Com amigos destes à esquerda, bem pode a direita política ficar descansada!...
Ora reparem como fala o esquerdista ODiario.info em editorial, acerca de Dilma Rousseff:
«Dilma vai enfrentar um Congresso mais desfavorável do que o anterior, o que a obrigará a fazer grandes concessões a partidos que não a apoiaram. Na opinião da maioria dos observadores, o futuro governo realizará uma política mais conservadora do que a do primeiro mandato.
A Reforma Agrária não avançará e a repressão que atinge em diferentes estados o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra-MST aumentará com a complacência do governo federal.
Na política externa é previsível uma acentuada guinada à direita. Dilma tudo fará para melhorar as relações com os Estados Unidos e outras potências imperialistas, distanciando-se de Cuba e dos governos progressistas da Venezuela bolivariana e da Bolívia. A revisão da política internacional atingirá também a participação do Brasil nos BRICS e em organizações de integração latino-americana como a UNASUL e a CELAC.
O apelo de ontem à união do povo brasileiro, puramente retórico, não será ouvido.
O Brasil entrou em recessão. O PIB cai, a desigualdade social cresce, a inflação sobe. Os escândalos – sobretudo o da Petrobras - suscitam a indignação popular. A corrupção no aparelho de estado alastra. O Pais está mergulhado num lamaçal.
Tudo indica que as manifestações do descontentamento popular, que atingiram grande amplitude em Junho e Julho, se ampliarão no próximo ano.»
nota:
Só os destaques são meus.
30.10.14
29.10.14
Não haverá coligação, «prontos»!
Não, o CDS não vai concorrer às próximas eleições em coligação
com o PSD.
Antes do mais, porque assim concentra no PSD o descontentamento popular, em vez de partilhar a derrota. Depois, porque fica disponível para uma aliança pós-eleitoral com o partido mais votado, seja o PS seja o próprio PSD. Finalmente, porque ambos os partidos da actual maioria têm interesse e oportunidade de contar o respectivo eleitorado.
Isto tudo sem prejuízo do CDS poder "roer a corda" de alguma maneira e sob qualquer pretexto, no contexto do actual mandato. Uma corda cuja tensão irá sendo avaliada em função da popularidade crescente ou decrescente de António Costa.
“E prontos!”. Fecha-se aqui o assunto.
Edição da imagem, original para este blog. Último parágrafo formalmente alterado depois de publicado.
Antes do mais, porque assim concentra no PSD o descontentamento popular, em vez de partilhar a derrota. Depois, porque fica disponível para uma aliança pós-eleitoral com o partido mais votado, seja o PS seja o próprio PSD. Finalmente, porque ambos os partidos da actual maioria têm interesse e oportunidade de contar o respectivo eleitorado.
Isto tudo sem prejuízo do CDS poder "roer a corda" de alguma maneira e sob qualquer pretexto, no contexto do actual mandato. Uma corda cuja tensão irá sendo avaliada em função da popularidade crescente ou decrescente de António Costa.
“E prontos!”. Fecha-se aqui o assunto.
Edição da imagem, original para este blog. Último parágrafo formalmente alterado depois de publicado.
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26.10.14
Porque hoje é domingo (58)
Imaginem que Jesus Cristo, qual primeiro-ministro do seu reino espiritual, dá uma conferência de imprensa, e que os jornalistas tentam comprometê-lo. Foi isso que se passou naquele dia em que os fariseus, os saduceus e outros jornalistas, digo outros doutores, tentaram fazê-lo cair numa armadilha, fosse por razões políticas ou editoriais.
Talvez Jesus tenha começado por dizer “ainda bem que me faz essa pergunta…”. Não sei, o que consta nas “sagradas escrituras” é que o Senhor foi respondendo com inteligência e sabedoria e acabou por encostá-los à parede, por assim dizer, com uma pergunta a que eles não souberam responder.
O episódio original de que não há imagens…, é narrado no Evangelho (Mateus 22:17-46) para exaltar a superioridade de Jesus sobre os seus adversários intelectuais, no que pode ter sido bem sucedido. Mas levanta a questão da parcialidade do narrador, sendo ele um dos doze apóstolos de Cristo. Tanto mais que o Levi, como o apóstolo era conhecido enquanto foi cobrador de impostos, lhe teria ficado eternamente grato por Jesus o ter reabilitado aos olhos da população.
