mas não tem petróleo
Com aquele humor de fino recorte e superior inteligência que os orgãos de “comunicação social” muito valorizam, só comparável às vulgaridades de Manoel de Oliveira, proferiu Pinto da Costa esta enormidade: “O Porto não tem petróleo!”.
A minha indignação, entenda-se, não é tanto por causa do que ele disse mas sim pelo que ele não disse: que o Porto, se não tem petróleo, tem ouro e muito.
Desde logo, o rio, o Rio Douro. Mas também os cafés Âncora d’Ouro (o "Piolho") e Chave d’Ouro, o cinema Águia d’Ouro e um mijadouro que se situava até há pouco tempo por baixo de uma igreja.
Qualquer portuense sabe disto como é o caso do presidente do "FQP", mas uma vez mais se prova que ser portuense não é ser portista.
Bibó Salgueiros, carago!
30.12.09
29.12.09
Cuba e a Democracia
As autoridades “de facto” preparam a comemoração da revolução cubana que derrubou o ditador corrupto e sinistro Fulgêncio Batista, no fim de 1958, o qual viria a refugiar-se em Portugal (Ilha da Madeira e Estoril)acabando por morrer em Espanha.
«Una programación especial en saludo al aniversario 51 del Triunfo de la Revolución se desarrollará desde este fin de semana hasta el 3 de enero en todo el país»
Granma.cu
Tratava-se de uma revolução porque punha cobro a uma ditadura e inaugurava um regime ideologicamente contrário ao anterior, além de que reunia um amplo apoio popular.
DA HISTÓRIA
A princípio, a revolução conciliava no poder instituído as três tendências típicas do século XX: conservadores, reformistas e revolucionários, e as correspondentes contradições entre o poder económico da burguesia e um poder político em confronto com ele. O processo revolucionário depressa venceria essa contradição. Para corresponder aos anseios da população, baixaram os preços de bens essenciais como a habitação e a electricidade; foram feitos investimentos enormes na educação e em obras públicas que deram muitos empregos; foi implementada uma reforma agrária de grande alcance para o desenvolvimento produtivo, para o emprego e para a expulsão dos interesses norte-americanos muito ligados aos latifúndios existentes. Mas se todas estas medidas tinham um caracter revolucionário e anti-imperialista, não apontavam ainda claramente para um regime socialista. E se pode dizer-se que depois de Outubro de 1960 tudo configurava um regime socialista, esta questão da caracterização ideológica continuou quase sempre indefenida e polémica.
OS VÍCIOS DO PODER
O dirigente da revolução chamar-lhe-ia mais tarde cubanismo, para distinguir de comunismo. Mas copiou o que o “socialismo real” praticava de melhor e de pior – a democratização económica, da saúde e do ensino, a par com a censura total e a polícia política, a repressão das liberdades cívicas, a imposição do partido-único, a concentração pessoal do poder e o culto da personalidade do líder.
Julgando-se mais iluminados que o Papa e mais mandatados que Jesus Cristo, salvadores a quem o povo libertado tudo deve, a quem o povo estúpido nada tem para dizer, instalaram-se no Poder com armas e polícias e ali se impuseram para a (sua) eternidade. Ou, nas palavras de Fidel, « para assegurar a continuidade da Revolução quando aqui já não estejam os seus dirigentes históricos».
O deputado cubano Jorge Lezcano Pérez exprime o que eu chamaria o argumentário subterrâneo da ditadura cubana, num artigo sobre « las grandes diferencias entre las elecciones capitalistas y las de nuestra Revolución». É suposto que o artigo dê conta de um inquérito do «Instituto Latinobarómetro» (ONG chilena), realizado em 2003 em 17 países mas é notório que J.Pérez selecciona dos estudos daquele Instituto o que lhe convém e mesmo assim tem que recuar a 2003 !
«Registró que sólo el 11% de los encuestados tienen confianza en los partidos políticos, el 42% estaría dispuesto a votar por un partido, el 27% confía en el Congreso y el 28% en el gobierno; los que aprueban al gobierno llegan nada más que al 24%. Los que respondieron sentir satisfacción con la democracia fueron solamente el 28%. El 69% respondió que más que partidos políticos y congresos lo que hace falta es un líder decidido que se ponga a resolver los problemas. Y al 52% no le importaría que un gobierno no democrático llegara al poder si pudiera resolver los problemas económicos».
