Vou com frequência ao Centro Comercial Arrábida, em Gaia, por razões de proximidade, de comodidade e de qualidade – como se diria em Marketing.
Há tempos tomei café num dos muitos balcões que se estendem e espalham pela área de “restauração”, situada no piso superior.
O café sabia a queimado mas eu admiti que fosse uma vez, por azar, e voltei lá mais tarde. O empregado era o mesmo e eu tive o cuidado de recomendar que não se repetisse o mau sabor da vez anterior. Mas repetiu-se.
Ao pagar, chamei a atenção para o incidente repetido e sujeitei-me a ouvir, como resposta que ninguém se
tinha queixado antes! O empregado ficou satisfeito por me fazer ver que o problema estava em mim e eu, da vez seguinte, fui tomar café a outro lado.
Dias mais tarde, fui ao mesmo Centro Comercial para almoçar. Muita variedade, preços acessíveis…
Reparei no bom aspecto do peixe que se exibia numa das montras, e foi o que pedi. Adiantei logo o pagamento do café que iria buscar no fim da refeição e assim foi.
Depois de comer um peixe que de fresco tinha pelo menos a temperatura a que foi servido, voltei ao balcão a
pedir o café. O empregado transmitiu a ordem para outro que veio trazê-lo. Sabem quem era? O mesmo que me havia atendido com alguma displicência uns dias antes no outro balcão! Ao que parece o empregado foi corrido, e bem, da loja anterior, e encontrou aqui quem o acolhesse.
A minha segunda surpresa foi que o café sabia a água. Claro que não fui reclamar. Nem voltei lá.
O terceiro episódio não tem nada. digo quase nada a ver com os anteriores. Passou-se no piso intermédio, numa loja de calçado.
O calçado dispõe-se ao longo de um espaço amplo, por cima de caixas que se amontoam. Tudo está feito para que o cliente disponha sem precisar de ajuda. Mas há alguns empregados que deambulam pela sala, a oferecer ajuda. Eu fixei-me, a dada altura, nuns sapatos castanhos com aspecto robusto como a época requer.
Enquanto me
debruçava para procurar nas caixas do fundo o número que me servia, fui surpreendido por uma voz que perguntava: “Precisa de ajuda?”. “Estou a procurar…” – e, dizendo isto, ergo-me e encaro, ó Deus, o mesmo empregado dos cafés mal
servidos. O desgraçado, incompetente para servir cafés, encontrara um serviço mais rasteiro, por assim dizer. E eu fugi daquela sapataria como foge Deus do diabo ou vice-versa.
Continuo a frequentar o Centro Comercial Arrábida pelas razões apresentadas inicialmente. Afinal, vender cafés, sapatos, telemóveis, flores, relógios ou títulos bancários, não faz qualquer diferença desde que o profissionalismo foi banido em proveito da “flexibilidade”, do “trabalho temporário”, da “competitividade”.
Adeus à competência.
Viva o canivete suíço!
Imagem recortada em rubipresentes.com.br
31.12.15
20.12.15
Falência monetária internacional
O Fundo Monetário Internacional (FMI) assume falhas nos programas de "ajustamento" que ajudou a implementar durante os últimos sete anos, e de que Portugal é uma das vítimas mais evidentes.
(Ler, p.e., no Público)
Não são raros os países em que “as ajudas” do FMI se traduziram na falência económica e na degradação democrática dos mesmos. Está demonstrado que o faz intencionalmente, para condicionar as opções políticas nacionais.
Também não são raras as auto-críticas emanadas do FMI acerca das suas intervenções. Mas… tais críticas não se traduzem pela rectificação da sua estratégia; são rapidamente seguidas de novas medidas práticas de empobrecimento dos países intervencionados!
Que coisa é esta?
Com sede (física e política) nos Estados Unidos da América (EUA), o FMI foi criado para estabilizar as economias saídas da 2ª Guerra Mundial, elevar o crescimento económico sustentável e o emprego e reduzir a pobreza em todo o mundo. Em bom rigor, o seu objectivo fundamental era o de promover a estabilidade do sistema monetário internacional com base no dólar.
«Teoricamente, os governadores elegem o presidente do FMI, porém, na prática, o presidente do Banco Mundial (Bird) é sempre um cidadão dos Estados Unidos, escolhido pelo governo norte-americano». (Wikipedia)
O poder de voto depende da contribuição de cada país que, por sua vez, é calculada em função do respectivo Produto Interno Bruto (PIB). A Portugal corresponde 0,43% em comparação com perto de 17,5% dos EUA, por exemplo! França, Reino Unido e Alemanha correspondem a níveis de 5 a 6% aproximadamente.
O papel dominante dos EUA determina que a instituição seja refém dos interesses específicos e dos valores daquele país, nomeadamente no domínio económico-financeiro e no domínio geoestratégico.
(Ler, p.e., no Público)
Não são raros os países em que “as ajudas” do FMI se traduziram na falência económica e na degradação democrática dos mesmos. Está demonstrado que o faz intencionalmente, para condicionar as opções políticas nacionais.
Também não são raras as auto-críticas emanadas do FMI acerca das suas intervenções. Mas… tais críticas não se traduzem pela rectificação da sua estratégia; são rapidamente seguidas de novas medidas práticas de empobrecimento dos países intervencionados!
Que coisa é esta?
