Tudo indica que o candidato mais decisivo nas eleições presidenciais de hoje, em França, será Jean-Luc Mélenchon que disputa o terceiro lugar nas sondagens, com a candidata da extrema-direita Marine Le Pen.
Portador do apoio unitário da esquerda, incluindo o Partido Comunista, o candidato da «Frente de Esquerda» pode ter um papel fundamental na segunda volta que será disputada entre Sarkozy, à direita, e Hollande, à esquerda. Isto porque mais de 80% dos eleitores de Mélenchon afirmam em inquérito que votarão no candidato do Partido Socialista, François Hollande, correspondendo ao apelo para «voter utile». A confluência de votos de direita em Sarkozy, por seu lado, revela-se menos garantida e menos eficaz.
Se o «voto útil» da Frente de Esquerda, na segunda volta, eleger François Hollande, que importância terá isso para a França, para a Europa e para o mundo? Para além de travar entusiasmos oportunistas da Direita no contexto desnorteado da crise geral, pouco mais se pode esperar do « homem bom, sério, delicado, etc.» e menos ainda do seu Partido Socialista.
Outra coisa é o que leva os franceses às urnas : a esperança. Na expectativa da recessão, dos aumentos de impostos, da redução do poder de compra e do recrudescimento da insegurança, os eleitores escolhem o candidato... menos assustador.Do ponto de vista eleitoral, a candidatura da Esquerda mais consequente, portanto, é apenas instrumental neste contexto. Uma vez mais. Ainda.
Entretanto, o Homem faz a História e a História faz o Homem. E o que se avizinha pode exigir, até dos mais moderados, a ousadia de mudar de rumo. Vejamos no que isso dá. Em França. Na Europa. No mundo.
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