Acerca do meu artigo anterior “Radicais, oportunistas e outros comunistas”, já era de esperar que os pseudo-radicais ou os oportunistas, ambos oportunistas afinal, espumassem pela boca aquele fel que vem de mentes mal alimentadas. Não os reprovo, tenho pena. Sobretudo quando vêm das fileiras mais generosas da política, da barricada mais consolidada da resistência ao capitalismo. Mas que posso eu fazer senão continuar a provocar a reflexão, na esperança de que, “na intimidade do seu pensamento livre e calmo”, se disponham a seguir a recomendação de Lenine: “Aprender, aprender, aprender sempre!” ?
Falei em “pseudo-radicais” porque perfilho a observação de Karl Marx: “Ser radical é resolver os problemas na sua própria raiz”. Isto é, radical opõe-se a superficial e não como alguns querem fazer crer, a tolerante ou democrata. Ser radical é ir ao fundo das questões. Não é vociferar ou insultar, é argumentar, é desmentir o erro por via racional. Não é do “socialismo científico” que o comunismo se reclama? Registo a indisponibilidade de alguns para o debate das ideias e lamento que o seu marxismo não chegue até aí. Mas compreendo que nem sempre são estas que os movem.
Quanto aos pseudo-radicais são aqueles que mereceram um trabalho de fundo, realizado por Lenine sob o título “A doença infantil do comunismo”. Nesse ensaio, o fundador do comunismo desenvolve uma larga denúncia desta forma de oportunismo de esquerda que ficou consagrada como “esquerdismo” e que recusa qualquer forma de compromisso com outros partidos, independentemente da sua conveniência estratégica, entre outros aspectos. Nisto se opõem, sem se darem conta, àquela afirmação de Álvaro Cunhal em que ele afirmava que, para defender os interesses da classe trabalhadora, seria capaz de fazer pactos até com o diabo (cito de cor). Que falta faz esta lucidez no partido que ficou depois dele!
Quanto ao oportunismo entre os comunistas, também não tive eu o mérito de os denunciar. Quase se pode abrir à sorte uma qualquer obra dos fundadores do comunismo para encontrar aquela expressão ou uma sua equivalente, o “revisionismo”. Leia-se, por exemplo, em Lenine: «... se não se derrota previamente o oportunismo dentro do movimento operário, não haverá ditadura do proletariado». O problema que decorre daqui é o de sempre: quem julga... o que é oportunismo? Será oportunismo exercer a crítica interna? E não a exercer, não será?
Se falei contra “o dogmatismo”, também foi líder da revolução soviética que me inspirou, quando escreveu ( Cartas sobre táctica): « “A nossa doutrina não é um dogma mas um guia para a acção”, disseram sempre Marx e Engels, zombando com razão daqueles que aprendiam de memória e repetiam “fórmulas” ...».
Digamos, finalmente, que faço algum esforço para não ser pseudo-radical nem oportunista mas um dos muitos “outros”. E se Lenine já não está cá para me julgar, não vai ser qualquer “doente infantil do comunismo” que o vai fazer.
29.5.12
21.5.12
20.5.12
Porque hoje é domingo (16)
Não é preciso que isto faça sentido. Tampouco sei se é crença ou é metáfora, mas isso que importa? Como alguém disse, «não devemos permitir que a verdade estrague uma boa história».
Enfim, o que importa é que depois disto, Jesus Cristo só voltará um dia «para julgar os vivos e os mortos». Se demorar muito já não encontrará vivos os governantes da crise em curso, o que lhes poupará umas merecidas penitências dolorosas que, a ser Deus justo como se diz que é, passariam por ter que viver com ordenado mínimo, ter que pagar juros incomportáveis pela habitação, ter que experimentar o desemprego até à reforma ao nível mínimo… E não sendo isto por eles entendido como penitência mas sim austeridade, oportunidade, adequação à realidade, sofreriam ainda algumas torturas adicionais que apesar de tudo também são correntes nas condições de vida e de trabalho de muitos dos seus governados.
