26.10.15

O aborto de Cavaco

Entre presos e foragidos, condenados e gestores de grandes empresas, Cavaco Silva não terá dificuldade em encontrar amigos seus profundamente europeístas e fiéis à NATO, para formar o seu governo alternativo que há-de suceder ao governo nado-morto que aí vem já.

Desde Ricardo Salgado que lhe financiou a candidatura presidencial, até Dias Loureiro, que além de responsável na sua campanha presidencial, já foi seu ministro e Conselheiro de Estado, José Oliveira e Costa que foi secretário de Estado de Cavaco para os Assuntos Fiscais, detido em 2008 por fraude fiscal e branqueamento de capitais, no âmbito das alegadas irregularidades que levaram ao colapso e à nacionalização do BPN…, e por falar em BPN, Dias Loureiro, também seu Conselheiro de Estado. E Duarte Lima que presidiu ao grupo parlamentar do PSD, durante a segunda maioria absoluta de Cavaco Silva, e que responde pela morte de Rosalina Ribeiro mas ama a NATO de todo o coração.

Tudo gente de que se tem rodeado, europeístas e anti-comunistas de corpo e alma e bons-proveitos. 

Entretanto, se faltar alguém desta lista de políticos capazes e experientes, não terá dificuldade em encontrar gente da sua confiança ideológica na Comunicação Social, entre jornalistas enfeudados e comentadores encomendados. Afinal, uma curta licença chega para o serviço que lhes é pedido. 

Marques Mendes, do alto inacessível da sua altura intelectual, afirma que Cavaco Silva  irá designar António Costa para governar com o apoio do BE e do PCP, porque um governo de iniciativa presidencial seria chumbado no parlamento. E não nomeou Passos Coelho nessas mesmas contingências? 

Deixo apenas uma ressalva, eu que sou Marques mas não Mendes: apesar de tudo, da mente de Cavaco Silva tudo pode brutar, digo brotar; nunca se sabe. Assim ele imagine que um governo das esquerdas caia ao fim de pouco tempo para dar origem a eleições antecipadas que reconstruam uma maioria de direita. 

1 comentário:

antónio m p disse...

"Não posso mudar as pessoas, mas posso expô-las ao que de facto são."
Oprah Winfrey