UM CERTO CONCEITO
DE INDEPENDÊNCIA
Para que não se pense que a guerra da informação publicada se "limita" a matar jornalistas na Rússia, a comprar orgãos de Informação na Itália ou a prender jornalistas dissidentes em Cuba, aqui fica um recorte de notícia do PRAVDA que ajuda a perceber como a política dos EUA continua a apostar na contra-informação como arma e na corrupção como táctica. Mas também para compreender o contexto em que se insere o conflito interno venezuelano em torno da liberdade de informação.
«Um dos programas da Fupad (*), pelo qual recebeu 699.996 dólares do Departamento de Estado (dos EUA), em 2007, foi dedicado ao "desenvolvimento dos meios independentes na Venezuela" e para o jornalismo "via tecnologias inovadoras".
Os documentos evidenciam que mais de 150 jornalistas foram capacitados e treinados pelas agências estadunidenses e 25 páginas web foram financiadas na Venezuela com dinheiro estrangeiro. Espaço Público e IPYS foram os principais executores desse projeto em âmbito nacional, que também incluiu a outorga de "prêmios" de 25 mil dólares a vários jornalistas.
Durante os últimos dois anos, aconteceu uma verdadeira proliferação de páginas web, blogs e membros do Twitter e do Facebook na Venezuela que utilizam esses meios para promover mensagens contra o governo venezuelano e o presidente Chávez e que tentam distorcer e manipular a realidade sobre o que acontece no país».
Informação baseada em documentos recentemente desclassificados do Departamento de Estado dos Estados Unidos através da Lei de Acesso à Informação.
(*)A FUPAD é a Fundación Panamericana para el Desarrollo. Foi criada em 1962 nos Estados Unidos "mediante un acuerdo único de cooperación entre la Organización de Estados Americanos (OEA) y el sector privado. Es una organización independiente sin fines de lucro, cuyo objetivo es crear asociaciones con los sectores público y privado para asistir a las personas menos favorecidas de América Latina y el Caribe". Chegou em 2000 à Colômbia, país que se mostra muito agradecido como se pode ler AQUI.
30.7.10
29.7.10
23.7.10
A caminho do Paraíso
Para que não se diga "estou farto de ver este post, estas caras", por eu não mudar o artigo anterior - que mais farto de vê-las há um povo inteiro... - mas sobretudo para partilhar a consulta de um blogue que me agradou, agora que lhe dei mais atenção, aqui fica um excerto do que nele encontrei com agrado e surpresa.
«...
- Estou a conhecê-lo?
- É bem possível - eu não fugi de mim. Retirei-me temporariamente para este exílio, porque sois um país pobre e aparentemente livre.
- Os pobres não são livres.
- Depende do seu código de valores. Eu combato paraísos artificiais e em nome da minha liberdade, beijo uma flor, engraxo-lhe os sapatos.
- Estou a conhecê-lo.
...»
Sem querer voltar ao tema do meu post anterior, não sei se pensamos todos a mesma coisa quando falamos em "paraisos artificiais" mas, pense cada um o que pensar, vale a pena "trocar umas impressões sobre o assunto".
17.7.10
Também tu, Raúl?
Nestes dias, tem-se assistido a um patético e abusivo exercício de Poder em que Fidel Castro se mete à frente das câmaras de televisão para apagar a imagem e o papel político de Raúl Castro, nomeadamente após as mudanças que este fez no Governo e a libertação de presos políticos cubanos.
A nostalgia e o desespero dos mais decadentes actores do regime, obrigam Fidel Castro a este último estertor.
Na sua falta de capacidade e de coragem para assumir os erros do mapa que traçaram, não corrigem o mapa nem o rumo, agarram-se doentiamente ao leme numa vertigem tresloucada que precipita o país para um naufrágio à vista de Miami.
Sim, Fidel, tu és o Comandante, tu és indispensável; sem as tuas reflexiones, Cuba mergulharia no vazio intelectual; sem este frenesim de aparições públicas dos últimos dias, não haveria tabaco em Pinar del Río nem sol em Varadero nem mulheres bonitas e graciosas das ruas de Havana até Santiago – pobres viúvas de Fidel arrastando-se em dolorosos prantos.
Este é o panorama que me inspira o trabalho que segue, construído com imagens manipuladas de uma entrevista recente do “coma-andante” - como lhe chamam já muitos cubanos.
ENTREVISTA ESQUIZOFRÉNICA
(carregar no nariz para ampliar)
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11.7.10
Os pulmões do Estado
No seu discurso insistente contra "o peso excessivo do Estado" na vida da Sociedade, até parece que a Direita quer eliminar o Estado.