A encontrá-los mortos, o pior que lhes pode acontecer é que Deus os ressuscite para terem que viver no mundo que criaram. O problema é que, se Deus fosse justo, eles nunca teriam sido governantes. Depois, há que ter sempre em conta o que dizem as sagradas escrituras: que Jesus, tendo subido ao Céu, ficou sentado “à direita” de Deus. Isto sim, pode explicar muita coisa…
Ascensão de Cristo, de Domingos Sequeira
Hoje, 20 de Maio, a Igreja celebra a Festa da Ascensão, isto é, da subida de Jesus ao Céu.
Enfim, o que importa é que depois disto, Jesus Cristo só voltará um dia «para julgar os vivos e os mortos». Se demorar muito já não encontrará vivos os governantes da crise em curso, o que lhes poupará umas merecidas penitências dolorosas que, a ser Deus justo como se diz que é, passariam por ter que viver com ordenado mínimo, ter que pagar juros incomportáveis pela habitação, ter que experimentar o desemprego até à reforma ao nível mínimo… E não sendo isto por eles entendido como penitência mas sim austeridade, oportunidade, adequação à realidade, sofreriam ainda algumas torturas adicionais que apesar de tudo também são correntes nas condições de vida e de trabalho de muitos dos seus governados.
A encontrá-los mortos, o pior que lhes pode acontecer é que Deus os ressuscite para terem que viver no mundo que criaram. O problema é que, se Deus fosse justo, eles nunca teriam sido governantes. Depois, há que ter sempre em conta o que dizem as sagradas escrituras: que Jesus, tendo subido ao Céu, ficou sentado “à direita” de Deus. Isto sim, pode explicar muita coisa…
14.5.12
Desemprego e oportunidade
O presidente do partido vencedor das últimas eleições e, por força disso, Primeiro-Ministro de Portugal, disse que «Estar desempregado (…) tem de representar também uma oportunidade para mudar de vida».
Eu diria apenas que Passos Coelho perdeu uma grande oportunidade para ficar calado, mas àqueles cuja fé inquebrantável na Direita ainda pode ser iluminada pela razão, recomendo a leitura do artigo que segue.
A Zona do Euro está à beira dos 11 por cento de desemprego (10,9 por cento) e a União Europeia aproxima-se dos 25 milhões de desempregados, segundo os dados oficiais da UE divulgados na última quarta-feira pelo Eurostat.
Portugal é agora o terceiro país com a mais elevada taxa de desemprego na União e na Zona do Euro – 15,3 por cento. A Grécia está com 21,7 e a Espanha com 24,1, números relativos a janeiro deste ano. Em termos absolutos, o número de pessoas desempregadas na União Europeia aumentou 2,1 milhões entre março do ano passado e deste ano, 1,7 milhões das quais na Zona do Euro.
Estes são os efeitos da austeridade enquanto as instituições europeias e os governos continuam a considerar que tal política é compatível com a criação de emprego.
A Espanha e a Grécia são os países mais afetados pelo flagelo do desemprego. A taxa subiu na Espanha de 20,8 para 24,1 entre março de 2011 e janeiro de 2012, calculando-se que se situe atualmente nos 24,4 e ultrapasse os 25 por cento no final do ano. Na Grécia cresceu de 14,7 para 21,1 entre março de 2011 e janeiro de 2012 – a elevação mais rápida em termos absolutos no país onde as políticas de austeridade correspondem a dois processos de resgate em condições impostas pela troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu, FMI).
O desemprego em Portugal, de acordo com os dados do Eurostat, está atualmente em 15,3 por cento, o terceiro mais elevado na União e na Zona do Euro, contra 12,4 por cento há um ano. Em apenas um mês, de fevereiro para março deste ano, subiu 0,3 pontos – ritmo idêntico ao dos países com taxas mais elevadas. Mais da metade dos jovens com menos de 25 anos estão desempregados na Grécia (51,2 por cento) e na Espanha (51,1 por cento), mas em Portugal a taxa já atingiu os 35,4 por cento, uma elevação de 7,8 pontos percentuais em apenas um ano. O desemprego feminino em Portugal cresceu de 12,9 para 15,1 num ano e o masculino aumentou de 12 para 15,5 por cento.
