A prova de que este Governo é muito imperfeito é que inscreve nos feriados oficiais o 8 de Dezembro enquanto dia da Imaculada Conceição.
Comete dois “pecados” o Governo. O primeiro é porque acolhe na ordem política uma matéria que é de ordem estritamente religiosa – não é o mesmo que o Natal, porque este ganhou o estatuto autónomo e laico de festa da família.
O segundo pecado é porque esta data celebra um dos maiores embustes da Igreja Católica: a virgindade da mãe de Jesus.
De Gabriel, o “mensageiro do Espírito Santo”, já falei no artigo anterior. Adianto apenas que há quem defenda que a palavra “anjo” não deve ser tomada à letra, o que não quer dizer necessariamente que tenha sido ele próprio a engravidar a jovem Maria e a sua prima Isabel. Adiante.
O que é irresistível trazer à reflexão é que “nascer de uma virgem fecundada por um Deus ou por um seu emissário foi um mito bastante difundido em todo o mundo anterior a Jesus” nomeadamente na China, no Japão, no México… (*)
António Costa pode “acreditar” que algumas vacas voam e que algumas virgens engravidam, mas o que não deve é inscrever essa fé no calendário civil. Outra coisa é que os vencimentos auferidos quando se retiram feriados, sejam ajustados na proporção do correspondente aumento de tempo de trabalho anual. Questão quase teórica, é certo, dados os valores em causa, mas bem mais razoável do que submeter-se um governo republicano a falsas leis divinas. Mal por mal, prefiro a história do Pai Natal.
(*) Pedro Barahona de Lemos em “Todos Somos Lázaro”, cap. 2, onde invocam outros nascimentos iguais ocorridos muitas centenas de anos antes de Jesus.
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