O cinismo do regime nesta matéria vai ao ponto de “justificar” a proibição de propaganda eleitoral para todos, com a afixação das candidaturas nos locais adequados, pelas autoridades competentes. E mais: "Todos têm o direito de participar, até os chamados dissidentes. O que acontece é que estes não conseguem reunir apoio" (Jorge Castro Benítez, embaixador cubano em Portugal, noutra oportunidade) .
Num país onde todos os orgãos de comunicação - Granma, Juventud Rebelde, Cubavision, Trabajadores, Radio Rebelde, Radio Relojsocial - são propriedade e direcção do partido único, recheados de títulos, subtítulos e artigos com a propaganda política da mais primária e personalista, pouco variando entre “¡Gracias Fidel!” y “saludos al triunfo de la Revolución”, a proibição de campanhas eleitorais é um duplo insulto – à liberdade e à inteligência.
Quando me falam da elevada percentagem com que Fidel ou Raúl ganham as eleições, eu tenho que perguntar que resultados tiveram "os outros candidatos" !
Ainda há um mês me referi AQUI à perseguição e violência exercida contra uma jovem cubana, pelas opiniões que exprimia no seu blogue. Há poucos dias soubemos da prisão de um estrangeiro por estar a distribuir telemóveis – essas armas letais... contra o obscurantismo - nas ruas de Havana. Será necessário percorrer as dezenas de anos de repressão do regime para envergonhar aqueles que o defendem? Se o bloqueio económico dos EUA ou os atentados falhados contra Fidel justificassem este regime de excepção permanente, para que serviriam os herois vivos e mortos desta revolução?
Mas nada disso impedirá Raúl de Castro de voltar a citar José Marti, como fez há um ano: «A liberdade é muito cara. É necessário, ou resignar-se a viver sem ela, ou decidir-se comprá-la pelo seu preço».
Será que alguém o ouve desta vez?
«Una programación especial en saludo al aniversario 51 del Triunfo de la Revolución se desarrollará desde este fin de semana hasta el 3 de enero en todo el país»
Granma.cu
Tratava-se de uma revolução porque punha cobro a uma ditadura e inaugurava um regime ideologicamente contrário ao anterior, além de que reunia um amplo apoio popular.
DA HISTÓRIA
A princípio, a revolução conciliava no poder instituído as três tendências típicas do século XX: conservadores, reformistas e revolucionários, e as correspondentes contradições entre o poder económico da burguesia e um poder político em confronto com ele. O processo revolucionário depressa venceria essa contradição. Para corresponder aos anseios da população, baixaram os preços de bens essenciais como a habitação e a electricidade; foram feitos investimentos enormes na educação e em obras públicas que deram muitos empregos; foi implementada uma reforma agrária de grande alcance para o desenvolvimento produtivo, para o emprego e para a expulsão dos interesses norte-americanos muito ligados aos latifúndios existentes. Mas se todas estas medidas tinham um caracter revolucionário e anti-imperialista, não apontavam ainda claramente para um regime socialista. E se pode dizer-se que depois de Outubro de 1960 tudo configurava um regime socialista, esta questão da caracterização ideológica continuou quase sempre indefenida e polémica.
OS VÍCIOS DO PODER
O dirigente da revolução chamar-lhe-ia mais tarde cubanismo, para distinguir de comunismo. Mas copiou o que o “socialismo real” praticava de melhor e de pior – a democratização económica, da saúde e do ensino, a par com a censura total e a polícia política, a repressão das liberdades cívicas, a imposição do partido-único, a concentração pessoal do poder e o culto da personalidade do líder.
Julgando-se mais iluminados que o Papa e mais mandatados que Jesus Cristo, salvadores a quem o povo libertado tudo deve, a quem o povo estúpido nada tem para dizer, instalaram-se no Poder com armas e polícias e ali se impuseram para a (sua) eternidade. Ou, nas palavras de Fidel, « para assegurar a continuidade da Revolução quando aqui já não estejam os seus dirigentes históricos».
