mas não tem petróleo
Com aquele humor de fino recorte e superior inteligência que os orgãos de “comunicação social” muito valorizam, só comparável às vulgaridades de Manoel de Oliveira, proferiu Pinto da Costa esta enormidade: “O Porto não tem petróleo!”.
A minha indignação, entenda-se, não é tanto por causa do que ele disse mas sim pelo que ele não disse: que o Porto, se não tem petróleo, tem ouro e muito.
Desde logo, o rio, o Rio Douro. Mas também os cafés Âncora d’Ouro (o "Piolho") e Chave d’Ouro, o cinema Águia d’Ouro e um mijadouro que se situava até há pouco tempo por baixo de uma igreja.
Qualquer portuense sabe disto como é o caso do presidente do "FQP", mas uma vez mais se prova que ser portuense não é ser portista.
Bibó Salgueiros, carago!
30.12.09
29.12.09
Cuba e a Democracia
As autoridades “de facto” preparam a comemoração da revolução cubana que derrubou o ditador corrupto e sinistro Fulgêncio Batista, no fim de 1958, o qual viria a refugiar-se em Portugal (Ilha da Madeira e Estoril)acabando por morrer em Espanha.
«Una programación especial en saludo al aniversario 51 del Triunfo de la Revolución se desarrollará desde este fin de semana hasta el 3 de enero en todo el país»
Granma.cu
Tratava-se de uma revolução porque punha cobro a uma ditadura e inaugurava um regime ideologicamente contrário ao anterior, além de que reunia um amplo apoio popular.
DA HISTÓRIA
A princípio, a revolução conciliava no poder instituído as três tendências típicas do século XX: conservadores, reformistas e revolucionários, e as correspondentes contradições entre o poder económico da burguesia e um poder político em confronto com ele. O processo revolucionário depressa venceria essa contradição. Para corresponder aos anseios da população, baixaram os preços de bens essenciais como a habitação e a electricidade; foram feitos investimentos enormes na educação e em obras públicas que deram muitos empregos; foi implementada uma reforma agrária de grande alcance para o desenvolvimento produtivo, para o emprego e para a expulsão dos interesses norte-americanos muito ligados aos latifúndios existentes. Mas se todas estas medidas tinham um caracter revolucionário e anti-imperialista, não apontavam ainda claramente para um regime socialista. E se pode dizer-se que depois de Outubro de 1960 tudo configurava um regime socialista, esta questão da caracterização ideológica continuou quase sempre indefenida e polémica.
OS VÍCIOS DO PODER
O dirigente da revolução chamar-lhe-ia mais tarde cubanismo, para distinguir de comunismo. Mas copiou o que o “socialismo real” praticava de melhor e de pior – a democratização económica, da saúde e do ensino, a par com a censura total e a polícia política, a repressão das liberdades cívicas, a imposição do partido-único, a concentração pessoal do poder e o culto da personalidade do líder.
Julgando-se mais iluminados que o Papa e mais mandatados que Jesus Cristo, salvadores a quem o povo libertado tudo deve, a quem o povo estúpido nada tem para dizer, instalaram-se no Poder com armas e polícias e ali se impuseram para a (sua) eternidade. Ou, nas palavras de Fidel, « para assegurar a continuidade da Revolução quando aqui já não estejam os seus dirigentes históricos».
O deputado cubano Jorge Lezcano Pérez exprime o que eu chamaria o argumentário subterrâneo da ditadura cubana, num artigo sobre « las grandes diferencias entre las elecciones capitalistas y las de nuestra Revolución». É suposto que o artigo dê conta de um inquérito do «Instituto Latinobarómetro» (ONG chilena), realizado em 2003 em 17 países mas é notório que J.Pérez selecciona dos estudos daquele Instituto o que lhe convém e mesmo assim tem que recuar a 2003 !
«Registró que sólo el 11% de los encuestados tienen confianza en los partidos políticos, el 42% estaría dispuesto a votar por un partido, el 27% confía en el Congreso y el 28% en el gobierno; los que aprueban al gobierno llegan nada más que al 24%. Los que respondieron sentir satisfacción con la democracia fueron solamente el 28%. El 69% respondió que más que partidos políticos y congresos lo que hace falta es un líder decidido que se ponga a resolver los problemas. Y al 52% no le importaría que un gobierno no democrático llegara al poder si pudiera resolver los problemas económicos».
O cinismo do regime nesta matéria vai ao ponto de “justificar” a proibição de propaganda eleitoral para todos, com a afixação das candidaturas nos locais adequados, pelas autoridades competentes. E mais: "Todos têm o direito de participar, até os chamados dissidentes. O que acontece é que estes não conseguem reunir apoio" (Jorge Castro Benítez, embaixador cubano em Portugal, noutra oportunidade) .
Num país onde todos os orgãos de comunicação - Granma, Juventud Rebelde, Cubavision, Trabajadores, Radio Rebelde, Radio Relojsocial - são propriedade e direcção do partido único, recheados de títulos, subtítulos e artigos com a propaganda política da mais primária e personalista, pouco variando entre “¡Gracias Fidel!” y “saludos al triunfo de la Revolución”, a proibição de campanhas eleitorais é um duplo insulto – à liberdade e à inteligência.
Quando me falam da elevada percentagem com que Fidel ou Raúl ganham as eleições, eu tenho que perguntar que resultados tiveram "os outros candidatos" !
Ainda há um mês me referi AQUI à perseguição e violência exercida contra uma jovem cubana, pelas opiniões que exprimia no seu blogue. Há poucos dias soubemos da prisão de um estrangeiro por estar a distribuir telemóveis – essas armas letais... contra o obscurantismo - nas ruas de Havana. Será necessário percorrer as dezenas de anos de repressão do regime para envergonhar aqueles que o defendem? Se o bloqueio económico dos EUA ou os atentados falhados contra Fidel justificassem este regime de excepção permanente, para que serviriam os herois vivos e mortos desta revolução?
Mas nada disso impedirá Raúl de Castro de voltar a citar José Marti, como fez há um ano: «A liberdade é muito cara. É necessário, ou resignar-se a viver sem ela, ou decidir-se comprá-la pelo seu preço».
Será que alguém o ouve desta vez?
«Una programación especial en saludo al aniversario 51 del Triunfo de la Revolución se desarrollará desde este fin de semana hasta el 3 de enero en todo el país»
Granma.cu
Tratava-se de uma revolução porque punha cobro a uma ditadura e inaugurava um regime ideologicamente contrário ao anterior, além de que reunia um amplo apoio popular.
DA HISTÓRIA
A princípio, a revolução conciliava no poder instituído as três tendências típicas do século XX: conservadores, reformistas e revolucionários, e as correspondentes contradições entre o poder económico da burguesia e um poder político em confronto com ele. O processo revolucionário depressa venceria essa contradição. Para corresponder aos anseios da população, baixaram os preços de bens essenciais como a habitação e a electricidade; foram feitos investimentos enormes na educação e em obras públicas que deram muitos empregos; foi implementada uma reforma agrária de grande alcance para o desenvolvimento produtivo, para o emprego e para a expulsão dos interesses norte-americanos muito ligados aos latifúndios existentes. Mas se todas estas medidas tinham um caracter revolucionário e anti-imperialista, não apontavam ainda claramente para um regime socialista. E se pode dizer-se que depois de Outubro de 1960 tudo configurava um regime socialista, esta questão da caracterização ideológica continuou quase sempre indefenida e polémica.
OS VÍCIOS DO PODER
O dirigente da revolução chamar-lhe-ia mais tarde cubanismo, para distinguir de comunismo. Mas copiou o que o “socialismo real” praticava de melhor e de pior – a democratização económica, da saúde e do ensino, a par com a censura total e a polícia política, a repressão das liberdades cívicas, a imposição do partido-único, a concentração pessoal do poder e o culto da personalidade do líder.
Julgando-se mais iluminados que o Papa e mais mandatados que Jesus Cristo, salvadores a quem o povo libertado tudo deve, a quem o povo estúpido nada tem para dizer, instalaram-se no Poder com armas e polícias e ali se impuseram para a (sua) eternidade. Ou, nas palavras de Fidel, « para assegurar a continuidade da Revolução quando aqui já não estejam os seus dirigentes históricos».
O deputado cubano Jorge Lezcano Pérez exprime o que eu chamaria o argumentário subterrâneo da ditadura cubana, num artigo sobre « las grandes diferencias entre las elecciones capitalistas y las de nuestra Revolución». É suposto que o artigo dê conta de um inquérito do «Instituto Latinobarómetro» (ONG chilena), realizado em 2003 em 17 países mas é notório que J.Pérez selecciona dos estudos daquele Instituto o que lhe convém e mesmo assim tem que recuar a 2003 !
«Registró que sólo el 11% de los encuestados tienen confianza en los partidos políticos, el 42% estaría dispuesto a votar por un partido, el 27% confía en el Congreso y el 28% en el gobierno; los que aprueban al gobierno llegan nada más que al 24%. Los que respondieron sentir satisfacción con la democracia fueron solamente el 28%. El 69% respondió que más que partidos políticos y congresos lo que hace falta es un líder decidido que se ponga a resolver los problemas. Y al 52% no le importaría que un gobierno no democrático llegara al poder si pudiera resolver los problemas económicos».
