30.5.10

Isto é fascismo (2)

O Fascismo não é um conceito abstracto. Ele caracteriza-se por uma forma de autoridade, organização e prática política a que a ideologia acrescenta apenas uma pretensa justificação teórica.

Mas não é por se chamar cão ao gato que este começa a ladrar nem é por se chamar liberdade-de-expressão à desinformação, que esta é livre, independente, rigorosa ou séria.

Toda a censura é fascista, quer seja praticada por uma comissão política ou por um director de jornal, quer se pratique na Coreia do Norte ou em Portugal, quer mate jornalistas na Rússia quer mate o jornalismo em Lisboa, quer omita os grandes acontecimentos, quer subverta os seus conteúdos em obediência a preconceitos ideológicos.

Não são apenas as opiniões que têm direito à vida, são também as notícias! A liberdade de informação e de expressão não tem o seu fundamento na liberdade do jornal dizer o que quizer mas sim na liberdade do cidadão ser informado.

Dizer que um acontecimento teve a participação de centenas de pessoas quando teve centenas de milhares, é usar os mesmos nétodos que Salazar usava para a contagem dos resultados eleitorais; silenciar a oposição ao regime, ou subverter as suas actividades e propósitos, são exercícios tão reprováveis num jornal cubano como num jornal português – com a agravante de que o Granma não se esconde sob o manto diáfano da independência.

A notícia da enorme manifestação de descontentamento contra as políticas do Governo e da Direita – esta seria a notícia rigorosa, independente – não é "a preparação de uma greve geral" que não foi referida no discurso da organização, por mais pertinente e previsível que ela se torne. A notícia é a denúncia dos responsáveis e beneficiários da crise económica, a “indignação e protesto” contra as políticas “de austeridade” que se abatem sobre os trabalhadores como se a crise tivesse sido provocada – e não foi – por se terem pago subsídios de desemprego a mais, prestações sociais, pensões de reforma e salários excessivos aos trabalhadores comuns.

Isto e muito mais do que se viu e ouviu no terreno, é notícia. O resto é difamação à maneira fascista.

Isto é fascismo

O Sapo diz que estiveram “centenas de portugueses” na manifestação, o Clix diz que “ a CGTP contou com trezentos participantes” ! O Correio da Manhã é um pouco mais generoso ao conceder que terão protestado “milhares” de pessoas. O Público, “jornal de referência” na propaganda anti-sindical e anti-progressista em geral, não assume uma contagem; diz que os organizadores disseram que... Mas acrescenta num português de referência: “A possibilidade do valor estar inflacionado é uma possibilidade”.

A revista “Visão”, essa ainda está a fazer contas. O JN não tem espaço para estas futilidades, ocupado como está em informar o país de que uma bébé nasceu numa padaria... A TSF destaca as declarações... da Ministra do desemprego, remetendo a notícia da manifestação para um “link” que volta a destacar a ministra e a UGT e só lá para o fim refere que estiveram na manifestação... “centenas de pessoas” !

Fotos, nem vê-las! – não se dê o caso de alguém contar as cabeças...

Para os jovens a quem é sempre difícil explicar o que era o fascismo, aqui está um exemplo!


2010 Maio 30 - Recortes de "notícias" de jornais on-line, sobre a manif. de 29.

28.5.10

Também peço desculpa

Depois de Passos Coelho pedir desculpa por ter dado uma mão "ao país" e de Cavaco Silva ter pedido desculpa por aprovar a lei do casamento entre homossexuais, sinto-me à vontade para pedir desculpa por não publicar aqui nada há vários dias (o que é quase tão grave como ter publicado!).

Mas acontece que fui confrontado com revelações que me deixaram estarrecido - eu que ando nisto há tantos anos, ex-combatente da guerra colonial, ex-sindicalista, ex-pcp... Definitivamente, pela vossa boa saúde,
não leiam o blogue "Trinta de Fevereiro".


