31.10.10
Produzir, produzir, produzir!
Da Espanha veem pêssegos, pimentos e batatas; da Itália, uvas; do Uruguai, laranjas e limões; alho francês... da Bélgica; bifes, da Irlanda e eu sei lá que mais. Será que só nos restam as couves e os tomates?
Entretanto...
«A Madeira exportou o ano passado mais 10% de flores, com as importações a caírem 28,7%. Contribui para esta inversão dos indicadores um aumento gradual da produção e comercialização local, que nos últimos anos cresceu 39,5%.
Tendo beneficiado ao longo do último quadro comunitário de apoios da União Europeia que permitiram trinta e dois novos projectos florícolas, no valor de 4,6 milhões de euros, a Madeira conseguiu reduzir em 85% o número de flores importadas, tendo com isso beneficiado a produção local.
No histórico da actividade, o ano de 2009 fica marcado pelo primeiro em que as exportações superaram as importações, tendo sido produzidas na Madeira cerca de 4,7 milhões de flores, que geraram um volume de negócios de 2,5 milhões de euros».
Esta notícia do dnoticias.pt é de Abril mas não é a actualidade da notícia que interessa aqui, é o exemplo do que se pode fazer e do que a União Europeia pode ajudar a fazer para equilíbrio da Balança Comercial dos países membros. Produzir para empregar, produzir para reduzir as importações, produzir para permitir as exportações. Produzir, produzir, produzir. E consumir produtos nacionais.
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30.10.10
Emprego improdutivo
«Diez de la mañana. Por aquellos pasillos, donde hace una semana la gente se amontonaba y conversaba en horario laboral, hoy no transita ni un alma. ¿Qué ha ocurrido en los 17 pisos del Ministerio de la Agricultura para que nadie deambule fuera de las oficinas? Foto do Ministério do Interior
La respuesta es sencilla: muchos temen estar en la lista del próximo recorte, de manera que evitan mostrarse fuera de su puesto de trabajo y así parecer prescindibles. Si antes merodeaban por todos lados con los brazos cruzados, la estrategia del momento es parecer ocupados, aunque para ello tengan que quedarse tras el buró durante ocho horas».
Cuba, 29 de Outubro de 2010(*)
E eu pergunto onde é que já vi (vimos) isto!?
E voltaremos a ver.
Como alguém comenta acerca de Cuba, naquele artigo de Yoani Sánchez, também por cá não terão que preocupar-se muito os protegidos do "arco da governação". Ai como eu me lembro do PS e do PSD a inflaccionar a RTP de pessoal da sua côrte nos tempos de Mário Soares, por exemplo. Para já não falar de antes de 1974, quando o meu chefe amontoava dossiers inúteis sobre a secretária.
O burocracismo e o clientelismo não têm pátria nem regime, têm políticas que lhes facilitam ou dificultam a existência. E parece que em Cuba alguma coisa se começa a fazer de positivo. Mas não chega. E é duvidoso que ainda vá a tempo de salvar o que resta do seu património político.
Corroborando a tese sobre a autonomia das leis económicas, que defendi noutro artigo, defendo que o espaço para a decisão política e para a afirmação ideológica é o que permite optar entre o desemprego e a requalificação no âmbito de uma reestruturação económica credível. A Direita reclama em toda a parte a facilitação do despedimento; o governo cubano promete a requalificação. Vamos a ver quem é que a História absolve ou condena.
(*)Artigo completo em "Géneracion Y".
La respuesta es sencilla: muchos temen estar en la lista del próximo recorte, de manera que evitan mostrarse fuera de su puesto de trabajo y así parecer prescindibles. Si antes merodeaban por todos lados con los brazos cruzados, la estrategia del momento es parecer ocupados, aunque para ello tengan que quedarse tras el buró durante ocho horas».
Cuba, 29 de Outubro de 2010(*)
E eu pergunto onde é que já vi (vimos) isto!?
E voltaremos a ver.
Como alguém comenta acerca de Cuba, naquele artigo de Yoani Sánchez, também por cá não terão que preocupar-se muito os protegidos do "arco da governação". Ai como eu me lembro do PS e do PSD a inflaccionar a RTP de pessoal da sua côrte nos tempos de Mário Soares, por exemplo. Para já não falar de antes de 1974, quando o meu chefe amontoava dossiers inúteis sobre a secretária.
O burocracismo e o clientelismo não têm pátria nem regime, têm políticas que lhes facilitam ou dificultam a existência. E parece que em Cuba alguma coisa se começa a fazer de positivo. Mas não chega. E é duvidoso que ainda vá a tempo de salvar o que resta do seu património político.
Corroborando a tese sobre a autonomia das leis económicas, que defendi noutro artigo, defendo que o espaço para a decisão política e para a afirmação ideológica é o que permite optar entre o desemprego e a requalificação no âmbito de uma reestruturação económica credível. A Direita reclama em toda a parte a facilitação do despedimento; o governo cubano promete a requalificação. Vamos a ver quem é que a História absolve ou condena.
(*)Artigo completo em "Géneracion Y".
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28.10.10
As novas viagens de circum-navegação
A viagem “de circum-navegação” que Hugo Chavez empreendeu por estes dias a países com diversas ideologias oficiais e diversas práticas políticas, tais como Portugal, Rússia, Bielorrússia, Ucrânia, Irão, Síria e Líbia, no seguimento do que faz a China, a outra escala, e certamente inspirado por ela, reforça a ideia de que as leis económicas são independentes das opções políticas.
