«Ao longo das últimas horas, pelo menos sete soldados ucranianos foram mortos e 13 ficaram feridos em confrontos com os separatistas pró-russos, no leste da Ucrânia». É assim que a Euronews lançava ontem a notícia.
Sobre um confronto entre forças armadas ucranianas e activistas pró-russos, fala-se do número de vítimas das primeiras mas omite-se facciosamente o número de vítimas dos segundos! De resto, valoriza-se sempre a pessoa e as palavras de Poroshenko, como se este não tivesse chegado ao poder na sequência de um golpe de estado que depôs o anterior presidente eleito.
A Euronews é um paradigma. De algum modo se poderia dizer que é a Telesur ao contrário. Mas não se equiparam duas “centrais de informação” facciosas, quando a primeira obedece a padrões neo-liberais e a segunda protege valores socialistas, quando a primeira promove os lucros dos privilegiados, e a segunda promove a justiça social e os interesses populares.
A Euronews e as suas discípulas nacionais substituem descaradamente a legitimidade eleitoral de um país, pela "legitimidade" editorial das suas direcções ideológicas.
A Venezuela é outro caso paradigmático. Pouco importa se Hugo Chavez, antes, e Nicolás Maduro, actualmente, foram eleitos por maiorias expressivas em eleições incontestavelmente democráticas.
Para combater os dirigentes progressistas, a contra-informação ao serviço da Direita, dá notícia da falta de produtos à venda nas lojas venezuelanas, omitindo que isso se deve ao boicote económico promovido pela ultra-direita do país e concretizada por traficantes desses produtos com destino à Colômbia.
Com efeito, os contrabandistas desviam esses produtos para o país vizinho onde os vendem muito mais caro, beneficiando dos baixos preços que o governo da Venezuela pratica a favor da população. Beneficiam os contrabandistas, a Oposição venezuelana… e a má-língua euro-liberal.
De tudo isto, o que vemos na informação europeia é que «falta quase tudo na Venezuela»! Uma espécie de slogan que já se lê há vários anos, nomeadamente na nossa imprensa.
O que não vemos é a notícia de que «Los comerciantes de Cúcuta, al noreste de Colombia, afirmaron este martes que el 80 por ciento de los alimentos y productos que venden llegan desde Venezuela a través del contrabando»
O que não vemos, também, é a notícia de que «Los presidentes de Venezuela y Colombia, Nicolás Maduro y Juan Manuel Santos, respectivamente, llamaron a consultas a los embajadores de sus países en el marco del cierre de la frontera y el estado de excepción para acabar con el paramilitarismo y el contrabando de extracción».
Em vez disto, a Informação dominante na Europa apregoa: "Agrava-se a crise entre a Colômbia e a Venezuela".
Em contrapartida, Álvaro Uribe, promotor de raptos e massacres enquanto presidente anterior da Colômbia, é agora mostrado e feito ouvir nas televisões de Portugal, no prosseguimento da sua veia conspirativa contra a Venezuela.
E se falássemos da Síria? Teríamos de perguntar quem e quando se ouviu o presidente Assad expor os seus argumentos, lá onde crescem contra si os mesmos movimentos terroristas que atacam na Europa e na América. Disto falaremos num próximo artigo.
Sem comentários:
Enviar um comentário