O cinismo do regime nesta matéria vai ao ponto de “justificar” a proibição de propaganda eleitoral para todos, com a afixação das candidaturas nos locais adequados, pelas autoridades competentes. E mais: "Todos têm o direito de participar, até os chamados dissidentes. O que acontece é que estes não conseguem reunir apoio" (Jorge Castro Benítez, embaixador cubano em Portugal, noutra oportunidade) .
Num país onde todos os orgãos de comunicação - Granma, Juventud Rebelde, Cubavision, Trabajadores, Radio Rebelde, Radio Relojsocial - são propriedade e direcção do partido único, recheados de títulos, subtítulos e artigos com a propaganda política da mais primária e personalista, pouco variando entre “¡Gracias Fidel!” y “saludos al triunfo de la Revolución”, a proibição de campanhas eleitorais é um duplo insulto – à liberdade e à inteligência.
Quando me falam da elevada percentagem com que Fidel ou Raúl ganham as eleições, eu tenho que perguntar que resultados tiveram "os outros candidatos" !
Ainda há um mês me referi AQUI à perseguição e violência exercida contra uma jovem cubana, pelas opiniões que exprimia no seu blogue. Há poucos dias soubemos da prisão de um estrangeiro por estar a distribuir telemóveis – essas armas letais... contra o obscurantismo - nas ruas de Havana. Será necessário percorrer as dezenas de anos de repressão do regime para envergonhar aqueles que o defendem? Se o bloqueio económico dos EUA ou os atentados falhados contra Fidel justificassem este regime de excepção permanente, para que serviriam os herois vivos e mortos desta revolução?
Mas nada disso impedirá Raúl de Castro de voltar a citar José Marti, como fez há um ano: «A liberdade é muito cara. É necessário, ou resignar-se a viver sem ela, ou decidir-se comprá-la pelo seu preço».
Será que alguém o ouve desta vez?
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26.12.09
O excesso de poder em Ceausescu
No dia 25 de Dezembro de 1989, Ceausescu, presidente da Roménia, foi condenado à morte e executado com a mulher, após julgamento militar sumário em que foi acusado de vários crimes, incluindo genocídio.
Oito dias antes, o seu regime tinha dado ordens para que as forças militares disparassem contra manifestantes anticomunistas, mas a rebelião alastrou-se por todo o país e as próprias forças armadas acabaram por juntar-se aos manifestantes. O regime de Ceauşescu caíu e ele ensaiou uma fuga de helicóptero mal sucedida.
Ao contrário do que possa parecer, Ceausescu não era um fiel seguidor da política soviética. Apesar do seu percurso político, em que foi membro do Partido Comunista Romeno, na altura ilegal, antes da Segunda Guerra Mundial e preso em 1936 e 1940, o dirigente da Roménia distanciou-se mais tarde da União Soviética, acabou com a participação activa da Roménia no Pacto de Varsóvia, e condenou a invasão da Checoslováquia em 1968.
Quando se tornou Presidente da Roménia, em 1974, manteve a sua posição independente. Foi o primeiro país do Bloco de Leste a estabelecer relações oficiais com a Comunidade Europeia. Mas se esta atitude de insubmissão à URSS o tornavam admirado pelo seu povo, não faltavam razões contrárias. Desde logo o seu culto da personalidade com expressão desmesurada, o seu autoritarismo ditatorial e a sua incompetência para resolver problemas essenciais da economia e da população.
Após uma década de industrialização acelerada que levou à acumulação da dívida externa, os anos 80 apresentam uma grave crise económica que Ceausescu tenta resolver com a exportação de grande parte da produção agrícola e industrial do país. Mas com isso sacrifica o acesso ao consumo interno de bens essenciais.
Enquanto isto, desenvolve o culto da personalidade até ao ridículo, promove a sua família aos mais altos cargos e manda construir um palácio faraónico onde consome um milhão de m3 de mármore, 200 mil m2 de tapetes e 900 mil m3 de madeira, envolve mais de 20 mil operários e 200 arquitectos, dia e noite, e sacrifica as casas de 40 mil pessoas que habitavam naquele espaço com sete quilómetros quadrados de bairros históricos de Bucareste.
Foi chamado a Casa do Povo mas o povo diz que «foi traumático termos de sair de uma casa bonita num bloco de apartamentos. Foi uma tragédia, muitos suicidaram-se». É o segundo maior edifício do mundo, a seguir ao Pentágono.
Elena Ceauşescu não se portou melhor. É acusada de uma política de saúde desastrosa que levaria, nomeadamente, a uma das maiores epidemias, incluindo casos pediátricos, no mundo ocidental.
No meio de todas as aparentes contradições extrai-se pelo menos a certeza do costume: que o excesso de poder é o que há de pior em política, independentemente do regime.
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24.12.09
PS contra PS
A birra do PS contra o resultado das eleições legislativas de 2009 era mais gritante do que a dramatização patética da Presidência da República nos últimos meses, mas a opinião publicada não se dava conta. Perdiam-se os “opinion makers” no côro dos argumentos e contra-argumentos dos partidos: ora que o PS não percebeu ainda que perdeu a maioria absoluta, ora que a Oposição não percebeu que o PS deve governar com o seu programa e não outro, ora agora repito eu, ora agora repetes tu, ora repetimos todos ao mesmo tempo para que isto se pareça mais com um debate.
José Sócrates provocava, os dirigentes do PS provocavam, já havia vidros partidos, cabeças rachadas, mortos pelas ruas, quando se começou a dizer que havia um problema: o PS não aceitava os resultados eleitorais. Governar em maioria relativa, governar com os outros partidos, era-lhe insuportável. O golpe-de-estado democrático fazia o seu curso no PS e a arrogância política dava lugar à insolência verbal. Contra todos os partidos e sem deixar de fora o próprio Presidente da República.
Chegados ao ponto de ruptura desejado pelo PS, já não se discutirá como vai José Sócrates governar em maioria relativa, mas sim, até quando!
Já o PPD sonhou para si «um governo, uma maioria, um presidente» Mas não se recusava a governar; era “apenas” um sonho... Nada que a aventura do PS, em curso, não possa proporcionar finalmente ao PSD.
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18.12.09
Heróis cobardes
Em defesa de Vlasov – só para ter o prazer de contrariar o estimado autor do post – a primeira ideia que me ocorreu, foi de imaginar o que aconteceria aos grandes heróis consagrados pela História – se os há pequenos – no caso de terem perdido as suas lutas e daí decorrer a sua tortura pelos vencedores. Tarefa árdua e ociosa, que além de obrigar a uma pesquisa fastidiosa, teria por conclusão uma hipótese mais ou menos fantasiosa.
Outra ideia, inspirada pelo método literário e cinematográfico, mas também pelo método indutivo das ciências, era pegar numa personagem supostamente exemplar e, com essa árvore, pretender retratar uma floresta humana; isto é, demonstrar que o comportamento de Vlasov era comum, normal. Mas esta ideia cheirava demasiado a sofisma para que o não fosse, e eu tenho os meus escrúpulos.
Da negação daquelas duas ideias – oh dialéctica bendita! – emergiu a solução que adoptei: negar a insinuada representatividade do caso Vlasov, afinal uma história individual, e negar a verosimilhança das confissões sob o efeito de tortura (ou ameaça de castigo físico cruel, se não é o mesmo).
Mas valerá a pena? Quem conhece Vlasov, afinal, além do António Teixeira e, seguramente, do meu amigo João Ferro? Ele não é Trotsky, por muito semelhante que fosse a sua crítica do regime soviético – que não a sua visão alternativa. Ele não é Kruchov ou Gorbachov… Ele não é senão uma figura apagada (!) da História, a quem eu, e António Teixeira antes de mim, fizemos o favor de atribuir alguma importância nos nossos blogues.
E que tal se falássemos de Himmler, o chefe da polícia nazista que abandonou Hitler e tentou entregar a Alemanha para os Aliados em troca de sua liberdade? Não teve melhor sorte que Vlasov, correndo no sentido contrário ao deste, mas sempre é mais conhecido.
Ok, eu sei que não temos que fazer um concurso de traidores...
Nota:
"O Beijo de Judas" de Michelangelo Caravaggio, inserido no topo deste post, não documenta as personagens desta história, como já terão reparado...
7.12.09
Opções do Governo
Quanto ao orçamento "redistributivo" actualmente em discussão...
Isto é: a receita do IRC (imposto sobre os lucros), diminui 22,8% relativamente ao cobrado em 2008, enquanto o IRS (que incide fundamentalmente sobre os trabalhadores), diminui apenas 3,6%. A maior quebra de receita acontece no IVA, menos 18,9%, o que alguns atribuem a uma perda assinalável de eficiência fiscal.
É justo? É democrático? É a preocupação com "as empresas" e com as famílias... dos empresários!
NOTÍCIA
A generalidade dos bens de consumo mais comuns são mais caros em Lisboa do que em Londres segundo um estudo da PriceRunner International, empresa que compara preços a nível mundial.
Governabilidade ou cumplicidade
De tanto repetirem uma mentira, acabaram por se enganarem a si próprios. É vulgar. De tantas vezes falarem em “governo eleito”, sabendo que o Governo não é eleito mas sim os deputados, e por isso se designam eleições legislativas, fingem-se espantados e afirmam-se indignados porque a maioria não é do PS. É o que os portugueses quiseram; não se importam? Ou então acabem com as eleições...