Desenvolver a economia nacional é uma boa opção de quaisquer políticos. Uns fazem-no em nome “do” socialismo, como Chavez ou Hu Jintao, outros fazem-no em nome “do” capitalismo como José Sócrates ou Angela Merkel, mas o mais importante é que os países se desenvolvam para que os povos melhorem as suas condições de vida. Pelo meio ficam os incompetentes e os “agarrados”... a preconceitos ruinosos.
Alvin Toffler bem se esforçou nos anos 80 a defender esta tese em "A Terceira Vaga", mas o contexto mundial não lhe atribuíu méritos senão intelectuais.
Diversamente do que acreditámos com Karl Marx, digamos, se a política se subordina à ideologia, já a economia se lhe escapa.
Podemos escolher entre atravessar um rio ou não atravessar, mas uma vez que se opte pela primeira opção, as formas de o fazer são limitadas e universais, isto é, podemos ir a nado, de barco ou por uma ponte, e em toda a parte estas são as opções possíveis. A subjectividade da escolha, o espaço ideológico em política, está nas razões sociais porque fazemos uma destas escolhas e não outra delas - está na opção de classe, para voltar a Marx.
No âmbito das políticas laborais, por exemplo, economia e ideologia cruzam-se e muitas vezes conflituam, mas isso é porque o trabalho tem as duas dimensões e não porque o aumento dos horários de trabalho, por exemplo, deixem de ser um factor favorável ao crescimento económico dos países quer se trate da Coreia do Sul ou da Coreia do Norte, do Brasil ou de Cuba. Construir a ponte para atravessar o rio parece ser uma opção obvia do ponto de vista social, mas é incontornável ponderar a capacidade económica e material de o fazer.
Isto que hoje nos parece evidente, julgo que permaneceu durante o século XX encoberto pela poeira da “guerra fria”. Por boas ou más razões esta poeira assentou, e lá onde outras se não levantam, tenta-se abrir os olhos e seguir em frente.
Desenvolver a economia nacional é uma boa opção de quaisquer políticos. Uns fazem-no em nome “do” socialismo, como Chavez ou Hu Jintao, outros fazem-no em nome “do” capitalismo como José Sócrates ou Angela Merkel, mas o mais importante é que os países se desenvolvam para que os povos melhorem as suas condições de vida. Pelo meio ficam os incompetentes e os “agarrados”... a preconceitos ruinosos.
Alvin Toffler bem se esforçou nos anos 80 a defender esta tese em "A Terceira Vaga", mas o contexto mundial não lhe atribuíu méritos senão intelectuais.
Diversamente do que acreditámos com Karl Marx, digamos, se a política se subordina à ideologia, já a economia se lhe escapa.
Podemos escolher entre atravessar um rio ou não atravessar, mas uma vez que se opte pela primeira opção, as formas de o fazer são limitadas e universais, isto é, podemos ir a nado, de barco ou por uma ponte, e em toda a parte estas são as opções possíveis. A subjectividade da escolha, o espaço ideológico em política, está nas razões sociais porque fazemos uma destas escolhas e não outra delas - está na opção de classe, para voltar a Marx.
No âmbito das políticas laborais, por exemplo, economia e ideologia cruzam-se e muitas vezes conflituam, mas isso é porque o trabalho tem as duas dimensões e não porque o aumento dos horários de trabalho, por exemplo, deixem de ser um factor favorável ao crescimento económico dos países quer se trate da Coreia do Sul ou da Coreia do Norte, do Brasil ou de Cuba. Construir a ponte para atravessar o rio parece ser uma opção obvia do ponto de vista social, mas é incontornável ponderar a capacidade económica e material de o fazer.
Isto que hoje nos parece evidente, julgo que permaneceu durante o século XX encoberto pela poeira da “guerra fria”. Por boas ou más razões esta poeira assentou, e lá onde outras se não levantam, tenta-se abrir os olhos e seguir em frente.
Neste contexto, Hugo Chavez, na sua versão mais lúcida que porventura lhe seja ditada pela racionalidade do partido (PSUV), e no seguimento de outras medidas económicas e políticas internas, desenvolve esta viagem digna de um Fernão de... Magalhães dos novos rumos económicos, e o que se deseja é que o seu povo e a sua região saiam mais prósperos do que foram até aqui. O que os povos querem mesmo é liberdade, justiça e bem-estar; o resto é poeira.
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27.10.10
À porta fechada
Há realmente coisas que só podem ser feitas à porta-fechada. Vergonhas! Aqui ficam dois exemplos.
Dizem as notícias que «O Ministro de Estado e das Finanças, Teixeira dos Santos, esteve na residência oficial do Primeiro-Ministro, depois de se ter encontrado a sós com o líder negocial do PSD, Eduardo Catroga (na foto), antigo ministro das Finanças de Cavaco Silva».
Dizem os comentadores afectos ao “arco da governação” que a escolha de Eduardo Catroga tem méritos incontestáveis. Diz Jerónimo de Sousa, no seu estilo metafórico de grosso recorte, que tal encontro é “conversa de alcova”.
Verdadeiramente pornográfico, porém, é este texto do Diário da República:
Eduardo de Almeida Catroga — contratado, por conveniência urgente de serviço, em regime de contrato administrativo de provimento, para o exercício das funções de Professor Catedrático Convidado, a tempo parcial 0 %, além do quadro deste Instituto, com efeitos a partir de 1 de Setembro de 2008. (não carece de fiscalização prévia do T. C.).
26 de Maio de 2010. — O Presidente da Escola, Prof. Doutor João Duque.
