Mais grave é ter integrado mesmo a União Nacional, o partido único do fascismo português, como fizeram Francisco Sá Carneiro e Francisco Balsemão, mas apelar à “união nacional” num tempo em que a democracia não está ainda completamente destruída, também é reprovável, muito reprovável.
Não sei se me faço entender…!
Além de que, a seguir a uma "União Nacional" pode sempre surgir uma acção nacional... popular!
NOTA: Acção Nacional Popular (ANP) foi a designação que tomou a UN a partir de Fevereiro de 1970.
28.7.13
24.7.13
Salvação Nacional tem dias
DN de Janeiro de 2004
«A dez dias do final do ano de 2003, a data-limite, faltavam mil milhões de euros nas contas do Estado para colocar o défice abaixo dos 3,0% do PIB, tal como impõe Bruxelas aos Estados membros da União Europeia. As contas foram salvas pelos fundos de pensões e, no total, injectaram-se mais de três mil milhões de euros em receitas extraordinárias.»
«Restringir aumentos salariais, despedir funcionários, aumentar impostos, combater a fraude e evasão fiscal, são algumas soluções avançadas por vários analistas e economistas para eliminar o défice das contas públicas. Mas qualquer destes itens foi tentado no passado - com maior ou menor vigor - e, na verdade, o défice orçamental continua a sua escalada».
Outro recorte do DN:
«O Bloco Central que existiu entre 1983 e 1985, com Mário Soares e Mota Pinto, serviu para garantir que Portugal era governável e conseguia fazer as reformas necessárias para entrar na Comunidade Económica Europeia. Cedo se percebeu que governar neste tipo de coligação, que nunca foi nem irá a votos, abre brechas internas nos dois partidos.
Soares não voltaria a ser líder do PS, avançando com uma candidatura vitoriosa à Presidência da República, um ano depois de Cavaco ter ganho pelas primeira vez as legislativas. O professor de Boliqueime chegou, aliás, à liderança do PSD em oposição à existência de um Bloco Central e lançando Freitas do Amaral contra os candidatos presidenciais de esquerda.
Sendo certo que a aliança dos dois maiores partidos chegou para as necessidades, mas não foi um sucesso, é também sabido que sempre que o País necessita de reformas profundas é dela que os analistas se lembram como o último recurso. Mas, nos dias que correm, é quase uma heresia invocar a necessidade deste bloco.
Ainda assim, o Bloco Central, cada vez menos admitido como forma de governar, é constantemente solicitado - pelo Presidente da República e restantes senadores - para realizar pactos de regime, em áreas como as Finanças Públicas, a Saúde, a Justiça ou a Educação. Um Governo PS/PSD garante que no futuro próximo o que tem de ser feito será feito, mas lança a dúvida sobre o que acontecerá para lá desses momentos. Haverá uma nova república, com novo sistema político, novos partidos e novos protagonistas?
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21.7.13
cavaquês
Do Discurso de Cavaco Silva:
«considero que a melhor solução alternativa é a continuação em funções do atual Governo...»
Preparem-se - digo eu - para eleições antecipadas em menos de um ano.
«considero que a melhor solução alternativa é a continuação em funções do atual Governo...»
Preparem-se - digo eu - para eleições antecipadas em menos de um ano.
18.7.13
15.7.13
Cartas na mesa... das negociações
As cartas estão lançadas.
O PSD joga na sobrevivência do seu projecto ideológico, perdida que está a sobrevivência do Governo a médio prazo (a curto prazo, penso eu).
O PS joga no equilíbrio instável entre um projecto político de "responsabilidade violenta" e um discurso eleitoralista de "ruptura suave". A sua preocupação em chamar o PCP e o BE à mesa das negociações promovidas pelo Presidente da República, não é só ou não é tanto por razões de rigor democrático, é sobretudo para esvaziar a esquerda, nas próximas eleições, de alternativas a um PS comprometido com a filosofia do Memorando de Entendimento de José Sócrates.
Cavaco Silva não despreza apenas o papel do Bloco, do PCP e dos Verdes; despreza-os a todos porque sabe que tem o Ás de troica
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espionagem
Das notícias:
Graças a Snowden, o mundo soube que o presidente Barack Obama nunca encerrou os programas de vigilância doméstica da Era Bush, e que milhões de telefonemas e e-mails privados de cidadãos americanos sem relação com terroristas são monitorizados pelas agências de espionagem dos EUA. Que os Estados Unidos espiam a missão da União Europeia em Nova York e 38 embaixadas, entre elas as de França, Itália e Grécia e dos países do Médio Oriente. Que os serviços de informação britânicos espiaram o G20. Que a NSA usa parcerias com empresas telefónicas americanas para aceder a redes de comunicação de países como o Brasil, China, Índia ou Paquistão.