Ao nível da União Europeia a taxa de desemprego entre os jovens atingiu os 22,6 por cento, com 22,1 por cento na Zona Euro. Há 5,5 milhões de jovens com menos de 25 anos desempregados na União Europeia, 3,35 milhões dos quais na Zona do Euro. O desemprego na União Europeia está em progressão constante desde o segundo trimestre de 2008, coincidindo com o período de lançamento das políticas de austeridade e de reformas das leis trabalhistas em vários países, registrando-se apenas uma ligeira inflexão conjuntural no primeiro trimestre de 2011.
Fonte: BE Internacional. Artigo integralmente copiado de ANNCOL-Brasil com realçados meus.
Outra de muitas fontes: sapo.pt (11 de Maio)
Eu diria apenas que Passos Coelho perdeu uma grande oportunidade para ficar calado, mas àqueles cuja fé inquebrantável na Direita ainda pode ser iluminada pela razão, recomendo a leitura do artigo que segue.
A Zona do Euro está à beira dos 11 por cento de desemprego (10,9 por cento) e a União Europeia aproxima-se dos 25 milhões de desempregados, segundo os dados oficiais da UE divulgados na última quarta-feira pelo Eurostat.
Portugal é agora o terceiro país com a mais elevada taxa de desemprego na União e na Zona do Euro – 15,3 por cento. A Grécia está com 21,7 e a Espanha com 24,1, números relativos a janeiro deste ano. Em termos absolutos, o número de pessoas desempregadas na União Europeia aumentou 2,1 milhões entre março do ano passado e deste ano, 1,7 milhões das quais na Zona do Euro.
Estes são os efeitos da austeridade enquanto as instituições europeias e os governos continuam a considerar que tal política é compatível com a criação de emprego.
A Espanha e a Grécia são os países mais afetados pelo flagelo do desemprego. A taxa subiu na Espanha de 20,8 para 24,1 entre março de 2011 e janeiro de 2012, calculando-se que se situe atualmente nos 24,4 e ultrapasse os 25 por cento no final do ano. Na Grécia cresceu de 14,7 para 21,1 entre março de 2011 e janeiro de 2012 – a elevação mais rápida em termos absolutos no país onde as políticas de austeridade correspondem a dois processos de resgate em condições impostas pela troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu, FMI).
O desemprego em Portugal, de acordo com os dados do Eurostat, está atualmente em 15,3 por cento, o terceiro mais elevado na União e na Zona do Euro, contra 12,4 por cento há um ano. Em apenas um mês, de fevereiro para março deste ano, subiu 0,3 pontos – ritmo idêntico ao dos países com taxas mais elevadas. Mais da metade dos jovens com menos de 25 anos estão desempregados na Grécia (51,2 por cento) e na Espanha (51,1 por cento), mas em Portugal a taxa já atingiu os 35,4 por cento, uma elevação de 7,8 pontos percentuais em apenas um ano. O desemprego feminino em Portugal cresceu de 12,9 para 15,1 num ano e o masculino aumentou de 12 para 15,5 por cento.
Ao nível da União Europeia a taxa de desemprego entre os jovens atingiu os 22,6 por cento, com 22,1 por cento na Zona Euro. Há 5,5 milhões de jovens com menos de 25 anos desempregados na União Europeia, 3,35 milhões dos quais na Zona do Euro. O desemprego na União Europeia está em progressão constante desde o segundo trimestre de 2008, coincidindo com o período de lançamento das políticas de austeridade e de reformas das leis trabalhistas em vários países, registrando-se apenas uma ligeira inflexão conjuntural no primeiro trimestre de 2011.