23.10.14
Força Brasil. Avante Uruguai
Pepe Mujica, como é carinhosamente tratado o presidente que doa 90% de seu salário para ONGs e pessoas carentes, termina agora o seu mandato de cinco anos.
No próximo domingo, há eleições no Uruguai, actualmente um dos países mais progressistas da América Latina. Tabaré Vázquez, o candidato melhor colocado nesta primeira volta, para suceder a Mujica, provém da mesma família política, a coligação Frente Amplio. Ele foi o primeiro presidente de esquerda da história do Uruguai, de 2005 até 2010.
No mesmo dia e no único país que faz fronteira com o Uruguai, o Brasil, Dilma Rousseff (na foto, com Mujica) disputará o próximo mandato presidencial, com o candidato social-democrata Aécio Neves.
Aqui já se trata da segunda volta, em que Aécio conta com o apoio expresso da candidata Marina Silva, afastada na 1ª volta – apoio da candidata mas não necessariamente de muitos dos seus apoiantes.
Ao invocar os valores da esquerda para atrair o apoio popular, nomeadamente em matéria de “compromissos sociais e económicos e fortalecimento do serviço público” Aécio reconhece que é nesses valores, e não nos seus ou dos seus aliados, que o Povo confia. O que em Lula e Dilma foram realizações económicas e sociais, em Aécio são promessas eleitorais que não correspondem ao seu ideário – para ele, as empresas estão primeiro!
As vitórias de Dilma, no Brasil, e Tabaré Vázquez, no Uruguai, a confirmarem-se, representarão o prosseguimento de um rumo de independência e progresso que não só beneficiará a América Latina como outras regiões onde domina a colonização económica e o retrocesso civilizacional – nomeadamente a Europa.
1ª foto: epocanegocios.globo.com
No próximo domingo, há eleições no Uruguai, actualmente um dos países mais progressistas da América Latina. Tabaré Vázquez, o candidato melhor colocado nesta primeira volta, para suceder a Mujica, provém da mesma família política, a coligação Frente Amplio. Ele foi o primeiro presidente de esquerda da história do Uruguai, de 2005 até 2010.
No mesmo dia e no único país que faz fronteira com o Uruguai, o Brasil, Dilma Rousseff (na foto, com Mujica) disputará o próximo mandato presidencial, com o candidato social-democrata Aécio Neves.
Aqui já se trata da segunda volta, em que Aécio conta com o apoio expresso da candidata Marina Silva, afastada na 1ª volta – apoio da candidata mas não necessariamente de muitos dos seus apoiantes.
Ao invocar os valores da esquerda para atrair o apoio popular, nomeadamente em matéria de “compromissos sociais e económicos e fortalecimento do serviço público” Aécio reconhece que é nesses valores, e não nos seus ou dos seus aliados, que o Povo confia. O que em Lula e Dilma foram realizações económicas e sociais, em Aécio são promessas eleitorais que não correspondem ao seu ideário – para ele, as empresas estão primeiro!
As vitórias de Dilma, no Brasil, e Tabaré Vázquez, no Uruguai, a confirmarem-se, representarão o prosseguimento de um rumo de independência e progresso que não só beneficiará a América Latina como outras regiões onde domina a colonização económica e o retrocesso civilizacional – nomeadamente a Europa.
1ª foto: epocanegocios.globo.com
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Há jovens e jovens
«Éramos jovens, mas duros. (...) Foi explicado aos soldados, maioritariamente açorianos, ao que iam e foi-lhes dito que a acção não era obrigatória. Ninguém quis ficar no quartel. Toda a gente quis vir» - dizia Rui Rodrigues, comandante das forças que ocuparam o aeroporto em Abril de 1974.
Quarenta anos mais tarde… quando vou tomar café ao Piolho, cruzo-me com centenas de jovens a cultivarem o ridículo, a futilidade e a imbecilidade como valor identitário – são as “praxes académicas” que haviam sido banidas a partir da crise estudantil de 1962, num contexto de luta pela liberdade e contra a guerra colonial.
O que vale é saber que uns e outros jovens não se distinguem pela geração a que pertencem mas sim pelos valores e comportamentos que perseguem na época em que vivem, entre a generosidade e a bestialidade.