Assim não é possível governar? Assim não é possível governar contra tudo e contra todos, é só isso. Haja um um sentido claro, uma estratégia credível e um discurso de verdade, e talvez seja tudo mais fácil. Ou julgavam que atirando a esquerda contra a direita, um dia, e a direita contra a esquerda, no dia seguinte, a caravana do oportunismo político ia passando e rindo como tantas vezes tem acontecido na história do PS? Assumam-se!
Em Novembro de 2008, quando tinha maioria absoluta, a bancada do PS aprovou, sozinha, em votação na generalidade, a proposta de Orçamento do Estado para 2009, contra a votação de toda a oposição, do Bloco de Esquerda ao CDS-PP. Ora aí está o sentido de cooperação do PS !
Que a Oposição, apesar de estar agora em maioria, viabilize a aprovação do orçamento, como tudo indica, a fim de evitar “um contexto de crise governativa”, não lhes basta. Exigem, além disso, a cumplicidade com as suas políticas sejam elas quais forem.
Já cá faltava uma ajudinha da Igreja :
«O momento político que Portugal vive, exige a solidariedade entre forças partidárias que ofereçam condições de governabilidade ao País. Diante de “dificuldades graves” que Portugal atravessa, é necessário encontrar soluções “com bastante sustentabilidade e que tenham resistência perante as forças de interesses que não deixarão de vir a terreno”».
Do resto da notícia se compreende que esta intervenção de D. Carlos Azevedo, Presidente da Comissão de Pastoral Social da Igreja Católica, apela à resignação da Oposição que recebeu a maioria dos votos populares. É a caridade.
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5.12.09
3.12.09
«Momento emocionante»
«Momento emocionante, o último encontro com Catherine Ashton (na foto) na sua qualidade de comissária do Comércio, na véspera de assumir o seu novo cargo de Ministra dos Negócios Estrangeiros da UE». São palavras de Vital Moreira no Causa Nossa
"Está no papo!", quererá ele dizer também com aquela mãozinha por cima do ombro. Mas é claro que não passa de intenções.
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30.11.09
Que eu me engane, América Latina !
Nas eleições que decorreram este domingo, 29/9, nas Honduras, para vários cargos, o resultado mais esperado em relação ao cargo presidencial, não é sobre o candidato mais votado mas sim o grau de afluência às urnas, face ao contexto e às circunstâncias em que decorreram. Um contexto de golpe de estado em que o presidente deposto à força apela à abstenção, e numas circunstâncias de repressão policial e participação da Igreja Católica.
A UE, o Brasil e a Venezuerla já declararam a sua recusa em reconhecer a legitimidade das eleições; os EUA , Canadá, Panamá, Costa Rica y Perú, terão manifestado a intenção de aceitar os resultados.
Falta saber que influência terá na situação, a Cimeira Ibero-Americana que decorre em Lisboa por estes dias. Tendo em conta a ausência de Cuba e Venezuela, a divisão de posições atrás referida e o silêncio esperado de Portugal e Espanha, refugiados na sua condição de membros da União Europeia, o mais provável é que a Cimeira terá tanta influência nesta questão como na estratégia “da Inovação e do Conhecimento”, isto é, nenhuma. Que eu me engane!
Quem aposta forte nesta Cimeira é Uribe, o presidente da Colômbia,que aproveitou a vinda a Portugal para recolher propaganda destinada a uso interno: «En el Santuario de la Virgen de Fátima el Jefe de Estado oró por la paz de Colombia»
Fonte da citação e da foto: http://web.presidencia.gov.co/
Se Chavez fosse a Fátima poderia replicar por sua vez a Nossa Senhora que «... todo o arsenal bélico ianque, contemplado no acordo, responde ao conceito de operações extraterritoriais... torna o território colombiano num gigantesco enclave militar ianque..., a maior ameaça contra a paz e a segurança da região da América do Sul e de toda Nossa América». E que seria uma traição contra a própria Venezuela que o seu presidente não defendesse o país - como explica noutro local.
E se Uribe falasse com Chavez e deixasse a senhora... em paz?
A UE, o Brasil e a Venezuerla já declararam a sua recusa em reconhecer a legitimidade das eleições; os EUA , Canadá, Panamá, Costa Rica y Perú, terão manifestado a intenção de aceitar os resultados.
Falta saber que influência terá na situação, a Cimeira Ibero-Americana que decorre em Lisboa por estes dias. Tendo em conta a ausência de Cuba e Venezuela, a divisão de posições atrás referida e o silêncio esperado de Portugal e Espanha, refugiados na sua condição de membros da União Europeia, o mais provável é que a Cimeira terá tanta influência nesta questão como na estratégia “da Inovação e do Conhecimento”, isto é, nenhuma. Que eu me engane!
Quem aposta forte nesta Cimeira é Uribe, o presidente da Colômbia,que aproveitou a vinda a Portugal para recolher propaganda destinada a uso interno: «En el Santuario de la Virgen de Fátima el Jefe de Estado oró por la paz de Colombia»
Fonte da citação e da foto: http://web.presidencia.gov.co/
Se Chavez fosse a Fátima poderia replicar por sua vez a Nossa Senhora que «... todo o arsenal bélico ianque, contemplado no acordo, responde ao conceito de operações extraterritoriais... torna o território colombiano num gigantesco enclave militar ianque..., a maior ameaça contra a paz e a segurança da região da América do Sul e de toda Nossa América». E que seria uma traição contra a própria Venezuela que o seu presidente não defendesse o país - como explica noutro local.
E se Uribe falasse com Chavez e deixasse a senhora... em paz?
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26.11.09
Prendam... os bancos!
Posso dar uma ideia? Prendam os bancos. São eles que fazem os banqueiros... pecarem. Já percebem porque há quem recomende a nacionalização da banca?
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24.11.09
Homenagem a Gedeão
Cientista, professor, poeta excepcional. É fácil encontrar a sua biografia em espaços da internet. Rómulo de Carvalho nasceu a 24 de Novembro de 1906. Sob o pseudónimo de António Gedeão escreveu belíssimos poemas, alguns dos quais foram ditos e cantados.
Poema Para Galileu, dito por Mário Viegas, ou A Pedra Filosofal, cantado por Manuel Freire, são dois exemplos notáveis, entre tantos outros.
A VIVACIDADE – Espaço Criativo (Porto)promove uma sessão de homenagem na Quinta-feira 26 de Novembro às 17h00
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Nutissias
«Marcelo Rebelo de Sousa só concorre se não tiver concorrência»
Pergunto: Como é que se concorre se não há concorrência?
«Ahmadinejad tem desenvolvido relações com os países latino-americanos como Venezuela, Bolívia, Nicarágua, com líderes conhecidos pelas suas posições anti-americanas».
Pergunto: Os países mencionados não são americanos? Como podem ter posições anti-americanas?
«Erosão da costa portuguesa está a levar zonas do país a recuar 10 metros por ano»
Pergunto: A Espanha está preparada para receber novos territórios? Ou é só a costa e não a zona que recua?
«Livro sobre o Porto lançado em Gaia».
Pergunto: E Gaia aguenta com o Porto inteiro? Ou a ideia é outra e a crise já chegou às vírgulas? É que nem Saramago...
Estes exemplos de "boa literatura", entre outros, estão no JN de ontem, 23 de Novembro. “A não perder”, como diria o Mário Crespo. Mas se já não encontrar essa edição, pode encontrar textos semelhantes noutras edições e noutros jornais...
Pergunto: Como é que se concorre se não há concorrência?
«Ahmadinejad tem desenvolvido relações com os países latino-americanos como Venezuela, Bolívia, Nicarágua, com líderes conhecidos pelas suas posições anti-americanas».
Pergunto: Os países mencionados não são americanos? Como podem ter posições anti-americanas?
«Erosão da costa portuguesa está a levar zonas do país a recuar 10 metros por ano»
Pergunto: A Espanha está preparada para receber novos territórios? Ou é só a costa e não a zona que recua?
«Livro sobre o Porto lançado em Gaia».
Pergunto: E Gaia aguenta com o Porto inteiro? Ou a ideia é outra e a crise já chegou às vírgulas? É que nem Saramago...
Estes exemplos de "boa literatura", entre outros, estão no JN de ontem, 23 de Novembro. “A não perder”, como diria o Mário Crespo. Mas se já não encontrar essa edição, pode encontrar textos semelhantes noutras edições e noutros jornais...
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23.11.09
Marx via televisão ?
Para Karl Marx ter dito que «as ideias dominantes são as ideias da classe dominante» é imperioso que já nessa altura visse televisão. Alertado pela ficção e os documentários, a informação, os comentadores e os comentários difundidos na língua mãe que é o inglês, ou traduzidos para analfabetos, em português, não lhe foi difícil chegar à mesma conclusão a que todos nós já chegámos: que os orgãos de difusão – chamados de comunicação – obedecem todos a uma mesma voz, a voz do dono.
Que caiam na esparrela – laço e lapso – de se denunciarem a si mesmos no assombro das entrevistas, isso é que chega a ser surpreendente, tão treinados que estão nas artes da manipulação.