Aproveitem mas é para ir à praia e depois de jantar sentem-se a ver os bons conselhos dos nossos líderes de opinião publicada, no sentido de aceitarem as boas, justas e necessárias medidas do Governo - necessárias mas insuficientes, claro. E digam a tudo que sim, se não querem parecer tolos.

Aviso: conheço um que leu aquele blogue e decidiu ir à manifestação deste Sábado, promovida pela CGTP.

21.5.10

A força centrífuga da UE

Depois da descolonização geográfica que libertou países empobrecidos e escravizados da América do Sul e de África, pelas potências mundiais – ao tempo, Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Holanda – vamos assistindo às lutas independentistas dos países menos desenvolvidos contra a dominação económica das grandes potências.
Cansados da dominação norte-americana, os países foram procurando condições para a sua autonomia, através de uniões económicas que valorizam os seus próprios recursos e iniciativas em vez de se submeterem a directivas imperiais que perpetuaram atrasos económicos e politicos. Naquele propósito independentista, criou-se na América Latina o Mercosul (1) e outras organizações, e desenvolveu-se na Europa a União Europeia, a partir da CEE e herdeira do BENELUX.
Mercosul

No plano mundial, parece significativo, por exemplo, um artigo recente da revista inglesa The Economist, onde se falava do temor com que o congresso norte-americano olhava para o Bric, um bloco composto por Brasil, Rússia, Índia e China, e que pareceria vocacionado “para anunciar aos Estados Unidos que os maiores países em desenvolvimento têm opiniões próprias”. No âmbito da União Europeia, as mesmas razões que obrigaram os respectivos países a organizarem-se autonomamente para responder ao domínio económico dos EUA, podem fazer com que alguns deles, os mais débeis, se reorganizem contra a dominação(2) exercida pelas grandes potências europeias em relação a si próprios, se vingar a “lei dos mais fortes” no seio da organização, ou o princípio de “cada um por si” (que chegou a ser defendido por Merkel no início da crise financeira e de que voltou a ser acusada agora, a propósito do comportamento dos especuladores financeiros) .

Com efeito, aquelas potências europeias, nomeadamente a Alemanha, a França e o Reino Unido, enquanto se relacionam com os outros países da União em termos autoritários ou coercivos, relacionam-se com a Rússia ou a China, os EUA ou o Brasil, em termos negociais.

Na busca de novas solidariedades, a Grécia volta-se para a muçulmana Turquia que tem uma relação de amor-ódio com a Europa; a Espanha reforça os laços económicos com as suas antigas colónias (América Latina e Caribe); Portugal tem todo o interesse em consolidar o mais possível, as suas relações económicas com o Brasil e Angola, sobretudo, ainda que não seja um parceiro privilegiado de qualquer destes do ponto de vista económico como decorre do estatuto do Brasil como grande potência emergente e , no caso de Angola – e de Moçambique por maioria de razão – devido às afinidades destes com os vizinhos da “Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral” – sem que se ignore o seu próprio problema de dependância regional em relação à Àfrica do Sul e sem que se ignore o seu interesse nas relações económicas com a UE, no que Portugal finge que tem um papel a desempenhar.

A força centrífuga da União Europeia, portanto, parece atirar os países do sul da europa para outras galáxias. Tanto mais depressa quanto menor se continuar a revelar a força da gravidade, isto é, a força de atracção que liga aqueles países à zona euro.

Que os grandes líderes europeus não estejam interessados nisso, como se vê todos os dias em declarações, parece confirmar a quem interessam as políticas que prosseguem.


(1)Actualmente o Mercosul é composto por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela, como estados membros, e por Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru como estados associados.
Outros países da região, criaram a ALBA, com um caracter ideológico de esquerda e inscrevendo a solidariedade social como preocupação dominante. Fazem parte Venezuela e Cuba, fundadores, e ainda Bolívia, Nicarágua, Dominica, Equador, Antigua e Barbuda e São Vicente e Granadinas

(2)“Como português, tenho pena, mas passámos a ser uma espécie de protectorado da Alemanha, do ponto de vista financeiro. Mas quando os nativos não se sabem governar, uma boa dose de colonialismo não deixa de ser saudável” – disse Campos e Cunha, antigo vice-governador do Banco de Portugal, professor da Faculdade de Economia da Universidade Nova e actual presidente da SEDES.

