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2013/07/02

Acordei sem ministro das finanças

Acordei sem ministro das finanças.
E foi como se o sol nascesse morto
Sobre a cidade estremunhada e triste
Incrédula, perdida e assustada.

De um dia para o outro, as esperanças
Eram ruínas, cinzas, pó e nada,
Secou a gasolina e a água canalizada,
E a própria economia não alavancava.

Gritava-se nas bolsas pelos lucros,
A banca, rota, clamava pelos juros;
E reclamava impostos, o Estado;


Na rua, uma voz proclamava:
O ministro partiu, que vá em paz
E que leve o Governo todo, atrás.

2012/10/04

A palavra cinismo



Desde que os dirigentes de facto e de direito, do FMI e da União Europeia, começaram a discursar sobre os méritos dos países que cumprem os objectivos deles e sobre a eficácia dos mesmos, a palavra cinismo ganhou uma enorme actualidade. Passos Coelho ou Paulo Portas, Victor Gaspar ou António Borges são apenas as caricaturas daqueles cínicos.

Que tenha sido um discípulo de Sócrates a fundar a corrente filosófica da indiferença ao sofrimento, o Cinismo, não é de estranhar.

A imagem foi copiada em DKWlab

2012/09/13

Portugal entre as brumas

Em Portugal, a Direita, questionada pela sua própria base de apoio a quem chega de forma cada vez mais violenta a onda do empobrecimento, desmascarada a incompetência dos seus dirigentes, confrontada com a evidência de que a alternativa está na Esquerda, assustada com a eminência de lutas populares incontornáveis e porventura incontroláveis, pressionada pelos próprios quadros partidários não envolvidos no Governo e por um CDS receoso de perdê-lo, terá que encontrar uma estratégia para continuar no Poder, e essa estratégia não vai ser uma mudança de política.


Como de costume, “para que tudo fique na mesma” o que se vislumbra é uma remodelação do Governo, digo da composição do Governo. A preparar esta medida no inconsciente colectivo, vão fazendo o seu trabalho de comentadores, prestigiados membros da família política ameaçada.

Para que a remodelação tenha o impacto “necessário”, terão que sair Miguel Relvas, Victor Gaspar e Álvaro Santos Pereira, com razões “convenientes” para os dois primeiros e sem necessidade de explicação para o terceiro. Outra cosmética que ficará muito bem é a repartição do Ministério de Assunção Cristas por dois ou três, porventura todos do CDS para aliviar as suas insatisfações.

Quanto à oportunidade da remodelação, é fácil de prever que seja na véspera de uma grande iniciativa popular de protesto – manifestação ou greve geral.

Não admira que o PS seja publicamente convidado a integrar o “novo” executivo; o que seria de pasmar era que o Partido Socialista aceitasse afundar-se a curto prazo neste barco furado – a tanto não há-de chegar o seu “sentido de responsabilidade” que tão mal sai, também ele, deste desastre.