Não é verdade: eles só querem tirar-lhe os pulmões - esse sorvedouro de oxigénio! Tudo o resto é para continuar...
É tão fácil, hoje em dia, com anestesia.
Mas há ainda quem se interrogue:
- deve o Estado submeter-se à Economia ou a Economia submeter-se ao Estado?
CONSULTAS AVULSAS:
João Rodrigues, em "I online" 12Julho2010
Ana Gomes em "Causa Nossa" 12Julho2010
Eugénio Rosa em "resistir.info" em... 2007
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10.7.10
Betancourt e o dinheiro
Lembram-se daquelas imagens «comoventes» de Ingrid Betancourt, há 2 anos, elogiando as forças armadas colombianas pelo seu resgate das mãos das FARC(em que os militares de Uribe se fizeram passar por elementos da Cruz Vermelha)? E lembram-se do afectuoso aperto de mão dado a Álvaro Uribe, o presidente da Colômbia e autor de inúmeros «desaparecimentos» de sindicalistas e opositores políticos?
Agora a ingrata Ingrid vem exigir um rio de dinheiro, ao estado colombiano, pelas responsabilidades deste no sequestro de que foi alvo pelas FARC, ela que insistiu em desafiar as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia numa parte do território controlada por estas, mesmo depois de prevenida pelas autoridades oficiais sobre os riscos que corria. E quando «la propia doctora Ingrid Betancourt calificó como “perfecta”» a operação de resgate, como lembra agora um Comunicado oficial do governo colombiano.
Ela... e a família reclamam a indemnização por prejuízos morais e materiais que avaliam em mais de 15.400 milhões de pesos !
Será que Uribe vai desviar este dinheiro dos cofres do Estado – dinheiro dos contribuinte colombianos! – e merecer pelo menos mais um caloroso aperto de mão ? Claro que não, que isto não faz sentido em termos jurídicos (e menos ainda em termos morais).
Mas não é de crer que este gesto seja... gratuito. Ficamos à espera de sabê-lo.
Passo a transcrever dois recortes da notícia publicada no jornal colombiano Semana.com desta sexta-feira 9 de Julho de 2010.
«... Camilo Sánchez León - abogado e investigador del Centro de Estudios de Derecho, Justicia y Sociedad (Dejusticia) - aseguró que ningún juez en Colombia, ni en el mundo, puede responsabilizar al Estado por el tiempo que duró secuestrada Ingrid Betancourt. “Un juez no le puede decir al Estado cómo debió haber procedido”».
«... Jairo Libreros (experto en temas de seguridad )califica la postura de Ingrid Betancourt y su familia “de tener tintes oportunistas y de enriquecimiento personal” y que esta intención de demanda “puede ser asumida como su renuncia a la vida pública y a sus aspiraciones políticas”».
No mínimo – digo agora eu - o que se pode perceber é que não é a sorte dos colombianos perseguidos, torturados e mortos pelo estado, o que a preocupa!
Para este folhetim já dei alguns textos noutras oportunidades:
"A outra face","like a virgin", "Chamem a Betancourt", "DONDE ESTÁN ???"
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7.7.10
Engana-me que eu gosto
Enquanto Passos Coelho prepara as malas para viajar até S. Bento e ali abrir as portas a Portas, se necessário, José Sócrates abre as janelas do palácio (já não digo os portões!) aos ventos da esquerda, para acolher seus boletins de voto esvoaçantes.
Cansado de puxar sozinho a carroça nacional, apela à colaboração de quem pode ajudá-lo a sair do pântano. Apela, não, seduz, atrai, namora. Um sorriso para o lado de Alegre, um esgar para o lado de Passos, tudo bem ensaiado e acessorado, hei-lo a representar um papel novo de que se orgulhariam Jerónimo ou Louçã. “Espectáculo!” – diria Fernando Mendes.
E, no entanto, talvez seja um grande equívoco esta ideia dominante na opinião publicada, de que o PSD ganhará as próximas eleições que se prevêem antecipadas.
Mas não avisem o líder do PS – deixem-no dizer aquelas coisas que nos agrada tanto ouvir, nem que o faça apenas por mêdo e calculismo.
Recorte: Público 2010-07-06
Cansado de puxar sozinho a carroça nacional, apela à colaboração de quem pode ajudá-lo a sair do pântano. Apela, não, seduz, atrai, namora. Um sorriso para o lado de Alegre, um esgar para o lado de Passos, tudo bem ensaiado e acessorado, hei-lo a representar um papel novo de que se orgulhariam Jerónimo ou Louçã. “Espectáculo!” – diria Fernando Mendes.
