29.1.23
22.1.23
Porque hoje é domingo (129)
De regresso ás minhas homilias ateias, sou trazido a comentar o tema que a Igreja Católica invoca dos evangelhos oficiais: o recrutamento de militantes para o cristianismo.
A cena passa-se numa praia da Galileia, frequentada por Jesus. Este viu dois pescadores que convidou para o apoiarem e, depois, mais dois: “eu farei de vós pescadores de homens” – terá dito o profeta auto-intitulado filho de Deus. Da pesca à linha para a pesca à rede, muitos mais homens o Senhor levou atrás dele, entre os quais Mateus que é quem nos relata mais tarde este episódio. Ele não presenciou pessoalmente este passeio de Jesus pela praia, mas a sua genuinidade é-lhe creditada pela dedicação com que se entregou à causa que abraçou, sujeitando-se à perseguição e à morte. Vamos esquecer por momentos que Mateus, antes de se dedicar à construção da Igreja, se dedicava a actividades bem mais prosaicas que lhe valeram a condecoração social de padroeiro dos banqueiros, contabilistas, funcionários da alfândega e guardas financeiros…
A Igreja Católica, nascida assim na praia, corre hoje o risco de se afogar por uma onda de escândalos sexuais e, sobretudo, pelo refrescamento das mentalidades trazido pela democratização da cultura, avessa como é a mitologias, crenças e crendices de consistência demasiado arenosa. Mas não nos precipitemos a anunciar-lhe a morte quando assistimos à sua outra formulação: o populismo hipócrita, essa religião política que recruta em águas turvas para alimentar o “peixe graúdo”.
A cena passa-se numa praia da Galileia, frequentada por Jesus. Este viu dois pescadores que convidou para o apoiarem e, depois, mais dois: “eu farei de vós pescadores de homens” – terá dito o profeta auto-intitulado filho de Deus. Da pesca à linha para a pesca à rede, muitos mais homens o Senhor levou atrás dele, entre os quais Mateus que é quem nos relata mais tarde este episódio. Ele não presenciou pessoalmente este passeio de Jesus pela praia, mas a sua genuinidade é-lhe creditada pela dedicação com que se entregou à causa que abraçou, sujeitando-se à perseguição e à morte. Vamos esquecer por momentos que Mateus, antes de se dedicar à construção da Igreja, se dedicava a actividades bem mais prosaicas que lhe valeram a condecoração social de padroeiro dos banqueiros, contabilistas, funcionários da alfândega e guardas financeiros…
A Igreja Católica, nascida assim na praia, corre hoje o risco de se afogar por uma onda de escândalos sexuais e, sobretudo, pelo refrescamento das mentalidades trazido pela democratização da cultura, avessa como é a mitologias, crenças e crendices de consistência demasiado arenosa. Mas não nos precipitemos a anunciar-lhe a morte quando assistimos à sua outra formulação: o populismo hipócrita, essa religião política que recruta em águas turvas para alimentar o “peixe graúdo”.
Etiquetas:
fascismo,
homilia,
Igreja Católica,
política de direita,
populismo
19.1.23
Zelensky no seu palco
Quantos mais ucranianos mortos, famílias destroçadas, cidades arrasadas serão necessários para que Volodymyr Zelensky tenha "vantagens" numas conversações de paz com a Rússia? Quantas mais armas para o seu arsenal?
Os governos não são tribunais, não seguem apenas o que é justo: são orgãos políticos que decidem de acordo com o menor dos males. Os juízes decidem de acordo com as leis, mas os políticos decidem de acordo com as conveniências do seu país. Negociar não é um acto de cobardia, é uma acto de inteligência quando não se pode vencer o inimigo pelas armas.
Os governos não são tribunais, não seguem apenas o que é justo: são orgãos políticos que decidem de acordo com o menor dos males. Os juízes decidem de acordo com as leis, mas os políticos decidem de acordo com as conveniências do seu país. Negociar não é um acto de cobardia, é uma acto de inteligência quando não se pode vencer o inimigo pelas armas.
5.1.23
2.1.23
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