Agora que Cristina Kirchner, presidenta da Argentina, acaba de anunciar que lhe foi diagnosticado um "carcinoma papilar en el lóbulo de la glándula tiroides", Hugo Chavez, presidente da Venezuela, também ele a fazer tratamento a um tumor canceroso detectado em Junho deste ano, confessou a sua estranheza pelo facto do cancro estar a atacar ultimamente vários dirigentes da América Latina. Nada que alguns jornais não tivessem assinalado já.
Chavez, Cristina e Dilma
Com efeito, além destes dois, já no Brasil, Dilma Rousseff detectou cancro com origem no sistema linfático, em 2009, quando era ministra da Casa Civil, sujeitando-se a um tratamento de quimioterapia quando já estava lançada a corrida presidencial, e Lula da Silva está a ser tratado a um cancro na laringe que lhe foi detectado em Outubro de 2010.
Além de Cristina, Chavez, Dilma e Lula, também Fernando Lugo, presidente do Paraguai, viu detectado em Agosto de 2010 um cancro linfático a que fez tratamento num hospital brasileiro de onde teve alta em 2011. E Álvaro Uribe, ex presidente da Colômbia, sofre de uma infecção pré-cancerosa da pele.
Será que as suspeitas de Chavez fazem mais sentido do que “parece”? Será que a nova arma secreta é um feixe de radiação tão invisível mas mais letal que os raios do Sol? A possibilidade existe e os interessados também…
Uma causa do cancro é a exposição prolongada a radiação. É por isso que as radiografias ou exames radiológicos são feitas com grandes precauções quanto ao tempo de exposição dos pacientes ao equipamento “fotográfico”, e os operadores desses exames trabalham com coletes ou aventais de chumbo. Logo, frequentar espaços com radioactividade – haja em vista as centrais nucleares – é expor-se a efeitos cancerígenos.
Nesta ordem de ideias, não admira que se possa usar este processo como arma, seja pela contaminação de um espaço de trabalho, por exemplo, seja pela emissão dirigida de feixes de radiação que afinal nem sequer são perceptíveis. É a passagem estratégica da bomba nuclear à mina nuclear. Não mais que isso. No lugar deles, eu usaria um detector de material radioactivo, que os há.
O que é que falta para que Hugo Chavez tenha mais razão do que ele próprio imaginará?
P.S.:
Espero nunca me arrepender de suscitar a ideia – passe a imodéstia da comparação com Einstein. E prometo não falar dos equipamentos micro-ondas, para não assustar ninguém…
29.12.11
26.12.11
Descubra as diferenças
TEXTO A
«Durante os anos de ditadura (1966-1973), a Argentina foi regida pelo Estatuto de la Revolución Argentina, colocado no mesmo nível jurídico que a Constituição Nacional. As expectativas de um prolongado governo dos militares golpistas estavam reflectidas numa das suas mais repetidas frases, a que afirmava que a Revolução Argentina tem objectivos mas não prazos. Neste período, proibiram-se os partidos políticos, assim como todo o tipo de participação política da cidadania».
TEXTO B:
Durante os anos de intervenção alemã (2011- ...), através da “troica” - FMI, BCE e FEEF -, Portugal foi regido pelo "Memorando de Entendimento", colocado no mesmo nível jurídico que a Constituição Nacional. As expectativas de um prolongado governo estrangeiro estavam reflectidas numa das suas frases, a que afirmava que “ a solução para a crise financeira que a Europa enfrenta não será rápida, e que levará anos a ser concluída”. (FONTE)
Por outras palavras: a intervenção estrangeira tinha objectivos mas não prazos !
Neste período inibiram-se os partidos políticos de ter qualquer influência nas decisões, assim como todo o tipo de participação política da cidadania era apenas considerado como um respeitável direito democrático; passou-se de forma permanente ao estado-de-sítio financeiro e viram cortados direitos sociais e políticos, e votado ao desprezo ou atacado como “defesa de interesses corporativos”, todo o tipo de participação política da cidadania.
«Durante os anos de ditadura (1966-1973), a Argentina foi regida pelo Estatuto de la Revolución Argentina, colocado no mesmo nível jurídico que a Constituição Nacional. As expectativas de um prolongado governo dos militares golpistas estavam reflectidas numa das suas mais repetidas frases, a que afirmava que a Revolução Argentina tem objectivos mas não prazos. Neste período, proibiram-se os partidos políticos, assim como todo o tipo de participação política da cidadania».
TEXTO B:
Durante os anos de intervenção alemã (2011- ...), através da “troica” - FMI, BCE e FEEF -, Portugal foi regido pelo "Memorando de Entendimento", colocado no mesmo nível jurídico que a Constituição Nacional. As expectativas de um prolongado governo estrangeiro estavam reflectidas numa das suas frases, a que afirmava que “ a solução para a crise financeira que a Europa enfrenta não será rápida, e que levará anos a ser concluída”. (FONTE)
Por outras palavras: a intervenção estrangeira tinha objectivos mas não prazos !
Neste período inibiram-se os partidos políticos de ter qualquer influência nas decisões, assim como todo o tipo de participação política da cidadania era apenas considerado como um respeitável direito democrático; passou-se de forma permanente ao estado-de-sítio financeiro e viram cortados direitos sociais e políticos, e votado ao desprezo ou atacado como “defesa de interesses corporativos”, todo o tipo de participação política da cidadania.