17.5.10

Quem avisa...

Passos Coelho teve o mérito de avisar!

Avisou que não deu a mão ao Governo mas sim ao país. Pressuponho que o país a que se referia era Portugal e não a Alemanha... E fico a saber que, quando Passos Coelho dá uma mão "ao país", os preços sobem e os impostos também.

Agora imaginem o que acontecerá quando e se Passos Coelho der a outra mão...

13.5.10

Os novos cruzados

A cruzada papal a que assistimos com Bento XVI, terá directamente a ver com os conflitos mundiais em curso?
Será que o “eixo do mal” é um conceito que resiste ao mandato de George Bush e que o ultrapassa em importância e estratégia mundial?
Estará a Igreja Católica a viver uma nova etapa histórica da luta pela Terra Santa que, segundo alguns, teria sido prometida ao povo israelita no antigo testamento? Se assim for, ganha especial significado a tarefa diplomática de Bento XVI, de resto no seguimento de João Paulo II a quem cumpriu limpar o terreno hostil a estes propósitos – o bloco comunista afecto à União Soviética.

Não são os papas que definem as estratégias da Igreja; é a Igreja que escolhe os papas adequados a essas estratégias. O caso do papa polaco foi evidente. A sucessão por um papa alemão de nascimento e carreira, faz lembrar o papel dos alemães ao longo das cruzadas, mas certamente será coincidência.

O papa Urbano II exortou, em 1095, a que se “libertasse” a Terra Santa, isto é, a que se conquistasse a actual Palestina e Jerusalém. O domínio dos turcos seljúcidas sobre Jerusalém era interpretado pelos cristãos do Ocidente como uma ameaça e uma forma de repressão sobre os peregrinos e os cristãos do Oriente. É o conceito de “eixo” político-geográfico! Ou seja, trata-se de um conflito entre europeus e turcos muçulmanos.
Prometendo "salvação a todos os mortos em combate contra os infiéis", o Papa Urbano II mobilizou um grande e entusiástico exército. Afinal, não é a fé na salvação – como cada um entender isso – que mobiliza as multidões religiosas, sempre? (Acresce muitas vezes o anti-comunismo, é certo, com o seu forte exército).

Os “soldados de Cristo” apresentavam-se naquelas invasões como peregrinos da fé... tal como hoje, e identificavam-se com uma cruz vermelha que lhes valeria o nome de cruzados.
Essa cruz vermelha continua a figurar, ainda hoje, nas vestes papais, mas as invasões foram substituídas por relações diplomáticas.

Enquanto as coisas forem pela via diplomática, poupam-se os massacres, a carnificina que as cruzadas provocaram.

Mas há que estar atento desde já a duas questões: a primeira, é que as cruzadas fogem rapidamente ao controlo dos próprios papas e são apropriadas por oportunistas crueis interessados no poder e na pilhagem; a segunda é que os conflitos colocam em presença a “nossa” força... e a dos outros!, o que torna os resultados imprevisíveis.

Aparentemente, as relações do Vaticano com o outro mundo religioso vão no sentido contrário, isto é, da tolerância e co-habitação.

Outro tanto acontece quanto às relações com países de direcção marxista como Cuba e a China. Mas a missão evangelizadora da Igreja, isto é, o seu objectivo de influenciar cada vez mais gente, faz pensar que a política apaziguadora em curso pode ser apenas o necessário passo atrás para distender os adversários e reunir forças que tanto vão escasseando - como dá conta a falta de vocações sacerdotais.

Hoje estamos assistindo à troca de presentes entre os cruzados e os indígenas de várias partes do globo. Amanhã, não sei. Sei que vale a pena pensar no assunto, muito mais do que alinhar num côro de hossanas irracionais.