E, no entanto, talvez seja um grande equívoco esta ideia dominante na opinião publicada, de que o PSD ganhará as próximas eleições que se prevêem antecipadas.
Mas não avisem o líder do PS – deixem-no dizer aquelas coisas que nos agrada tanto ouvir, nem que o faça apenas por mêdo e calculismo.
Recorte: Público 2010-07-06
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6.7.10
prisões mentais
Para informação dos dirigentes do PCP, Bernardino Soares que “desconhece” a existência de presos políticos em Cuba, Margarida Botelho e Odete Santos (para nomear apenas os que vi ou ouvi pronunciarem-se publicamente em defesa da "democracia" cubana), aqui fica um recorte do jornal brasileiro "Estadão"
« O ministro espanhol de Assuntos Exteriores, Miguel Ángel Moratinos, chegou nesta segunda-feira, 5, em Havana, onde tem marcadas reuniões com o governo cubano e representantes da Igreja Católica para apoiar o processo de diálogo sobre os presos políticos».
Em DN/GLOBO pode ler que «Fariñas, psicólogo e jornalista de 48 anos, iniciou uma greve de fome em Fevereiro passado (...) e pede ao Governo que sejam libertados 26 prisioneiros políticos doentes...»
Mas acrescento apenas mais um recorte de muitos possíveis, agora com origem na AFP:
« HAVANA — O número de presos políticos cubanos passou de 201 a 167 nos últimos seis meses, a cifra mais baixa desde a revolução de 1959, mas aumentaram a prisões de curta duração, afirmou nesta segunda-feira uma comissão ilegal sobre direitos humanos».
Com esta minha ajuda evitam sujar os olhos no blogue GeneraciónY onde muitos cubanos se referem aos factos e aos sentimentos não comandados.
Eu sei que lhes é mais conveniente invocar as prisões políticas dos comunistas portugueses de há dezenas de anos, mas por uma questão de oportunidade e de legitimidade moral, conviria ser menos... discriminatório e incoerente.
Também os poupo a tomar conhecimento de que as listas de passagem ao desemprego, actualmente a ser publicadas em Cuba, não podem ser objecto de manifestações de protesto...
Só não posso poupá-los à responsabilidade de descridibilizarem o PCP perante a base social com que poderiam contar se fossem sérios.
Nem posso poupá-los à responsabilidade moral perante a morte previsível de « Fariñas en estado agonizante tras más de cuatro meses en huelga de hambre». É que «nem todos os que riem das algemas são livres!».
AVISO: É possível que a imprensa cubana não refira as razões desta visita do ministro espanhol. Não estranhem...! Também é possível que Albano Nunes (Secretariado) considere este artigo «de contornos fascizantes» mas isso já é de outro fôro.
« O ministro espanhol de Assuntos Exteriores, Miguel Ángel Moratinos, chegou nesta segunda-feira, 5, em Havana, onde tem marcadas reuniões com o governo cubano e representantes da Igreja Católica para apoiar o processo de diálogo sobre os presos políticos».
Em DN/GLOBO pode ler que «Fariñas, psicólogo e jornalista de 48 anos, iniciou uma greve de fome em Fevereiro passado (...) e pede ao Governo que sejam libertados 26 prisioneiros políticos doentes...»
Mas acrescento apenas mais um recorte de muitos possíveis, agora com origem na AFP:
« HAVANA — O número de presos políticos cubanos passou de 201 a 167 nos últimos seis meses, a cifra mais baixa desde a revolução de 1959, mas aumentaram a prisões de curta duração, afirmou nesta segunda-feira uma comissão ilegal sobre direitos humanos».
Com esta minha ajuda evitam sujar os olhos no blogue GeneraciónY onde muitos cubanos se referem aos factos e aos sentimentos não comandados.
Eu sei que lhes é mais conveniente invocar as prisões políticas dos comunistas portugueses de há dezenas de anos, mas por uma questão de oportunidade e de legitimidade moral, conviria ser menos... discriminatório e incoerente.
Também os poupo a tomar conhecimento de que as listas de passagem ao desemprego, actualmente a ser publicadas em Cuba, não podem ser objecto de manifestações de protesto...
Só não posso poupá-los à responsabilidade de descridibilizarem o PCP perante a base social com que poderiam contar se fossem sérios.