Diário da República, 2.ª série — N.º 107 — 2 de Junho de 2010
Quem me enviou esta informaqção por e-mail, juntava o seguinte comentário que julgo útil transcrever para quem não entender à primeira:
«Se contratado para o quadro a 0% do tempo, eu diria que talvez fosse para não trabalhar mas para ter o lugar garantido. Agora contratado para além do quadro a tempo parcial 0% e ainda por cima com efeitos retroactivos a 01/09/2008, desculpem mas não entendo. Vá-se lá saber das intenções...
Com certeza que Mário Crespo, quando se voltar a cruzar com João Duque (na foto) no seu programa 'Plano Inclinado', não deixará de lhe pedir que explique como este despacho irá contribuir para o desenvolvimento da ciência económica em Portugal».
Eu pergunto se serão situações destas que preocupam a Direita quando se refere a pessoas que ganham dinheiro sem trabalhar!?
Dizem as notícias que «O Ministro de Estado e das Finanças, Teixeira dos Santos, esteve na residência oficial do Primeiro-Ministro, depois de se ter encontrado a sós com o líder negocial do PSD, Eduardo Catroga (na foto), antigo ministro das Finanças de Cavaco Silva».
Dizem os comentadores afectos ao “arco da governação” que a escolha de Eduardo Catroga tem méritos incontestáveis. Diz Jerónimo de Sousa, no seu estilo metafórico de grosso recorte, que tal encontro é “conversa de alcova”.
Verdadeiramente pornográfico, porém, é este texto do Diário da República:
UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOAPor despacho do Presidente do Conselho Directivo do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa, de 1/09/08, proferido por delegação do Reitor da mesma Universidade de 25/05/2007:
Instituto Superior de Economia e Gestão
Despacho (extracto) n.º 9405/2010
Eduardo de Almeida Catroga — contratado, por conveniência urgente de serviço, em regime de contrato administrativo de provimento, para o exercício das funções de Professor Catedrático Convidado, a tempo parcial 0 %, além do quadro deste Instituto, com efeitos a partir de 1 de Setembro de 2008. (não carece de fiscalização prévia do T. C.).
26 de Maio de 2010. — O Presidente da Escola, Prof. Doutor João Duque.
Diário da República, 2.ª série — N.º 107 — 2 de Junho de 2010
Quem me enviou esta informaqção por e-mail, juntava o seguinte comentário que julgo útil transcrever para quem não entender à primeira:
«Se contratado para o quadro a 0% do tempo, eu diria que talvez fosse para não trabalhar mas para ter o lugar garantido. Agora contratado para além do quadro a tempo parcial 0% e ainda por cima com efeitos retroactivos a 01/09/2008, desculpem mas não entendo. Vá-se lá saber das intenções...
Com certeza que Mário Crespo, quando se voltar a cruzar com João Duque (na foto) no seu programa 'Plano Inclinado', não deixará de lhe pedir que explique como este despacho irá contribuir para o desenvolvimento da ciência económica em Portugal».
Eu pergunto se serão situações destas que preocupam a Direita quando se refere a pessoas que ganham dinheiro sem trabalhar!?
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24.10.10
Importa que não se importe
2010 Outubro 24
Todos os dias e em toda a parte, os políticos e economistas com voz nos orgãos de difusão, insistem na necessidade de aumentar as exportações como medida para reduzir o défice da nossa Balança Comercial e assim reduzir a dívida externa.
Parece que faz sentido! Mas atendendo às enormes dificuldades de exportar quando os outros países estão “em contracção”, eles a braços com problemas da mesma natureza, e quando o nosso “aparelho produtivo” tem sido destruído por decisão política nacional e europeia, esta parece ser uma questão retórica.
Tal discurso exprime mais desejo do que viabilidade, mas há um "efeito colateral" que não passa despercebido: ele serve de pretexto para defender a diminuição dos apoios sociais e do rendimento dos trabalhadores “a fim de diminuir os custos de produção e tornar os nossos produtos mais competitivos no mercado”.
Claro que as exportações têm que ser promovidas e não sou eu quem venha desmoralizar o Primeiro-Ministro num dia forte de vendas à Venezuela, mas há sinais, e nem a minha formação económica me habilita a dizer mais, de que há muito a fazer “do lado” das importações numa sociedade onde o consumo supérfluo foi incentivado com grande sucesso por parte das empresas, dos bancos e dos governantes.
Parece evidente que é prioritário, por razão de eficiência, contrariar os consumos supérfluos e muitas vezes sumptuários dos governantes (a Direita diria “do Estado”), dos empresários e dos cidadãos mais abastados. No caso dos governantes, de forma coerciva, aos restantes através de desincentivos a esse tipo de consumo – aqui sim, talvez seja o IVA um instrumento de correcção onde não venha agravar custos de produção nacional.
Desculpem, mas é que ainda faltava eu dizer qualquer coisinha...
Nota:
«No período de Junho a Agosto de 2010, as saídas de bens registaram um aumento de 14,2% e as entradas de 10,0% face ao período homólogo (Junho a Agosto de 2009), resultando, ainda assim, no agravamento do défice da balança comercial em 161,2 milhões de euros.» - INE
Todos os dias e em toda a parte, os políticos e economistas com voz nos orgãos de difusão, insistem na necessidade de aumentar as exportações como medida para reduzir o défice da nossa Balança Comercial e assim reduzir a dívida externa.
Parece que faz sentido! Mas atendendo às enormes dificuldades de exportar quando os outros países estão “em contracção”, eles a braços com problemas da mesma natureza, e quando o nosso “aparelho produtivo” tem sido destruído por decisão política nacional e europeia, esta parece ser uma questão retórica.
Tal discurso exprime mais desejo do que viabilidade, mas há um "efeito colateral" que não passa despercebido: ele serve de pretexto para defender a diminuição dos apoios sociais e do rendimento dos trabalhadores “a fim de diminuir os custos de produção e tornar os nossos produtos mais competitivos no mercado”.