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22.12.11
Humor com orçamento
O Parlamento interrompe os seus trabalhos durante a próxima semana. Antes disso, os representantes parlamentares foram apresentar cumprimentos de Boas Festas ao Presidente da República que gracejou, ao despedir-se:
- Podem descansar que nós ficamos aqui com o Orçamento.
No mesmo tom, respondeu-lhe Bernardino Soares, do PCP:
- Pode sempre devolvê-lo, senhor Presidente.
Há piadas que valem por discursos! - digo eu.
E agora, senhor Presidente? Agora que está nas suas mãos decidir, o que fará de uma proposta que vai contra as suas recomendações de "limites para o sacrifício", de "equidade" e outras piedosas declarações?
TSF10 Dez 2011
O Presidente da República diz que devemos ter vergonha por haver quem passe fome neste país.
Os portugueses devem sentir-se «envergonhados por estarmos no século XXI, Portugal ser uma democracia, ser um país que, apesar de tudo, está num desenvolvimento acima da média e, no entanto, alguns de nós sofrem de carência alimentar».
ACTUALIZAÇÃO em 30DEZ2011
Cavaco promulgou! LUSA / Diário de Notícias.
Afinal quem não tem vergonha?
- Podem descansar que nós ficamos aqui com o Orçamento.
No mesmo tom, respondeu-lhe Bernardino Soares, do PCP:
- Pode sempre devolvê-lo, senhor Presidente.
Há piadas que valem por discursos! - digo eu.
E agora, senhor Presidente? Agora que está nas suas mãos decidir, o que fará de uma proposta que vai contra as suas recomendações de "limites para o sacrifício", de "equidade" e outras piedosas declarações?
TSF10 Dez 2011
O Presidente da República diz que devemos ter vergonha por haver quem passe fome neste país.
Os portugueses devem sentir-se «envergonhados por estarmos no século XXI, Portugal ser uma democracia, ser um país que, apesar de tudo, está num desenvolvimento acima da média e, no entanto, alguns de nós sofrem de carência alimentar».
ACTUALIZAÇÃO em 30DEZ2011
Cavaco promulgou! LUSA / Diário de Notícias.
Afinal quem não tem vergonha?
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19.12.11
Paradoxos cristãos
Somos muito pequenos diante da Alemanha? E daí? Em tempo de celebrar o nascimento de Jesus Cristo, vale a pena aprender, com a sua história, como isso do tamanho é uma desculpa para quem não tem coragem ou vontade. Está tudo na Bíblia.
Jesus é apresentado como descendente do rei David. Ora este é o tal que derrotou Golias apesar da grande desvantagem física do primeiro. Esclarecida esta relação entre a coragem e a resignação, vamos aos pormenores.
Um gigante chamado Golias desafiou o exército israelita a enviar um homem para enfrentá-lo. Os israelitas tiveram medo do gigante. David, indignando-se da vergonha que Golias trazia a Deus e a todo exército de Israel com suas palavras, decidiu enfrentá-lo, munido apenas de uma funda e algumas pedras. Logo no começo da batalha, David acertou na testa de Golias, com uma pedrada. Golias caiu e David arrancou-lhe a cabeça com sua própria espada.
Após esta vitória, David foi bem sucedido em todas as suas missões e ganhou fama entre o povo. Saul, o primeiro rei daquele povo unificado, passou a invejá-lo e temeu que o poder lhe escapasse a favor de David. Mas quando Samuel foi secretamente ungir o novo rei para Israel, foi David que ele escolheu apesar deste ser o mais novo de sete irmãos. Assim, e sempre “por vontade de Deus”, David sucede a Saul. (De tudo isto falam os livros de Samuel).
David conquistou Jerusalém, que transformou em capital do Reino Unido de Israel, de acordo com a Bíblia hebraica. No judaísmo, David, é o Rei de Israel e do povo judaico.
Depois de muitas gerações de homens com nome, e mulheres desconhecidas, anuncia-se o nascimento de Jesus. O anúncio é feito por um anjo. Mais tarde, com a criação dos Correios, Telégrafos e Telefones, mas sobretudo com a internet, os anjos deixaram de ser necessários, razão pela qual nunca mais houve notícia de aparições semelhantes.
Acho que a Virgem "ficou para a vida", espantada mesmo, respondendo ao S. Gabriel que ela nunca tivera relações com homem, que S. José era apenas namorado. Que isso não tinha importância, foi o que o anjo lhe respondeu, e que acreditasse no milagre de Deus. De tanto insistir o anjo, resignou-se a Senhora com estas palavras textuais: “Eis aqui a serva do Senhor: faça-se em mim segundo a tua palavra”.
Naquele tempo... uma mulher que engravidasse de homem com quem não fosse casada, seria condenada à morte. Seria esse o destino de Maria, noiva mas não casada com José, se as autoridades duvidassem da versão da rapariga ou se isso não estorvasse a narrativa cristã. Esteve bem, portanto, a Virgem - por assim dizer.
Diga-se de passagem que também José, o noivo de Maria, foi visitado em sonho, por um anjo, para o acalmar com estas palavras: “José, filho de David, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo". Qualquer de nós, se sonhasse com um anjo a dizer que não nos importassemos com a gravidez suspeita da nossa namorada, virava-se para o outro lado e continuava a dormir descansado. Assim terá feito José.