O deputado cubano Jorge Lezcano Pérez exprime o que eu chamaria o argumentário subterrâneo da ditadura cubana, num artigo sobre « las grandes diferencias entre las elecciones capitalistas y las de nuestra Revolución». É suposto que o artigo dê conta de um inquérito do «Instituto Latinobarómetro» (ONG chilena), realizado em 2003 em 17 países mas é notório que J.Pérez selecciona dos estudos daquele Instituto o que lhe convém e mesmo assim tem que recuar a 2003 !
«Registró que sólo el 11% de los encuestados tienen confianza en los partidos políticos, el 42% estaría dispuesto a votar por un partido, el 27% confía en el Congreso y el 28% en el gobierno; los que aprueban al gobierno llegan nada más que al 24%. Los que respondieron sentir satisfacción con la democracia fueron solamente el 28%. El 69% respondió que más que partidos políticos y congresos lo que hace falta es un líder decidido que se ponga a resolver los problemas. Y al 52% no le importaría que un gobierno no democrático llegara al poder si pudiera resolver los problemas económicos».
O cinismo do regime nesta matéria vai ao ponto de “justificar” a proibição de propaganda eleitoral para todos, com a afixação das candidaturas nos locais adequados, pelas autoridades competentes. E mais: "Todos têm o direito de participar, até os chamados dissidentes. O que acontece é que estes não conseguem reunir apoio" (Jorge Castro Benítez, embaixador cubano em Portugal, noutra oportunidade) .
Num país onde todos os orgãos de comunicação - Granma, Juventud Rebelde, Cubavision, Trabajadores, Radio Rebelde, Radio Relojsocial - são propriedade e direcção do partido único, recheados de títulos, subtítulos e artigos com a propaganda política da mais primária e personalista, pouco variando entre “¡Gracias Fidel!” y “saludos al triunfo de la Revolución”, a proibição de campanhas eleitorais é um duplo insulto – à liberdade e à inteligência.
Quando me falam da elevada percentagem com que Fidel ou Raúl ganham as eleições, eu tenho que perguntar que resultados tiveram "os outros candidatos" !
Ainda há um mês me referi AQUI à perseguição e violência exercida contra uma jovem cubana, pelas opiniões que exprimia no seu blogue. Há poucos dias soubemos da prisão de um estrangeiro por estar a distribuir telemóveis – essas armas letais... contra o obscurantismo - nas ruas de Havana. Será necessário percorrer as dezenas de anos de repressão do regime para envergonhar aqueles que o defendem? Se o bloqueio económico dos EUA ou os atentados falhados contra Fidel justificassem este regime de excepção permanente, para que serviriam os herois vivos e mortos desta revolução?
Mas nada disso impedirá Raúl de Castro de voltar a citar José Marti, como fez há um ano: «A liberdade é muito cara. É necessário, ou resignar-se a viver sem ela, ou decidir-se comprá-la pelo seu preço».
Será que alguém o ouve desta vez?
Etiquetas:
aniversario 51 de la Revolución cubana,
Cuba,
democracia,
ditadura,
Raúl Castro
26.12.09
O excesso de poder em Ceausescu
No dia 25 de Dezembro de 1989, Ceausescu, presidente da Roménia, foi condenado à morte e executado com a mulher, após julgamento militar sumário em que foi acusado de vários crimes, incluindo genocídio.
Oito dias antes, o seu regime tinha dado ordens para que as forças militares disparassem contra manifestantes anticomunistas, mas a rebelião alastrou-se por todo o país e as próprias forças armadas acabaram por juntar-se aos manifestantes. O regime de Ceauşescu caíu e ele ensaiou uma fuga de helicóptero mal sucedida.
Ao contrário do que possa parecer, Ceausescu não era um fiel seguidor da política soviética. Apesar do seu percurso político, em que foi membro do Partido Comunista Romeno, na altura ilegal, antes da Segunda Guerra Mundial e preso em 1936 e 1940, o dirigente da Roménia distanciou-se mais tarde da União Soviética, acabou com a participação activa da Roménia no Pacto de Varsóvia, e condenou a invasão da Checoslováquia em 1968.
Quando se tornou Presidente da Roménia, em 1974, manteve a sua posição independente. Foi o primeiro país do Bloco de Leste a estabelecer relações oficiais com a Comunidade Europeia. Mas se esta atitude de insubmissão à URSS o tornavam admirado pelo seu povo, não faltavam razões contrárias. Desde logo o seu culto da personalidade com expressão desmesurada, o seu autoritarismo ditatorial e a sua incompetência para resolver problemas essenciais da economia e da população.
