É inevitável fazer uma leitura do que se passa no Partido Socialista português, à luz do que se passa no Banco Espírito Santo. A ideia de que existe um BES BOM e um BES MAU pode ser comparado à percepção que os "socialistas" têm do seu partido.
Neste sentido existe um PS BOM e um PS MAU - a ideia de um NOVO PS não é totalmente descartável mas a História desaconselha-a.
Sim, existe um PS Seguro e um PS Costa, ou vice-versa, para contentar a populaça. Mas de uma coisa não se livrará o PS que vingar nas eleições internas: a contaminação das suas bases predominantemente conservadoras.
Os comportamentos políticos de Mário Soares na história da nossa democracia, são talvez a forma mais simbólica de representar a ambivalência do Partido Socialista, em que um certo pragmatismo, digamos assim, rivaliza despudoradamente com as pulsões revolucionárias, em desfavor destas.
Soares em 1975, com Frank Carlucci (director da CIA)
Soares em 2014, nas comemorações não-oficiais do 25 de Abril
P.S. (post-scriptum):
Ao falar do "pragmatismo" de Mário Soares, é justo sempre lembrar o seu papel na resistência à ditadura, para evitar confusões com outros pragmatismos.
1 comentário:
Dizem-me que o caso do BES é muito diferente dos casos BPN, BCP, BPP, Banif. E que o Novo Banco não vai custar um cêntimo aos contribuintes.
E eu que estava preocupado...
Por falar nisso: onde vai o Novo Banco buscar dinheiro para continuar a pagar juros aos depositantes, sem correr novos riscos de investimentos?
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