Claro que as exportações têm que ser promovidas e não sou eu quem venha desmoralizar o Primeiro-Ministro num dia forte de vendas à Venezuela, mas há sinais, e nem a minha formação económica me habilita a dizer mais, de que há muito a fazer “do lado” das importações numa sociedade onde o consumo supérfluo foi incentivado com grande sucesso por parte das empresas, dos bancos e dos governantes.
Parece evidente que é prioritário, por razão de eficiência, contrariar os consumos supérfluos e muitas vezes sumptuários dos governantes (a Direita diria “do Estado”), dos empresários e dos cidadãos mais abastados. No caso dos governantes, de forma coerciva, aos restantes através de desincentivos a esse tipo de consumo – aqui sim, talvez seja o IVA um instrumento de correcção onde não venha agravar custos de produção nacional.
Desculpem, mas é que ainda faltava eu dizer qualquer coisinha...
Nota:
«No período de Junho a Agosto de 2010, as saídas de bens registaram um aumento de 14,2% e as entradas de 10,0% face ao período homólogo (Junho a Agosto de 2009), resultando, ainda assim, no agravamento do défice da balança comercial em 161,2 milhões de euros.» - INE
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scut ou ccut
Sobre a cobrança de portagens nas estradas designadas “sem custos para os utilizadores", vulgo SCUT, já não há discussão que valha a pena. O melhor mesmo é disfrutar destes “registos” sobre o modo como Bin Laden comenta e como Hitler pondera o problema.
Pressionar nos respectivos nomes para ver as gravações devidamente traduzidas)
Entretanto ficam três fotogramas a título de sugestão
Pressionar nos respectivos nomes para ver as gravações devidamente traduzidas)
Entretanto ficam três fotogramas a título de sugestão
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20.10.10
Estamos nisto !
Há quem fale em mudança de rumo; há quem fale em mudança de estratégia; há quem fale em mudar o paradigma... É tudo muito vago, abstracto e inconsequente. Não será melhor partir a parede?
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16.10.10
15.10.10
Violeta Parra era chilena
Violeta Parra pode ser considerada a mãe da canção comprometida com a luta dos oprimidos e explorados, tendo sido autora de páginas inapagáveis, como a canção "Volver a los 17", que mereceu uma antológica gravação de Milton Nascimento e Mercedes Sosa.
Outra das canções (de Violeta Parra), "La Carta", cantada em momentos de enorme comoção revolucionária, nas barricadas e nas ocupações, tem entre os seus versos o que diz "Os famintos pedem pão; chumbo lhes dá a polícia".
Mas suas canções não são apenas marcadas por versos demolidores contra toda a injustiça social. O lirismo dos versos de canções como "Gracias a la vida" (gravada por Elis Regina) embalou o ânimo de gerações de revolucionários latino-americanos em momentos em que a vida era questionada nos seus limites mais básicos, assim como a letra comovedora de "Rin de Angelito", quando descreve a morte de um bebê pobre: "No seu bercinho de terra um sino vai te embalar, enquanto a chuva te limpará a carinha na manhã".
(Texto recortado em Wikipedia)
Outra das canções (de Violeta Parra), "La Carta", cantada em momentos de enorme comoção revolucionária, nas barricadas e nas ocupações, tem entre os seus versos o que diz "Os famintos pedem pão; chumbo lhes dá a polícia".
Mas suas canções não são apenas marcadas por versos demolidores contra toda a injustiça social. O lirismo dos versos de canções como "Gracias a la vida" (gravada por Elis Regina) embalou o ânimo de gerações de revolucionários latino-americanos em momentos em que a vida era questionada nos seus limites mais básicos, assim como a letra comovedora de "Rin de Angelito", quando descreve a morte de um bebê pobre: "No seu bercinho de terra um sino vai te embalar, enquanto a chuva te limpará a carinha na manhã".
(Texto recortado em Wikipedia)
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14.10.10
O Chile, Deus e o Diabo
Os “resgatadores” cumpriram a sua missão”.
O presidente do Chile vai cumprir a dele?
Estiveram “com Deus e com o Diabo”. É como quem diz: com a esperança e com o medo. Esperança de que as autoridades, lá em cima, cumprissem o seu dever elementar de fazer tudo para encontrá-los e resgatá-los. Esperança de que os técnicos o conseguissem. Esperança em Deus, ao menos para alguns, para quem o desmoronamento só pode ter sido obra do Diabo. E medo: que o Diabo derrotasse outra vez Deus; que os técnicos falhassem; que as autoridades não se empenhassem o suficiente.
Mas se Deus não precisa de fazer nada em sua defesa porque a fé enriquece tanto com a sorte quanto com o azar, ou talvez mais com este, já o Presidente da República tem que dar sinais de amor ao seu eleitorado, se não for pelos actos que seja pelas palavras. E lá estava ele de alma e coração, omnipresente e eloquente, consciente de que milhões de pessoas em todo o mundo estavam a vê-lo e a promovê-lo.
Na euforia dos acontecimentos e nas circunstâncias de cansaço e improviso com que se dá menos-bem habitualmente, talvez se deva perdoar que se tenha sobreposto ao regresso do primeiro técnico de resgate apesar de serem estes os únicos que arriscaram a vida voluntariamente em todo este processo e de ser aquele que mais arriscou. Mas não pode ser levado à conta do entusiasmo a promessa repetida de melhorar as condições de trabalho dos mineiros e dos outros trabalhadores, designadamente os agricultores, pescadores, etc. Tanto mais que é um namoro que faz continuamente à classe trabalhadora, até para contrariar a imagem de empresário que é.