O que interessa é que a descendência do rei David, onde se insere de forma pouco clara o nascimento de Jesus, era a dinastia mais famosa de Israel, e o povo sonhava com aqueles tempos em que o rei David impunha respeito, tempos em que o seu país era uma nação temida e respeitada pelas demais, e não insultada e humilhada como seria a Grécia e Portugal dois mil e onze anos se passassem - isto não diz a Bíblia, digo eu.
Assim se compreende a necessidade de um descendente que tivesse a missão de libertar o povo massacrado e infeliz de Israel. E assim surgiu o Salvador, "Jesus Nazareno Rei dos Judeus" como seria designado por estes. Assim se explica a visita dos reis vizinhos, os "reis magos".
Incenso, mirra e ouro não é prenda que se dê a um menino pobre, não é o mesmo que dar uns carapins, umas fraldas, uma camisolinha. Logo por aqui se via, também, que se tratava de um grande líder para a região e só instrumentalmente para a religião.
Incoerência
O Novo Testamento qualifica Jesus como descendente de David e é nisto que acredita o Judaísmo Ortodoxo. Mas alguns detectam nesta história uma incoerência: se Jesus era filho de Maria e do Espírito Santo e nenhum dos dois era descendente de David, como podia sê-lo Jesus? ”. No meio de tantas outras incoerências, contradições e paradoxos a que os "escritos sagrados" nos habituaram, a coisa até passa despercebida. Mas é notório que o Salvador desiludiu os desígnios dos reis magos.
“Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacob, e o seu reino não terá fim”- diz o livro dos cristãos. Outra coisa seria dizer "o seu rei não terá fim". É a diferença entre um discurso político que se refere ao futuro de Israel, e um discurso religioso em sentido restrito. Falar de jacob remete novamente para o mito da vitória do mais fraco sobre o mais forte, mas o que nos interessa é chegar a Passos Coelho!
A questão política do reinado, portanto, é obsessiva na missão de Jesus. O que parece é que Ele não aceitou essa missão e se confinou às questões religiosas, deixando “a César o que é de César”, o que não lhe valeu de muito.
De resto, a sua Igreja fez e faz questão de se entender com César ao longo da História. Pena é que a Senhora de Fátima não gere um Salvador para Portugal, um David que se bata contra os vendilhões da Pátria.
Jesus é apresentado como descendente do rei David. Ora este é o tal que derrotou Golias apesar da grande desvantagem física do primeiro. Esclarecida esta relação entre a coragem e a resignação, vamos aos pormenores.
Um gigante chamado Golias desafiou o exército israelita a enviar um homem para enfrentá-lo. Os israelitas tiveram medo do gigante. David, indignando-se da vergonha que Golias trazia a Deus e a todo exército de Israel com suas palavras, decidiu enfrentá-lo, munido apenas de uma funda e algumas pedras. Logo no começo da batalha, David acertou na testa de Golias, com uma pedrada. Golias caiu e David arrancou-lhe a cabeça com sua própria espada.
Após esta vitória, David foi bem sucedido em todas as suas missões e ganhou fama entre o povo. Saul, o primeiro rei daquele povo unificado, passou a invejá-lo e temeu que o poder lhe escapasse a favor de David. Mas quando Samuel foi secretamente ungir o novo rei para Israel, foi David que ele escolheu apesar deste ser o mais novo de sete irmãos. Assim, e sempre “por vontade de Deus”, David sucede a Saul. (De tudo isto falam os livros de Samuel).
David conquistou Jerusalém, que transformou em capital do Reino Unido de Israel, de acordo com a Bíblia hebraica. No judaísmo, David, é o Rei de Israel e do povo judaico.
Depois de muitas gerações de homens com nome, e mulheres desconhecidas, anuncia-se o nascimento de Jesus. O anúncio é feito por um anjo. Mais tarde, com a criação dos Correios, Telégrafos e Telefones, mas sobretudo com a internet, os anjos deixaram de ser necessários, razão pela qual nunca mais houve notícia de aparições semelhantes.
Acho que a Virgem "ficou para a vida", espantada mesmo, respondendo ao S. Gabriel que ela nunca tivera relações com homem, que S. José era apenas namorado. Que isso não tinha importância, foi o que o anjo lhe respondeu, e que acreditasse no milagre de Deus. De tanto insistir o anjo, resignou-se a Senhora com estas palavras textuais: “Eis aqui a serva do Senhor: faça-se em mim segundo a tua palavra”.
Naquele tempo... uma mulher que engravidasse de homem com quem não fosse casada, seria condenada à morte. Seria esse o destino de Maria, noiva mas não casada com José, se as autoridades duvidassem da versão da rapariga ou se isso não estorvasse a narrativa cristã. Esteve bem, portanto, a Virgem - por assim dizer.
Diga-se de passagem que também José, o noivo de Maria, foi visitado em sonho, por um anjo, para o acalmar com estas palavras: “José, filho de David, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo". Qualquer de nós, se sonhasse com um anjo a dizer que não nos importassemos com a gravidez suspeita da nossa namorada, virava-se para o outro lado e continuava a dormir descansado. Assim terá feito José.
O que interessa é que a descendência do rei David, onde se insere de forma pouco clara o nascimento de Jesus, era a dinastia mais famosa de Israel, e o povo sonhava com aqueles tempos em que o rei David impunha respeito, tempos em que o seu país era uma nação temida e respeitada pelas demais, e não insultada e humilhada como seria a Grécia e Portugal dois mil e onze anos se passassem - isto não diz a Bíblia, digo eu.
