1.9.09

Guantánamo entre nós

Um artigo de Mário Crespo (JN 31 JUL 2009) abanou em mim algumas ideias e é bem possível que abane outros. Por isso e por mais, tomo a liberdade de transcrever uma passagem a seguir.

Com os meus cumprimentos ao autor de quem recordo com respeito os penosos passos perdidos pela 5 de Outubro durante o seu conflito com a RTP.

... «Sabe-se que Portugal participou nesse horror. Não se sabe até que ponto. Será esta concessão de asilo uma forma de pagamento a Washington pelo silêncio? Pode muito bem ser. Os americanos, seja qual for a administração do momento, são impiedosos e oportunistas nestas questões.

Claro que a obrigação do governo de Obama era encerrar o campo de concentração de Guantanamo ressarcindo as vítimas e acolhendo-as no seu próprio território se elas assim o desejassem. Mas não, a América de Obama decidiu tratar os indesejáveis que raptou e que "militam em organizações radicais" como trata resíduos tóxicos. É mais cómodo e barato mandar para o outro lado do mar do que assumir responsabilidades.
Assim, este acolhimento não é resultado de uma preocupação humanitária do Governo de Portugal. Houve, tudo o sugere, oportunismo e conveniência de parte a parte.

Como cidadãos, temos o direito de saber tudo sobre esta transacção. Há mais. Na noite de sexta-feira, ao noticiar a chegada a Lisboa dos dois sírios, a Rádio France não referiu o Governo de Portugal. Disse que a vinda dos detidos era resultado de um "acordo entre a União Europeia e os Estados Unidos". Esta sucinta maneira de descrever o que se está a passar ilustra a transferência real de soberania dos governos portugueses para os seus credores e patrões em Bruxelas e Washington. De dívida em dívida as exigências são já imposições».

A foto acima foi "surripiada" do blogue «Praça Stephans» num POST de Dez de 2008 que vale a pena ler.

1 comentário:

jrd disse...

Desde que "existe", Guantanamo, nunca saiu de nós.
(Como o Mário Crespo mudou...ou não!?)