Promessas de emprego (um milhão), de melhoria de salário e defesa dos direitos dos trabalhadores, já são habituais nos seus discursos, tal como a invocação das «maravilhas» chilenas, dos símbolos patrióticos e dos valores religiosos.
Alguma coisa me diz que os mineiros e os trabalhadores em geral não alimentem “essa” esperança. A questão, dando de barato a sinceridade das suas palavras, é que é mais fácil fazer passar 33 mineiros por um tubo de 700 metros do que os ricos prescindirem da exploração dos necessitados. E Piñera conhece bem a pátria de Allende, a história e a realidade do seu país, os interesses em conflito, no Chile e nos países da região - para não ir mais longe.
Se ele está à espera da ajuda de Deus para fazer o milagre da conciliação, tire daí a esperança porque, como disse Jesus Cristo e a História demonstra, Deus não se mete em política: a Deus o que é de Deus; a Sebastián Piñera o que é de Piñera.
Por falar nisso: quem vai pagar o resgate dos mineiros? Os próprios mineiros e os outros trabalhadores! Esta é a lógica da qual Piñera não quererá resgatar os chilenos.
O presidente do Chile vai cumprir a dele?
Estiveram “com Deus e com o Diabo”. É como quem diz: com a esperança e com o medo. Esperança de que as autoridades, lá em cima, cumprissem o seu dever elementar de fazer tudo para encontrá-los e resgatá-los. Esperança de que os técnicos o conseguissem. Esperança em Deus, ao menos para alguns, para quem o desmoronamento só pode ter sido obra do Diabo. E medo: que o Diabo derrotasse outra vez Deus; que os técnicos falhassem; que as autoridades não se empenhassem o suficiente.
Mas se Deus não precisa de fazer nada em sua defesa porque a fé enriquece tanto com a sorte quanto com o azar, ou talvez mais com este, já o Presidente da República tem que dar sinais de amor ao seu eleitorado, se não for pelos actos que seja pelas palavras. E lá estava ele de alma e coração, omnipresente e eloquente, consciente de que milhões de pessoas em todo o mundo estavam a vê-lo e a promovê-lo.
Na euforia dos acontecimentos e nas circunstâncias de cansaço e improviso com que se dá menos-bem habitualmente, talvez se deva perdoar que se tenha sobreposto ao regresso do primeiro técnico de resgate apesar de serem estes os únicos que arriscaram a vida voluntariamente em todo este processo e de ser aquele que mais arriscou. Mas não pode ser levado à conta do entusiasmo a promessa repetida de melhorar as condições de trabalho dos mineiros e dos outros trabalhadores, designadamente os agricultores, pescadores, etc. Tanto mais que é um namoro que faz continuamente à classe trabalhadora, até para contrariar a imagem de empresário que é.
Promessas de emprego (um milhão), de melhoria de salário e defesa dos direitos dos trabalhadores, já são habituais nos seus discursos, tal como a invocação das «maravilhas» chilenas, dos símbolos patrióticos e dos valores religiosos.
Alguma coisa me diz que os mineiros e os trabalhadores em geral não alimentem “essa” esperança. A questão, dando de barato a sinceridade das suas palavras, é que é mais fácil fazer passar 33 mineiros por um tubo de 700 metros do que os ricos prescindirem da exploração dos necessitados. E Piñera conhece bem a pátria de Allende, a história e a realidade do seu país, os interesses em conflito, no Chile e nos países da região - para não ir mais longe.
Se ele está à espera da ajuda de Deus para fazer o milagre da conciliação, tire daí a esperança porque, como disse Jesus Cristo e a História demonstra, Deus não se mete em política: a Deus o que é de Deus; a Sebastián Piñera o que é de Piñera.
Por falar nisso: quem vai pagar o resgate dos mineiros? Os próprios mineiros e os outros trabalhadores! Esta é a lógica da qual Piñera não quererá resgatar os chilenos.
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10.10.10
Deputados suecos, precisa-se!
Não sei em que medida o modelo sueco de desenvolvimento se aplicaria a Portugal, mas não tenho dúvida que há no Reino da Suécia uma cultura política que, por maioria de razão, devia ser exigida pelo povo português aos nossos políticos do arco da desgovernação.
Entretanto cheguei através de João Pereira Coutinho, no Correio da Manhã, a ESTA INFORMAÇÃO que me escapou no espaço noticioso certamente porque a irracionalidade se tornou vulgar.
Nota:
A Suécia é país-membro da União Europeia mas 55,9% da população votou pela rejeição do Euro num referendo em Setembro de 2003. Assim, a moeda do país continua a ser a coroa sueca.
Entretanto cheguei através de João Pereira Coutinho, no Correio da Manhã, a ESTA INFORMAÇÃO que me escapou no espaço noticioso certamente porque a irracionalidade se tornou vulgar.
Nota:
A Suécia é país-membro da União Europeia mas 55,9% da população votou pela rejeição do Euro num referendo em Setembro de 2003. Assim, a moeda do país continua a ser a coroa sueca.
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Popular Democrática
O partido comunista da Coreia do norte celebrou neste sábado, 9 de Outubro, os seus 65 anos.
O líder norte-coreano Kim Jong-Il, 68 anos (ao centro na foto), está muito doente depois de ter sofrido um acidente vascular cerebral em 2008. Nestas condições, prepara-se para designar o seu sucessor! Parece que o mais provável será o próprio filho, Kim Jong-Un, de 27 anos de idade, tal como Kim sucedeu em 1948 a seu pai (estátua da foto). Mas também poderá ser Kim Kyung-hee, a irmã do “querido líder” actual.
