Era um tempo em que havia mais profetas do que hoje há comentadores políticos ou políticos comentadores e, tal como estes, dedicavam-se a prever o futuro e anunciar desgraças.
Entre eles aparece um tal João Batista de que fala a homilia deste domingo. Lê-se (Mat. 3, 1-12) que ele avisou da chegada do “reino dos céus” e daquele que viria depois dele, referindo-se a Jesus ao que tudo indica.
Duvido que o profeta João Batista tivesse profetizado a sua própria desgraça, ele que seria preso por delito de opinião e extremismo revolucionário, “arrastando multidões” atrás de si.
Mais duvidam alguns historiadores que tenha sido decapitado por capricho duma gaja da corte de Herodes. O certo é que há registo “fotográfico” e a cores, destes horrores à maneira jihadista.
Quanto à mensagem do falecido, ainda em vida - se era vida andar pelo deserto vestido com pelos de camelo e “alimentando-se de gafanhotos e mel silvestre” - o que ele anunciava era o que nós sabemos que “vai acontecer” daqui a menos de um mês: o nascimento de Jesus!
Não foi grande proeza ter ele profetizado "a vinda" de Jesus, uma vez que eram primos com apenas seis meses de diferença. Pela mesma razão podemos nós “profetizar” que toda a história à volta do “enviado de Deus” é um conluio familiar em que participam os dois protagonistas anteriores e as suas mães, Maria e Isabel, sem esquecermos um tal Gabriel a que chamaram anjo mas que tudo indica estar demasiado relacionado com o emprenhamento destas duas irmãs.
E por aqui me fico antes que uma Salomé qualquer peça a minha cabeça.
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