Após uma década de industrialização acelerada que levou à acumulação da dívida externa, os anos 80 apresentam uma grave crise económica que Ceausescu tenta resolver com a exportação de grande parte da produção agrícola e industrial do país. Mas com isso sacrifica o acesso ao consumo interno de bens essenciais.
Enquanto isto, desenvolve o culto da personalidade até ao ridículo, promove a sua família aos mais altos cargos e manda construir um palácio faraónico onde consome um milhão de m3 de mármore, 200 mil m2 de tapetes e 900 mil m3 de madeira, envolve mais de 20 mil operários e 200 arquitectos, dia e noite, e sacrifica as casas de 40 mil pessoas que habitavam naquele espaço com sete quilómetros quadrados de bairros históricos de Bucareste.
Foi chamado a Casa do Povo mas o povo diz que «foi traumático termos de sair de uma casa bonita num bloco de apartamentos. Foi uma tragédia, muitos suicidaram-se». É o segundo maior edifício do mundo, a seguir ao Pentágono.
Elena Ceauşescu não se portou melhor. É acusada de uma política de saúde desastrosa que levaria, nomeadamente, a uma das maiores epidemias, incluindo casos pediátricos, no mundo ocidental.
No meio de todas as aparentes contradições extrai-se pelo menos a certeza do costume: que o excesso de poder é o que há de pior em política, independentemente do regime.
Etiquetas:
Ceausescu,
comunismo,
culto da personalidade,
Roménia
24.12.09
PS contra PS
A birra do PS contra o resultado das eleições legislativas de 2009 era mais gritante do que a dramatização patética da Presidência da República nos últimos meses, mas a opinião publicada não se dava conta. Perdiam-se os “opinion makers” no côro dos argumentos e contra-argumentos dos partidos: ora que o PS não percebeu ainda que perdeu a maioria absoluta, ora que a Oposição não percebeu que o PS deve governar com o seu programa e não outro, ora agora repito eu, ora agora repetes tu, ora repetimos todos ao mesmo tempo para que isto se pareça mais com um debate.
José Sócrates provocava, os dirigentes do PS provocavam, já havia vidros partidos, cabeças rachadas, mortos pelas ruas, quando se começou a dizer que havia um problema: o PS não aceitava os resultados eleitorais. Governar em maioria relativa, governar com os outros partidos, era-lhe insuportável. O golpe-de-estado democrático fazia o seu curso no PS e a arrogância política dava lugar à insolência verbal. Contra todos os partidos e sem deixar de fora o próprio Presidente da República.
Chegados ao ponto de ruptura desejado pelo PS, já não se discutirá como vai José Sócrates governar em maioria relativa, mas sim, até quando!
Já o PPD sonhou para si «um governo, uma maioria, um presidente» Mas não se recusava a governar; era “apenas” um sonho... Nada que a aventura do PS, em curso, não possa proporcionar finalmente ao PSD.
Etiquetas:
Governo PS,
José Sócrates,
maioria relativa
18.12.09
Heróis cobardes
Em defesa de Vlasov – só para ter o prazer de contrariar o estimado autor do post – a primeira ideia que me ocorreu, foi de imaginar o que aconteceria aos grandes heróis consagrados pela História – se os há pequenos – no caso de terem perdido as suas lutas e daí decorrer a sua tortura pelos vencedores. Tarefa árdua e ociosa, que além de obrigar a uma pesquisa fastidiosa, teria por conclusão uma hipótese mais ou menos fantasiosa.
Outra ideia, inspirada pelo método literário e cinematográfico, mas também pelo método indutivo das ciências, era pegar numa personagem supostamente exemplar e, com essa árvore, pretender retratar uma floresta humana; isto é, demonstrar que o comportamento de Vlasov era comum, normal. Mas esta ideia cheirava demasiado a sofisma para que o não fosse, e eu tenho os meus escrúpulos.
Da negação daquelas duas ideias – oh dialéctica bendita! – emergiu a solução que adoptei: negar a insinuada representatividade do caso Vlasov, afinal uma história individual, e negar a verosimilhança das confissões sob o efeito de tortura (ou ameaça de castigo físico cruel, se não é o mesmo).