A história de Snowden foi revelada no dia 9 de Junho de 2013, pelos jornais Washington Post e The Guardian - os dois veículos que receberam e publicaram os documentos secretos.
Enfim, como disse Obama: “Não se pode ter 100% de segurança e 100% de privacidade”...
12.7.13
À atenção de Assunção Esteves
Convidada a comentar o governo PSD-CDS", disse Simone de Beauvoir: “O mais escandaloso dos escândalos é que nos habituamos a eles.” E sobre a posição de Passos Coelho, comentou: “Diante de um obstáculo que é impossível de superar, obstinação é estupidez.”
Um outro jornalista perguntou-lhe se não reconhecia, apesar de tudo, que o presidente Cavaco Silva era, acima de tudo, um homem sério. Ao que respondeu Simone Beauvoir : “O homem sério é perigoso, pode transformar-se em tirano.”
As citações de S. Beauvoir são verdadeiras mas retiradas, obviamente, do contexto original.
Um outro jornalista perguntou-lhe se não reconhecia, apesar de tudo, que o presidente Cavaco Silva era, acima de tudo, um homem sério. Ao que respondeu Simone Beauvoir : “O homem sério é perigoso, pode transformar-se em tirano.”
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11.7.13
Governo ligado às máquinas
O Presidente da República é forçado a reconhecer que o Governo não tem condições para se manter, mas invoca pretextos de estratégia financeira para prolongá-lo mais um ano. E mais que isso, tenta o Partido Socialista a comprometer-se... com as opções políticas em curso! Nada que Passos Coelho e o PSD não tenham tentado já na Assembleia da República.
Portanto, Cavaco Silva está preparado para designar um governo de gestão até à realização de novas eleições, não daqui a um ano mas muito antes disso. O resto é mais uma manobra para responsabilizar o PS pelo que aí vem.
10.7.13
O guião de Paulo Portas
O guião, o roteiro, o script, é aquilo que em cinema converte um texto literário num texto técnico, aquele que diz as coisas práticas e concretas que serão feitas, materealizadas, realizadas em filme.
Na política portuguesa, os programas de governo, de tão desprestigiados, de tão desacreditados pela forma como são rasgados na prática, passaram a designar-se guiões, por iniciativa de Paulo Portas. Mas quem conhece o cinema sabe que há três tipos de guiões: os que são rigorosamente cumpridos – do que se gabava Alfred Hitchcock – e os que servem apenas de base a um projecto que pode desviar-se completamente no decurso da produção, por decisão do realizador – do que se gabava César Monteiro...
Mas também há quem prescinda de guião. Há duas formas de o fazer: assumidamente, como no “cinema-verdade”, ou disfarçadamente, como no que eu chamaria “governo-mentira”.
O mundo cinéfilo está em “suspense” hit-choque-ano por saber qual destes é o prometido guião de Paulo Portas sobre a reforma do Estado*, ou se a promessa era mais uma das suas decisões irrevogáveis” destinadas à mais negra escuridão césariana, por assim dizer.
É que cinco linhas da “ideia” ou dez linhas da “sinopse” ou doze páginas de “argumento”, e muito menos que um guião – aqui, no Brasil, nos Estados Unidos da América… Mesmo em se tratando das chamadas “curtas”.
Na política portuguesa, os programas de governo, de tão desprestigiados, de tão desacreditados pela forma como são rasgados na prática, passaram a designar-se guiões, por iniciativa de Paulo Portas. Mas quem conhece o cinema sabe que há três tipos de guiões: os que são rigorosamente cumpridos – do que se gabava Alfred Hitchcock – e os que servem apenas de base a um projecto que pode desviar-se completamente no decurso da produção, por decisão do realizador – do que se gabava César Monteiro...
Mas também há quem prescinda de guião. Há duas formas de o fazer: assumidamente, como no “cinema-verdade”, ou disfarçadamente, como no que eu chamaria “governo-mentira”.
O mundo cinéfilo está em “suspense” hit-choque-ano por saber qual destes é o prometido guião de Paulo Portas sobre a reforma do Estado*, ou se a promessa era mais uma das suas decisões irrevogáveis” destinadas à mais negra escuridão césariana, por assim dizer.