Nem posso poupá-los à responsabilidade moral perante a morte previsível de « Fariñas en estado agonizante tras más de cuatro meses en huelga de hambre». É que «nem todos os que riem das algemas são livres!».
AVISO: É possível que a imprensa cubana não refira as razões desta visita do ministro espanhol. Não estranhem...! Também é possível que Albano Nunes (Secretariado) considere este artigo «de contornos fascizantes» mas isso já é de outro fôro.
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5.7.10
Refém cubano
Cuba exibe em anúncio publicitário de televisão, as maravilhas que o país oferece... aos turistas. É o retrato de um país que esconde as suas misérias atrás de um imaginário virtual, que esconde o clima repressivo com a propaganda turística.
A expressividade musical e plástica em que o povo cubano é tão rico, faz-nos esquecer o poema censurado, a criatividade reprimida. A arte não pode exprimir o pensamento livre, o sentimento profundo; se não quiser ser apologética do regime tem que ser inóqua, pelo menos, e divertida, de preferência – como tudo o que tem qualidade em Cuba, não tem que servir os nacionais mas sim os turistas enquanto consumidores indiferenciados, enquanto mercado.
Restam as anedotas e os blogues onde o dono do país, ex-revolucionário, pode ser tratado por "kk-mandante" e o regime pode ser desmistificado . Em pequena escala, é certo, nada que ponha o regime em causa, por si só – ele que possui e distribui toda a Informação que circula no país.
É possível, através da net, difundir que um preso político está à beira da morte, em greve de fome? Faz-se uma comemoração dos dez anos sobre a restituição de Elian González a Cuba, isto é, ao pai que vive em Cuba, e bem podem morrer mais cinco ou dez presos políticos.
Não faltam os sequazes, nesta luta desigual em que os hipócritas ganham promoções e os corajosos ganham as grilhetas.
No triptico seguinte veremos um caso representativo do grande equívoco cubano.
1. Na sequência de uma tentativa de fuga de Cuba para os EUA, há 10 anos, um naufrágio vitimou a mãe de Elian e outras pessoas mas a guarda costeira norte americana conseguiu resgatar o corpo do menino ainda com vida.
2. O menino foi entregue a familiares que viviam em Miami, tendo o governo cubano reclamado a entrega ao pai que vivia em Cuba. As autoridades norte-americanas acabaram por resgatar o menino da posse dos familiares que reagiram violentamente, e Elian foi entregue ao pai em Junho de 2000.
3. Há dias o Consejo de Iglesias de Cuba realizou um “culto conmemorativo” do regresso do menino Elian a Cuba, estando presentes várias autoridades do governo bem como Raul Castro e o próprio Elian. Sobre as razões que estão por trás das vítimas de naufrágios como este, nada se disse!
Enquanto Elian não tem oportunidade de expressar livremente a sua vontade de permanecer em Cuba ou prosseguir uma fuga com o pai..., para outro país qualquer, o agora jovem Elian González continuará refém das “comemorações” e outras iniciativas políticas do regime.
A expressividade musical e plástica em que o povo cubano é tão rico, faz-nos esquecer o poema censurado, a criatividade reprimida. A arte não pode exprimir o pensamento livre, o sentimento profundo; se não quiser ser apologética do regime tem que ser inóqua, pelo menos, e divertida, de preferência – como tudo o que tem qualidade em Cuba, não tem que servir os nacionais mas sim os turistas enquanto consumidores indiferenciados, enquanto mercado.
Restam as anedotas e os blogues onde o dono do país, ex-revolucionário, pode ser tratado por "kk-mandante" e o regime pode ser desmistificado . Em pequena escala, é certo, nada que ponha o regime em causa, por si só – ele que possui e distribui toda a Informação que circula no país.
É possível, através da net, difundir que um preso político está à beira da morte, em greve de fome? Faz-se uma comemoração dos dez anos sobre a restituição de Elian González a Cuba, isto é, ao pai que vive em Cuba, e bem podem morrer mais cinco ou dez presos políticos.
Não faltam os sequazes, nesta luta desigual em que os hipócritas ganham promoções e os corajosos ganham as grilhetas.
No triptico seguinte veremos um caso representativo do grande equívoco cubano.
1. Na sequência de uma tentativa de fuga de Cuba para os EUA, há 10 anos, um naufrágio vitimou a mãe de Elian e outras pessoas mas a guarda costeira norte americana conseguiu resgatar o corpo do menino ainda com vida.
2. O menino foi entregue a familiares que viviam em Miami, tendo o governo cubano reclamado a entrega ao pai que vivia em Cuba. As autoridades norte-americanas acabaram por resgatar o menino da posse dos familiares que reagiram violentamente, e Elian foi entregue ao pai em Junho de 2000.