Mas valerá a pena? Quem conhece Vlasov, afinal, além do António Teixeira e, seguramente, do meu amigo João Ferro? Ele não é Trotsky, por muito semelhante que fosse a sua crítica do regime soviético – que não a sua visão alternativa. Ele não é Kruchov ou Gorbachov… Ele não é senão uma figura apagada (!) da História, a quem eu, e António Teixeira antes de mim, fizemos o favor de atribuir alguma importância nos nossos blogues.
E que tal se falássemos de Himmler, o chefe da polícia nazista que abandonou Hitler e tentou entregar a Alemanha para os Aliados em troca de sua liberdade? Não teve melhor sorte que Vlasov, correndo no sentido contrário ao deste, mas sempre é mais conhecido.
Ok, eu sei que não temos que fazer um concurso de traidores...
Nota:
"O Beijo de Judas" de Michelangelo Caravaggio, inserido no topo deste post, não documenta as personagens desta história, como já terão reparado...
7.12.09
Opções do Governo
Quanto ao orçamento "redistributivo" actualmente em discussão...
Isto é: a receita do IRC (imposto sobre os lucros), diminui 22,8% relativamente ao cobrado em 2008, enquanto o IRS (que incide fundamentalmente sobre os trabalhadores), diminui apenas 3,6%. A maior quebra de receita acontece no IVA, menos 18,9%, o que alguns atribuem a uma perda assinalável de eficiência fiscal.
É justo? É democrático? É a preocupação com "as empresas" e com as famílias... dos empresários!
NOTÍCIA
A generalidade dos bens de consumo mais comuns são mais caros em Lisboa do que em Londres segundo um estudo da PriceRunner International, empresa que compara preços a nível mundial.
Governabilidade ou cumplicidade
De tanto repetirem uma mentira, acabaram por se enganarem a si próprios. É vulgar. De tantas vezes falarem em “governo eleito”, sabendo que o Governo não é eleito mas sim os deputados, e por isso se designam eleições legislativas, fingem-se espantados e afirmam-se indignados porque a maioria não é do PS. É o que os portugueses quiseram; não se importam? Ou então acabem com as eleições...
Assim não é possível governar? Assim não é possível governar contra tudo e contra todos, é só isso. Haja um um sentido claro, uma estratégia credível e um discurso de verdade, e talvez seja tudo mais fácil. Ou julgavam que atirando a esquerda contra a direita, um dia, e a direita contra a esquerda, no dia seguinte, a caravana do oportunismo político ia passando e rindo como tantas vezes tem acontecido na história do PS? Assumam-se!
Em Novembro de 2008, quando tinha maioria absoluta, a bancada do PS aprovou, sozinha, em votação na generalidade, a proposta de Orçamento do Estado para 2009, contra a votação de toda a oposição, do Bloco de Esquerda ao CDS-PP. Ora aí está o sentido de cooperação do PS !
Que a Oposição, apesar de estar agora em maioria, viabilize a aprovação do orçamento, como tudo indica, a fim de evitar “um contexto de crise governativa”, não lhes basta. Exigem, além disso, a cumplicidade com as suas políticas sejam elas quais forem.
Já cá faltava uma ajudinha da Igreja :
«O momento político que Portugal vive, exige a solidariedade entre forças partidárias que ofereçam condições de governabilidade ao País. Diante de “dificuldades graves” que Portugal atravessa, é necessário encontrar soluções “com bastante sustentabilidade e que tenham resistência perante as forças de interesses que não deixarão de vir a terreno”».
Do resto da notícia se compreende que esta intervenção de D. Carlos Azevedo, Presidente da Comissão de Pastoral Social da Igreja Católica, apela à resignação da Oposição que recebeu a maioria dos votos populares. É a caridade.
Etiquetas:
governabilidade,
Governo PS,
Oposição política,
Orçamento de Estado
5.12.09
3.12.09
«Momento emocionante»
«Momento emocionante, o último encontro com Catherine Ashton (na foto) na sua qualidade de comissária do Comércio, na véspera de assumir o seu novo cargo de Ministra dos Negócios Estrangeiros da UE». São palavras de Vital Moreira no Causa Nossa
"Está no papo!", quererá ele dizer também com aquela mãozinha por cima do ombro. Mas é claro que não passa de intenções.
Etiquetas:
Catherine Ashton,
UE,
Vital Moreira
Subscrever:
Mensagens (Atom)