Os esforços intelectuais ou espirituais da Igreja Católica para trazer a paz à Terra e a bondade aos homens, não foram bem-sucedidas nestes 2000 anos. Confesso que eu já devia ter percebido quão inúteis são, portanto, as homilias. Mas vá lá um homem comum aprender o que não aprenderam gerações incontáveis de cristãos, desde os mais humildes aos mais coroados? Por isso e porque hoje é domingo outra vez, volto à pregação.
Sigo, como é costume, o ritual da Igreja que neste 14º domingo do Tempo Comum recorre ao testemunho de São Marcos (Mc 6,1-6), referindo entre outras coisas que Jesus Cristo teria dito a Paulo: «é na fraqueza que a força se manifesta”.
Esta sentença pode ter duas leituras: ou quer dizer que é sobre os pobres que se manifesta a violência do Poder, ou quer dizer que os pobres hão-de revelar-se fortes, isto é, hão-de vsair vitoriosos. Ou é uma acusação contra a prepotência ou é uma advertência de que os mais débeis acabarão por vencer – o que invoca Marx na sua teoria sobre o papel da classe operária como motor da revolução socialista.
Não era a Marx nem mesmo a Jerónimo de Sousa, porém, mas poderia ser dirigida a Passos Coelho esta súplica extraída de um salmo que a Igreja invoca neste dia:
« Tende piedade, ó Senhor, tende piedade dos humildes, pois já é demais esse desprezo! Os pobres estão fartos do escárnio dos ricaços e do desprezo dos soberbos! »
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