Assim se compreende a necessidade de um descendente que tivesse a missão de libertar o povo massacrado e infeliz de Israel. E assim surgiu o Salvador, "Jesus Nazareno Rei dos Judeus" como seria designado por estes. Assim se explica a visita dos reis vizinhos, os "reis magos".
Incenso, mirra e ouro não é prenda que se dê a um menino pobre, não é o mesmo que dar uns carapins, umas fraldas, uma camisolinha. Logo por aqui se via, também, que se tratava de um grande líder para a região e só instrumentalmente para a religião.
Incoerência
O Novo Testamento qualifica Jesus como descendente de David e é nisto que acredita o Judaísmo Ortodoxo. Mas alguns detectam nesta história uma incoerência: se Jesus era filho de Maria e do Espírito Santo e nenhum dos dois era descendente de David, como podia sê-lo Jesus? ”. No meio de tantas outras incoerências, contradições e paradoxos a que os "escritos sagrados" nos habituaram, a coisa até passa despercebida. Mas é notório que o Salvador desiludiu os desígnios dos reis magos.
“Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacob, e o seu reino não terá fim”- diz o livro dos cristãos. Outra coisa seria dizer "o seu rei não terá fim". É a diferença entre um discurso político que se refere ao futuro de Israel, e um discurso religioso em sentido restrito. Falar de jacob remete novamente para o mito da vitória do mais fraco sobre o mais forte, mas o que nos interessa é chegar a Passos Coelho!
A questão política do reinado, portanto, é obsessiva na missão de Jesus. O que parece é que Ele não aceitou essa missão e se confinou às questões religiosas, deixando “a César o que é de César”, o que não lhe valeu de muito.
De resto, a sua Igreja fez e faz questão de se entender com César ao longo da História. Pena é que a Senhora de Fátima não gere um Salvador para Portugal, um David que se bata contra os vendilhões da Pátria.
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16.12.11
A Europa de Noé
Conforme a tradição bíblica, o bom Deus decidiu... destruir o mundo! E como não tivesse sido ainda inventada a bomba atómica, ficou-se por um “tsunami” global – daqueles que afogam tudo e todos, incluindo governantes e economistas, advogados e até jornalistas e comentadores políticos.
É claro que Deus tinha uma razão. Afinal, se nem os capitalistas têm prazer em fazer sofrer os trabalhadores, muito menos prazer teria o Criador em sacrificar suas ovelhas por mais tresmalhadas que elas fossem. A razão de Deus para inflacionar a Terra com uma inundação colossal, era fazer que as criaturas pagassem as suas dívidas morais, era acabar com a perversidade que se havia instalado entre os humanos. (Para mais detalhes, leia-se Génesis 6-12)
Magnânimo como sabemos que é, quis Deus, porém, poupar a este terrorismo, um homem, e um só, por ser o único justo desta Terra. Desengane-se quem pense que era Passos Coelho. Era sim um tal Noé que nos nossos dias já ninguém sabe quem é, de tal modo a Justiça também perdeu... o crédito.
Disse o Senhor, em privado e em segredo, ao justo privilegiado: «Vem aí uma grande borrasca e nem a Angela Merkel se vai salvar. Portanto, tu constrói uma arca bué da grande (tradução para português actual), enfia lá o gado que tiveres à mão e põe-te ao largo até passar a crise.
Uma fuga de informação que está ainda a ser investigada, fez saber aos “pigs”, em português, porcos, o golpe que se estava a tramar, pelo que estes foram os primeiros a correr para a embarcação, armados em espertos.
Vendo Deus aqueles “bêbados” * encher de “lixo” a arca sagrada, ou vendo simplesmente o mal que ia causar às suas fracas criaturas, ou sendo persuadido pelo próprio Noé, arrependeu-se da infeliz decisão e “obrigou as águas a recuarem e as terras a secarem” e tudo o mais que adivinhar se pode.
A história termina com um tratado de paz que até hoje nunca foi revisto – é conhecido por Acordo da Aliança e tem o arco-íris por bandeira, cumprindo-se o que foi então assinado: "Sempre que houver nuvens sobre a terra e o arco aparecer nas nuvens, eu me lembrarei da eterna aliança entre Deus e todos os seres vivos de todas as espécies sobre a Terra".
Esta não é a única versão. Outros jornais de referência dizem que a missão destruidora se cumpriu e que apenas se salvou a arca com os animais e a família de Noé por ser "honrada e limpa" - para usar a linguagem da Santa Inquisição. Mas o que nos importa, tantos séculos passados, para que possa servir-nos de lição, é saber o que aconteceu aos porcos.
Nota *
O chefe máximo do Banco Central alemão (Bundesbank), sr. Jens Weidmann, disse há poucos dias que os países endividados estão viciados na dívida e, tal como não se deve dar mais álcool a um bêbado, também não se deve emprestar mais dinheiro a um endividado, porque isso só fará piorar o seu vício.