O desenho foi recolhido no jornal Mudar de Vida
Quarenta anos mais tarde… quando vou tomar café ao Piolho, cruzo-me com centenas de jovens a cultivarem o ridículo, a futilidade e a imbecilidade como valor identitário – são as “praxes académicas” que haviam sido banidas a partir da crise estudantil de 1962, num contexto de luta pela liberdade e contra a guerra colonial.
O que vale é saber que uns e outros jovens não se distinguem pela geração a que pertencem mas sim pelos valores e comportamentos que perseguem na época em que vivem, entre a generosidade e a bestialidade.
O desenho foi recolhido no jornal Mudar de Vida
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22.10.14
Costa & Moreira, a mesma luta!
Aqui se vê como o carácter dos actores políticos
é fundamental.
"As cidades do Porto e Lisboa consideram que as preocupações fundamentais dos municípios não estão de forma alguma acauteladas, nomeadamente quanto aos termos do concurso de concessão recentemente lançado nos transportes do Porto, bem como na persistência da intenção de proceder ao lançamento da concessão dos transportes de Lisboa a privados", referiram os autarcas, num comunicado conjunto divulgado esta terça-feira.
2014-10-21 JN
é fundamental.
"As cidades do Porto e Lisboa consideram que as preocupações fundamentais dos municípios não estão de forma alguma acauteladas, nomeadamente quanto aos termos do concurso de concessão recentemente lançado nos transportes do Porto, bem como na persistência da intenção de proceder ao lançamento da concessão dos transportes de Lisboa a privados", referiram os autarcas, num comunicado conjunto divulgado esta terça-feira.
2014-10-21 JN
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21.10.14
Guerra da Informação
Quando convém aos EUA, os terroristas são "guerrilheiros" e a invasão de um país soberano é uma "travessia de território". E há sempre um jornalista que dá express(ã)o a esta guerra de informação.
Por falar nisso: alguém viu a NATO por aí?
Das notícias:
O Observatório Sírio de Direitos Humanos disse que sete civis foram mortos quando um ataque aéreo atingiu uma usina de gás perto da cidade de al-Khasham, na província de Deir al-Zor, na sexta-feira (17), e três civis foram mortos em um ataque na noite de quinta-feira na província al-Hassakah, ao norte do país.Entretanto as autoridades militares norte-americanas dizem não ter "evidências" destas mortes...
Evidente-mente!- digo eu.
Por falar nisso: alguém viu a NATO por aí?
Das notícias:
O Observatório Sírio de Direitos Humanos disse que sete civis foram mortos quando um ataque aéreo atingiu uma usina de gás perto da cidade de al-Khasham, na província de Deir al-Zor, na sexta-feira (17), e três civis foram mortos em um ataque na noite de quinta-feira na província al-Hassakah, ao norte do país.Entretanto as autoridades militares norte-americanas dizem não ter "evidências" destas mortes...
Evidente-mente!- digo eu.
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19.10.14
O dia em que o bispo foi à merda
Esta é uma história verdadeira. É verdadeiro que ma tenham contado, pelo menos. E tendo sido minha avó a contá-la, senhora de fé e prática religiosa, temente a Deus e crente no Inferno, mais credível se torna. Além de que a minha avó não era pessoa com formação académica suficiente para inventar histórias.
O que ela contou a minha mãe e minha mãe a mim, foi que minha avó, em criança, era vizinha de um tal bispo que não vou mencionar porque toda a gente reconheceria atendendo ao elevadíssimo grau a que ascendeu na sociedade portuguesa no tempo de Salazar.
Sendo vizinhos, a minha avó e o tal bispo, quando nem ele era bispo nem minha avó sonhava ser avó, ainda crianças ambos, ajudavam os pais, lavradores e lavradeiras, em terras de Famalicão.
Quando digo terras é de terras mesmo que estou a falar, não de lugares. Dessas terras de que falava Jesus quando dizia que um homem lançou semente à terra e etc.. Dessa terra onde medram as cebolas, as batatas, as alfaces e as pencas, tanto mais quanto a água e o adubo ajudarem.