Com sede (física e política) nos Estados Unidos da América (EUA), o FMI foi criado para estabilizar as economias saídas da 2ª Guerra Mundial, elevar o crescimento económico sustentável e o emprego e reduzir a pobreza em todo o mundo. Em bom rigor, o seu objectivo fundamental era o de promover a estabilidade do sistema monetário internacional com base no dólar.
«Teoricamente, os governadores elegem o presidente do FMI, porém, na prática, o presidente do Banco Mundial (Bird) é sempre um cidadão dos Estados Unidos, escolhido pelo governo norte-americano». (Wikipedia)
O poder de voto depende da contribuição de cada país que, por sua vez, é calculada em função do respectivo Produto Interno Bruto (PIB). A Portugal corresponde 0,43% em comparação com perto de 17,5% dos EUA, por exemplo! França, Reino Unido e Alemanha correspondem a níveis de 5 a 6% aproximadamente.
O papel dominante dos EUA determina que a instituição seja refém dos interesses específicos e dos valores daquele país, nomeadamente no domínio económico-financeiro e no domínio geoestratégico.
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19.12.15
16.12.15
12.12.15
Que morram longe
Para não ter os idosos no hospital, metem-se as famílias na prisão – assim vai o projecto de lei de PSD/CDS, no que se refere a esta questão específica de prender as pessoas que não recolhem os seus familiares idosos nos
hospitais.
Quantos mais idosos terão que ser encontrados abandonados e mortos nas “suas” residências, para se compreender que o Estado, social por definição, deve criar condições para que os nossos pais e avós possam viver e morrer com dignidade?
A prioridade das prioridades é isto e não a liquidez dos bancos e os “compromissos internacionais”. Ou os Direitos Humanos só interessam para o combate político?
Não se trata tanto de um crime privado de famílias negligentes ou egoistas; trata-se sobretudo de um crime público de estados liberais ou ditaduras.
Não, os hospitais não são lares para pessoas acamadas ou idosas. Mas isso deveria orientar-nos para criar condições de acessibilidade e dignidade no âmbito dos lares de idosos, por exmplo, em vez os forçar a viver em ambientes familiares onde são repudiadas.
A mensagem que traz esta proposta PSD/CDS, apesar de embrulhada com pretensões atendíveis, é que os velhos vão morrer longe. Hoje os idosos, amanhã os deficientes, os desempregados…
Quantos mais idosos terão que ser encontrados abandonados e mortos nas “suas” residências, para se compreender que o Estado, social por definição, deve criar condições para que os nossos pais e avós possam viver e morrer com dignidade?
A prioridade das prioridades é isto e não a liquidez dos bancos e os “compromissos internacionais”. Ou os Direitos Humanos só interessam para o combate político?
Não se trata tanto de um crime privado de famílias negligentes ou egoistas; trata-se sobretudo de um crime público de estados liberais ou ditaduras.
Não, os hospitais não são lares para pessoas acamadas ou idosas. Mas isso deveria orientar-nos para criar condições de acessibilidade e dignidade no âmbito dos lares de idosos, por exmplo, em vez os forçar a viver em ambientes familiares onde são repudiadas.
A mensagem que traz esta proposta PSD/CDS, apesar de embrulhada com pretensões atendíveis, é que os velhos vão morrer longe. Hoje os idosos, amanhã os deficientes, os desempregados…
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11.12.15
Não se pode decapitá-los?
Lia-se ontem, em título na revista Visão: «Costa decapita direção do grupo parlamentar».
Alarmado com esta inesperada radicalização de António Costa, corre-me o olhar para o corpo da notícia. Fico a saber que "decapitar" é convidar deputados para integrarem o novo governo!!!
Ficou explicada a razão porque o PCP e o BE não quiseram integrar o novo poder executivo.
Sempre prontas e prontos a manifestar aptidões intelectuais que não têm, é frequente termos de levar "literalmente" com expressões erradas e comentários estúpidos daqueles cuja profissão depende, antes de mais, de saber falar.
"Temos que saber com que linhas nos vamos cozer, literalmente"! - dizia pomposamente uma apresentadora de um programa de televisão, da tarde. Dizem outros, todos os dias. É a palavra da moda, qualquer coisa do tipo, tás a ver?!
Não se pode decapitá-los?
Alarmado com esta inesperada radicalização de António Costa, corre-me o olhar para o corpo da notícia. Fico a saber que "decapitar" é convidar deputados para integrarem o novo governo!!!
Ficou explicada a razão porque o PCP e o BE não quiseram integrar o novo poder executivo.
Sempre prontas e prontos a manifestar aptidões intelectuais que não têm, é frequente termos de levar "literalmente" com expressões erradas e comentários estúpidos daqueles cuja profissão depende, antes de mais, de saber falar.
"Temos que saber com que linhas nos vamos cozer, literalmente"! - dizia pomposamente uma apresentadora de um programa de televisão, da tarde. Dizem outros, todos os dias. É a palavra da moda, qualquer coisa do tipo, tás a ver?!
Não se pode decapitá-los?
10.12.15
Foi você que pediu aumento do salário mínimo?
Por via de regra, os contribuintes de alto rendimento representam uma parcela muito significativa do IRS cobrado, em países onde a tributação é levada a sério. Chegam a representar 20 a 25% da tributação em IRS.
Em Portugal não chegam a representar… meio por cento!
Assim falava José Azevedo Pereira, ex-Director Geral dos Impostos entre 2007 e 2014. Ouvi eu “com estes dois que a terra há-de comer”, no programa Negócios da Semana de ontem (2015-12-09).