É claro que Deus tinha uma razão. Afinal, se nem os capitalistas têm prazer em fazer sofrer os trabalhadores, muito menos prazer teria o Criador em sacrificar suas ovelhas por mais tresmalhadas que elas fossem. A razão de Deus para inflacionar a Terra com uma inundação colossal, era fazer que as criaturas pagassem as suas dívidas morais, era acabar com a perversidade que se havia instalado entre os humanos. (Para mais detalhes, leia-se Génesis 6-12)
Magnânimo como sabemos que é, quis Deus, porém, poupar a este terrorismo, um homem, e um só, por ser o único justo desta Terra. Desengane-se quem pense que era Passos Coelho. Era sim um tal Noé que nos nossos dias já ninguém sabe quem é, de tal modo a Justiça também perdeu... o crédito.
Disse o Senhor, em privado e em segredo, ao justo privilegiado: «Vem aí uma grande borrasca e nem a Angela Merkel se vai salvar. Portanto, tu constrói uma arca bué da grande (tradução para português actual), enfia lá o gado que tiveres à mão e põe-te ao largo até passar a crise.
Uma fuga de informação que está ainda a ser investigada, fez saber aos “pigs”, em português, porcos, o golpe que se estava a tramar, pelo que estes foram os primeiros a correr para a embarcação, armados em espertos.
Vendo Deus aqueles “bêbados” * encher de “lixo” a arca sagrada, ou vendo simplesmente o mal que ia causar às suas fracas criaturas, ou sendo persuadido pelo próprio Noé, arrependeu-se da infeliz decisão e “obrigou as águas a recuarem e as terras a secarem” e tudo o mais que adivinhar se pode.
A história termina com um tratado de paz que até hoje nunca foi revisto – é conhecido por Acordo da Aliança e tem o arco-íris por bandeira, cumprindo-se o que foi então assinado: "Sempre que houver nuvens sobre a terra e o arco aparecer nas nuvens, eu me lembrarei da eterna aliança entre Deus e todos os seres vivos de todas as espécies sobre a Terra".
Esta não é a única versão. Outros jornais de referência dizem que a missão destruidora se cumpriu e que apenas se salvou a arca com os animais e a família de Noé por ser "honrada e limpa" - para usar a linguagem da Santa Inquisição. Mas o que nos importa, tantos séculos passados, para que possa servir-nos de lição, é saber o que aconteceu aos porcos.
Nota *
O chefe máximo do Banco Central alemão (Bundesbank), sr. Jens Weidmann, disse há poucos dias que os países endividados estão viciados na dívida e, tal como não se deve dar mais álcool a um bêbado, também não se deve emprestar mais dinheiro a um endividado, porque isso só fará piorar o seu vício.
15.12.11
Ajudas financeiras (em construção)
«Portugal terá de pagar juros de 34,4 mil milhões de euros pelo salvamento de 78 mil milhões acordado este ano com o FMI, BCE & UE – ou seja, o total a ser devolvido aos ditos "salvadores" será de 112,4 mil milhões de euros (juros+principal). Um salvamento assim é como...» lançar uma boia de 112 kg de peso, a um náufrago de 78 quilos.
Minha adaptação do texto eloquente de resistir.info.
Minha adaptação do texto eloquente de resistir.info.
10.12.11
Cristina brilha na Argentina
Este texto recolhe, com adaptações, um artigo de ANSA
"Hoje temos um país que teve o maior período de crescimento nos seus 200 anos de história. Gerámos mais de cinco milhões de postos de trabalho e voltaram a existir as convenções colectivas de trabalho", disse Cristina Kirchner, hoje 2011-Dez-10, ao tomar posse para o seu segundo mandato como presidenta da Argentina.
Segundo ela, o país “deu um salto fenomenal” desde que seu ex-marido (Nestor Kirchner) assumiu a Presidência, em 2003. Falou ainda do crescimento dos postos de trabalho, da ampliação da indústria nacional, entre outros índices.
De notar que «a Argentina fez uma moratória da sua dívida internacional, em 2001, e a ligação do peso argentino com o dólar foi rescindida, causando uma maior depreciação do peso e um aumento da inflacção.
O país teve que lidar com uma crise financeira e sócio-económica, com uma taxa de desemprego de 25% no fim de 2002 e com o menor salário real em sessenta anos. A crise acentuou a desconfiança do povo nos políticos e nas instituições. Depois de um ano abalado por protestos, a economia começou a estabilizar-se no final de 2002, e as restrições sobre os levantamentos bancários foram suspensas em Dezembro desse ano.
Beneficiando-se de uma taxa de câmbio desvalorizada, o Governo implementou novas políticas com base em re-industrialização e substituição de importações, e as exportações aumentaram e começaram a ter consistentes saldos comerciais e fiscais positivos.
O então governador Néstor Kirchner, um peronista social democrata, foi eleito em Maio de 2003. Durante a sua presidência, a Argentina reestruturou sua dívida com um grande desconto (66%) na maioria dos títulos, pagou as dívidas com o Fundo Monetário Internacional, renegociou contratos com concessionárias e nacionalizou algumas empresas anteriormente privatizadas. Nestor Kirchner e seus economistas, também prosseguiram com uma política de rendimentos e vigoroso investimento em obras públicas.
Argentina desde então tem se aproveitado de um crescimento econômico, mas com inflação alta.
A crise financeira global, desde então, fez com que Cristina Kirchner intensificasse a política de seu marido de intervenção do Estado em setores conturbados da economia. A pausa no crescimento económico e erros políticos ajudaram a levar o "kirchnerismo" e seus aliados a perderem a maioria absoluta no Congresso, após as eleições de 2009.