Assim vai o “centralismo democrático”, ali como em Cuba onde Fidel designou o irmão para lhe suceder, como em toda a parte onde o princípio é inscrito.
Tal como em Cuba, de resto, a educação e saúde gratuita são atribuidos a toda a população em troca da liberdade. Tal como em Cuba, aqueles serviços têm uma qualidade mínima e a penúria de alimentos é alarmente. Tal como em Cuba, a “legitimidade” do monarca é assegurada pelo sistema político que garante unanimidade à designação. Tal como Cuba, a Coreia do Norte acusa os EUA de ameaçarem o país, nomeadamente com base em manobras militares na região – o que parece ser verdade, diga-se, mas que serve de justificação para o regime militarista de excepção permanente imposto ao país.
Passados 65 anos sobre a derrota do nazi-fascismo, data a que está ligada a criação do PC da “República Popular Democrática da Coreia”, o que agora se comemora, porém, com um desfile militar no qual participarão 20.000 soldados, mísseis, tanques e outros tipos de armamento, não é o socialismo científico, a libertação de um povo oprimido por uma classe dirigente, é a permanência desta classe contra tudo, contra todos e com todos os meios durante dezenas de anos – é a tirania científica.
Tendo sido convidados a participar oficialmente na Festa do Avante do mês passado, no âmbito dos “partidos irmãos”, ainda não consta que uma delegação do PCP se tenha deslocado àquele país nesta efeméride, mas pode ser apenas uma questão de falta de informação. Ou não.
O líder norte-coreano Kim Jong-Il, 68 anos (ao centro na foto), está muito doente depois de ter sofrido um acidente vascular cerebral em 2008. Nestas condições, prepara-se para designar o seu sucessor! Parece que o mais provável será o próprio filho, Kim Jong-Un, de 27 anos de idade, tal como Kim sucedeu em 1948 a seu pai (estátua da foto). Mas também poderá ser Kim Kyung-hee, a irmã do “querido líder” actual.
Assim vai o “centralismo democrático”, ali como em Cuba onde Fidel designou o irmão para lhe suceder, como em toda a parte onde o princípio é inscrito.
Tal como em Cuba, de resto, a educação e saúde gratuita são atribuidos a toda a população em troca da liberdade. Tal como em Cuba, aqueles serviços têm uma qualidade mínima e a penúria de alimentos é alarmente. Tal como em Cuba, a “legitimidade” do monarca é assegurada pelo sistema político que garante unanimidade à designação. Tal como Cuba, a Coreia do Norte acusa os EUA de ameaçarem o país, nomeadamente com base em manobras militares na região – o que parece ser verdade, diga-se, mas que serve de justificação para o regime militarista de excepção permanente imposto ao país.
Passados 65 anos sobre a derrota do nazi-fascismo, data a que está ligada a criação do PC da “República Popular Democrática da Coreia”, o que agora se comemora, porém, com um desfile militar no qual participarão 20.000 soldados, mísseis, tanques e outros tipos de armamento, não é o socialismo científico, a libertação de um povo oprimido por uma classe dirigente, é a permanência desta classe contra tudo, contra todos e com todos os meios durante dezenas de anos – é a tirania científica.
Tendo sido convidados a participar oficialmente na Festa do Avante do mês passado, no âmbito dos “partidos irmãos”, ainda não consta que uma delegação do PCP se tenha deslocado àquele país nesta efeméride, mas pode ser apenas uma questão de falta de informação. Ou não.
7.10.10
Presidentes reencarnados
Para os mais distraídos, convém avisar que este quadro não pertence à campanha eleitoral de Manuel Alegre que parece surgir ali a meio das figuras da frente com uma "caçadeira". Portanto a senhora que o acompanha (à esquerda) também não é Ana Gomes e o rapaz do tambor não é um activista do Bloco de Esquerda. Mas quem sabe se não são encarnações anteriores destas personalidades?
Na verdade recolhi esta imagem de um trabalho do PCP sobre a República Portuguesa que vale a pena consultar pela oportunidade mas também pelo mérito. Com legitimidade o PCP costuma dizer que a sua história «é indissociável da história de Portugal» do mesmo período. Faça-se justiça.
Para que não se dissesse, porém, que estou a fazer campanha por um dos candidatos, procurei por todo o lado alguma figura histórica que se parecesse com o candidato da Direita, desde os reis magos aos discípulos de Jesus, da Capela Sistina aos Paineis de S. Vicente de Fora, mas o melhor que encontrei foi uma imagem de um antigo Primeiro Ministro do período republicano em curso (1985/95) que é a figura mais alta da fotografia:
Na verdade recolhi esta imagem de um trabalho do PCP sobre a República Portuguesa que vale a pena consultar pela oportunidade mas também pelo mérito. Com legitimidade o PCP costuma dizer que a sua história «é indissociável da história de Portugal» do mesmo período. Faça-se justiça.
Para que não se dissesse, porém, que estou a fazer campanha por um dos candidatos, procurei por todo o lado alguma figura histórica que se parecesse com o candidato da Direita, desde os reis magos aos discípulos de Jesus, da Capela Sistina aos Paineis de S. Vicente de Fora, mas o melhor que encontrei foi uma imagem de um antigo Primeiro Ministro do período republicano em curso (1985/95) que é a figura mais alta da fotografia:
6.10.10
Mário Soares dixit
Mário Soares deixou duas notas bem destacadas que hão-de marcar o seu discurso até às próximas eleições presidenciais, na entrevista de ontem, 5 de Outubro, a Mário Crespo.
