O Partido Comunista Português tem uma história riquíssima de luta contra o fascismo português e o colonialismo, nomeadamente em solidariedade com o Movimento Popular de Libertação de Angola.
Esses laços históricos não podem deixar de ter ainda agora um peso muito importante na relação institucional entre o PCP e o MPLA, o que me parece ser um elemento fundamental na posição que tomou na Assembleia da República, contra a condenação do governo angolano.
O Bloco de Esquerda e o Partido Ecologista os Verdes, porque não têm história, não têm esse constrangimento.
Por outro lado, as posições individuais dos deputados e até as posições dos partidos políticos, têm um caracter e uma importância diferente das posições do Estado. Ora o que teve de grave a iniciativa do BE, foi colocar na esfera do estado português a responsabilidade de condenar o estado angolano.
Outro aspecto reprovável da iniciativa do Bloco, é a provocação que faz, com isto, ao PCP com quem tem neste momento uma parceria de responsabilidades no apoio ao governo português do Partido Socialista.
Faltou à direcção do Bloco de Esquerda o sentido de responsabilidade e de oportunidade que, por maioria de razão, se podia esperar do Partido Socialista que tem um historial em Angola de luta contra o MPLA, ao lado da UNITA.
Entretanto, uma tomada de posição não governemental contra o regime autoritário e cleptocrático vigente em Angola, seria bem-vinda e aí estaria eu e certamente muitos comunistas.
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