Mais. As famílias ou agregados portugueses com alto rendimento são cerca de mil, mas apenas duzentas destas, aproximadamente, são realmente tributadas!
E agora – digo eu – venham enganar-nos com o argumento de que não vale nada preocuparmo-nos com os ricos que não pagam impostos porque “quase não há ricos” e os que há “não justificam” um agravamento de impostos.
Sob o manto diáfano da demagogia, a nudez crua da ladroagem. De alto rendimento!...
(Caricatura recolhida no Google)
Em Portugal não chegam a representar… meio por cento!
Assim falava José Azevedo Pereira, ex-Director Geral dos Impostos entre 2007 e 2014. Ouvi eu “com estes dois que a terra há-de comer”, no programa Negócios da Semana de ontem (2015-12-09).
Mais. As famílias ou agregados portugueses com alto rendimento são cerca de mil, mas apenas duzentas destas, aproximadamente, são realmente tributadas!
E agora – digo eu – venham enganar-nos com o argumento de que não vale nada preocuparmo-nos com os ricos que não pagam impostos porque “quase não há ricos” e os que há “não justificam” um agravamento de impostos.
Sob o manto diáfano da demagogia, a nudez crua da ladroagem. De alto rendimento!...
(Caricatura recolhida no Google)
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6.12.15
4.12.15
Teatro a sério
Sendo uma produção "Teatro dos Aloés" com encenação de José Peixoto e participação de actores como Elsa Valentim e Jorge Silva, não hesito em recomendar. E "fazer figas" para que venha ao Porto.
27.11.15
23.11.15
A birra de Cavaco
Enquanto Assistente de Realização, participei na gravação de uma peça de teatro chamada "A birra do morto".
Como não me lembrar disso, agora que um governo morto e um Presidente da República moribundo, se recusam a admitir a própria morte política. É uma farsa.
22.11.15
Porque hoje é domingo (74)
Profetas, há muitos; deixem-no andar – diziam as autoridades. Até que alguém alertou: - Ele diz que é rei!
É aqui que as coisas mudam de figura. Uma coisa é ter ideias e opiniões, ainda que conflituam com as “verdades” dominantes; outra coisa é desafiar o Poder! Uma coisa é contestar um governo; outra coisa é pretender substituí-lo. Este é o evangelho da direita política.
No caso de Jesus que é invocado neste domingo nos púlpitos católicos (Evangelho Jo 18,33b-37), o profeta recuou para “O meu reino não é deste mundo”. É como se o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista dissessem: “O programa do governo PS que nós apoiamos não é o nosso programa”. Mas nem Pilatos nem Cavaco Silva vão em conversas. Eles preparam-se para crucificar os profetas da boa-nova, por falta de provas!
A desvantagem do Presidente da República é que ele não pode lavar as mãos como Pilatos, consultando a opinião de economistas e banqueiros.
De Jesus, sabemos no que isto deu; de António Costa, ainda vamos ter que aguardar algumas horas ou até alguns dias. Oremos!
É aqui que as coisas mudam de figura. Uma coisa é ter ideias e opiniões, ainda que conflituam com as “verdades” dominantes; outra coisa é desafiar o Poder! Uma coisa é contestar um governo; outra coisa é pretender substituí-lo. Este é o evangelho da direita política.
No caso de Jesus que é invocado neste domingo nos púlpitos católicos (Evangelho Jo 18,33b-37), o profeta recuou para “O meu reino não é deste mundo”. É como se o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista dissessem: “O programa do governo PS que nós apoiamos não é o nosso programa”. Mas nem Pilatos nem Cavaco Silva vão em conversas. Eles preparam-se para crucificar os profetas da boa-nova, por falta de provas!
A desvantagem do Presidente da República é que ele não pode lavar as mãos como Pilatos, consultando a opinião de economistas e banqueiros.
De Jesus, sabemos no que isto deu; de António Costa, ainda vamos ter que aguardar algumas horas ou até alguns dias. Oremos!
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15.11.15
A notícia que não vi na tv portuguesa
«O presidente da Síria, Bashar al-Assad, falou com deputados franceses, em Damasco.»
Imagem e texto a partir de uma notícia de TELESUR.COM
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12.11.15
O medo em promoção
Julgo saber que a Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS) é composta por representantes das Confederações Patronais e Confederações Sindicais mas também de um representante do Governo. Logo, não estando empossado o esperado governo de esquerda, como podia este reunir aquela Comissão?
O que podem fazer e fizeram os partidos da Esquerda, foi reunir com as confederações no âmbito da actividade dos grupos parlamentares, estes sim em exercício. E António Saraiva, o representante do patronato, sabe disto. Mas "prontos"..., tinha que dar a sua contribuição para a campanha do medo, em promoção.
Por parte de Paulo Portas que não tem vergonha de continuar a dizer coisas, vimo-lo a dizer, com pose dramática, que está preocupado com os efeitos que terá a governação de esquerda blá blá blá blá. Ainda bem que está. É bom sinal.
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10.11.15
7.11.15
Tudo pelo Poder
Nas vésperas de apresentação do seu Programa de Governo, o esforço de aproximação da Direita, ao programa do PS, ou é falsa intenção ou é oportunismo; ou é para não cumprir ou é porque a coligação PSD/CDS está disposta a "vender a alma" para não perder o Poder.
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31.10.15
NATO, logo, mato!