No passado dia 23 de Outubro, Cristina Kirchner foi reeleita à primeira volta, com 54,11% dos votos.
"Hoje temos um país que teve o maior período de crescimento nos seus 200 anos de história. Gerámos mais de cinco milhões de postos de trabalho e voltaram a existir as convenções colectivas de trabalho", disse Cristina Kirchner, hoje 2011-Dez-10, ao tomar posse para o seu segundo mandato como presidenta da Argentina.
Segundo ela, o país “deu um salto fenomenal” desde que seu ex-marido (Nestor Kirchner) assumiu a Presidência, em 2003. Falou ainda do crescimento dos postos de trabalho, da ampliação da indústria nacional, entre outros índices.
De notar que «a Argentina fez uma moratória da sua dívida internacional, em 2001, e a ligação do peso argentino com o dólar foi rescindida, causando uma maior depreciação do peso e um aumento da inflacção.
O país teve que lidar com uma crise financeira e sócio-económica, com uma taxa de desemprego de 25% no fim de 2002 e com o menor salário real em sessenta anos. A crise acentuou a desconfiança do povo nos políticos e nas instituições. Depois de um ano abalado por protestos, a economia começou a estabilizar-se no final de 2002, e as restrições sobre os levantamentos bancários foram suspensas em Dezembro desse ano.
Beneficiando-se de uma taxa de câmbio desvalorizada, o Governo implementou novas políticas com base em re-industrialização e substituição de importações, e as exportações aumentaram e começaram a ter consistentes saldos comerciais e fiscais positivos.
O então governador Néstor Kirchner, um peronista social democrata, foi eleito em Maio de 2003. Durante a sua presidência, a Argentina reestruturou sua dívida com um grande desconto (66%) na maioria dos títulos, pagou as dívidas com o Fundo Monetário Internacional, renegociou contratos com concessionárias e nacionalizou algumas empresas anteriormente privatizadas. Nestor Kirchner e seus economistas, também prosseguiram com uma política de rendimentos e vigoroso investimento em obras públicas.
Argentina desde então tem se aproveitado de um crescimento econômico, mas com inflação alta.
A crise financeira global, desde então, fez com que Cristina Kirchner intensificasse a política de seu marido de intervenção do Estado em setores conturbados da economia. A pausa no crescimento económico e erros políticos ajudaram a levar o "kirchnerismo" e seus aliados a perderem a maioria absoluta no Congresso, após as eleições de 2009.
No passado dia 23 de Outubro, Cristina Kirchner foi reeleita à primeira volta, com 54,11% dos votos.
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8.12.11
Sair ou não sair do euro,
eis a questão!
Se a UE tivesse soluções, há muito que as teria tomado.
A Alemanha não pode ajudar ninguém e dificilmente se ajuda a ela própria. Os elevados recursos de que precisa para sustentar o seu grau de competição com os EUA e o Japão na corrida das tecnologias avançadas, com taxas de retorno muito reduzidas no curto prazo, exigem-lhe recursos de capital que não se compadecem com políticas generosas ou solidárias.
O que a Alemanha precisa é que os seus bancos transformem em capital real o capital fictício de que estão atulhados, e precisam de mão-de-obra barata de países empobrecidos e controlados na UE.
Por outro lado, fora da Europa a UE não tem aliados.
Os EUA transformaram a Europa num satélite: ao mesmo tempo que se servem dela para a sua política de dominação territorial global, movem-lhe uma guerra financeira na competição do dólar contra o euro.
Os BRIC, por seu lado, já demonstraram que ignoram os problemas do euro. A China e a Rússia não têm qualquer interesse estratégico em fortalecer à sua custa os que estão incondicionalmente do lado dos Estados Unidos da América.
Os custos da nossa saída da zona euro seriam temporários, ao passo que os custos de permanecermos serão inultrapassáveis pois apenas aprofundaremos a situação a que chegámos – sem riqueza, sem emprego e sem soberania.
Dizer que passaríamos a viver com 25 ou 40% menos é errado. É confundir o valor dos bens com a sua expressão monetária. Os bens transaccionáveis manteriam o seu valor expresso em euros ou noutra moeda. Põe-se o problema, sim, de como pagar as importações, que se reduziriam. Mas como pagá-las, estando na zona euro? Endividando-nos sem fim.
Ficando no euro, a dívida em 2013 será superior à de 2010 e em 2012 os juros atingem 8 800 M€. Daqui a tal promessa (ou antes, ameaça) de Markel de que dentro de 10 anos…
A questão é, pois, produzir bens transaccionáveis. Ora, com o euro não o conseguimos, como está mais que provado; a única forma de o fazer é de facto negociar a saída da zona euro.
Adaptação e resumo de “Ficar ou sair da zona euro”,
de Daniel Vaz de Carvalho, publicado em resistir.info
Recomendo do mesmo autor: EURO E ESCOLHAS
A Alemanha não pode ajudar ninguém e dificilmente se ajuda a ela própria. Os elevados recursos de que precisa para sustentar o seu grau de competição com os EUA e o Japão na corrida das tecnologias avançadas, com taxas de retorno muito reduzidas no curto prazo, exigem-lhe recursos de capital que não se compadecem com políticas generosas ou solidárias.
O que a Alemanha precisa é que os seus bancos transformem em capital real o capital fictício de que estão atulhados, e precisam de mão-de-obra barata de países empobrecidos e controlados na UE.