O adubo, àquele tempo, era o estrume, matéria orgânica resultante da defecação dos animais, excremento, fezes, bosta. Recolhia-se ao longo dos caminhos por onde andavam vacas ou cavalos ou mesmo outras bestas. Por isso era vulgar que os agricultores se encarregassem de recolher o produto onde ele abundava e para os fins a que se destinava, conforme já expliquei. Mas porque fosse fácil de fazer ou pouco dignificante, também era frequente que os agricultores encarregassem os filhos do mester. E é assim que ocorre o que a minha avó relata.
No dia em que o bispo foi à merda, mandado pelos pais agricultores, a minha avó viu e fixou para memória futura como se já soubesse a importância que esse testemunho haveria de ter para mim, para este conto ou até para a História de Portugal.
Consta que minha avó, antevendo os frutos que haveriam de vir para o vizinho, ainda tentou seguir-lhe as pisadas mas foi logo avisada que há coisas que não estão destinadas às mulheres. E a maior importância que teve enquanto viveu, além de ser minha avó, foi ter visto um bispo ao adubo.
O que ela contou a minha mãe e minha mãe a mim, foi que minha avó, em criança, era vizinha de um tal bispo que não vou mencionar porque toda a gente reconheceria atendendo ao elevadíssimo grau a que ascendeu na sociedade portuguesa no tempo de Salazar.
Sendo vizinhos, a minha avó e o tal bispo, quando nem ele era bispo nem minha avó sonhava ser avó, ainda crianças ambos, ajudavam os pais, lavradores e lavradeiras, em terras de Famalicão.
Quando digo terras é de terras mesmo que estou a falar, não de lugares. Dessas terras de que falava Jesus quando dizia que um homem lançou semente à terra e etc.. Dessa terra onde medram as cebolas, as batatas, as alfaces e as pencas, tanto mais quanto a água e o adubo ajudarem.
O adubo, àquele tempo, era o estrume, matéria orgânica resultante da defecação dos animais, excremento, fezes, bosta. Recolhia-se ao longo dos caminhos por onde andavam vacas ou cavalos ou mesmo outras bestas. Por isso era vulgar que os agricultores se encarregassem de recolher o produto onde ele abundava e para os fins a que se destinava, conforme já expliquei. Mas porque fosse fácil de fazer ou pouco dignificante, também era frequente que os agricultores encarregassem os filhos do mester. E é assim que ocorre o que a minha avó relata.
No dia em que o bispo foi à merda, mandado pelos pais agricultores, a minha avó viu e fixou para memória futura como se já soubesse a importância que esse testemunho haveria de ter para mim, para este conto ou até para a História de Portugal.
Consta que minha avó, antevendo os frutos que haveriam de vir para o vizinho, ainda tentou seguir-lhe as pisadas mas foi logo avisada que há coisas que não estão destinadas às mulheres. E a maior importância que teve enquanto viveu, além de ser minha avó, foi ter visto um bispo ao adubo.
17.10.14
16.10.14
Política vs Ciência
A investigação científica de hoje e de ontem, haja lá o que houver de comparável.
As organizações representativas de investigadores, docentes e bolseiros de investigação abaixo indicadas, numa ação concertada igualmente com o SNESUP, bem ainda como muitos colegas que em nome individual nos têm apoiado, vão lançar a partir de amanhã, sexta-feira 17 de outubro e até à suspensão/correção das avaliações da responsabilidade da FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia), uma campanha nas instituições de ensino superior e unidades de investigação, intitulada LUTO PELA CIÊNCIA.
Os investigadores e docentes são convidados a exibirem sinais negros de “luto” nos seus locais de trabalho (laboratórios, gabinetes, etc.), em “luta” contra ilegalidades e erros graves das avaliações da responsabilidade da FCT – seja a dos Centros de Investigação, “dizimados” para metade, seja a “poda” de cerca de 2/3 dos candidatos dos concursos de bolsas e contratos “investigador FCT”. Usaremos de todos os meios legais, incluindo os judiciais, para invalidar estas avaliações, e substitui-las por outras que respeitem a legalidade e que sejam não só transparentes como justas. Nesta data, em nome da liberdade académica, solidarizamo-nos igualmente com a astrofísica espanhola Amaya Moro-Martin que criticou o processo de avaliação em Portugal conduzido pela European Science Foundation (ESF) a solicitação da FCT, num artigo de opinião recentemente publicado na revista Nature, e foi ameaçada pela ESF com um processo judicial. Apelamos também à subscrição de uma carta aberta europeia em apoio da Ciência, que pode ser obtida no link http://openletter.euroscience.org.