10.5.10

Em nome do Pai


A foto exprime bem o contraste entre Jesus Cristo e o Papa:
seja na escala das figuras, seja no vestuário.


É o contraste entre os valores cristãos e o testemunho da sua igreja, entre o sacrifício e o benefício terrenos, entre as mensagens e os símbolos, entre o deus instrumental e o instrumento endeusado.

Basta reparar no tratamento geral da visita, e em particular nas entrevistas e debates com os seus ministros, para perceber como toda a propaganda da Igreja sobre o “representante de Deus”, reduz, digo revela a importância secundária de Jesus Cristo na organização religiosa – é a clássica perversão do papel dos representantes, nesta como noutras esferas públicas.

Uma religião assente no “mistério da Santíssima Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo”, designa o seu ministro da mesma forma que designa o seu deus: Papa, isto é, Pai. A par disso, atribui-lhe méritos de santidade – “Sua Santidade” – que qualquer outro homem ou mulher só pode ter por práticas alegadamente heroicas ao serviço da fé católica. O resto são as poses e os discursos tão enfáticos como abstractos.

Afinal, o que fez o Papa para ser comparado aos mártires da sua igreja? Pela sua cultura excepcional poderia ser doutorado honoris causa por qualquer universidade e porventura Prémio Nobel de qualquer coisa, mas santo, porquê?

Os milagres de Ratzinger

Em 1985, Ratzinger impôs “voto de silêncio”, ao frade brasileiro Leonardo Boff, que chegou a leccionar na Universidade de Lisboa e é um dos expoentes da Teologia da Libertação. Razões de Ratzinger: as posições “marxistas” de Boff que este recusa com indignação.

Ratzinger, na sua teologia da resignação, digamos assim, é tão obstinado contra os movimentos progressistas, quão tolerante para as figuras mais condenáveis no plano moral e no plano socio-político.

Entre Jesus e Barrabás, quem é que ele condena e quem é que ele liberta? Nem tudo pode ser desculpado, depois!, à conta de “gafes”.

Num documentário* da BBC, o Papa é acusado de liderar o "encobrimento de casos de pedofilia". A reportagem do programa examinou um documento secreto interno da igreja (Crimen Sollicitationis), que instrui bispos como lidar com acusações de abusos sexuais cometidos por padres nas suas paróquias.

Santo padre, porquê? Qual foi a sua cruz? Qual foi o seu milagre?

*Documentário da BBC, de 1 de Outubro de 2006, "Sex Crimes and the Vatican. Notícia AQUI.

9.5.10

Novas visões

“Os padres são assim desafiados a proclamar o evangelho empregando as últimas gerações de recursos audiovisuais – imagens, vídeos, atributos animados, blogs, sites – que, juntamente com os meios tradicionais, podem abrir novas visões para o diálogo, evangelização e catequização”, disse Bento XVI.

Eu desaconselharia, até que passe a nuvem que paira sobre a Igreja. Mas no caso da proposta ir para a frente, tenho uma ideia: podia-se criar um confessionário virtual... Até para evitar as más línguas.

"Forgiven" de Greg Olsen

7.5.10

Islândia e os seus vulcões

Um comediante islandês decidiu colocar a Islândia à venda na Internet, numa altura em que o país revelava estar à beira da bancarrota. Parece que o negócio não se concretizou porque... a ilha não tinha seguro contra sismos e vulcões!
Agora a notícia da TSF.SAPO é...

«Os directores de bancos islandeses que arrastaram o país para a bancarrota em finais de 2009 foram presos por ordem das autoridades, sob a acusação de conduta bancária criminosa e cumplicidade na bancarrota da Islândia.
(...) Na lista de possíveis detenções nos próximos dias e semanas estão mais de 125 personalidades da antiga elite política, bancária e financeira, com destaque para o ex-ministro da Banca, o ex-ministro das Finanças, dois antigos primeiros-ministros e o ex-governador do banco central.
(...) Em Outubro de 2008, o sistema bancário islandês, cujos activos representavam o equivalente a dez vezes o Produto Interno Bruto do país, implodiu, provocando a desvalorização acentuada da moeda e uma crise económica inédita».


