7.12.09

Governabilidade ou cumplicidade


De tanto repetirem uma mentira, acabaram por se enganarem a si próprios. É vulgar. De tantas vezes falarem em “governo eleito”, sabendo que o Governo não é eleito mas sim os deputados, e por isso se designam eleições legislativas, fingem-se espantados e afirmam-se indignados porque a maioria não é do PS. É o que os portugueses quiseram; não se importam? Ou então acabem com as eleições...

Assim não é possível governar? Assim não é possível governar contra tudo e contra todos, é só isso. Haja um um sentido claro, uma estratégia credível e um discurso de verdade, e talvez seja tudo mais fácil. Ou julgavam que atirando a esquerda contra a direita, um dia, e a direita contra a esquerda, no dia seguinte, a caravana do oportunismo político ia passando e rindo como tantas vezes tem acontecido na história do PS? Assumam-se!

Em Novembro de 2008, quando tinha maioria absoluta, a bancada do PS aprovou, sozinha, em votação na generalidade, a proposta de Orçamento do Estado para 2009, contra a votação de toda a oposição, do Bloco de Esquerda ao CDS-PP. Ora aí está o sentido de cooperação do PS !

Que a Oposição, apesar de estar agora em maioria, viabilize a aprovação do orçamento, como tudo indica, a fim de evitar “um contexto de crise governativa”, não lhes basta. Exigem, além disso, a cumplicidade com as suas políticas sejam elas quais forem.

Já cá faltava uma ajudinha da Igreja :

«O momento político que Portugal vive, exige a solidariedade entre forças partidárias que ofereçam condições de governabilidade ao País. Diante de “dificuldades graves” que Portugal atravessa, é necessário encontrar soluções “com bastante sustentabilidade e que tenham resistência perante as forças de interesses que não deixarão de vir a terreno”».

Do resto da notícia se compreende que esta intervenção de D. Carlos Azevedo, Presidente da Comissão de Pastoral Social da Igreja Católica, apela à resignação da Oposição que recebeu a maioria dos votos populares. É a caridade.

1 comentário:

Sensualidades disse...

o maior problema da democracia e quando o povo decide usar o direito que tem e escolhe o que quer.....
infelizmente e assim que muita gente pensa

Jokas
Paula