Vêm ao cheiro dos pastéis de nata? Vêm ao cheiro da direita a arder? Vêm guardar o seu quintal recuado da Europa, à beira-mar plantado? Qual é de facto o seu campeo…nato?
Para aprender a progredir nos desertos da Síria, nada melhor do que atolar os seus tanques de guerra nas areias de Portugal. Ó mar salgado etc. e tal.
Além do mais, os banhistas da NATO aproveitam a sua presença em Portugal para combater os terroristas da Assembleia da República, desses que querem assaltar o poder…, enquanto os “jihadistas moderados” adiantam o seu nobre trabalho de “limpeza”... do estado sírio.
Podia não ser assim, mas o seu papel histórico está marcado pela ingerência, agressão, dominação imperial e sangue inocente. Enfim, são as “forças de reacção imediata”, as forças da reacção! Como fantasmas, aparecem sempre que algum país ameaça abrir uma janela.
NOTA:
A fotografia é uma composição editada por este blogue.
Para aprender a progredir nos desertos da Síria, nada melhor do que atolar os seus tanques de guerra nas areias de Portugal. Ó mar salgado etc. e tal.
Além do mais, os banhistas da NATO aproveitam a sua presença em Portugal para combater os terroristas da Assembleia da República, desses que querem assaltar o poder…, enquanto os “jihadistas moderados” adiantam o seu nobre trabalho de “limpeza”... do estado sírio.
Podia não ser assim, mas o seu papel histórico está marcado pela ingerência, agressão, dominação imperial e sangue inocente. Enfim, são as “forças de reacção imediata”, as forças da reacção! Como fantasmas, aparecem sempre que algum país ameaça abrir uma janela.
NOTA:
A fotografia é uma composição editada por este blogue.
30.10.15
O Testa-de-Ferro
Excitado, irritado, histérico, semeia a algazarra e a provocação nos debates televisivos. Mistura, deturpa, atropela, mente. Braceja, grita, espuma de raiva. Sentir que a direita vai deixar de impor-se aos outros e ao Povo, desespera-o.
Incapaz de sustentar a defesa das suas posições sectárias, segregacionistas e impopulares, refugia-se em regras europeias não sufragadas, refugia-se em alusões históricas incomparáveis, refugia-se, não tardará, no incentivo à violência.
Estalou o verniz que exibia com sorrisos e salamaleques enquanto a vidinha lhe corria de feição, os poderosos lhe davam palmadinhas nas costas – pelo menos – e “os outros” aguentavam, aguentavam, aguentavam.
Não é um homem-só numa pulsão descontrolada, ou não é só isso. É um agente estratégico, pelo seu posicionamento nos meios de informação. E tem por missão experimentar e enfraquecer a resistência do(s) adversário(s) e transmitir aos seus seguidores um sentimento de confiança que se está perdendo. É um testa-de-ferro.
Desafiar os meus leitores a descobrir de quem se trata, é tão pueril como perguntar que interesses serve. Mas aceitam-se apostas!
Incapaz de sustentar a defesa das suas posições sectárias, segregacionistas e impopulares, refugia-se em regras europeias não sufragadas, refugia-se em alusões históricas incomparáveis, refugia-se, não tardará, no incentivo à violência.
Estalou o verniz que exibia com sorrisos e salamaleques enquanto a vidinha lhe corria de feição, os poderosos lhe davam palmadinhas nas costas – pelo menos – e “os outros” aguentavam, aguentavam, aguentavam.
Não é um homem-só numa pulsão descontrolada, ou não é só isso. É um agente estratégico, pelo seu posicionamento nos meios de informação. E tem por missão experimentar e enfraquecer a resistência do(s) adversário(s) e transmitir aos seus seguidores um sentimento de confiança que se está perdendo. É um testa-de-ferro.
Desafiar os meus leitores a descobrir de quem se trata, é tão pueril como perguntar que interesses serve. Mas aceitam-se apostas!
29.10.15
NATO na sua teia
A seita terrorista e sanguinária conhecida por “Estado Islâmico”, que também poderá designar-se Al-Qaida, Al-Nusra e Exército Livre da Síria – tiradas a limpo as consequências da existência deste – deixou de estar impune.
…
A ofensiva russa não acabou apenas com a impunidade do Estado Islâmico e outros bandos de mercenários; põe em causa a hipocrisia da guerra oficial “contra o terrorismo” proclamada pelos Estados Unidos e a NATO – que tem como exemplos mais trágicos as situações no Iraque, na Líbia e na Síria.
José Goulão em Mundo Cão
…
A ofensiva russa não acabou apenas com a impunidade do Estado Islâmico e outros bandos de mercenários; põe em causa a hipocrisia da guerra oficial “contra o terrorismo” proclamada pelos Estados Unidos e a NATO – que tem como exemplos mais trágicos as situações no Iraque, na Líbia e na Síria.
José Goulão em Mundo Cão
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26.10.15
O aborto de Cavaco
Entre presos e foragidos, condenados e gestores de grandes empresas, Cavaco Silva não terá dificuldade em encontrar amigos seus profundamente europeístas e fiéis à NATO, para formar o seu governo alternativo que há-de suceder ao governo nado-morto que aí vem já.