A CRISE DA ISLÂNDIA, E AS MEDIDAS

Em 2007, foi dado como o país mais desenvolvido do Mundo, com o quarto maior PIB per capita do planeta.
Mas foi um dos países mais afectados pela crise financeira mundial, com a economia a contrair, o desemprego a acentuar-see o défice a crescer.
A 7 de Outubro, o governo ida Islândia e a oposição aprovaram um plano de emergência para acalmar os islandeses, suspendendo os bancos islandeses na bolsa de valores de Reykjavik, e passando o Estado a controlar todas as decisões centrais do sector bancário.
Em Dezembro o parlamento islandês aprovou uma lei destinada a reembolsar os clientes estrangeiros afectados pela falência dos bancos do país em 3,9 mil milhões de euros.

REACÇÂO DA POPULAÇÃO, ÀS MEDIDAS

Mais de 62 mil islandeses, o que representa um quarto dos eleitores islandêses, assinaram uma petição que incentiva o presidente a vetar aquela legislação, e pedindo que se promova um referendo.

Muitos contribuintes consideram injusto ter de pagar pelos erros cometidos pelos bancos, que ofereciam altas taxas de juro e que não conseguiram sobreviver, com o estalar da crise financeira.

CHANTAGEM DA UE, FMI e AGÊNCIAS DE RATING

O secretário de Estado britânico para o sector financeiro, Paul Myners, avisou que a Islândia poderá não entrar para a União Europeia (UE) se o dinheiro não for devolvido aos depositantes estrangeiros.

Por outro lado, o primeiro-ministro da Islândia, avisou que o acesso ao plano de ajuda do FMI à economia islandesa está suspenso até que a questão do referendo, isto é, das indemnizações, esteja definitivamente resolvida.

No seguimento do veto presidencial, a Fitch - agência de notação financeira - reviu em baixa o rating da Islândia e a S&P avisou que se deveria seguir. A terceira "irmã", a Moody's, também já explicou que a instabilidade do país poderá prejudicar o rating.

A 5 de Março, a primeira ministra islandesa pediu o boicote do referendo que se realizaria no dia seguinte...

ERUPÇÂO POPULAR

Com uma enorme participação, cerca de três quartos dos eleitores (74%) votaram contra a lei, e apenas 19% do eleitorado votou a favor !

Será por isso que já “ninguém” quer falar da Islândia? Ou porque o seu governo se prepara para “reformular” o texto da lei (à maneira do que aconteceu com o Tratado de Lisboa) ?

4.5.10

Cuba instável

Sob o manto diáfano das grandes manifestações organizadas pelo partido-único, e das eleições encenadas pelo mesmo, são manifestos os sinais de fragilidade do regime cubano e dos seus líderes.

Hoje a notícia é...


«El Presidente de Cuba, Raúl Castro, destituyó hoy a uno de los vicepresidentes de su Gobierno encargado además de la cartera de Transporte, Jorge Luis Sierra Cruz, y al ministro del Azúcar, Luis Manuel Avila González, según una nota oficial difundida por la televisión estatal.

En el caso de Sierra Cruz (na foto, de gravata) su relevo se debe a "errores cometidos en el desempeño de sus funciones", mientras que la sustitución de Avila González (na foto, de camisa azul) se produce porque "solicitó su liberación al reconocer las deficiencias de su trabajo que le fueron señaladas".


"A los compañeros Jorge Luis Sierra Cruz y Luis Manuel Avila González les serán asignadas otras tareas", según la nota del Consejo de Estado leída en el noticiero de la televisión oficial»(...)

Los relevos de hoy se suman a una larga lista de cambios que el general Castro ha realizado en su gabinete desde que asumió la Presidencia como titular en febrero de 2008 (ya era jefe de Estado interino desde julio de 2006, cuando enfermó su antecesor y hermano mayor, Fidel).

En marzo de 2009 anunció la reestructuración de Gobierno más profunda de los últimos 15 años, con la salida definitiva del Ejecutivo de cuatro vicepresidentes y ocho ministros».