Fonte: BE Internacional. Artigo integralmente copiado de ANNCOL-Brasil com realçados meus.
Outra de muitas fontes: sapo.pt (11 de Maio)
11.5.12
Cambia, todo cambia
A presidente do Brasil tem exigido a redução das taxas de juros cobradas a pessoas físicas e empresas no país, no sentido de ampliar o crédito concedido. Há quem diga que ela se meteu na jaula dos leões.
De facto, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) emitiu um texto em que analisava o potencial "efeito negativo" dos juros mais baixos sobre a oferta de crédito. No relatório, assinado pelo economista-chefe da entidade, Rubens Sardenberg, argumenta-se que havia limites para a ampliação do crédito, como o alto nível de inadimplência (não pagamento de crédito na data de vencimento), e afirmou: "Você pode levar um cavalo até a beira do rio, mas não conseguirá obrigá-lo a beber água". Esta é a segunda "patada" da Febraban contra o governo de Dilma.
O governo do Brasil interpretou a metáfora do cavalo como uma provocação, e mobilizou o Ministério da Fazenda para exigir uma retratação. Rapidamente os principais bancos privados do país correram para tentar apagaziguar o conflito e, no início da noite desta terça-feira (8/5), a Federação divulgou uma nota para afirmar, desta vez, que o texto de Sardenberg não pode ser interpretado "como posicionamento oficial da entidade ou de seus associados". As medidas preconizadas por Dilma estão a ser concretizadas. Isto é: quando o dono quer mesmo, estes cavalos vão e bebem!
Porque ficaram os banqueiros tão colaborantes? Será porque lhes escapa algum do poder que “tradicionalmente” tinham por garantido, de influenciar ou determinar a política dos estados? A firmeza do governo brasileiro e o exemplo das nacionalizações na Venezuela, na Argentina e na Bolívia, como resposta ao boicote económico prosseguido por grandes empresas nesses países, obrigam estas a dar um passo atrás na sua ofensiva contra os interesses nacionais. Esperemos que aprendam qual é o seu lugar na sociedade.
Patética é a “preocupação” da Comissão Europeia com estas decisões soberanas de países sul-americanos por causa dos prejuízos que possam trazer-lhes!..., a avaliar por declarações do porta-voz de Comércio do CE, John Clancy.
Eu sei que Obama não é Lenine, que Dilma não é Rosa Luxemburgo e que Holande não é Trotsky. Mas algumas mudanças positivas ocorrem pelo mundo ocidental e, como disse Karl Marx, "as mudanças quantitativas operam mudanças qualitativas".
O título deste artigo invoca uma canção interpretada por Mercedes Sosa (na foto, sentada), genial cantora argentina que apoiou a eleição da presidente actual, Cristina Fernández de Kirchner (na foto, em pé).
Quadro inicial:
"Daniel na cova dos leões".
De facto, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) emitiu um texto em que analisava o potencial "efeito negativo" dos juros mais baixos sobre a oferta de crédito. No relatório, assinado pelo economista-chefe da entidade, Rubens Sardenberg, argumenta-se que havia limites para a ampliação do crédito, como o alto nível de inadimplência (não pagamento de crédito na data de vencimento), e afirmou: "Você pode levar um cavalo até a beira do rio, mas não conseguirá obrigá-lo a beber água". Esta é a segunda "patada" da Febraban contra o governo de Dilma.
O governo do Brasil interpretou a metáfora do cavalo como uma provocação, e mobilizou o Ministério da Fazenda para exigir uma retratação. Rapidamente os principais bancos privados do país correram para tentar apagaziguar o conflito e, no início da noite desta terça-feira (8/5), a Federação divulgou uma nota para afirmar, desta vez, que o texto de Sardenberg não pode ser interpretado "como posicionamento oficial da entidade ou de seus associados". As medidas preconizadas por Dilma estão a ser concretizadas. Isto é: quando o dono quer mesmo, estes cavalos vão e bebem!