Desde Ricardo Salgado que lhe financiou a candidatura presidencial, até Dias Loureiro, que além de responsável na sua campanha presidencial, já foi seu ministro e Conselheiro de Estado, José Oliveira e Costa que foi secretário de Estado de Cavaco para os Assuntos Fiscais, detido em 2008 por fraude fiscal e branqueamento de capitais, no âmbito das alegadas irregularidades que levaram ao colapso e à nacionalização do BPN…, e por falar em BPN, Dias Loureiro, também seu Conselheiro de Estado. E Duarte Lima que presidiu ao grupo parlamentar do PSD, durante a segunda maioria absoluta de Cavaco Silva, e que responde pela morte de Rosalina Ribeiro mas ama a NATO de todo o coração.
Tudo gente de que se tem rodeado, europeístas e anti-comunistas de corpo e alma e bons-proveitos.
Entretanto, se faltar alguém desta lista de políticos capazes e experientes, não terá dificuldade em encontrar gente da sua confiança ideológica na Comunicação Social, entre jornalistas enfeudados e comentadores encomendados. Afinal, uma curta licença chega para o serviço que lhes é pedido.
Marques Mendes, do alto inacessível da sua altura intelectual, afirma que Cavaco Silva irá designar António Costa para governar com o apoio do BE e do PCP, porque um governo de iniciativa presidencial seria chumbado no parlamento. E não nomeou Passos Coelho nessas mesmas contingências?
Deixo apenas uma ressalva, eu que sou Marques mas não Mendes: apesar de tudo, da mente de Cavaco Silva tudo pode brutar, digo brotar; nunca se sabe. Assim ele imagine que um governo das esquerdas caia ao fim de pouco tempo para dar origem a eleições antecipadas que reconstruam uma maioria de direita.
Desde Ricardo Salgado que lhe financiou a candidatura presidencial, até Dias Loureiro, que além de responsável na sua campanha presidencial, já foi seu ministro e Conselheiro de Estado, José Oliveira e Costa que foi secretário de Estado de Cavaco para os Assuntos Fiscais, detido em 2008 por fraude fiscal e branqueamento de capitais, no âmbito das alegadas irregularidades que levaram ao colapso e à nacionalização do BPN…, e por falar em BPN, Dias Loureiro, também seu Conselheiro de Estado. E Duarte Lima que presidiu ao grupo parlamentar do PSD, durante a segunda maioria absoluta de Cavaco Silva, e que responde pela morte de Rosalina Ribeiro mas ama a NATO de todo o coração.
Tudo gente de que se tem rodeado, europeístas e anti-comunistas de corpo e alma e bons-proveitos.
Entretanto, se faltar alguém desta lista de políticos capazes e experientes, não terá dificuldade em encontrar gente da sua confiança ideológica na Comunicação Social, entre jornalistas enfeudados e comentadores encomendados. Afinal, uma curta licença chega para o serviço que lhes é pedido.
Marques Mendes, do alto inacessível da sua altura intelectual, afirma que Cavaco Silva irá designar António Costa para governar com o apoio do BE e do PCP, porque um governo de iniciativa presidencial seria chumbado no parlamento. E não nomeou Passos Coelho nessas mesmas contingências?
Deixo apenas uma ressalva, eu que sou Marques mas não Mendes: apesar de tudo, da mente de Cavaco Silva tudo pode brutar, digo brotar; nunca se sabe. Assim ele imagine que um governo das esquerdas caia ao fim de pouco tempo para dar origem a eleições antecipadas que reconstruam uma maioria de direita.
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24.10.15
Porque hoje é domingo (73)
Para espanto de muitos – se fossem muitos os que frequentam este sítio! – digo que os milagres não me causam desconfiança. Pelo menos, alguns.
O que me causa desconfiança ou incredulidade é a autoridade dos sacerdotes para interpretá-los. Afinal os apóstolos nunca explicaram os milagres; limitaram-se a achá-los transcendentes, e isso não repugna à minha inteligência, consciente de que há limites humanos para o conhecimento – o meu, o deles e o dos actuais profissionais da religião.
Portanto admito que Marcos tenha visto um cego a ver – passe o trocadilho – como consta do capítulo 10, versículos 46 a 52 dos Evangelhos, e que hoje será comentado nos púlpitos das igrejas católicas.
Mas o que eu queria assinalar é que Jesus não ficou indiferente aos apelos do cego, em nome dos superiores interesses da alma! «Jesus parou e disse: 'Chamai-o'». E curou-o do problema físico como havia feito e continuaria a fazer com outros doentes.
Mais: o milagre das bodas de Caná, a ter acontecido como consta em João-2, nem sequer foi realizado por razões humanitárias – não se tratava de matar a sede de gente carenciada, mas sim de superar a falta de… vinho, numa grande festa.
Isto é: o exemplo de Jesus mostra que Deus não é indiferente às necessidades e até aos prazeres físicos das pessoas!
Calem-se de vez, portanto, os hipócritas que apelam ao sacrifício e à austeridade como valores em si.
O que me causa desconfiança ou incredulidade é a autoridade dos sacerdotes para interpretá-los. Afinal os apóstolos nunca explicaram os milagres; limitaram-se a achá-los transcendentes, e isso não repugna à minha inteligência, consciente de que há limites humanos para o conhecimento – o meu, o deles e o dos actuais profissionais da religião.
Portanto admito que Marcos tenha visto um cego a ver – passe o trocadilho – como consta do capítulo 10, versículos 46 a 52 dos Evangelhos, e que hoje será comentado nos púlpitos das igrejas católicas.
Mas o que eu queria assinalar é que Jesus não ficou indiferente aos apelos do cego, em nome dos superiores interesses da alma! «Jesus parou e disse: 'Chamai-o'». E curou-o do problema físico como havia feito e continuaria a fazer com outros doentes.