Para compreender a "larga lista de cambios" referida na notícia, vale a pena juntar o seguinte excerto de um texto de Marzo Fernández, Golpe y ContraGolpe, publicado em La Nueva Cuba em 22 de Abril.

Si analizamos detalladamente, todas las medidas tomadas por Raúl en el orden administrativo, todas pero todas son antifidelistas. No quiero hacer el recuento muy extenso, y trataré de sintetizar al máximo. No voy ajustarme estrictamente al orden cronológico, sino por su importancia.

1.- Sustitución de Valenciaga, Secretario personal de Fidel Castro, en su lugar se nombra al Coronel Alfonso Borges, del entorno de Raúl.
2.- Sustitución de José Miyar, Asesor y amigo personal de Fidel, como secretario del Consejo de Estado.
3.- Desaparecer a todos los “talibanes” empezando por Hassan, la tropa de choque de Fidel.
4.- Destituir de todos los cargos a José Luis Rodríguez Ministro de Economía, Vice del Consejo de Ministros, persona de confianza y protegido personal de Fidel. En su lugar lo sustituye el advenedizo Marino Murillo, que goza de gran simpatía por parte de Raúl.
5.- Desaparecer del mapa político a Otto Rivero, "talibán jefe", y Vicepresidente del Consejo de Ministros y designado por Fidel para atender las llamadas obras de choque.
6.- Destituir a los ministros Raúl de la Nuez, [comercio exterior] y Alfredo López [Pesca] promovidos a instancias de Tania Fraga, sobrina y miembro del equipo de coordinación y apoyo de Fidel. Nombrar a Rodrigo Malmierca, coronel de la inteligencia.
7.- Sustituir a Alejandro Roca, históricamente protegido por Pepín Naranjo -secretario personal de Fidel- recordar que Pepín murió de un infarto cardíaco en casa de Max Marambio - para nombrar a María del Carmen Concepción González, protegida de Machado Ventura.
8.- Sustituir a Fernando Acosta [asociado a Lage] en el Ministerio de Sidero Mecánica por el General Salvador Pardo Cruz.
9.- Nombrar Ministro de Comercio Interior a Jacinto Angulo Pardo, propuesto por Machado Ventura. Al igual que a Margarita Marlene González, en lugar de Alfredo Morales Cartaya, amigo personal de Fidel.
10.- La destitución de Carlos Lage y Felipe Pérez Roque, criados y amamantados por el propio Fidel, los llamados a ser los sucesores, por un video que sólo han visto los privilegiados.
11.- En su lugar, José Amado Ricardo Guerra, General y Asistente personal de Raúl y Bruno Parrilla que se dice está emparentado con el ex Vicepresidente -ya fallecido- Carlos Rafael Rodríguez.
12.- Sustitución de 39 embajadores, de un plumazo, hecho sin precedente en el sistema de Relaciones Exteriores, se le retiró la confianza a más de 300 funcionarios del Servicio Exterior.
13.- Sustitución de más de 200 funcionarios de la administración central del estado, viceministros y directores, sin explicación. Lo mismo se ha estado aplicando en los aparatos provinciales del Partido y del Poder Popular.
Se dice que se está limpiando la casa, la pregunta es, ¿quien nombró a todos estos dirigentes?

En el orden militar, cambios totales, el General de División Julio Casas Regueiro, el amiguísimo de Raúl, se ocupó de limpiar las Fuerzas Armadas, comenzado por el General de División Enrique Acevedo, casualmente hermano del General Rogelio Acevedo -los pobres no pelearon en el segundo frente- que se encontraba al mando de las Reservas del Alto Mando (RAM), que sólo podían ser puestas en disposición combativa por orden de Fidel.

Sustituidos los 3 jefes de Ejército, el más significativo el General de División Ramón Espinosa, general nombrado personalmente por Fidel y que no era del entorno de Raúl. (...)

