Em Abril de 1974, ocorreu o golpe militar que derrubou a ditadura que dominava o país havia mais de 40 anos.
Não só derrubou o poder político e militar mas também as suas instituições repressivas e de propaganda: a PIDE (polícia política), a Legião Portuguesa, a Mocidade Portuguesa, a Comissão de Censura e toda a administração pública formatada pelo regime persecutório e repressivo.
Foto recolhida do documentário de Ina.fr sobre a Guiné
Depois houve que pôr cobro à guerra colonial que Portugal travava em Angola, Moçambique e Guiné, dando-se então lugar à descolonização e à integração em Portugal, das famílias daqui originárias ou para aqui fugidas dos conflitos associados à descolonização.
Ao mesmo tempo e por iniciativa dos cidadãos progressistas, foram ocupados os sindicatos dependentes do regime e substituidas as respectivas direcções por novos elementos então eleitos democraticamente.
Cada uma destas operações, desde o golpe militar até à integração dos ex-colonos, passando sobretudo pela liquidação das instituições da ditadura, foi uma conquista concreta resultante da luta política de cada momento, contra resistências activas no seio da sociedade; não foi como aprovar um decreto num qualquer gabinete ou assembleia.
Desde os ataques violentos contra as sedes do Partido Comunista, até à marcha da chamada "maioria silenciosa" sobre Lisboa (ver foto de cartaz), em nome da "fidelidade ao programa do MFA", o processo revolucionário evoluiu passo a passo, combate a combate, contra as forças reaccionárias que se moviam fora e dentro das novas instituições.
Mas é na questão da guerra colonial que me quero centrar neste momento para trazer a quem não conhecer ainda, o excelente trabalho que um ex-combatente, Manuel Bastos, vem desenvolvendo sob a forma de blogue, depois na forma de livro e, finalmente, também sob a forma de leitura do livro em registo gravado de som e acessivel informaticamente.
Está AQUI e dele recorto apenas esta dedicatória inicial:
«A todos os homens com coragem para lutar, a todos os homens com coragem para desertar, a todas as mulheres com coragem para perdoar a ambos» …
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