17.9.14

Terceira Guerra à vista?

Subscrevo, muito modestamente, a tese do Papa, segundo a qual está em curso a Terceira Guerra Mundial. E ele que se cuide mais que eu...


Reunindo mais de 30 estados, entre os quais há 10 países árabes, o combate internacional ao terrorismo do Estado Islâmico acolhe finalmente uma dimensão numérica quase comparável ao das forças aliadas contra o nazismo na Segunda Guerra Mundial. Num e noutros casos, a monstruosidade do inimigo comum engendra as alianças mais imprevisíveis.

O califa de Abu Bakr al Bagdadi substitui o Terceiro Reich, e a “civilização cristã” ocupa o lugar dos judeus como povos ameaçados, mas o que motiva os soberanos loucos na sua crueldade é o fanatismo ideológico associado a uma febre absoluta e paranóica de domínio.

«Eu sigo o caminho que a providência me indica com a segurança (confiança?) de um sonâmbulo» - atribui-se a Hitler. E também «A natureza é cruel; então também estamos destinados a ser cruéis. Temos de ser cruéis». E o resultado é que a Segunda Guerra Mundial custou a vida de 50 a 70 milhões de pessoas – para não falar de tudo o resto.

Ao que parece, aquilo que explica as adesões de militantes, além de ambições subjectivas, continua a ser a manipulação ideológica favorecida pela ignorância. Isso explica que o recrutamento seja feito entre jovens permeáveis a conceitos extremistas de fidelidade e sacrifício suportados por uma lógica moral ou religiosa. E em contextos obscurantistas de pensamento único.

O que o mundo tem a aprender daqui - passe a presunção, uma vez mais - é que um país onde a liberdade de informação e a cultura sejam depreciadas, é uma fonte de conflitos irracionais e cruéis. E neste tipo de conflitos não há soluções negociadas.

1 comentário:

antónio m p disse...

A complexa palavra que o presidente dos EUA Barack Obama não pronunciou sequer uma vez no discurso da 4ª-feira em que expôs sua ‘estratégia’ para combater o Estado Islâmico, foi “Irão”. A ambiguidade estratégica que Washington quer preservar é evidente. Obama permanece em silêncio, mas o secretário de Estado John Kerry fala pelos cotovelos pela rádio estatal Voice of América.

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http://www.iranews.com.br/noticia/12642/eua-precisam-desesperadamente-de-iranianos-e-sauditas