27.10.19

Pai-Natal para daqui a 4 anos

Está-se mesmo a ver que vem aí um contentor de promessas para cumprir "até ao fim da legislatura" e "se as condições económicas o permitirem"!

Não são prendas, são chantagens, ameaças para quem interromper este mandato.




26.10.19

Transportes colectivos pois pois

No dia em que os membros do novo Governo viajaram de autocarro – objecto estranho para muitos deles – do Palácio da Ajuda para o Conselho de Ministros, eu desloquei-me de autocarro desde Coimbrões, em Gaia, para o “Palácio de Cristal”, no Porto. O meu percurso de cerca de três quilómetros demorou  hora e meia, com uma escala obrigatória de mais de uma hora numa paragem do Campo Alegre. Isto numa altura em que não havia trânsito.

O autocarro que fez a segunda parte do meu percurso vinha atulhado a ponto de já não poder receber mais passageiros na paragem seguinte. O transporte dos governantes, esse, prescindiu de um dos autocarros previstos, por desnecessário, e não foi porque alguém ficasse em terra.

É a diferença entre escrever programas de governo ou ter que gramar as suas consequências.


(Foto do JN adaptada)

6.10.19

O X do próximo governo


Maioria absoluta de deputados: 116

116 = PS + X
X = PAN ou PCP ou PSD


O PAN conviria ao PS uma vez que não pretende colocar nenhum elemento seu no Governo nem teria exigências políticas difíceis de satisfazer, seja por falta de ideologia consistente, seja por falta de competência. E, pelo lado do PAN, tal solução dar-lhe-ia um relevo político muito acima do que ele próprio alguma vez imaginou.

Não sendo suficientes os deputados do PAN, o PS poderia tentar alguma espécie de acordo com o PCP. No entanto, tal acordo só interessaria à CDU como forma de impedir um governo PS-PSD. Mas é difícil imaginar os termos de um tal entendimento que não comprometessem seriamente o futuro do PCP... ou o futuro de António Costa!

Uma terceira alternativa seria a formação de um governo com a participação ou o apoio do PSD. A partilha de ministérios, em última instância, além de ser tolerável para António Costa, até poderia agradar a uma parte do PS e a uma parte do PSD, mas seria prejudicial sobretudo para este que concorre com o PS para voltar a ser o partido principal da política portuguesa. Um simples apoio de incidência orçamental, mediante condições negociadas, para evitar a solução PS-CDU, não é de excluir completamente mesmo que seja rompido depois do primeiro orçamento...

O mais provável e o que mais conviria a António Costa, se não tiver maioria absoluta, é conseguir esta maioria com os deputados do PAN e de mais algum que venha de fora do quadro parlamentar anterior.

A expectativa aumenta e o povo não aguenta!