Imagem de outra entrevista
Primeiro: que a grave situação económico-social em que Portugal se encontra é devida à crise internacional e à incompetência da União Europeia, face ao que ninguém teria melhor política do que tem José Sócrates.
Segundo: que Cavaco Silva é um bom presidente. Entenda-se esta nota, sempre dita de forma indirecta através de elogios pontuais, como a sua luta contra a candidatura de Manuel Alegre que foi seu opositor nas eleições anteriores. Só quem não conheça Mário Soares pode estranhar que ele ponha o seu orgulho pessoal acima da sua coerência ideológica.
Mas há dois aspectos formais que gostaria de realçar à margem do conteúdo desta entrevista.
O primeiro, é que a figura socialmente mais importante é quem pode tomar a iniciativa de estender a mão ao interlocutor e não ao contrário como temos visto proceder, não só a animadores pouco convencionais, mas também a jornalistas menos educados. E nisso Mário Soares comportou-se de forma elevada no fim da entrevista, ao estender a mão ao jornalista – e não falo, neste caso!!!, em sentido figurado.
O segundo aspecto formal é que, em Televisão, a figura mais importante – como é o entrevistado em relação ao entrevistador – deve ser sentada à direita da imagem e não o contrário. Há quem admita haver programas em que o apresentador é assumidamente “a figura” do programa, o que poderia justificar a troca de posições. Esteve bem, enfim, a realização da entrevista ao reservar o lugar da direita para Soares.
Não são regras de mera etiqueta, são normas de convivência e comunicação social tão razoáveis como não deitar lixo na via pública – quando temos tantos canais para fazê-lo, o que não é de todo o caso da Sic Notícias.
Imagem de outra entrevista
Primeiro: que a grave situação económico-social em que Portugal se encontra é devida à crise internacional e à incompetência da União Europeia, face ao que ninguém teria melhor política do que tem José Sócrates.
Segundo: que Cavaco Silva é um bom presidente. Entenda-se esta nota, sempre dita de forma indirecta através de elogios pontuais, como a sua luta contra a candidatura de Manuel Alegre que foi seu opositor nas eleições anteriores. Só quem não conheça Mário Soares pode estranhar que ele ponha o seu orgulho pessoal acima da sua coerência ideológica.
Mas há dois aspectos formais que gostaria de realçar à margem do conteúdo desta entrevista.
O primeiro, é que a figura socialmente mais importante é quem pode tomar a iniciativa de estender a mão ao interlocutor e não ao contrário como temos visto proceder, não só a animadores pouco convencionais, mas também a jornalistas menos educados. E nisso Mário Soares comportou-se de forma elevada no fim da entrevista, ao estender a mão ao jornalista – e não falo, neste caso!!!, em sentido figurado.
O segundo aspecto formal é que, em Televisão, a figura mais importante – como é o entrevistado em relação ao entrevistador – deve ser sentada à direita da imagem e não o contrário. Há quem admita haver programas em que o apresentador é assumidamente “a figura” do programa, o que poderia justificar a troca de posições. Esteve bem, enfim, a realização da entrevista ao reservar o lugar da direita para Soares.
Não são regras de mera etiqueta, são normas de convivência e comunicação social tão razoáveis como não deitar lixo na via pública – quando temos tantos canais para fazê-lo, o que não é de todo o caso da Sic Notícias.
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4.10.10
O advogado do diabo
Diz Vital Moreira no seu blogue, no dia 2 de Outubro: «Mais complicado do que corrigir o défice orçamental -- que se alcança em dois ou três anos com mais ou menos medidas de austeridade -- é corrigir o défice estrutural de competitividade da economia portuguesa». Portanto, «dois ou três anos com mais ou menos medidas de austeridade» é como quem limpa o cu a meninos... Para ele, claro, que bem come do que tira aos outros.
E eu pergunto se não é a isto que se chama antropofagia.
Detesto pensar ou fazer pensar em Vital Moreira, mas é que esta vem logo a seguir a outra em que reprova «a sobrepenalização dos remunerações mais altas»... E um homem não é de ferro!
Entretanto eu pergunto ainda:
- Foi você que votou no ...?
Recorte de O Diabo de 19MAI2009
E eu pergunto se não é a isto que se chama antropofagia.
Detesto pensar ou fazer pensar em Vital Moreira, mas é que esta vem logo a seguir a outra em que reprova «a sobrepenalização dos remunerações mais altas»... E um homem não é de ferro!
Entretanto eu pergunto ainda:
- Foi você que votou no ...?
Recorte de O Diabo de 19MAI2009
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3.10.10
Guerra e paz na América Latina
A evolução mais recente na região da América Latina, se tem algum elemento comum é talvez e apesar de tudo, a tendência para a pacificação.
Na Colômbia, a saída de Uribe, símbolo do odioso que recai sobre a direita mais assumida da região, rendido por um ex-colaborador muito próximo que não tendo as mãos limpas calça luvas para não parecer tão agressivo, e beneficiando também de alguma desarticulação das FARC, acalmam-se os ódios de Chavez que na Venezuela já tem com que se entreter devido à oposição que lhe tentam fazer as forças conservadoras e outras simplesmente inquietas com a agressividade do seu estilo.
As oposições no interior de um e outro país não se renderam, mas enquanto conspiram em segredo, deixam pairar a sensação de uma certa acalmia. Também porque já ninguém dá muito crédito aos alarmes de Chavez, comparáveis aos alarmes de seu mentor, Fidel.
Mas a Direita solene, aristocrática, envernizada, tende a estilhaçar sempre que os privilégios da classe possidente são condicionados.