O José Alberto Carvalho que me perdoe – ou não – mas calhou a vez dele ser trazido à berlinda. Por uma questão de oportunidade que não de raridade.
Da entrevista de José Alberto Carvalho,
Director de Informação da RTP, ao JN :
«JN - Outro assunto por esclarecer é o do futuro dos programas de Marcelo Rebelo de Sousa e António Vitorino. Os contratos terminam no primeiro trimestre de 2010... (...)Vai haver alterações?
JAC - Nada está fechado. (...) Mas - este mas é muito importante - a RTP é mais forte e mais influente com os comentários do professor Marcelo e do doutor Vitorino. E eu quero continuar a contar com eles. (...)
JN - Já agora, que apreciação lhe merece a extinção do "Jornal Nacional" de sexta-feira?
JAC - Quando há um programa que não cumpre as regras, não honra as princípios éticos e deontológicos do jornalismo, não respeita a própria civilidade no tratamento das pessoas, confunde jornalismo com militância, tenho dificuldade em comentar... »
JN.sapo.pt 2009-11-23
E eu, “director” deste blogue, mais dificuldade tenho em comentar a militância de quem está empenhado em garantir a influência de Marcelo e Vitorino na formação da opinião pública. Não é como em Cuba, mas também é preocupante.
Que caiam na esparrela – laço e lapso – de se denunciarem a si mesmos no assombro das entrevistas, isso é que chega a ser surpreendente, tão treinados que estão nas artes da manipulação.
O José Alberto Carvalho que me perdoe – ou não – mas calhou a vez dele ser trazido à berlinda. Por uma questão de oportunidade que não de raridade.
Da entrevista de José Alberto Carvalho,
Director de Informação da RTP, ao JN :
«JN - Outro assunto por esclarecer é o do futuro dos programas de Marcelo Rebelo de Sousa e António Vitorino. Os contratos terminam no primeiro trimestre de 2010... (...)Vai haver alterações?
JAC - Nada está fechado. (...) Mas - este mas é muito importante - a RTP é mais forte e mais influente com os comentários do professor Marcelo e do doutor Vitorino. E eu quero continuar a contar com eles. (...)
JN - Já agora, que apreciação lhe merece a extinção do "Jornal Nacional" de sexta-feira?
JAC - Quando há um programa que não cumpre as regras, não honra as princípios éticos e deontológicos do jornalismo, não respeita a própria civilidade no tratamento das pessoas, confunde jornalismo com militância, tenho dificuldade em comentar... »
JN.sapo.pt 2009-11-23
E eu, “director” deste blogue, mais dificuldade tenho em comentar a militância de quem está empenhado em garantir a influência de Marcelo e Vitorino na formação da opinião pública. Não é como em Cuba, mas também é preocupante.
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21.11.09
Cuba reprime liberdade de informação
21NOV2009
Enquanto escrevo este post, a polícia cubana persegue Yoani Sanchez e outros numa acção intimidatória e repressiva violenta contra a liberdade de opinião e de informação. (Detalhes AQUI)
Yoani Sánchez é uma jovem cubana que criou e mantém um blogue a partir de Havana. Foi escrevendo muitos artigos (post) sobre coisas aparentemente banais do dia a dia, tal como acontece com grande parte dos blogues em toda a parte. Era inevitável e certamente intencional que aqueles textos fossem dando conta das dificuldades com que vive a população e os modos como o regime lida com isso.
Num país onde “a falta de papel obriga” a que haja apenas jornais do Governo, este blogue foi-se tornando numa espécie de “jornal de parede” inacessível à polícia. Não pelo caracter que a autora lhe dava, tanto quanto fui apreciando, mas pela afluência de comentários que às centenas, aos milhares afluiam de outros tantos cubanos e cubanas entusiasmados com a oportunidade de exprimir as suas experiências e opiniões.
O que assim se foi construindo, pela pressão das circunstâncias e que Yoani decerto não imaginaria à partida, foi um documento onde fica registada a realidade cubana e o modo como é sentida pela população – testemunhos espontâneos, não organizados, não controlados.
Nada disto foi pacífico. Decorrem acções repressivas. Mas o fenómeno ganhou uma dimensão e uma projecção mundial que tem inibido o regime de aplicar punições ainda mais graves... até agora.
Yoani sentiu-se animada a propôr duas entrevistas, uma a Obama e outra a Raúl Castro, colocando perguntas no mesmo sentido, isto é, no sentido de aproximar aqueles dois presidentes de uma solução para as relações entre os dois países. Em qualquer país democrático, trata-se uma iniciativa jornalística ou, se quiserem, pessoal, sobre a qual não recai qualquer censura e muito menos acusação criminal.
Barack Obama já respondeu às perguntas, o que está publicado NESTE POST que reune, além disso, 151 comentários na altura em que escrevo este artigo. Raúl Castro “ainda” não respondeu mas as perguntas também estão publicadas AQUI.
Claro que nesta fase já não há ninguém ingénuo ou desinteressado na forma como lida com o assunto, desde o aproveitamento discutível de Obama até ao distanciamento discutível de Castro, passando pela iniciativa de Yoani. Tampouco se desconhece que, aqui como em todo o lado, os partidários do regime e os opositores fazem o seu papel.
Mas nada disso desmente os factos nem desqualifica o trabalho de grande mérito e coragem da jovem autora de Generation Y. Um trabalho histórico e que o é muito especialmente para a História da Internet quando alguém a escrever.
Enquanto escrevo este post, a polícia cubana persegue Yoani Sanchez e outros numa acção intimidatória e repressiva violenta contra a liberdade de opinião e de informação. (Detalhes AQUI)
Yoani Sánchez é uma jovem cubana que criou e mantém um blogue a partir de Havana. Foi escrevendo muitos artigos (post) sobre coisas aparentemente banais do dia a dia, tal como acontece com grande parte dos blogues em toda a parte. Era inevitável e certamente intencional que aqueles textos fossem dando conta das dificuldades com que vive a população e os modos como o regime lida com isso.
Num país onde “a falta de papel obriga” a que haja apenas jornais do Governo, este blogue foi-se tornando numa espécie de “jornal de parede” inacessível à polícia. Não pelo caracter que a autora lhe dava, tanto quanto fui apreciando, mas pela afluência de comentários que às centenas, aos milhares afluiam de outros tantos cubanos e cubanas entusiasmados com a oportunidade de exprimir as suas experiências e opiniões.
O que assim se foi construindo, pela pressão das circunstâncias e que Yoani decerto não imaginaria à partida, foi um documento onde fica registada a realidade cubana e o modo como é sentida pela população – testemunhos espontâneos, não organizados, não controlados.
Nada disto foi pacífico. Decorrem acções repressivas. Mas o fenómeno ganhou uma dimensão e uma projecção mundial que tem inibido o regime de aplicar punições ainda mais graves... até agora.
Yoani sentiu-se animada a propôr duas entrevistas, uma a Obama e outra a Raúl Castro, colocando perguntas no mesmo sentido, isto é, no sentido de aproximar aqueles dois presidentes de uma solução para as relações entre os dois países. Em qualquer país democrático, trata-se uma iniciativa jornalística ou, se quiserem, pessoal, sobre a qual não recai qualquer censura e muito menos acusação criminal.
Barack Obama já respondeu às perguntas, o que está publicado NESTE POST que reune, além disso, 151 comentários na altura em que escrevo este artigo. Raúl Castro “ainda” não respondeu mas as perguntas também estão publicadas AQUI.
Claro que nesta fase já não há ninguém ingénuo ou desinteressado na forma como lida com o assunto, desde o aproveitamento discutível de Obama até ao distanciamento discutível de Castro, passando pela iniciativa de Yoani. Tampouco se desconhece que, aqui como em todo o lado, os partidários do regime e os opositores fazem o seu papel.
Mas nada disso desmente os factos nem desqualifica o trabalho de grande mérito e coragem da jovem autora de Generation Y. Um trabalho histórico e que o é muito especialmente para a História da Internet quando alguém a escrever.
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19.11.09
Política picante
Segundo a AFP, Hillary Clinton parece ter uma "queda" pelo ministro britânico David Miliband, no que seria em alguma medida correspondida. Fica assim desfeita a insinuação do jornalista que numa Conferência de Imprensa se referia ao “seu marido” querendo referir-se a Barack Obama!
Se o ex-presidente Bill Clinton já demonstrou saber lidar com situações conjugais ameaçadas, não parece que Michelle Obama seja tão flexível. No entanto a comida chinesa pode trazer-lhe problemas.
Mas no meio de toda esta fantasia picante, pode haver alguma coisa de sério em matéria de ciúmes políticos, os de Hillary por Obama, vindos do tempo em que concorreu contra ele às eleições presidenciais, e com repercussões eventuais no prestígio do presidente eleito, em matéria de política internacional. Mais que ciúmes, enfim, gostos diferentes, divergências escondidas em negociações secretas lá pela Sala Oval.
Estamos no domínio das teorias da conspiração, talvez, mas por alguma razão eles foram concorrentes e por alguma razão ela aceitou ser secretária de estado, representande dos EUA nas relações... internacionais!
Não sei se têm os mesmos sentimentos em relação às guerras e aos presos da CIA, mas pelo menos a postura de um e de outro à mesa da China, é bem distinta se compararmos a foto anterior com esta.