Mais: o milagre das bodas de Caná, a ter acontecido como consta em João-2, nem sequer foi realizado por razões humanitárias – não se tratava de matar a sede de gente carenciada, mas sim de superar a falta de… vinho, numa grande festa.
Isto é: o exemplo de Jesus mostra que Deus não é indiferente às necessidades e até aos prazeres físicos das pessoas!
Calem-se de vez, portanto, os hipócritas que apelam ao sacrifício e à austeridade como valores em si.
22.10.15
Então governem!
Diz a Direita e alguns militantes do PS, que o PCP e o BE não
devem ser chamados a um acordo de incidência governamental com o PS porque são
partidos em desacordo com a União Europeia e que contestam a NATO.
Mas a gente pergunta: - Isso retira legitimidade para participar num governo, se for o caso? Então os governos europeus não-filiados na U.E., são ilegítimos? Mais: se o Bloco de Esquerda ou a CDU ganhassem as eleições, não deviam formar governo porque não são austeritaristas nem belicistas? Porque interviriam na UE, como já fazem, pela soberania e a viabilidade económica de Portugal?
Diz a Direita e alguns militantes do PS, que “os 32% que votaram no PS não queriam um governo do Partido Socialista com o PCP e o Bloco de Esquerda.
Mas a gente pergunta: - E queriam um governo PSD/CDS?
Diz a Direita que a coligação PSD/CDS deve governar porque foi a candidatura mais votada.
Mas a gente responde: - Então governem!
Mas a gente pergunta: - Isso retira legitimidade para participar num governo, se for o caso? Então os governos europeus não-filiados na U.E., são ilegítimos? Mais: se o Bloco de Esquerda ou a CDU ganhassem as eleições, não deviam formar governo porque não são austeritaristas nem belicistas? Porque interviriam na UE, como já fazem, pela soberania e a viabilidade económica de Portugal?
Diz a Direita e alguns militantes do PS, que “os 32% que votaram no PS não queriam um governo do Partido Socialista com o PCP e o Bloco de Esquerda.
Mas a gente pergunta: - E queriam um governo PSD/CDS?
Diz a Direita que a coligação PSD/CDS deve governar porque foi a candidatura mais votada.
Mas a gente responde: - Então governem!
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19.10.15
Os dados estão lançados
para a formação do Governo
ANTÓNIO COSTA (PS) DIXIT
“As reuniões com PCP e BE foram construtivas. Com a coligação, uma (reunião) foi vazia e a outra, inconclusiva” Quanto ao entendimento com as esquerdas, “as medidas que encontrar estarão de acordo com as obrigações que Portugal tem e estarão de acordo com o cenário macro-económico do PS”.
Prioridades do Governo de esquerda, segundo A. Costa:
• combate à pobreza infantil
• condições de financiamento para as empresas
• conta corrente das empresas com o Estado
• reposição de vencimentos da função pública
• acelerar a eliminação da sobretaxa de IRS
• alterar escalões de IRS
Declarações mais recentes AQUI, nomeadamente:
"Só serei primeiro-ministro se houver maioria na Assembleia da República que apoie Governo liderado por mim".
CATARINA MARTINS (BE) DIXIT:
“O Bloco de Esquerda não faltará a uma solução de governo que seja capaz de recuperar os rendimentos do trabalho, salários e pensões, dignidade do trabalho, combate à precariedade e defender a dignidade do nosso país no combate à venda ao desbarato que está a ser feita”.
…
O Bloco "não abdica daquilo que afirmou na campanha eleitoral, mas sabe centrar-se no que é essencial num processo de convergência em que a convergência é essencial de todas as partes para que haja mudança real no país" e destacou que a questão da reestruturação da dívida é "uma questão inultrapassável" mas não limita diálogos.
Catarina Martins em 2015-10-16
JERÓNIMO DE SOUSA (PCP) DIXIT:
«Apresentaremos uma moção de rejeição do programa de um [eventual] governo PSD/CDS» e «estamos preparados e prontos para assumir todas as responsabilidades, incluindo governativas, necessárias à concretização de uma política que rompa com o rumo que arrastou o País para a actual situação.»
Jerónimo de Sousa em comício de 2015-10-09
«Mesmo não sendo possível essa convergência para uma política que responda às aspirações dos trabalhadores e do povo, o que de facto não é fácil, o quadro constitucional e a correlação de forças Assembleia da República em nada impedem o PS de formar Governo, apresentar o seu Programa e entrar em funções.
Nessa circunstância, como sempre, os trabalhadores e o povo poderão contar com o PCP para assegurar todas as medidas que correspondam aos seus direitos e interesses. Tudo o que não corresponda a esses objectivos, contará com a oposição do PCP.»
Jerónimo de Sousa após encontro com o Bloco de Esquerda em 2015-10-16, e no editorial do Avante do dia 15.
“As reuniões com PCP e BE foram construtivas. Com a coligação, uma (reunião) foi vazia e a outra, inconclusiva” Quanto ao entendimento com as esquerdas, “as medidas que encontrar estarão de acordo com as obrigações que Portugal tem e estarão de acordo com o cenário macro-económico do PS”.