Rafael Correa à esqª; Manuel Zelaya à dirª
O caso Zelaya, isto é, o golpe que destituiu o presidente das Honduras em Junho de 2009, com um desfecho pouco honroso para ele e para a Democracia, deve ter animado o golpe contra o presidente Correa, do Equador, este ocorrido agora, dia 30 de Setembro, a pretexto de reivindicações salariais dos polícias.
Além de um pretexto, que é o mais fácil, há apenas mais duas condições necessárias para derrubar um poder instituído: descontentamento social e colaboração nas forças armadas. Ora aconteceu que o movimento revoltoso não contou com um envolvimento militarizado suficiente nem com a vontade do Povo. E o próprio pretexto era muito frágil e inexpressivo, apenas se tornando perigoso devido a envolver directamente um grupo armado.
Outro elemento que destoa do golpe contra Zelaya é a fragilidade política e até pessoal deste em compraração com a força de caracter e a determinação de Rafael Correa. Para já não falar do contexto internacional – um golpe tão sujo não podia esperar a colaboração de Obama, o silêncio de Zapatero ou a tolerância de Lula da Silva. E não é Pinochet quem quer...
Na Colômbia, a saída de Uribe, símbolo do odioso que recai sobre a direita mais assumida da região, rendido por um ex-colaborador muito próximo que não tendo as mãos limpas calça luvas para não parecer tão agressivo, e beneficiando também de alguma desarticulação das FARC, acalmam-se os ódios de Chavez que na Venezuela já tem com que se entreter devido à oposição que lhe tentam fazer as forças conservadoras e outras simplesmente inquietas com a agressividade do seu estilo.
As oposições no interior de um e outro país não se renderam, mas enquanto conspiram em segredo, deixam pairar a sensação de uma certa acalmia. Também porque já ninguém dá muito crédito aos alarmes de Chavez, comparáveis aos alarmes de seu mentor, Fidel.
Mas a Direita solene, aristocrática, envernizada, tende a estilhaçar sempre que os privilégios da classe possidente são condicionados.
Rafael Correa à esqª; Manuel Zelaya à dirª
O caso Zelaya, isto é, o golpe que destituiu o presidente das Honduras em Junho de 2009, com um desfecho pouco honroso para ele e para a Democracia, deve ter animado o golpe contra o presidente Correa, do Equador, este ocorrido agora, dia 30 de Setembro, a pretexto de reivindicações salariais dos polícias.
Além de um pretexto, que é o mais fácil, há apenas mais duas condições necessárias para derrubar um poder instituído: descontentamento social e colaboração nas forças armadas. Ora aconteceu que o movimento revoltoso não contou com um envolvimento militarizado suficiente nem com a vontade do Povo. E o próprio pretexto era muito frágil e inexpressivo, apenas se tornando perigoso devido a envolver directamente um grupo armado.
Outro elemento que destoa do golpe contra Zelaya é a fragilidade política e até pessoal deste em compraração com a força de caracter e a determinação de Rafael Correa. Para já não falar do contexto internacional – um golpe tão sujo não podia esperar a colaboração de Obama, o silêncio de Zapatero ou a tolerância de Lula da Silva. E não é Pinochet quem quer...
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1.10.10
A direcção certa
A grande fraude do capitalismo mundial que desencadeou a crise financeira, não abalou minimamente o sistema que se apoiou nos recursos dos estados. Por sua vez, a crise económica subsequente não afectou as grandes empresas cujos capitalistas e gestores continuam na posse das suas grandes fortunas e acumulando lucros, “prémios” e outras benesses escandalosas, alimentadas pelos cadáveres das pequenas empresas falidas e dos trabalhadores atirados para o desemprego.
“Os pessimistas” diziam que a crise financeira traria a crise económica, e trouxe. Agora dizem que a austeridade traz a recessão... , agrava o desemprego, degrada a segurança social e não resolve problema nenhum.
Felismente que há sempre “os optimistas”, embriagados pelas remunerações multimilionárias que recebem, para quem as medidas de austeridade sobre as populações, sobre os outros, «vão na direcção certa».
Vai na direcção certa a política social-democrata e vai na direcção certa o descontentamento popular. O que acontecerá quando se encontrarem, não sei. Só sei que a História está cheia de exemplos desses. Daí a minha ideia de invocar a crise da monarquia portuguesa de há um século para traçar alguns paralelos... académicos, agora que a implantação da República se comemora.
Não me faltem as noites de insónia como ao Ministro das Finanças e o assunto será tratado em próximos artigos. A ele dedico, com duas semanas de atraso sobre o seu aniversário, uma imagem histórica da terra que nos viu nascer aos dois.
Primeira revolução republicana. Porto, 31 de Janeiro de 1891.
“Os pessimistas” diziam que a crise financeira traria a crise económica, e trouxe. Agora dizem que a austeridade traz a recessão... , agrava o desemprego, degrada a segurança social e não resolve problema nenhum.
Felismente que há sempre “os optimistas”, embriagados pelas remunerações multimilionárias que recebem, para quem as medidas de austeridade sobre as populações, sobre os outros, «vão na direcção certa».
Vai na direcção certa a política social-democrata e vai na direcção certa o descontentamento popular. O que acontecerá quando se encontrarem, não sei. Só sei que a História está cheia de exemplos desses. Daí a minha ideia de invocar a crise da monarquia portuguesa de há um século para traçar alguns paralelos... académicos, agora que a implantação da República se comemora.
Não me faltem as noites de insónia como ao Ministro das Finanças e o assunto será tratado em próximos artigos. A ele dedico, com duas semanas de atraso sobre o seu aniversário, uma imagem histórica da terra que nos viu nascer aos dois.
Primeira revolução republicana. Porto, 31 de Janeiro de 1891.
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