Um muro de silêncio erguido pelos orgãos de comunicação social impediu-nos de ouvir há uma semana, 22 de Março, os gritos de
protesto que dois milhões de espanhois levaram a Madrid. Chamaram-lhe «Marcha por la dignidad».
Não há muro que encubra uma realidade desta dimensão física
e humana. Não há distracção jornalística que impeça testemunhos como este de Julio Anguita de que recorto apenas o parágrafo inicial:
Desde la puerta del
Ministerio de Agricultura he visto, emocionado y expectante, la entrada en
Madrid de miríadas de personas, de ciudadanos y ciudadanas que en columnas de
marcha han dado en la capital de España el ejemplo que la mayoría de
damnificados por este régimen de corrupción, injustica y violación de Derechos
Humanos necesita: la unidad en la lucha .
Quanto ao Manifesto do movimento de cidadãos – ou de uma
parte desse movimento informal – transcrevo um breve excerto também:
«… Lo justificaron diciendo que habíamos vivido
por encima de nuestras posibilidades y que había que ser austeros y, por tanto,
era imperativo recortar el déficit. Sin embargo, no ha habido ningún recorte a
la hora de inyectar decenas de miles de millones de euros para salvar a los
bancos y especuladores.
Están aprovechando la crisis para recortar derechos.
Estas políticas de recortes están causando sufrimiento, pobreza, hambre e incluso muertes y todo para que la banca y los poderes económicos sigan teniendo grandes beneficios a costa de
nuestras vidas».
[texto completo deste manifesto]
Tem-se falado muito da forma pacífica como os portugueses têm encarado a violência das políticas em curso, mas o melhor que pode acontecer para os agentes desta ordem pública, é que a raiva silenciosa expluda nas urnas com consequências políticas. Penso eu.
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