Os 25 mais ricos de Portugal são hoje donos de 10% do PIB, quando há um ano as suas fortunas não chegavam aos 8,5% do PIB.
Conclusão:
a crise é mesmo uma oportunidade!
O fosso entre ricos e pobres e o enriquecimento à custa da pobreza, não são um fenómeno novo nem português, claro. Os socialistas (propriamente ditos) de todo o mundo andam a denunciar isso há mais de um século...
Não é sequer inteiramente novo que a Igreja Católica denuncie as injustiças sociais em termos tão contundentes como acaba de fazê-lo o Papa Francisco. Na encíclica Populorum Progressio fala-se, por exemplo, no "escândalo de desproporções revoltantes, não só na posse dos bens mas ainda no exercício do poder".
O que pode ser novo é o grau de exploração que se atingiu, avaliado pela desproporção a que se chegou entre os rendimentos.
A notícia de ontem, é exemplar: «a reforma complementar de 21 milhões de euros prevista no contrato do ainda presidente do grupo PSA (Peugeot-Citroën), está a chocar a França e foi um dos temas abordados na reunião de hoje do conselho de ministros francês». Em Portugal, notícias equivalentes são interpretadas como bons sinais do mérito dos nossos gestores, porventura objecto de condecorações.
É a crise, a crise moral - coisas de que não tratam os juristas e menos ainda os economistas.
1 comentário:
Ainda da mesma encíclica: «Nesta confusão, torna-se mais violenta a tentação, que talvez leve a messianismos fascinantes, mas construtores de ilusões. Quem não vê os perigos, que daí resultam, de reações populares violentas, de agitações revolucionárias, e de um resvalar para ideologias totalitárias? Tais são os dados do problema, cuja gravidade a ninguém passa despercebida».
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