Por outro lado, fora da Europa a UE não tem aliados.
Os EUA transformaram a Europa num satélite: ao mesmo tempo que se servem dela para a sua política de dominação territorial global, movem-lhe uma guerra financeira na competição do dólar contra o euro.
Os BRIC, por seu lado, já demonstraram que ignoram os problemas do euro. A China e a Rússia não têm qualquer interesse estratégico em fortalecer à sua custa os que estão incondicionalmente do lado dos Estados Unidos da América.
Os custos da nossa saída da zona euro seriam temporários, ao passo que os custos de permanecermos serão inultrapassáveis pois apenas aprofundaremos a situação a que chegámos – sem riqueza, sem emprego e sem soberania.
Dizer que passaríamos a viver com 25 ou 40% menos é errado. É confundir o valor dos bens com a sua expressão monetária. Os bens transaccionáveis manteriam o seu valor expresso em euros ou noutra moeda. Põe-se o problema, sim, de como pagar as importações, que se reduziriam. Mas como pagá-las, estando na zona euro? Endividando-nos sem fim.
Ficando no euro, a dívida em 2013 será superior à de 2010 e em 2012 os juros atingem 8 800 M€. Daqui a tal promessa (ou antes, ameaça) de Markel de que dentro de 10 anos…
A questão é, pois, produzir bens transaccionáveis. Ora, com o euro não o conseguimos, como está mais que provado; a única forma de o fazer é de facto negociar a saída da zona euro.
Adaptação e resumo de “Ficar ou sair da zona euro”,
de Daniel Vaz de Carvalho, publicado em resistir.info
Recomendo do mesmo autor: EURO E ESCOLHAS
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3.12.11
Novo rumo na América Latina
É preciso ir à imprensa e aos sítios electrónicos brasileiros para encontrar notícias, em língua portuguesa, sobre a cimeira da “Comunidad de Estados Latinoamericanos y Caribeños”, CELAC, que se reuniu em 2 e 3 de Dezembro. Afinal estão em causa “apenas” 550 milhões de habitantes e um PIB global de uns seis biliões de dólares...
Esta comunidade de estados prossegue um velho objectivo de tornar mais autónomos e desenvolvidos os países da região, libertando-os da tutela das grandes potências americanas e europeias. "Estamos aqui a pôr a pedra fundamental da unidade, a independência e o desenvolvimento", disse Chávez no início da cerimónia.
A CELAC que a “comunicação social” portuguesa ignora, reuniu os mais altos representantes de 33 estados, independentemente da sua diversidade cultural e política.
Desde as figuras consensuais de Dilma Rousseff, pelo Brasil, e Cristina Fernández, pela Argentina, até às mais polémicas como Hugo Chavez e Raul Castro; desde o presidente Santos, da Colômbia (na foto abaixo, ao lado de Raul Castro!), até ao conselheiro Luis Almagro, do Uruguai, desde Sebastian Piñera, do Chile, até Rafael Correa, do Equador, o sentimento de que o futuro da região depende da sua união, foi manifesto. E tanto bastaria para justificar o encontro.
Num processo federador que já passou por outras iniciativas congéneres como MERCOSUL, fundado em 1991, ALBA, em 2004, ou UNASUR em 2008, «el nuevo foro es considerado como una pieza clave en la arquitectura de la integración regional».
Alguém disse numa outra cimeira, que a América Latina devia aprender com a União Europeia, verificando o que ela fez de bem... e de mal. Talvez estivesse a pensar no caracter antidemocrático como se processam as decisões na comunidade europeia, de que o Tratado de Lisboa ou o papel de Merkel e Sarkozy são bem representativos.
Além do mais, a CELAC emerge com entusiasmo numa região que floresce economicamente, enquanto a UE imerge actualmente com sofrimento numa região que apodrece economicamente. A primeira, caminha da miséria para o desenvolvimento, enquanto a segunda caminha do desenvolvimento para a miséria. A primeira quer afastar-se do garrote liberal e imperialista; a segunda submete-se à tortura – submete o seu povo, entenda-se.
Quem não está a gostar da “brincadeira” é a administração norte-americana e a “sua” Organização de Estados Americanos, OEA, hostilizada por alguns na cimeira deste fim-de-semana, o que outros tentaram contrariar com a afirmação de que «a CELAC não está contra ninguém». O valor político desta última posição, enfim, será equivalente à declaração norte-americana de que a nova organização «é um sócio» na região.
A História, portanto, não acaba aqui. Os rumos tradicionais destas regiões, talvez. Sobre isto vale a pena registar a declaração de Felipe Calderón, segundo o qual nasceu uma "nova América". Se assim foi, a comunicação social portuguesa há-de dar por isso, mais cedo ou mais tarde...
Esta comunidade de estados prossegue um velho objectivo de tornar mais autónomos e desenvolvidos os países da região, libertando-os da tutela das grandes potências americanas e europeias. "Estamos aqui a pôr a pedra fundamental da unidade, a independência e o desenvolvimento", disse Chávez no início da cerimónia.
A CELAC que a “comunicação social” portuguesa ignora, reuniu os mais altos representantes de 33 estados, independentemente da sua diversidade cultural e política.