Prioridades do Governo de esquerda, segundo A. Costa:
• combate à pobreza infantil
• condições de financiamento para as empresas
• conta corrente das empresas com o Estado
• reposição de vencimentos da função pública
• acelerar a eliminação da sobretaxa de IRS
• alterar escalões de IRS
Declarações mais recentes AQUI, nomeadamente:
"Só serei primeiro-ministro se houver maioria na Assembleia da República que apoie Governo liderado por mim".
CATARINA MARTINS (BE) DIXIT:
“O Bloco de Esquerda não faltará a uma solução de governo que seja capaz de recuperar os rendimentos do trabalho, salários e pensões, dignidade do trabalho, combate à precariedade e defender a dignidade do nosso país no combate à venda ao desbarato que está a ser feita”.
…
O Bloco "não abdica daquilo que afirmou na campanha eleitoral, mas sabe centrar-se no que é essencial num processo de convergência em que a convergência é essencial de todas as partes para que haja mudança real no país" e destacou que a questão da reestruturação da dívida é "uma questão inultrapassável" mas não limita diálogos.
Catarina Martins em 2015-10-16
JERÓNIMO DE SOUSA (PCP) DIXIT:
«Apresentaremos uma moção de rejeição do programa de um [eventual] governo PSD/CDS» e «estamos preparados e prontos para assumir todas as responsabilidades, incluindo governativas, necessárias à concretização de uma política que rompa com o rumo que arrastou o País para a actual situação.»
Jerónimo de Sousa em comício de 2015-10-09
«Mesmo não sendo possível essa convergência para uma política que responda às aspirações dos trabalhadores e do povo, o que de facto não é fácil, o quadro constitucional e a correlação de forças Assembleia da República em nada impedem o PS de formar Governo, apresentar o seu Programa e entrar em funções.
Nessa circunstância, como sempre, os trabalhadores e o povo poderão contar com o PCP para assegurar todas as medidas que correspondam aos seus direitos e interesses. Tudo o que não corresponda a esses objectivos, contará com a oposição do PCP.»
Jerónimo de Sousa após encontro com o Bloco de Esquerda em 2015-10-16, e no editorial do Avante do dia 15.
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18.10.15
Porque hoje é domingo 72
Nem tudo corria bem entre os que o seguiam em arruadas,
comícios e reuniões à porta fechada.
Lembro o episódio mais relevante e que se tornaria central em toda a história do grupo: a traição de Judas denunciada na última ceia que ainda hoje é representada nos palcos das igrejas – a missa.
Mas são muitos os relatos que dão conta de desavenças entre os discípulos, e entre Jesus e eles. O caso que os católicos invocam neste domingo, revela não só isso mas também o carácter pouco recomendável de alguns santos, entre eles, Tiago e João.
Estes dois terão chamado Jesus à parte para lhe pedir que lhes desse um lugar privilegiado no Céu: «Quando estiveres na glória, deixa-nos sentar, um à tua direita e outro à tua esquerda». Foi como se Jerónimo de Sousa e Catarina Martins propusessem a António Costa, assentos no eventual governo de esquerda.
Jesus, porém, respondeu que as coisas não são assim, e deu-lhes um grande raspanete. E esclareceu: «É Deus quem dará esses lugares àqueles para os quais ele preparou». Onde se lê "Deus", leia-se Cavaco Silva, obviamente.
Ressalve-se que no caso da frente de esquerda, digamos assim, a coisa foi mais grave: os coligados pretendiam que o Partido Socialista tirasse finalmente o Socialismo da gaveta de Mário Soares e reconsiderasse os mandamentos.
A narrativa termina por aqui porque S. Marcos não desenvolve muito mais, e nós, por cá, não sabemos ainda das consequências que terá a tentativa de formar um governo de esquerda. O que sabemos é que Jesus recusou aceitar a proposta de Tiago e João, que nem por isso deixaram de segui-lo.
Lembro o episódio mais relevante e que se tornaria central em toda a história do grupo: a traição de Judas denunciada na última ceia que ainda hoje é representada nos palcos das igrejas – a missa.
Mas são muitos os relatos que dão conta de desavenças entre os discípulos, e entre Jesus e eles. O caso que os católicos invocam neste domingo, revela não só isso mas também o carácter pouco recomendável de alguns santos, entre eles, Tiago e João.
Estes dois terão chamado Jesus à parte para lhe pedir que lhes desse um lugar privilegiado no Céu: «Quando estiveres na glória, deixa-nos sentar, um à tua direita e outro à tua esquerda». Foi como se Jerónimo de Sousa e Catarina Martins propusessem a António Costa, assentos no eventual governo de esquerda.
Jesus, porém, respondeu que as coisas não são assim, e deu-lhes um grande raspanete. E esclareceu: «É Deus quem dará esses lugares àqueles para os quais ele preparou». Onde se lê "Deus", leia-se Cavaco Silva, obviamente.
Ressalve-se que no caso da frente de esquerda, digamos assim, a coisa foi mais grave: os coligados pretendiam que o Partido Socialista tirasse finalmente o Socialismo da gaveta de Mário Soares e reconsiderasse os mandamentos.
A narrativa termina por aqui porque S. Marcos não desenvolve muito mais, e nós, por cá, não sabemos ainda das consequências que terá a tentativa de formar um governo de esquerda. O que sabemos é que Jesus recusou aceitar a proposta de Tiago e João, que nem por isso deixaram de segui-lo.
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17.10.15
Arcos há muitos
O "arco da governação" ardeu às mãos do PCP e do Bloco quando estes partidos se mostraram disponíveis para viabilizar um governo do Partido Socialista? Não faz mal, arranja-se outro arco. E nasce assim o "arco do europeísmo".