NOTA
As imagens dos 3 recortes de imprensa de 1947 fazem parte do meu documentário para a RTP, "Manuel Valadares, um caso exemplar" já invocado e anteriormente.
HOJE
De Rerum Nature de 16 de Outubro de 2014
As organizações representativas de investigadores, docentes e bolseiros de investigação abaixo indicadas, numa ação concertada igualmente com o SNESUP, bem ainda como muitos colegas que em nome individual nos têm apoiado, vão lançar a partir de amanhã, sexta-feira 17 de outubro e até à suspensão/correção das avaliações da responsabilidade da FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia), uma campanha nas instituições de ensino superior e unidades de investigação, intitulada LUTO PELA CIÊNCIA.
Os investigadores e docentes são convidados a exibirem sinais negros de “luto” nos seus locais de trabalho (laboratórios, gabinetes, etc.), em “luta” contra ilegalidades e erros graves das avaliações da responsabilidade da FCT – seja a dos Centros de Investigação, “dizimados” para metade, seja a “poda” de cerca de 2/3 dos candidatos dos concursos de bolsas e contratos “investigador FCT”. Usaremos de todos os meios legais, incluindo os judiciais, para invalidar estas avaliações, e substitui-las por outras que respeitem a legalidade e que sejam não só transparentes como justas. Nesta data, em nome da liberdade académica, solidarizamo-nos igualmente com a astrofísica espanhola Amaya Moro-Martin que criticou o processo de avaliação em Portugal conduzido pela European Science Foundation (ESF) a solicitação da FCT, num artigo de opinião recentemente publicado na revista Nature, e foi ameaçada pela ESF com um processo judicial. Apelamos também à subscrição de uma carta aberta europeia em apoio da Ciência, que pode ser obtida no link http://openletter.euroscience.org.
ONTEM
Os Movimentos Científico e Matemático
Por: Jorge
Rezende, Professor da Universidade de Lisboa (artigo de 2006)
Em 16 de
Novembro de 1936, bolseiros do IAC que tinham estado em vários países da Europa
– Arnaldo Peres de Carvalho, Herculano Amorim Ferreira, Manuel Valadares e António da Silveira – aos quais se juntou Bento de Jesus Caraça, fundaram o Núcleo de Matemática, Física e Química, que pretendia ser o início de uma
verdadeira Escola de Ciência, à imagem da realidade com que tinham contactado e na qual tinham trabalhado no estrangeiro.
(...)
Embora a ideia
inicial fosse muito mais ambiciosa, o Núcleo acabou apenas por promover a
realização de ciclos de conferências de alto valor científico, bem como a sua
publicação em livros de elevada qualidade.
Curiosamente, os dois primeiros conjuntos de conferências foram os de Bento de Jesus Caraça, sobre Cálculo Vectorial, iniciado justamente a 16 de Novembro de 1936, e o de Ruy Luís Gomes, sobre Teoria da
Relatividade Restrita, iniciado a 19 de Abril de 1937. Ambos os cursos deram origem aos dois primeiros volumes da colecção do Núcleo, a qual só viria a ter três volumes... Estes livros são ainda hoje bastante conhecidos, particularmente o de Caraça que já teve várias edições.
O fascismo moveu perseguições diversas ao Núcleo, a principal das quais foi a de fechar as portas das escolas às suas actividades, com destaque para a Faculdade de Ciências (onde Valadares era professor) e o ISCEF (actual ISEG e onde Caraça era professor). Só o Instituto Superior Técnico lhe abriu as portas.
Infelizmente, o Núcleo acabou por se extinguir em 6 de Novembro de 1939, sobretudo devido a divergências internas.
(...)
A formação do Núcleo de Matemática, Física e Química, em 1936, marca o início do Movimento Científico em Portugal, que foi posto entre parêntesis com as expulsões de 1947, e que só retomaria verdadeiramente com a Revolução de 25 de Abril de 1974.NOTA
As imagens dos 3 recortes de imprensa de 1947 fazem parte do meu documentário para a RTP, "Manuel Valadares, um caso exemplar" já invocado e anteriormente.
