Se a troika, com suas exigências, é má, o Governo, com seu radicalismo, é pior.
Os três aplicam um “programa de ajustamento” das contas públicas exigente, austero e sobretudo ineficaz do ponto de vista dos objectivos anunciados. Mas o Governo não só aprova o programa de forma acrítica como fornece às próprias instituições internacionais muita da lenha que ateia a destruição do país. A leitura dos planos de resgate revela elementos significativos que só podem basear-se, pelo seu detalhe, em propostas do próprio Governo.
E é este mesmo Governo que no contexto da presente campanha eleitoral, encomenda ao partido que o suporta declarações patéticas contra as “exigências da troica”! Para esta hipocrisia eleitoral, prestou-se o meu vizinho Marco António Costa, que um dia está na Câmara de Gaia, outro dia está no Governo, outro dia representa o PSD, ora no Grande Oriente Lusitano, ora na Grande Loja. Olá Miguel Relvas, olá Carlos Abreu Amorim...
Eu bem vejo o Marco António a correr em Gaia de um lado para o outro, que ninguém está seguro de não ser atropelado entre a Avenida da República e o nó do Fojo – acesso à auto-estrada Norte-Sul!
"Há uma hipocrisia institucional da parte do FMI, porque há relatórios que sublinham essa preocupação (declarações piedosas para os países que estão sob resgate) mas depois, no concreto, na postura que revela na mesa das negociações, na atitude que assume no dia-a-dia de relacionamento com os estados, com os governos (...), o que mostra é uma atitude muito pouco flexível". Assim falava Marco António Costa, na quarta-feira, 18 de Setembro de 2013.
Mas quem compara o Memorando de Entendimento, com as medidas do Governo, percebe que quem critica a hipocrisia, não é mais sincero! Com a diferença de que o FMI faz o seu papel, por assim dizer, e o Governo faz o papel do FMI – com muito orgulho pessoal, chantagem sobre os portugueses e propaganda manhosa.
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