É que cinco linhas da “ideia” ou dez linhas da “sinopse” ou doze páginas de “argumento”, e muito menos que um guião – aqui, no Brasil, nos Estados Unidos da América… Mesmo em se tratando das chamadas “curtas”.
6.7.13
4.7.13
Ministro dos maus
negócios estrangeiros
Na passada segunda-feira e na sequência de uma viagem à Rússia, o Presidente da Bolívia foi impedido de regressar ao seu país, porque o avião militar que tranportava Evo Morales foi proibido de sobrevoar o espaço aéreo de França, Espanha, Itália e Portugal.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros português confirmou ter cancelado o sobrevoo de Portugal e aterragem em Lisboa, alegando "considerações técnicas" mas há fortes indícios de que se tenha tratado de uma “indicação” da CIA – Estados Unidos da América. A versão da CIA, de que Edward Snowden, acusado de espionagem pelos Estados Unidos, estava a bordo, revelou-se infundada.
As razões razoáveis do Governo de Portugal estão por esclarecer, mas não é de admirar que o ministro Paulo Portas estivesse muito nervoso com a sua demissão do Governo nesse mesmo dia…
A questão que se coloca é de saber se também foi a CIA que o mandou demitir-se, ou se o fez à revelia dos seus mentores.
Mas que foi um "bonito serviço" prestado às relações de Portugal com a América Latina, está-se mesmo a ver pelas justas reacções da Venezuela, Equador, Argentina, Peru, Uruguai e o que mais virá!
Do Brasil:
“O noticiado pretexto dessa atitude inaceitável – a suposta presença de Edward Snowden no avião do Presidente –, além de fantasiosa, é grave desrespeito ao Direito e às práticas internacionais e às normas civilizadas de convivência entre as nações. Acarretou, o que é mais grave, risco de vida para o dirigente boliviano e seus colaboradores”. Dilma Rousseff
Na foto, Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, com Paulo Portas, Min. Negócios Estrangeiros de Portugal.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros português confirmou ter cancelado o sobrevoo de Portugal e aterragem em Lisboa, alegando "considerações técnicas" mas há fortes indícios de que se tenha tratado de uma “indicação” da CIA – Estados Unidos da América. A versão da CIA, de que Edward Snowden, acusado de espionagem pelos Estados Unidos, estava a bordo, revelou-se infundada.
As razões razoáveis do Governo de Portugal estão por esclarecer, mas não é de admirar que o ministro Paulo Portas estivesse muito nervoso com a sua demissão do Governo nesse mesmo dia…
A questão que se coloca é de saber se também foi a CIA que o mandou demitir-se, ou se o fez à revelia dos seus mentores.
Mas que foi um "bonito serviço" prestado às relações de Portugal com a América Latina, está-se mesmo a ver pelas justas reacções da Venezuela, Equador, Argentina, Peru, Uruguai e o que mais virá!
Do Brasil:
“O noticiado pretexto dessa atitude inaceitável – a suposta presença de Edward Snowden no avião do Presidente –, além de fantasiosa, é grave desrespeito ao Direito e às práticas internacionais e às normas civilizadas de convivência entre as nações. Acarretou, o que é mais grave, risco de vida para o dirigente boliviano e seus colaboradores”. Dilma Rousseff
Na foto, Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, com Paulo Portas, Min. Negócios Estrangeiros de Portugal.
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2.7.13
Acordei sem ministro das finanças
Acordei sem ministro das finanças.
E foi como se o sol nascesse morto
Sobre a cidade estremunhada e triste
Incrédula, perdida e assustada.
De um dia para o outro, as esperanças
Eram ruínas, cinzas, pó e nada,
Secou a gasolina e a água canalizada,
E a própria economia não alavancava.
Gritava-se nas bolsas pelos lucros,
A banca, rota, clamava pelos juros;
E reclamava impostos, o Estado;
Na rua, uma voz proclamava:
O ministro partiu, que vá em paz
E que leve o Governo todo, atrás.
E foi como se o sol nascesse morto
Sobre a cidade estremunhada e triste
Incrédula, perdida e assustada.
De um dia para o outro, as esperanças
Eram ruínas, cinzas, pó e nada,
Secou a gasolina e a água canalizada,
E a própria economia não alavancava.
Gritava-se nas bolsas pelos lucros,
A banca, rota, clamava pelos juros;
E reclamava impostos, o Estado;
Na rua, uma voz proclamava:
O ministro partiu, que vá em paz
E que leve o Governo todo, atrás.
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