Porque hoje é o segundo domingo do Tempo Comum, na agenda
da Igreja Católica, invoca-se João Baptista. Ele que foi ou não primo de Jesus;
ele que era ou não mais velho seis meses do que este; ele que perdeu a cabeça
ou tão só a banda que usava à volta da cabeça - conforme o tradutor para "kephalë" - por capricho de uma tal Salomé; ele que terá baptizado Jesus ali para os lados da Jordânia que há perto de um mês sofreu um ataque, terrorista ou não…
Mas de nada disto falarão os profissionais da Igreja nas suas homilias. Pegarão no tema do baptismo para dizer que João Baptista anunciou a sua chegada – lá de onde andou fugido de casa ou não, para aprender a ser Deus.
Invocando uma profecia das antigas escrituras, outras seitas anunciaram a chegada do Salvador, antes e depois de João, pelo que não faltou quem duvidasse de Jesus e quem o acusasse de impostor, mas João Baptista teve o empenho, o mérito ou a sorte de ver o seu familiar singrar no partido, mal podendo adivinhar, talvez, quão dramática e frustrante veio a ser a morte do seu Messias.
Já a Igreja Católica não tem razões de queixa, a avaliar pelo poder temporal que exerceu e exerce no mundo. Mas deste assunto não tratarão as homilias deste dia, que o marketing do Vaticano sabe como cortar a cabeça aos fiéis, isto é, destitui-los de saber e de pensar.
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