3. Há dias o Consejo de Iglesias de Cuba realizou um “culto conmemorativo” do regresso do menino Elian a Cuba, estando presentes várias autoridades do governo bem como Raul Castro e o próprio Elian. Sobre as razões que estão por trás das vítimas de naufrágios como este, nada se disse!
Enquanto Elian não tem oportunidade de expressar livremente a sua vontade de permanecer em Cuba ou prosseguir uma fuga com o pai..., para outro país qualquer, o agora jovem Elian González continuará refém das “comemorações” e outras iniciativas políticas do regime.
1.7.10
Portugal é um accionista???
A Telefónica, empresa espanhola, é uma das maiores companhias de telecomunicações fixas e móveis do mundo. Ela pretende comprar a participação da PT na Vivo, a operadora de telefonia móvel com maior quota de mercado e maior número de clientes do Brasil e que pertence aos grupos Portugal Telecom e Telefonica.
A Telefónica ofereceu 7,15 mil milhões de euros para a compra da participação portuguesa e essa (nova) oferta teve a adesão de 74% dos accionistas da PT presentes na Assembleia Geral de 30/6/2010, aliciados pelo valor em jogo.
De notar, porém, que a Vivo, que representa já 30% da quota de mercado brasileiro e é dominante, para além de oferecer uma dimensão global à Portugal Telecom, representa 67 % dos lucros desta.
O estado português vetou o negócio, fazendo uso dos poderes especiais que lhe são conferidos – poderes que decorrem de uma golden share do Estado na PT.
Isto é o quê? “Golden share” é um mecanismo que os estados podem usar nas empresas que privatizam, de modo a poderem exercer prerrogativas de interesse nacional que a participação minoritária de capital do Estado não facultaria. Em Espanha há quem traduza por "acción de oro" e entre nós já vai constando "acção de ouro", mas a expressão adequada seria "participação privilegiada", na minha opinião.
«Tanto Henrique Granadeiro como Zeinal Bava sempre reafirmaram que o Estado não tinha uma palavra a dizer nesta votação. No entanto, Menezes Cordeiro, presidente da Mesa da Assembleia Geral, tem uma opinião diferente que se revelou decisiva para o desfecho desta AG».
O PSD, para quem a Pátria é a empresa e o empresário tem interesses que sobrelevam aos da comunidade nacional, diz pela boca de Miguel Relvas, que “não é bom para as empresas, não é bom para a economia portuguesa, nem é bom para a possibilidade de cativar investimento estrangeiro, esta ideia de que existe um accionista com medidas e com poderes especiais”.
Para Relvas Portugal é simplesmente “um accionista” - e as flores são forragem, digo eu.
A Telefónica ofereceu 7,15 mil milhões de euros para a compra da participação portuguesa e essa (nova) oferta teve a adesão de 74% dos accionistas da PT presentes na Assembleia Geral de 30/6/2010, aliciados pelo valor em jogo.
De notar, porém, que a Vivo, que representa já 30% da quota de mercado brasileiro e é dominante, para além de oferecer uma dimensão global à Portugal Telecom, representa 67 % dos lucros desta.
O estado português vetou o negócio, fazendo uso dos poderes especiais que lhe são conferidos – poderes que decorrem de uma golden share do Estado na PT.
Isto é o quê? “Golden share” é um mecanismo que os estados podem usar nas empresas que privatizam, de modo a poderem exercer prerrogativas de interesse nacional que a participação minoritária de capital do Estado não facultaria. Em Espanha há quem traduza por "acción de oro" e entre nós já vai constando "acção de ouro", mas a expressão adequada seria "participação privilegiada", na minha opinião.
«Tanto Henrique Granadeiro como Zeinal Bava sempre reafirmaram que o Estado não tinha uma palavra a dizer nesta votação. No entanto, Menezes Cordeiro, presidente da Mesa da Assembleia Geral, tem uma opinião diferente que se revelou decisiva para o desfecho desta AG».
O PSD, para quem a Pátria é a empresa e o empresário tem interesses que sobrelevam aos da comunidade nacional, diz pela boca de Miguel Relvas, que “não é bom para as empresas, não é bom para a economia portuguesa, nem é bom para a possibilidade de cativar investimento estrangeiro, esta ideia de que existe um accionista com medidas e com poderes especiais”.
Para Relvas Portugal é simplesmente “um accionista” - e as flores são forragem, digo eu.
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