(Foto da AP/VISAO)
Enfim, em última análise, em cima da mesa das negociações, o que há de mais substancial... é a Economia, claro! Ou não fosse a China o maior detentor de títulos do Tesouro norte-americano - com uma carteira estimada em 800 mil milhões de dólares (534 mil milhões de euros) - e os Estados Unidos um dos principais mercados das suas exportações.
Isto é que “dá pica” !
Se o ex-presidente Bill Clinton já demonstrou saber lidar com situações conjugais ameaçadas, não parece que Michelle Obama seja tão flexível. No entanto a comida chinesa pode trazer-lhe problemas.
Mas no meio de toda esta fantasia picante, pode haver alguma coisa de sério em matéria de ciúmes políticos, os de Hillary por Obama, vindos do tempo em que concorreu contra ele às eleições presidenciais, e com repercussões eventuais no prestígio do presidente eleito, em matéria de política internacional. Mais que ciúmes, enfim, gostos diferentes, divergências escondidas em negociações secretas lá pela Sala Oval.
Estamos no domínio das teorias da conspiração, talvez, mas por alguma razão eles foram concorrentes e por alguma razão ela aceitou ser secretária de estado, representande dos EUA nas relações... internacionais!
Não sei se têm os mesmos sentimentos em relação às guerras e aos presos da CIA, mas pelo menos a postura de um e de outro à mesa da China, é bem distinta se compararmos a foto anterior com esta.
(Foto da AP/VISAO)
Enfim, em última análise, em cima da mesa das negociações, o que há de mais substancial... é a Economia, claro! Ou não fosse a China o maior detentor de títulos do Tesouro norte-americano - com uma carteira estimada em 800 mil milhões de dólares (534 mil milhões de euros) - e os Estados Unidos um dos principais mercados das suas exportações.
Isto é que “dá pica” !
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Os podres da política
A NOTÍCIA do Público diz:
«Cerca de 400 membros do Congresso dos EUA receberam à volta de 11 milhões de dólares (cerca de 7,4 milhões de euros) de um grupo de apoio às sanções ao Governo cubano nos últimos cinco anos...»
E a gente que quer defender a dignidade da actividade política, o combate à corrupção ou a transição para a Democracia em Cuba, o que mais nos apetece é fechar os olhos e adormecer.
Como dizia o nosso poeta, “eu não sei por onde vou mas sei que não vou por aí!”.
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18.11.09
RECTIFICO
Num post anterior eu transcrevia um texto que atribuí erradamente a José Medeiros Ferreira, quando se tratava de outro autor do mesmo blogue.
Teve o meu post o único mérito de chamar a atenção para o blogue Bichos Carpinteiros e recomendá-lo pelo muito valor que atribuo aos postes do seu habitual autor, e, antes de mais, a ele próprio.
Ao dr. José Medeiros Ferreira agradeço o cuidado que teve em me informar do meu erro e a delicadeza com que o fez, e apresento as minhas desculpas. Um pedido de desculpas que estendo a quantos tenham lido ou comentado o meu post que agora eliminei por razões obvias.
Teve o meu post o único mérito de chamar a atenção para o blogue Bichos Carpinteiros e recomendá-lo pelo muito valor que atribuo aos postes do seu habitual autor, e, antes de mais, a ele próprio.
Ao dr. José Medeiros Ferreira agradeço o cuidado que teve em me informar do meu erro e a delicadeza com que o fez, e apresento as minhas desculpas. Um pedido de desculpas que estendo a quantos tenham lido ou comentado o meu post que agora eliminei por razões obvias.
Economia de rabo na boca
“Pescadinha de rabo na boca” é uma expressão popular que designa metaforicamente um processo em ciclo vicioso, um processo sem saída.
Assim acontece com a Economia, a dar “crédito” às teses de quem tem intervindo publicamente nestas “peixeiradas”.
Reafirma o Primeiro-Ministro que os investimentos do Estado nas grandes obras públicas são uma forma de combater o desemprego. Diz Medina Carreira que tais investimentos são “um crime” porque agravam tragicamente o endividamento do país, nomeadamente a nível externo, deixando às gerações seguintes uma situação insustentável.
Para elevar o nível da conversa, não falarei mais de peixes e de rabos mas sim de dilemas – estamos perante um típico dilema. Nada de novo no nosso argumentário político se nos lembrarmos do homem “entre a espada e a parede” de que falava Guterres e recentemente recuperado por Francisco Assis, também do PS.
Dando por incerto que Sócrates seja influenciado por Jorge Coelho e por improvável que Medina Carreira seja influenciado por Cavaco Silva, parece que ambos os caminhos levam ao precipício. E não se vêem outros.
Aqui pode usar-se a metáfora de Caim, que vem sempre a propósito nos tempos que escorrem. Caim tinha um dilema: ou matar o próprio filho por amor a Deus, ou desobedecer a Deus por amor ao filho. Se fosse Saramago mandava deus à merda e salvava o filho, o que parece fácil quando se é ateu, mas Sócrates precisa demasiado da sua “igreja”. De resto, reconheço que não está numa situação fácil. Eu não queria estar no seu lugar e não sei se o próprio Medina Carreira quereria. Não sei.
Neste dilema entre o deus (poder económico) e o filho (povo), Manuela Ferreira Leite e Paulo Portas não teriam esse problema visto que a sua fé é inabalável. Quanto a José Sócrates, ouvidas que estão as suas promessas de salvação, ficamos a aguardar pelas suas acções porque, como diz a Bíblia (NT): “Pelos frutos os conhecereis” !
Assim acontece com a Economia, a dar “crédito” às teses de quem tem intervindo publicamente nestas “peixeiradas”.
Reafirma o Primeiro-Ministro que os investimentos do Estado nas grandes obras públicas são uma forma de combater o desemprego. Diz Medina Carreira que tais investimentos são “um crime” porque agravam tragicamente o endividamento do país, nomeadamente a nível externo, deixando às gerações seguintes uma situação insustentável.
Para elevar o nível da conversa, não falarei mais de peixes e de rabos mas sim de dilemas – estamos perante um típico dilema. Nada de novo no nosso argumentário político se nos lembrarmos do homem “entre a espada e a parede” de que falava Guterres e recentemente recuperado por Francisco Assis, também do PS.
Dando por incerto que Sócrates seja influenciado por Jorge Coelho e por improvável que Medina Carreira seja influenciado por Cavaco Silva, parece que ambos os caminhos levam ao precipício. E não se vêem outros.
Aqui pode usar-se a metáfora de Caim, que vem sempre a propósito nos tempos que escorrem. Caim tinha um dilema: ou matar o próprio filho por amor a Deus, ou desobedecer a Deus por amor ao filho. Se fosse Saramago mandava deus à merda e salvava o filho, o que parece fácil quando se é ateu, mas Sócrates precisa demasiado da sua “igreja”. De resto, reconheço que não está numa situação fácil. Eu não queria estar no seu lugar e não sei se o próprio Medina Carreira quereria. Não sei.
Neste dilema entre o deus (poder económico) e o filho (povo), Manuela Ferreira Leite e Paulo Portas não teriam esse problema visto que a sua fé é inabalável. Quanto a José Sócrates, ouvidas que estão as suas promessas de salvação, ficamos a aguardar pelas suas acções porque, como diz a Bíblia (NT): “Pelos frutos os conhecereis” !
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17.11.09
Ensino instável
«Fontes Pereira de Melo, faz parte da proxima materia que vamos dar na disciplina de história. Foi um homem muito importante que devolveu a Portugal, a paz e instabilidade politica». Assim escreve num blogue uma turma do 8º ano...
Em comentário, uma colega deles escreve assim:
« Boas! Cultura geral é sempre importante! bj.»
Considerando a quantidade e a qualidade dos erros na escrita, as questões que eu coloco são as seguintes:
1) Será por falta do Magalhães?
2) Se o nosso Ensino e a nossa Cultura continuarem como estão, aonde vamos parar?
3) O que dirão os nossos "homens do futuro" sobre Cavaco Silva e José Sócrates quanto à sua contribuição para a... instabilidade?
Cuidem-se, senhores importantes!
Em comentário, uma colega deles escreve assim:
« Boas! Cultura geral é sempre importante! bj.»
Considerando a quantidade e a qualidade dos erros na escrita, as questões que eu coloco são as seguintes:
1) Será por falta do Magalhães?
2) Se o nosso Ensino e a nossa Cultura continuarem como estão, aonde vamos parar?
3) O que dirão os nossos "homens do futuro" sobre Cavaco Silva e José Sócrates quanto à sua contribuição para a... instabilidade?
Cuidem-se, senhores importantes!
16.11.09
Como acabar com as guerras
Daniel Samper Ospina, colombiano, explica porque não se importa que haja uma guerra entre a Venezuela e a Colômbia. E convida os presidentes a acabarem cada um com o seu próprio país, para evitar o trabalho de destruir o outro...
«Soy pacifista. Invito a los dos presidentes a que cada uno acabe con su país, como lo han hecho con gran éxito, para evitarse la fatiga de destruir al otro.