14.10.14
Não digam a ninguém
Evo Morales, o presidente da Bolívia, que o governo português impediu de aterrar em Lisboa para reabastecimento do avião presidencial, há um ano,
conquistou uma grande vitória nas eleições de domingo 12 de Outubro.
Desta vez o governo português não pôde impedi-lo e os orgãos de Informação tiveram que conjugar “discrição” com insinuação a fim de ensombrar as evidências.
Lá onde isso mais importa, porém, a vitória de Evo Morales confirma a confiança e o apoio popular de que gozam as suas políticas anti-imperialistas ou de defesa da soberania nacional, se assim preferirmos dizer.
Essas políticas manifestam-se, a nível internacional, na forte vinculação à corrente progressista e bolivariana (de Bolívar) que predomina na actual América Latina, e ao movimento “integrador” dos países da região, gerado desde Hugo Chavez sem carácter politico-ideológico.
A nível nacional boliviano, a vitória eleitoral de Evo Morales exprime a aprovação popular de uma linha política em que a economia se subordina aos interesses do Estado. Neste sentido, o presidente nacionalizou parte de alguns sectores estratégicos, nomeadamente nos hidrocarbonetos, telecomunicações e mineração.
A sua política de inspiração socialista, desenvolvida ao longo de oito anos, levou estabilidade e rigor fiscal ao país, fez crescer fortemente a economia nacional e tirou milhões de pessoas da pobreza.
O Presidente financiou grandes obras de infraestruturas, a construção de escolas e de áreas desportivas. Entretanto, ao contrário de alguns receios manifestados no domínio empresarial, reconhece a importância do sector económico privado e nega a intenção de aumentar as nacionalizações, nomeadamente na banca e nas empresas com participação estrangeira.
Evo Morales provém de uma família muito humilde de província. Sem formação académica superior, foi pastor, pedreiro e músico. Activista sindical, iniciou por essa via a actividade política.
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12.10.14
Porque hoje é domingo (57)
Jesus transformou a água em vinho – conta João, o evangelista, e só ele (2, 1-11).
Até aqui não é nada que o taberneiro da Travessa dos Congregados não fizesse diariamente sem que ninguém lho pedisse. E a gente que se sentava como eu na sala de segunda classe, do restaurante, logo à entrada, onde as mesas não tinham toalha, bebia aquela zurrapa escura e espumosa com o mesmo divino prazer com que chafurdava num prato de tripas quando não umas papas de sarrabulho… Um veneno matava o outro.
Naquele tempo em que Jesus se estreou a fazer milagres, não havia ASAI nem super-mercados nem grandes cuidados preventivos nem fitness nem ciclovias, mas também não havia cancros nem sida nem hospitais privados, se a memória não me atraiçoa.
Mas a questão que se coloca é outra: que importância especial teve esse casamento para que Jesus e a sua mãe mas também os discípulos nela participassem, e para que Jesus desperdiçasse a sua transcendência na coisa fútil de suprir a falta de álcool às mesas – ele que não era o noivo nem o dono da casa, salvo melhor opinião.
Até aqui não é nada que o taberneiro da Travessa dos Congregados não fizesse diariamente sem que ninguém lho pedisse. E a gente que se sentava como eu na sala de segunda classe, do restaurante, logo à entrada, onde as mesas não tinham toalha, bebia aquela zurrapa escura e espumosa com o mesmo divino prazer com que chafurdava num prato de tripas quando não umas papas de sarrabulho… Um veneno matava o outro.
Naquele tempo em que Jesus se estreou a fazer milagres, não havia ASAI nem super-mercados nem grandes cuidados preventivos nem fitness nem ciclovias, mas também não havia cancros nem sida nem hospitais privados, se a memória não me atraiçoa.
Mas a questão que se coloca é outra: que importância especial teve esse casamento para que Jesus e a sua mãe mas também os discípulos nela participassem, e para que Jesus desperdiçasse a sua transcendência na coisa fútil de suprir a falta de álcool às mesas – ele que não era o noivo nem o dono da casa, salvo melhor opinião.
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10.10.14
Brasil já escolheu
No “campeonato nacional” das presidenciais, do passado domingo, o Brasil escolheu: Dilma Rousseff ganhou as eleições com 41,59% enquanto Aécio Neves teve 33,55% e Marina Silva teve 21,32%. Dilma recebeu mais oito milhões de votos do que o segundo classificado.