Además en el entorno familiar Raúl, también ha tomado medidas: su hijo el coronel Raúl Castro, es el coordinador entre los servicios de inteligencias del Minfar y el Minit, en español es el jefe. Su nieto, además de ser el jefe de su escolta, está asumiendo funciones en la dirección de Seguridad Personal; su hija Mariela aspira a ser la primera dama.

Su yerno, Luis Alberto Rodríguez López Callejas, dirige un gobierno invisible, es el verdadero poder detrás del trono. Prácticamente controla las principales fuentes de ingresos del país, ha ido asumiendo todas las actividades que generan divisas. Se le vincula directamente con la renuncia de Francisco Soberón -protegido personal de Fidel y con mucha ascendencia sobre el mismo, era de su confianza total- al Banco Central, por discrepancias sobre el control de las finanzas externas.

Para Raúl el problema más importante, es el eslabón suelto, Ramiro Valdés, aunque lo tiene bajo un control total y entretenido con la Refinería de Cienfuegos, y la atención personal a las relaciones con Venezuela, que ayude a resolver “los problemas eléctricos” de ese país, lo que parece un chiste.

Ramiro (aqui ao lado), aunque no goza de simpatía popular, tiene ascendencia en los círculos militares, además siempre ha manejando información muy sensible de todos los personajes de la “nomenclatura” cubana. Es respetado y temido. Raúl lo sabe, y ambos se respetan. En este contexto, lo que más preocupa a Raúl, que dada la grave crisis que azota el país, tanto en lo político como en lo económico; las fuerzas fidelistas expulsadas del poder se reagrupen como una opción “para salvar el país” y contraataquen.
(Fim de citação)

2.5.10

Mudem de jogo

Se Mao Tsé Tung não tinha barbas e o próprio Chiang Kai-shek também não, já se não pode dizer o mesmo do provérbio chinês, segundo o qual «a um pobre não se deve dar peixe mas ensinar a pescar». Sejamos razoáveis: nos primeiros tempos, também será necessário dar uma cana de pesca – ou emprestá-la.

Aplicado às Grécias da União Europeia, este provérbio oriental recomenda que aos helénicos e aos lusitanos e outros “pigs” não se devia emprestar dinheiro (com juros) mas facilitar os negócios – ajudar a sua produção e a sua exportação.

Deixem-nos produzir e exportar, e verão como o emprego cresce, a riqueza cresce e até a deusa Europa passa dos pactos... aos factos.

Mas o jogo da especulação financeira não é esse? Mudem de jogo.
Até porque a gente pode não perceber muito de especulação, mas de “pesculação” levamos séculos de avanço.

Vai fanec'ó linguado, ó fregueses?
Imagem inicial retirada de “cronicas de um pescador

1.5.10

Entre a parede e a espada

O que os governos da UE fizeram foi salvar os responsáveis pela crise com dinheiros públicos, numa demonstração clara de quem detém o Poder, para que serve o Estado e a quem servem os governantes.

A opção tomada, injecções massivas de dinheiros públicos para os responsáveis pela crise, independentemente dos diferentes estatutos jurídicos em que assentam as sucessivas transferências, constituem já, e a procissão ainda vai no adro, a maior passagem de dinheiro das classes trabalhadoras para os grupos monopolistas e transnacionais da história do capitalismo.

A crise, ainda no início do seu processo de desenvolvimento, vai bater com violência nas classes trabalhadores e classes intermédias da população, até que os povos assumam o papel que lhes cabe de sujeitos da História e beneficiários do modo de produção.


Excerto de um artigo foi publicado no Jornal do Fundão nº 3.244 de 16 de Outubro de 2008.


A questão que se põe e que explica porque os povos não assumem "o papel que lhes cabe de sujeitos da História", é saber que outro caminho poderão seguir sem cairem num regime armadilhado onde a palavra de ordem é "come e cala-te!".

(E a propaganda "turística" que temos não nos livra deste mêdo).


Em todo o caso também há quem diga que "o caminho se faz, caminhando", o que neste dia 1º de Maio tem duplo significado...