Porque ficaram os banqueiros tão colaborantes? Será porque lhes escapa algum do poder que “tradicionalmente” tinham por garantido, de influenciar ou determinar a política dos estados? A firmeza do governo brasileiro e o exemplo das nacionalizações na Venezuela, na Argentina e na Bolívia, como resposta ao boicote económico prosseguido por grandes empresas nesses países, obrigam estas a dar um passo atrás na sua ofensiva contra os interesses nacionais. Esperemos que aprendam qual é o seu lugar na sociedade.
Patética é a “preocupação” da Comissão Europeia com estas decisões soberanas de países sul-americanos por causa dos prejuízos que possam trazer-lhes!..., a avaliar por declarações do porta-voz de Comércio do CE, John Clancy.
Eu sei que Obama não é Lenine, que Dilma não é Rosa Luxemburgo e que Holande não é Trotsky. Mas algumas mudanças positivas ocorrem pelo mundo ocidental e, como disse Karl Marx, "as mudanças quantitativas operam mudanças qualitativas".
O título deste artigo invoca uma canção interpretada por Mercedes Sosa (na foto, sentada), genial cantora argentina que apoiou a eleição da presidente actual, Cristina Fernández de Kirchner (na foto, em pé).
Quadro inicial:
"Daniel na cova dos leões".
Etiquetas:
América Latina,
banca,
Brasil,
Dilma Rusself,
economia,
nacionalizações,
UE e soberanias nacionais
10.5.12
Rescisões em tempo de nomeações
A propósito de uma mensagem que circula na Net, denunciando que há 29 assessores/adjuntos de ministérios, com idades entre os 24 e os 25 anos, que auferem cerca de 2 a 3 mil euros/mês ao serviço deste Governo PSD/CDS, ocorre-me publicar uma carta que enviei a um antigo colega de trabalho quando ele decidiu rescindir o seu contrato de trabalho:
Amigo, companheiro, granda malandro, PARABÉNS! Estou convencido que tomaste a decisão acertada ao rescindires com a empresa. Há nessa decisão um significado implícito de os mandar para o..., que a corja bem merece.
Esses... que se governam com o nosso trabalho, que se pavoneiam com a nossa subordinação e que se abotoam com os nossos descontos e impostos, não vão poupar ninguém e tanto lhes faz que um gajo trabalhe ou que seja "pensionista" desde que não sejamos da sua "família" - eles não sabem de nós, usam um filtro intelectual como os polícias de choque usam viseiras que distorcem a imagem daqueles a quem agridem. Por muito mal que façam, por muita injustiça que cometam, esse filtro mental com que se distanciam das suas vítimas, convertidas em números, dá-lhes coragem para se banquetearem sem vergonha nem arrependimento à mesa do orçamento que nós somos coagidos a pagar.
Metem nojo quando discursam diariamente com poses sacerdotais, esses abades sebosos que tanto proclamam o emagrecimento do Estado, para engordarem as suas empresas de forma ilimitada, mas que vão roendo tudo o que o Estado ainda possui, na orgia da sua governança de casta.
Quanto mais longe estivermos das empresas e dos organismos que eles dominam, menos sujos nos sentimos. E tu que sempre soubeste da condição de marginal que a maior parte de nós não quer reconhecer, estarás simbolicamente mais longe dessa porcaria encerada, estando afastado dos mecanismos de dominação e controlo pessoal que eles exercem. Já que não somos seus cúmplices morais, não temos que dar a cara por eles.
Desculpa esta incontinência literária mas com tantos purgantes verbais que nos inoculam pela "comunicação " social, uma pessoa chega a um ponto em que não contém as palavras.
Abraço amigo.
Amigo, companheiro, granda malandro, PARABÉNS! Estou convencido que tomaste a decisão acertada ao rescindires com a empresa. Há nessa decisão um significado implícito de os mandar para o..., que a corja bem merece.