Desde as figuras consensuais de Dilma Rousseff, pelo Brasil, e Cristina Fernández, pela Argentina, até às mais polémicas como Hugo Chavez e Raul Castro; desde o presidente Santos, da Colômbia (na foto abaixo, ao lado de Raul Castro!), até ao conselheiro Luis Almagro, do Uruguai, desde Sebastian Piñera, do Chile, até Rafael Correa, do Equador, o sentimento de que o futuro da região depende da sua união, foi manifesto. E tanto bastaria para justificar o encontro.
Num processo federador que já passou por outras iniciativas congéneres como MERCOSUL, fundado em 1991, ALBA, em 2004, ou UNASUR em 2008, «el nuevo foro es considerado como una pieza clave en la arquitectura de la integración regional».
Alguém disse numa outra cimeira, que a América Latina devia aprender com a União Europeia, verificando o que ela fez de bem... e de mal. Talvez estivesse a pensar no caracter antidemocrático como se processam as decisões na comunidade europeia, de que o Tratado de Lisboa ou o papel de Merkel e Sarkozy são bem representativos.
Além do mais, a CELAC emerge com entusiasmo numa região que floresce economicamente, enquanto a UE imerge actualmente com sofrimento numa região que apodrece economicamente. A primeira, caminha da miséria para o desenvolvimento, enquanto a segunda caminha do desenvolvimento para a miséria. A primeira quer afastar-se do garrote liberal e imperialista; a segunda submete-se à tortura – submete o seu povo, entenda-se.
Quem não está a gostar da “brincadeira” é a administração norte-americana e a “sua” Organização de Estados Americanos, OEA, hostilizada por alguns na cimeira deste fim-de-semana, o que outros tentaram contrariar com a afirmação de que «a CELAC não está contra ninguém». O valor político desta última posição, enfim, será equivalente à declaração norte-americana de que a nova organização «é um sócio» na região.
A História, portanto, não acaba aqui. Os rumos tradicionais destas regiões, talvez. Sobre isto vale a pena registar a declaração de Felipe Calderón, segundo o qual nasceu uma "nova América". Se assim foi, a comunicação social portuguesa há-de dar por isso, mais cedo ou mais tarde...
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1.12.11
disparates orça-mentais
São muitos e muito divertidos os disparates que lemos e ouvimos todos os dias nos jornais, rádio e televisão.
orça, mamífero marinho, carnívoro, muito agressivo.
Já lá vai o tempo em que era preciso saber ler e escrever para ser jornalista num grande jornal ou numa grande estação de rádio ou televisão. E, afinal, desde que se “perceba a ideia”, que importância tem que se diga “aumentos do leite” em vez de “aumentos do preço do leite”, que se diga “subida da gasolina” em vez de “subida do preço da gasolina”, que se diga “Transferência de fundos da banca assegurada” (banca assegurada é o quê?) em vez de “Assegurada a transferência de fundos da banca”...
O maior inconveniente destes disparates constantes é deixarmos de perceber as piadas do Ricardo Araújo Pereira ou do Herman José, de tal modo se confundem com os textos “sérios” da informação jornalística.
Mas o que eu queria mesmo comentar era esta notícia fresquinha: «Governo quer acabar com Corpo de Deus, 15 de Agosto, 5 de Outubro e 1 de Dezembro».
Acabar com os dias 15 de Agosto, 5 de Outubro e 1 de Dezembro faz com que o ano passe a ter menos três dias o que apressa o envelhecimento da população. Parecendo que não, sempre são menos 240 dias numa vida de 80 anos, o que é muito cruel.
Mas o pior de tudo é acabar com o Corpo de Deus. Pilatos lavou as mãos desse crime com uma espécie de referendo ad-hoc. Passos Coelho quer também lavar as mãos, invocando umas vezes que está mandatado pelo povo, outras vezes que está mandatado pela “troica”. Mas as vítimas invocarão sempre o nome dele.
orça, mamífero marinho, carnívoro, muito agressivo.
Já lá vai o tempo em que era preciso saber ler e escrever para ser jornalista num grande jornal ou numa grande estação de rádio ou televisão. E, afinal, desde que se “perceba a ideia”, que importância tem que se diga “aumentos do leite” em vez de “aumentos do preço do leite”, que se diga “subida da gasolina” em vez de “subida do preço da gasolina”, que se diga “Transferência de fundos da banca assegurada” (banca assegurada é o quê?) em vez de “Assegurada a transferência de fundos da banca”...
O maior inconveniente destes disparates constantes é deixarmos de perceber as piadas do Ricardo Araújo Pereira ou do Herman José, de tal modo se confundem com os textos “sérios” da informação jornalística.
Mas o que eu queria mesmo comentar era esta notícia fresquinha: «Governo quer acabar com Corpo de Deus, 15 de Agosto, 5 de Outubro e 1 de Dezembro».
Acabar com os dias 15 de Agosto, 5 de Outubro e 1 de Dezembro faz com que o ano passe a ter menos três dias o que apressa o envelhecimento da população. Parecendo que não, sempre são menos 240 dias numa vida de 80 anos, o que é muito cruel.
Mas o pior de tudo é acabar com o Corpo de Deus. Pilatos lavou as mãos desse crime com uma espécie de referendo ad-hoc. Passos Coelho quer também lavar as mãos, invocando umas vezes que está mandatado pelo povo, outras vezes que está mandatado pela “troica”. Mas as vítimas invocarão sempre o nome dele.
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