Mas…
Mas Dilma não é da família política do PS nem do PSD, como são Marina e Aécio, respectivamente.
Logo…
Logo, as notícias em Portugal não são a vitória de Dilma Rousseff mas sim…
QUE Dilma Rousseff, do PT, conseguiu a vitória, mas não os votos suficientes para evitar uma 2ª volta.
QUE Aécio Neves vence primeira volta… em Portugal.
QUE Aécio e Dilma decidem presidência do Brasil na segunda volta
Agora, a notícia é que o Partido Socialista brasileiro vai apoiar o social-democrata Aécio Neves na segunda volta das eleições presidenciais, a 26 de Outubro, para impedir a reeleição de Dilma Rousseff.
E a (minha) previsão é que os órgãos de Informação em Portugal já afiaram as unhas para arranhar o Partido dos Trabalhadores. Mais certa do que a previsão da Datafolha!
O Instituto Datafolha, um dos principais centros de sondagens e estudos do país, divulgava em 10 de Setembro a sua sondagem, em que Dilma Rousseff surgia com 36% dos votos, seguida de Marina Silva com 33% e do social-democrata Aecio Neves com 15%.
Quanto à segunda volta, Datafolha já está a fazer o seu trabalho...
Nota: A primeira volta das eleições gerais brasileiras de 2014, realizadas no dia 5 de outubro destinaram-se a escolher não só o presidente da República, mas também os vinte e sete governadores das unidades federativas, um terço dos membros do Senado Federal, a totalidade dos membros da Câmara dos Deputados e os representantes dos poderes legislativos estaduais.
Mas…
Mas Dilma não é da família política do PS nem do PSD, como são Marina e Aécio, respectivamente.
Logo…
Logo, as notícias em Portugal não são a vitória de Dilma Rousseff mas sim…
QUE Dilma Rousseff, do PT, conseguiu a vitória, mas não os votos suficientes para evitar uma 2ª volta.
QUE Aécio Neves vence primeira volta… em Portugal.
QUE Aécio e Dilma decidem presidência do Brasil na segunda volta
Agora, a notícia é que o Partido Socialista brasileiro vai apoiar o social-democrata Aécio Neves na segunda volta das eleições presidenciais, a 26 de Outubro, para impedir a reeleição de Dilma Rousseff.
E a (minha) previsão é que os órgãos de Informação em Portugal já afiaram as unhas para arranhar o Partido dos Trabalhadores. Mais certa do que a previsão da Datafolha!
O Instituto Datafolha, um dos principais centros de sondagens e estudos do país, divulgava em 10 de Setembro a sua sondagem, em que Dilma Rousseff surgia com 36% dos votos, seguida de Marina Silva com 33% e do social-democrata Aecio Neves com 15%.
Quanto à segunda volta, Datafolha já está a fazer o seu trabalho...
Nota: A primeira volta das eleições gerais brasileiras de 2014, realizadas no dia 5 de outubro destinaram-se a escolher não só o presidente da República, mas também os vinte e sete governadores das unidades federativas, um terço dos membros do Senado Federal, a totalidade dos membros da Câmara dos Deputados e os representantes dos poderes legislativos estaduais.
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6.10.14
Paroles, paroles, paroles…
Repare-se no vídeo, entre os 03’55” e os 04’17”, como Raul Castro exalta o respeito pela diversidade … e “a convicção de que o diálogo e a cooperação são o caminho para a solução das diferenças, a convivência civilizada de quem pensa de forma diferente”
No entanto, os Castros correm o risco de ficar para a História, não como os construtores de uma “Cuba Libre” mas sim como os construtores de uma “escravidão generosa” – para dizê-lo de alguma maneira!
O que há de comum entre um discurso de Raul Castro e um discurso de Cavaco Silva, é que “Para a mentira ser segura e atingir profundidade, tem que trazer à mistura qualquer coisa de verdade”, como dizia o poeta popular António Aleixo.
“O País necessita urgentemente de um acordo de médio prazo entre os partidos que subscreveram o Memorando de Entendimento com a União Europeia e com o Fundo Monetário Internacional, PSD, PS e CDS”, como diz Cavaco Silva, ou necessita de um acordo dos governos com os seus compromissos eleitorais?
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