Esses... que se governam com o nosso trabalho, que se pavoneiam com a nossa subordinação e que se abotoam com os nossos descontos e impostos, não vão poupar ninguém e tanto lhes faz que um gajo trabalhe ou que seja "pensionista" desde que não sejamos da sua "família" - eles não sabem de nós, usam um filtro intelectual como os polícias de choque usam viseiras que distorcem a imagem daqueles a quem agridem. Por muito mal que façam, por muita injustiça que cometam, esse filtro mental com que se distanciam das suas vítimas, convertidas em números, dá-lhes coragem para se banquetearem sem vergonha nem arrependimento à mesa do orçamento que nós somos coagidos a pagar.
Metem nojo quando discursam diariamente com poses sacerdotais, esses abades sebosos que tanto proclamam o emagrecimento do Estado, para engordarem as suas empresas de forma ilimitada, mas que vão roendo tudo o que o Estado ainda possui, na orgia da sua governança de casta.
Quanto mais longe estivermos das empresas e dos organismos que eles dominam, menos sujos nos sentimos. E tu que sempre soubeste da condição de marginal que a maior parte de nós não quer reconhecer, estarás simbolicamente mais longe dessa porcaria encerada, estando afastado dos mecanismos de dominação e controlo pessoal que eles exercem. Já que não somos seus cúmplices morais, não temos que dar a cara por eles.
Desculpa esta incontinência literária mas com tantos purgantes verbais que nos inoculam pela "comunicação " social, uma pessoa chega a um ponto em que não contém as palavras.
Abraço amigo.
9.5.12
O direito à dignidade
Se não nos deixais viver com dignidade, não vos deixamos governar com estabilidade!
Esta é a voz da Grécia que parece ouvir-se por entre as ruínas do seu edifício social, no rescaldo das eleições de Maio de 2012. Da Grécia, só porque foi o primeiro a chegar ao precipício.
Pesem, embora, todas as vicissitudes de que o país venha a ser acusado por outros, se sair do Euro, objectivamente os "vícios" da população não foram mais do que o processo de sobrevivência nas condições do regime instaurado pelas grandes famílias que ali se revezam no poder. Nada de muito original, de resto.
O resultado eleitoral da Grécia combinado com a eleição, na França, de um presidente crítico da austeridade, perturbou o ambiente dominante na União Europeia. Mas tudo indica que na Grécia, mais ainda do que em França, estão criadas condições para a revisão inevitável das políticas europeias. Apesar da própria União Europeia.
Esta é a voz da Grécia que parece ouvir-se por entre as ruínas do seu edifício social, no rescaldo das eleições de Maio de 2012. Da Grécia, só porque foi o primeiro a chegar ao precipício.
Pesem, embora, todas as vicissitudes de que o país venha a ser acusado por outros, se sair do Euro, objectivamente os "vícios" da população não foram mais do que o processo de sobrevivência nas condições do regime instaurado pelas grandes famílias que ali se revezam no poder. Nada de muito original, de resto.
O resultado eleitoral da Grécia combinado com a eleição, na França, de um presidente crítico da austeridade, perturbou o ambiente dominante na União Europeia. Mas tudo indica que na Grécia, mais ainda do que em França, estão criadas condições para a revisão inevitável das políticas europeias. Apesar da própria União Europeia.
7.5.12
Vitória da oportunidade
A derrota de Sarkozy (Maio 2012) foi muito importante por tudo o que ela significa. A vitória das esquerdas, essa, é muito importante pela oportunidade que abre aos respectivos partidos mas sobretudo aos cidadãos - a oportunidade de exigir uma nova política para a Europa, entre outras coisas. De facto!
2.5.12
E a caravana passa
Alguns empresários pseudo-doces, políticos pseudo-democratas, profissionais pseudo-jornalistas e comentadores pseudo-independentes, fazem lembrar aqueles cães que ladram enquanto a caravana passa.
(Foto recortada em pcp.pt)
(Foto recortada em pcp.pt)
Subscrever:
Mensagens (Atom)