... Sé que no es fácil reconocerlo, pero voy a tomar impulso: la verdad sea dicha, no me parece tan grave que haya guerra con Venezuela. No me parece preocupante, de verdad. ¿Qué puede dañar un misil si cae por acá? ¿La Caracas? ¿El Monumento de los Héroes? ¿Mesitas del Colegio? Seamos francos: nadie notaría si cae una bomba en la autopista norte: desde hace 35 años está como si le hubiera caído la bomba atómica.
... Digámonos la verdad: en términos generales, Colombia es un país de irresponsables. Pongo por caso el del presidente Uribe, Samuel Moreno y toda esa comparsa delirante que fue a pedir la sede de los juegos panamericanos: ¿dónde querían hacer esos juegos? ¿En El Campincito? ¿En la cancha del Gimnasio Moderno? ¿Dónde pensaban hacer las carreras de natación, las competencias de clavados? El único lugar que se me ocurre es la calle 26, cuando se inunda, porque en el Aquapark de la 68 cada estafilococo es del tamaño de un sapo, y en Colombia los sapos son grandes: el más chiquito es Rodrigo Rivera, para que calculen.»
Recortes do seu artigo de 14 de Nov. 2009 em SEMANA.COM
Para não voltar tão cedo à Colômbia, acrescento já aqui uma frase do Presidente, Álvaro Uribe, que Daniel Ospina certamente saberia comentar com ironia:
“Mi insistencia todos los días a mis compañeros de Gobierno es: afecto con amor al pueblo colombiano, porque de pronto hacen falta los recursos, hay déficit y endeudamiento, pero desde que haya amor a la Patria, afecto desbordado al pueblo colombiano, vamos saliendo adelante, apreciados compatriotas”
«Soy pacifista. Invito a los dos presidentes a que cada uno acabe con su país, como lo han hecho con gran éxito, para evitarse la fatiga de destruir al otro.
... Sé que no es fácil reconocerlo, pero voy a tomar impulso: la verdad sea dicha, no me parece tan grave que haya guerra con Venezuela. No me parece preocupante, de verdad. ¿Qué puede dañar un misil si cae por acá? ¿La Caracas? ¿El Monumento de los Héroes? ¿Mesitas del Colegio? Seamos francos: nadie notaría si cae una bomba en la autopista norte: desde hace 35 años está como si le hubiera caído la bomba atómica.
... Digámonos la verdad: en términos generales, Colombia es un país de irresponsables. Pongo por caso el del presidente Uribe, Samuel Moreno y toda esa comparsa delirante que fue a pedir la sede de los juegos panamericanos: ¿dónde querían hacer esos juegos? ¿En El Campincito? ¿En la cancha del Gimnasio Moderno? ¿Dónde pensaban hacer las carreras de natación, las competencias de clavados? El único lugar que se me ocurre es la calle 26, cuando se inunda, porque en el Aquapark de la 68 cada estafilococo es del tamaño de un sapo, y en Colombia los sapos son grandes: el más chiquito es Rodrigo Rivera, para que calculen.»
Recortes do seu artigo de 14 de Nov. 2009 em SEMANA.COM
Para não voltar tão cedo à Colômbia, acrescento já aqui uma frase do Presidente, Álvaro Uribe, que Daniel Ospina certamente saberia comentar com ironia:
“Mi insistencia todos los días a mis compañeros de Gobierno es: afecto con amor al pueblo colombiano, porque de pronto hacen falta los recursos, hay déficit y endeudamiento, pero desde que haya amor a la Patria, afecto desbordado al pueblo colombiano, vamos saliendo adelante, apreciados compatriotas”
13.11.09
Promiscuidade
entre política e negócios
«Primer gestor mundial de valores financieros y fondos de inversión, el Carlyle Group agrupa a la flor y nata de la política mundial. Dirigido por el ex Secretario de Defensa Frank Carlucci, incluye tanto a George Bush padre como a los Bin Laden, George Soros, Mijail Jodorkovsky o John Major. Se ha especializado en asumir el control de sociedades de armamentos y de medios de comunicación.
Aprovechando el mandato presidencial de uno de sus ex cuadros, Bush hijo, el Grupo influye de acuerdo con sus intereses en la política exterior de los Estados Unidos. Usando y abusando de sus relaciones, el grupo obtiene el 30% de retorno por concepto de inversiones, a riesgo de verse regularmente envuelto en casos de delito financiero y de corrupción».
Isto e muito mais... em:
El Carlyle Group, un negocio de iniciados
Por Red Voltaire [AQUI]
Aprovechando el mandato presidencial de uno de sus ex cuadros, Bush hijo, el Grupo influye de acuerdo con sus intereses en la política exterior de los Estados Unidos. Usando y abusando de sus relaciones, el grupo obtiene el 30% de retorno por concepto de inversiones, a riesgo de verse regularmente envuelto en casos de delito financiero y de corrupción».
Isto e muito mais... em:
El Carlyle Group, un negocio de iniciados
Por Red Voltaire [AQUI]
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11.11.09
Angola de Parabéns
Paz, desenvolvimento, alfabetização, sentimento de dignidade e de orgulho nacional, parecem ser elementos essenciais da Angola que hoje comemora 34 anos de independência. Que não falte ânimo e capacidade ao povo angolano para o que falta fazer e corrigir.
Que o tractor do desenvolvimento seja cuidadoso com a floresta cultural; que a ambição individual respeite a solidariedade colectiva, que a sua terra vasta seja generosa para todo o povo.
Que viva e seja feliz !
E continue linda como sempre foi – a terra e a gente.
Que o tractor do desenvolvimento seja cuidadoso com a floresta cultural; que a ambição individual respeite a solidariedade colectiva, que a sua terra vasta seja generosa para todo o povo.
Que viva e seja feliz !
E continue linda como sempre foi – a terra e a gente.
9.11.09
Escutas ilegais e outras guerras
Quem gostou da novela das escutas telefónicas à Presidência da República de Portugal, pode acompanhar agora outra idêntica mas desta vez “baseada em factos reais” que ocorre na Colômbia.
... Hace 21 meses el país se escandalizó al conocerse que, sin órdenes judiciales, desde la Dirección de Inteligencia de la Policía se estaban ‘chuzando' teléfonos de influyentes políticos de oposición, periodistas, abogados y hasta parapolíticos.
El asunto fue tan grave que causó remezón en la Policía y 11 generales fueron descabezados. El espectro de los ‘chuzados' regresa, pero esta vez es el círculo de confianza del presidente Uribe el escuchado... ( El Espectador )
"Lo que se quería era generar un mayor choque de trenes entre el Presidente de la República y el presidente de la Corte", dijo la ex fiscal a La W. Es decir, que las 'chuzadas' y los seguimientos ilegales de magistrados de la Corte que se le atribuyen al DAS eran sólo un montaje para poner a pelear a los dos poderes. ( Semana.com )
Por seu lado, Hugo Chavez diz que está a preparar a Venezuela para a guerra com a Colômbia, tendo em conta a ameaça que representa o acesso das Forças Armadas norte-americanas a sete bases militares colombianas, segundo acordo recente entre estes dois países.
E enquanto uma guerra mata a outra, Uribe vai vivendo... em paz.
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7.11.09
As grandes obras e os grandes homens
Se a crise económica leva alguns governos a investir nas grandes obras públicas para “alavancar” a Economia, nomeadamente em vias de transporte, há alturas em que é o contexto inverso, isto é, o crescimento económico, que motiva o mesmo tipo de obras. Esteve neste caso a construção da Ponte D. Luis, entre Porto e Gaia, em 1880.
«... mesmo assim não chegava para as encomendas, mormente nas horas de ponta. Com o espraiar das zonas urbanas do Porto e de Gaia em direcção ao mar, a ponte D. Luiz I foi-se cada vez mais convertendo em autêntico, - mas venerável - gargalo no complexo tráfego entre as duas margens do Douro. Era preciso lançar outro elo de comunicação entre as duas margens...» Texto da FE/UP http://paginas.fe.up.pt/porto-ol/lfp/luiz.html
Não há que estranhar as semelhanças desta e da ponte ferroviária D. Maria Pia (1877) com a estrutura da torre Eiffel, visto que o engenheiro francês que deu nome à torre de Paris, foi também o autor das duas pontes do Douro.
Início do arco da ponte (imag. actual)
O que é de estranhar é que um espectáculo amargo-doce de saltos para o rio desde o tabuleiro da ponte D. Luis ocorra ali aos fins de semana, por adolescentes locais, como se vê (mal) na foto seguinte. A imagem não mostra o mêdo que há na coragem, a insegurança que eles próprios denunciam ao benzer-se durante a queda.
Apetece perguntar: que investimento será feito nestes homens de rara coragem? Pela sua condição social, o mais provável é que gastem a vida a chegar cimento nas tais obras. E que acabem a mendigar um subsídio da Segurança Social.
«... mesmo assim não chegava para as encomendas, mormente nas horas de ponta. Com o espraiar das zonas urbanas do Porto e de Gaia em direcção ao mar, a ponte D. Luiz I foi-se cada vez mais convertendo em autêntico, - mas venerável - gargalo no complexo tráfego entre as duas margens do Douro. Era preciso lançar outro elo de comunicação entre as duas margens...» Texto da FE/UP http://paginas.fe.up.pt/porto-ol/lfp/luiz.html
Não há que estranhar as semelhanças desta e da ponte ferroviária D. Maria Pia (1877) com a estrutura da torre Eiffel, visto que o engenheiro francês que deu nome à torre de Paris, foi também o autor das duas pontes do Douro.
