Nem tudo corria bem entre os que o seguiam em arruadas,
comícios e reuniões à porta fechada.
Lembro o episódio mais relevante e que se tornaria central em toda a história do grupo: a traição de Judas denunciada na última ceia que ainda hoje é representada nos palcos das igrejas – a missa.
Mas são muitos os relatos que dão conta de desavenças entre
os discípulos, e entre Jesus e eles. O caso que os católicos invocam neste domingo, revela não só isso mas também o carácter pouco recomendável de alguns santos, entre eles, Tiago e João.
Estes dois terão chamado Jesus à parte para lhe pedir que
lhes desse um lugar privilegiado no Céu: «Quando estiveres na glória, deixa-nos sentar, um à tua direita e outro à tua esquerda». Foi como se Jerónimo de Sousa e Catarina Martins propusessem a António Costa, assentos no eventual governo de esquerda.
Jesus, porém, respondeu que as coisas não são assim, e
deu-lhes um grande raspanete. E esclareceu: «É Deus quem dará esses lugares àqueles para os quais ele preparou». Onde se lê "Deus", leia-se Cavaco Silva, obviamente.
Ressalve-se que no caso da frente de esquerda, digamos
assim, a coisa foi mais grave: os coligados pretendiam que o Partido Socialista tirasse finalmente o Socialismo da gaveta de Mário Soares e reconsiderasse os mandamentos.
A narrativa termina por aqui porque S. Marcos não desenvolve
muito mais, e nós, por cá, não sabemos ainda das consequências que terá a tentativa de formar um governo de esquerda. O que sabemos é que Jesus recusou aceitar a proposta de Tiago e João, que nem por isso deixaram de segui-lo.
Sem comentários:
Enviar um comentário