal e a vulgar água de matar a sede, logo a catequese virá fazer a segunda parte da lavagem.

Depois, ao longo da vida, na cultura familiar, na escola, nos órgãos de informação – em todos os espaços e por todos os meios – o processo de mentalização alimenta a convicção e, onde a semente encontre terreno fecundo, desenvolve a fanatização.

A religião é um instrumento de conservação ou disputa do Poder. Explorando as inseguranças e desesperos pessoais, controla o pensamento colectivo, as ideias, os comportamentos. Em nome de um deus que inventa ou de que se apropria para amedrontar as pessoas e levá-las à obediência, estabelece as leis a que todos devem subordinação por razões “sagradas”, e assim domina as consciências e as vidas globalmente consideradas.

Qual é o Poder que não está disposto a utilizar um instrumento tão poderoso de dominação social? Qual é a igreja que não está disposta a fazer pactos com esse Poder? Outra coisa são os efeitos perversos que podem decorrer de se alimentar um monstro ao seu serviço: a possibilidade do monstro entrar em concorrência com o seu criador. Mas para isto foram inventados os pactos. O diabo que o diga.

2 comentários:

antónio m p disse...

Entre as muitas discussões que são suscitadas pelas infindáveis contradições e ambiguidades dos textos bíblicos, sugiro a seguinte, pela sua actualidade, sobre a questão de saber quem foi que matou Jesus, realmente, e qual a legitimidade do Papa:
http://observador.pt/opiniao/afinal-matou-jesus-nazare/

antónio m p disse...

«Acredito que o branco que eu vejo é negro, se a hierarquia da igreja assim o tiver determinado».
Inácio de Loyola