Início do arco da ponte (imag. actual)
O que é de estranhar é que um espectáculo amargo-doce de saltos para o rio desde o tabuleiro da ponte D. Luis ocorra ali aos fins de semana, por adolescentes locais, como se vê (mal) na foto seguinte. A imagem não mostra o mêdo que há na coragem, a insegurança que eles próprios denunciam ao benzer-se durante a queda.
Apetece perguntar: que investimento será feito nestes homens de rara coragem? Pela sua condição social, o mais provável é que gastem a vida a chegar cimento nas tais obras. E que acabem a mendigar um subsídio da Segurança Social.
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6.11.09
As leis do mercado
A notícia fala da falta de vacinas para quem precisa e da abundância para quem pode pagar. Que seja em Dallas, é secundário, embora significativo de um sistema de saúde baseado até agora nas chamadas "leis do mercado" - tanto quanto se pode falar da "lei do mais forte" e de outras "leis da vida" onde seria justo e necessário haver "mais estado" e menos egoismo.
DA NOTÍCIA da CBS:
It's the first free walk-in shot clinic in Dallas. But at private clinics, which can charge patients for their shots or nasal mist, the vaccine has been available - in some cases for days or weeks, reports CBS News correspondent Don Teague.
One clinic got nearly 12,000 doses last week. Despite recommendations that pregnant women and other higher risk patients have priority, it vaccinates anyone who pays the $20 fee.
DA NOTÍCIA da CBS:
It's the first free walk-in shot clinic in Dallas. But at private clinics, which can charge patients for their shots or nasal mist, the vaccine has been available - in some cases for days or weeks, reports CBS News correspondent Don Teague.
One clinic got nearly 12,000 doses last week. Despite recommendations that pregnant women and other higher risk patients have priority, it vaccinates anyone who pays the $20 fee.
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5.11.09
Vital está bem pago
«Entre os efeitos nocivos da grande recessão que agora está a desanuviar não consta somente a forte retracção da actividade económica e o grande desemprego. Está também a excessiva subida real das remunerações, beneficiando da variação negativa dos preços durante a recessão»
Esta preocupação (!) não foi manifestada pelo representante do patronato nem se refere às remunerações dos altos cargos; foi escrito AQUI por um tal Vital Moreira que já nem sei que partido toma por seu, o que pensa ou quem é.
(foto da revista SÁBADO)
Esta preocupação (!) não foi manifestada pelo representante do patronato nem se refere às remunerações dos altos cargos; foi escrito AQUI por um tal Vital Moreira que já nem sei que partido toma por seu, o que pensa ou quem é.
(foto da revista SÁBADO)
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3.11.09
Obama e o Afeganistão
Recomendo também:
OBAMAFOBIA SEGUNDO KARL MARX
Comparando a reacção dos Estados Unidos à falsa eleição de Karzai no Afeganistão, com aquela que tiveram em relação ao caso Zalaya nas Honduras, percebe-se muito sobre a trágica desilusão que a administração Obama agora prenuncia em matéria de política externa, seja por opção própria ou por cedência tactica interna e externa - que também é opção.
DAS NOTÍCIAS:
«Felicitamos o presidente Karzai pela sua vitória nesta eleição histórica e continuaremos a trabalhar com ele, com a sua nova administração, com o povo afegão e com os nossos parceiros da comunidade internacional para apoiar o progresso do Afeganistão, as reformas institucionais, a segurança e a prosperidade», indicou a embaixada (norte-americana).[TSF]
«... el secretario general (ONU) añadió un borrón de corrección política a su biografía: felicitó a Karzai por su reelección.
«... la llamada Comisión de Quejas Electorales (CQE), que a la postre fue la que forzó la segunda vuelta al descontar cerca de un millón de votos fraudulentos.
«... Abdulá, que ha pedido a sus seguidores que no salgan a calle y se abstengan de realizar manifestaciones, calificó lo ocurrido este lunes de golpe de Estado, y dijo que un Gobierno que alcanza el poder sin elecciones es ilegítimo.
«... Ahora todo será mucho más difícil en Afganistán. También para las tropas extranjeras que empiezan a ser percibidas, como sucediera en Irak en 2004 y 2005, como parte del problema, más que una solución». EL PAIS
«Mr. Abdullah rejected any suggestion of joining Mr. Karzai’s government, and he clearly signaled that he was positioning himself as a future player in Afghan politics. In a news briefing later at his home, he said: “I did it with a lot of pain, but at the same time with a lot of hopes towards the future. Because this will not be the end of anything, this will be a new beginning.” » NYTIMES
Esta "paciência" política de remeter a grande atitude para o futuro, faz lembrar mais uma vez as Honduras, isto é, a tactica capitulacionista de Zalaya. Ou seja, o que está a dar é "presidentes de facto"!
OBAMAFOBIA SEGUNDO KARL MARX
Comparando a reacção dos Estados Unidos à falsa eleição de Karzai no Afeganistão, com aquela que tiveram em relação ao caso Zalaya nas Honduras, percebe-se muito sobre a trágica desilusão que a administração Obama agora prenuncia em matéria de política externa, seja por opção própria ou por cedência tactica interna e externa - que também é opção.
DAS NOTÍCIAS:
«Felicitamos o presidente Karzai pela sua vitória nesta eleição histórica e continuaremos a trabalhar com ele, com a sua nova administração, com o povo afegão e com os nossos parceiros da comunidade internacional para apoiar o progresso do Afeganistão, as reformas institucionais, a segurança e a prosperidade», indicou a embaixada (norte-americana).[TSF]
«... el secretario general (ONU) añadió un borrón de corrección política a su biografía: felicitó a Karzai por su reelección.
«... la llamada Comisión de Quejas Electorales (CQE), que a la postre fue la que forzó la segunda vuelta al descontar cerca de un millón de votos fraudulentos.
«... Abdulá, que ha pedido a sus seguidores que no salgan a calle y se abstengan de realizar manifestaciones, calificó lo ocurrido este lunes de golpe de Estado, y dijo que un Gobierno que alcanza el poder sin elecciones es ilegítimo.
«... Ahora todo será mucho más difícil en Afganistán. También para las tropas extranjeras que empiezan a ser percibidas, como sucediera en Irak en 2004 y 2005, como parte del problema, más que una solución». EL PAIS
«Mr. Abdullah rejected any suggestion of joining Mr. Karzai’s government, and he clearly signaled that he was positioning himself as a future player in Afghan politics. In a news briefing later at his home, he said: “I did it with a lot of pain, but at the same time with a lot of hopes towards the future. Because this will not be the end of anything, this will be a new beginning.” » NYTIMES
Esta "paciência" política de remeter a grande atitude para o futuro, faz lembrar mais uma vez as Honduras, isto é, a tactica capitulacionista de Zalaya. Ou seja, o que está a dar é "presidentes de facto"!
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30.10.09
Bombons e napalm no Afeganistão
Ministre français des affaires étrangères, M. Bernard Kouchner espère toutefois «gagner les cœurs (des afghans) avec un gilet pare-balles». De son côté, le général McChrystal prétend : «Notre affaire, ce n’est pas de tuer le maximum de talibans, mais de protéger la population» . Une idée commune sous-tend de telles proclamations, au-delà du cynisme : celle que le développement social et les opérations de guerre peuvent être menés de front dans un territoire où, pourtant, il est impossible de distinguer les insurgés des civils. Au Vietnam, le journaliste américain Andrew Kopkind avait résumé d’une formule assassine ce genre de «contre-insurrection» : «Bonbons le matin, napalm l’après-midi.» SERGE HALIMI, em: Le Monde Diplomatique
Na guerra colonial que Portugal travou com os povos de África, chamávamos a isto “Acção Psicológica” e havia mesmo uma disciplina com este nome na formação dos militares. De resto, julgo que seja assim nas Forças Armadas dos outros países e desde muito antes de nós.
Na prática, e no caso da minha companhia, que me lembre, a coisa traduzia-se em dar assistência “clínica” às populações por onde passávamos em operação. Isto é, com um pouco de algodão, álcool, água destilada e mercúrio, executar actos médicos ou de enfermagem para que não estávamos geralmente habilitados – por mim falo.
O grande mentor desta táctica nas nossas forças, ao que constava, era o General Spínola. O certo é que nem os curativos nos livraram dos ataques dos guerrilheiros (a que o Governo chamava terroristas) nem Spínola "livrou" o país de perder a guerra. Se os meus curativos improvisados livraram alguma criança ou algum velho, das infecções a que estavam condenados quando os tratei, não faço ideia – que na acção psicológica pouco importa a quem a promove se as populações morrem ou sobrevivem. É o cinismo no seu máximo esplendor.
Na guerra colonial que Portugal travou com os povos de África, chamávamos a isto “Acção Psicológica” e havia mesmo uma disciplina com este nome na formação dos militares. De resto, julgo que seja assim nas Forças Armadas dos outros países e desde muito antes de nós.
Na prática, e no caso da minha companhia, que me lembre, a coisa traduzia-se em dar assistência “clínica” às populações por onde passávamos em operação. Isto é, com um pouco de algodão, álcool, água destilada e mercúrio, executar actos médicos ou de enfermagem para que não estávamos geralmente habilitados – por mim falo.
O grande mentor desta táctica nas nossas forças, ao que constava, era o General Spínola. O certo é que nem os curativos nos livraram dos ataques dos guerrilheiros (a que o Governo chamava terroristas) nem Spínola "livrou" o país de perder a guerra. Se os meus curativos improvisados livraram alguma criança ou algum velho, das infecções a que estavam condenados quando os tratei, não faço ideia – que na acção psicológica pouco importa a quem a promove se as populações morrem ou sobrevivem. É o cinismo no seu máximo esplendor.
29.10.09
PCP em síntese
Escreve o director do Avante no respectivo editorial de 29 de Outubro de 2009: «Prossegue em todo o Partido o debate sobre os resultados de cada um e do conjunto dos três actos eleitorais realizados este ano» …
… «Trata-se de um debate colectivo, em que todas as opiniões contam porque todas são contributos para a síntese da soma de todas elas, a que muito justamente chamamos a opinião colectiva».
Dando por inútil comentar para que servem os debates internos do PCP, há aqui duas questões intrigantes:
1) o que é a síntese de uma soma?;
2) depois da sangria de militantes que o partido cultiva, não resta alguém que saiba ler e escrever - para já não dizer que tenha lido sobre Materialismo Dialectico?
… «Trata-se de um debate colectivo, em que todas as opiniões contam porque todas são contributos para a síntese da soma de todas elas, a que muito justamente chamamos a opinião colectiva».
Dando por inútil comentar para que servem os debates internos do PCP, há aqui duas questões intrigantes:
1) o que é a síntese de uma soma?;
2) depois da sangria de militantes que o partido cultiva, não resta alguém que saiba ler e escrever - para já não dizer que tenha lido sobre Materialismo Dialectico?
12.10.09
Novos ministros
«O Governo foi o que se pôde arranjar num momento destes. O ministro das Finanças é um tal Salazar, de Coimbra. Dizem que é muito bom. O senhor conhece-o? »
Assim falava Gomes da Costa no dia 4 de Junho de 1926.
Não invoco este episódio para assemelhar as circunstâncias. Pelo contrário. Mas não deixo de citar Heidegger, a propósito, quando diz: - Não confio neste, porque não o conheço; não confio naquele, porque o conheço !
E só por curiosidade acrescento do discurso de posse de Salazar:
«Sei muito bem o que quero e para onde vou, mas não se me exija que chegue ao fim em poucos meses. No mais, que o País estude, represente, reclame, discuta, mas que obedeça quando se chegar à altura de mandar».
10.10.09
Pre'mio e castigo para Obama
Este premio puede ayudarle, pero también dañarle. Es un aguijón. Y una amplificación todavía mayor de su proyección internacional, además del reforzamiento de esta marca tan potente. Pero también una elevación sideral de las expectativas y, en consecuencia, de las posibilidades de decepción y de fracaso. Lo peor sería que se lo creyera. Que se diera por satisfecho con la que ha hecho hasta ahora. Nadie se lo perdonaría. Ni él mismo.
Recortado de El Pais /LLUÍS BASSETS, em 10 Out 2009
Recortado de El Pais /LLUÍS BASSETS, em 10 Out 2009
30.9.09
Silêncio intolerável
Por primera vez en tres meses, Micheletti (presidente golpista nas Honduras) fue corregido en público por el Congreso y por algunos de los líderes políticos que lo han venido apoyando hasta ahora. Así que no tuvo más remedio que frenar.
EL PAIS
Isto foi o que NÃO se leu nem ouviu hoje noticiar nem debater nas televisões que temos, isto é, que tem o Governo, a IMPRESA e a PRISA/Media Capital...
EL PAIS
Isto foi o que NÃO se leu nem ouviu hoje noticiar nem debater nas televisões que temos, isto é, que tem o Governo, a IMPRESA e a PRISA/Media Capital...
Micheletti foi quem «ha decidido este lunes que los militares cierren los medios de comunicación que le resultan hostiles, es decir, Radio Globo y el Canal 36 de televisión, afines al depuesto Manuel Zelaya. Los cinco derechos constitucionales que quedan anulados son tan importantes como el de libertad personal, libre emisión de pensamiento (libertad de expresión), libertad de asociación y de unión, libre circulación y los derechos de los detenidos» EL PAIS.
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29.9.09
Papas e bolos
«A visita de um papa católico é assunto da Igreja católica e não matéria do Estado português. Num Estado laico o Papa é apenas um líder religioso. Que o cidadão Cavaco Silva se regozije é um direito; que o chefe de Estado de um País laico exulte com a visita do seu líder espiritual é uma interferência nefasta da política na religião, e vice-versa; e que essa visita tenha sido anunciada fora de tempo, contra a vontade da própria Conferência Episcopal, é uma politização inadmissível daquilo que é apenas matéria de crença pessoal.
Fátima é um dos santuários mais importantes e rentáveis da Igreja católica. Estes aspectos de fé e ges-tão religiosa justificam a visita do Papa, mas é lamentável que esta deslocação seja considerada – como disse o bispo Carlos Azevedo – «uma visita de profundo significado, também por ser o centenário da implantação da República». Fátima foi um instrumento da propaganda contra a República e contra o socialismo. Os milagres tentados noutros locais do país acabaram adjudicados numa região onde a religiosidade e o analfabetismo os facilitava. E, hoje, a crença nas piruetas do Sol, passeios da Virgem pelas azinheiras e aterragem de anjos na Cova da Iria são uma opção pessoal, motivada pela fé e não por provas objectivas, e sem qualquer relação com a nossa forma actual de governo».
Texto integralmente recortado do Diário Ateísta.
Que se trate do mesmo papa que levantou a excomunhão (ditada 20 anos antes pelo seu antecessor João Paulo II) contra quatro bispos que foram consagrados por monsenhor Marcel Lefebvre... não terá pesado certamente no entusiasmo político português... Pelo menos em desentusiasmo não pesou de certeza.
Fátima é um dos santuários mais importantes e rentáveis da Igreja católica. Estes aspectos de fé e ges-tão religiosa justificam a visita do Papa, mas é lamentável que esta deslocação seja considerada – como disse o bispo Carlos Azevedo – «uma visita de profundo significado, também por ser o centenário da implantação da República». Fátima foi um instrumento da propaganda contra a República e contra o socialismo. Os milagres tentados noutros locais do país acabaram adjudicados numa região onde a religiosidade e o analfabetismo os facilitava. E, hoje, a crença nas piruetas do Sol, passeios da Virgem pelas azinheiras e aterragem de anjos na Cova da Iria são uma opção pessoal, motivada pela fé e não por provas objectivas, e sem qualquer relação com a nossa forma actual de governo».
Texto integralmente recortado do Diário Ateísta.
Que se trate do mesmo papa que levantou a excomunhão (ditada 20 anos antes pelo seu antecessor João Paulo II) contra quatro bispos que foram consagrados por monsenhor Marcel Lefebvre... não terá pesado certamente no entusiasmo político português... Pelo menos em desentusiasmo não pesou de certeza.
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Visita do Papa
26.9.09
25.9.09
As esquerdas que temos
Quanto mais leio o blogue de José Medeiros Ferreira ou os discursos (apesar de emproados e inconsequentes) de Manuel Alegre, mais me convenço que uma coligação de esquerda com o PS seria possível. Por outro lado, quanto mais ouço Sócrates ou Santos Silva, para já não dizer Vital Moreira, menos me convenço.
O que prova que o PS de Mário Soares e Almeida Santos – ambivalente, senil, esquizofrénico ou muito simplesmente sem-vergonha - é o mais representativo daquele partido que vai continuar a governar Portugal, para nosso mal.
Só uma divisão do PS em duas correntes incompatíveis poderia criar uma nova oportunidade. Mas aqui, como aconteceu no PCP, o património histórico pesa mais do que a razão, do que as razões – muitas mas variadas. É assim. Por enquanto.
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17.9.09
Memórias de uma professora
É altura de serem os próprios professores a falarem, já que muito se tem falado deles e em nome deles. Daí a excelente oportunidade duma obra que vai agora ser publicada com o nome “Memórias de Uma Professora”.
A professora Isabel Pereira Rosa é autora deste testemunho. Nascida em 1954, na Tojeira, uma aldeia situada nas faldas da Serra de Montejunto, licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa e especializou-se em Ciências de Educação, na Área de Educação Especial, na Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação de Lisboa.
Diz que deixa o ensino «porque está cansada, porque lhe doem as costas», mas não tarda a confessar o que há de metafórico nesta explicação: o que lhe falta realmente é o apoio da rectaguarda que a política de educação deveria dar: « e a política da educação nos últimos anos só veio contribuir para uma maior desmotivação dos professores – menos direitos; mais trabalho; criação de um clima de competição, numa profissão em que a cooperação entre os pares é imprescindível à formação integral e harmoniosa dos seus destinatários; menos exigência para com os alunos, a quem já nem se exige o mínimo para progredirem, que é irem às aulas.
O livro será apresentado no dia 19 de Setembro, pelas 16 horas, na nova Biblioteca Municipal do Cadaval (perto de Bombarral).
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