E assim vai fazendo o seu caminho, o arco da impostura. Até onde nos leva? Até onde quiserem os portugueses. Isto é, até onde o suportarem.
Os arcos nunca acabam, a paciência é que começa a dar sinais de cansaço.
E assim vai fazendo o seu caminho, o arco da impostura. Até onde nos leva? Até onde quiserem os portugueses. Isto é, até onde o suportarem.
Os arcos nunca acabam, a paciência é que começa a dar sinais de cansaço.
A figura seguinte mostra como "os arcos" mudam...
16.10.15
Refugiados
«Sonhei que a minha mãe estava viva, na Síria.
Eu acordei mas não a encontrei aqui.»
Eu acordei mas não a encontrei aqui.»
Poderia perguntar aos ideólogos da Europa muralhada, o que fariam se o seu país, a sua cidade, a sua família estivessem a ser bombardeados. Mas não quero perturbar a sua tranquilidade.
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14.10.15
O PCP numa solução de Governo
A aproximação lenta, calculada ou prudente do PCP, à tese de uma frente de esquerda com incidência na formação de um governo alternativo à coligação PSD/CDS, terá sido estimulada por mais que uma razão, a meu ver.
A razão mais transparente é, certamente, contribuir para afastar a direita da governação, e influenciar o governo alternativo no sentido de se corrigirem as políticas anti-sociais em curso.
Mas não terá deixado de pesar neste “passo à rectaguarda” – como diria Lenine – a profunda erosão interna que o PCP tem sofrido desde que “as folhas secas” se foram soltando da árvore seca para o chão ou para outros partidos. Isto é pouco visível do exterior porque as “paredes de vidro” de que se gaba, são muito opacas, e porque os resultados eleitorais, relativamente estáveis ao nível da sobrevivência, embaciam ainda mais a realidade interna.
Por outro lado, a ascensão do Bloco de Esquerda e a sua disposição para viabilizar um governo do PS, sob certas condições, ameaçava o futuro político do Partido Comunista. O argumento, porventura justo, de que os partidos comunistas europeus soçobraram por causa das cedências à social-democracia, não serve para o contexto de aqui e agora.
Nas circunstâncias presentes em que o Bloco gera confiança ao eleitorado de esquerda, um PCP paralisado pelo medo, tornar-se-ia dispensável e definharia como os outros partidos comunistas europeus, por razões diferentes. Mas é certo que este risco só faz sentido agora com “este PS” em perspectiva.
Finalmente, “isso é tudo muito bonito, mas” esta frente ainda vai ter que esperar pela falência do novo governo PSD/CDS. Até lá, não pode cometer o erro de provocar uma maioria absoluta da Coligação, a seguir!
A razão mais transparente é, certamente, contribuir para afastar a direita da governação, e influenciar o governo alternativo no sentido de se corrigirem as políticas anti-sociais em curso.
Mas não terá deixado de pesar neste “passo à rectaguarda” – como diria Lenine – a profunda erosão interna que o PCP tem sofrido desde que “as folhas secas” se foram soltando da árvore seca para o chão ou para outros partidos. Isto é pouco visível do exterior porque as “paredes de vidro” de que se gaba, são muito opacas, e porque os resultados eleitorais, relativamente estáveis ao nível da sobrevivência, embaciam ainda mais a realidade interna.
Por outro lado, a ascensão do Bloco de Esquerda e a sua disposição para viabilizar um governo do PS, sob certas condições, ameaçava o futuro político do Partido Comunista. O argumento, porventura justo, de que os partidos comunistas europeus soçobraram por causa das cedências à social-democracia, não serve para o contexto de aqui e agora.
Nas circunstâncias presentes em que o Bloco gera confiança ao eleitorado de esquerda, um PCP paralisado pelo medo, tornar-se-ia dispensável e definharia como os outros partidos comunistas europeus, por razões diferentes. Mas é certo que este risco só faz sentido agora com “este PS” em perspectiva.
Finalmente, “isso é tudo muito bonito, mas” esta frente ainda vai ter que esperar pela falência do novo governo PSD/CDS. Até lá, não pode cometer o erro de provocar uma maioria absoluta da Coligação, a seguir!
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8.10.15
O governo põe
e o parlamento dispõe
Por alguma razão, a separação de poderes é uma característica
fundamental do regime democrático.
Por definição, um parlamento independente do governo pode ser-lhe favorável ou desfavorável, pode apoiá-lo ou desapoiá-lo, pontual ou genericamente.
Não tem que fazê-lo sistematicamente. Mas pode, como tem acontecido com o governo da coligação PSD/CDS! Mas pode, como poderá acontecer se os deputados das esquerdas, interpretando os mandatos dos seus eleitores, coincidirem na reprovação das propostas do Governo.
O facto é que está em formação um governo de direita – como Cavaco faz questão de exigir! – e uma assembleia legislativa de esquerda. Nestas circunstâncias, o Governo põe... e a Assembleia dispõe.
Por definição, um parlamento independente do governo pode ser-lhe favorável ou desfavorável, pode apoiá-lo ou desapoiá-lo, pontual ou genericamente.
Não tem que fazê-lo sistematicamente. Mas pode, como tem acontecido com o governo da coligação PSD/CDS! Mas pode, como poderá acontecer se os deputados das esquerdas, interpretando os mandatos dos seus eleitores, coincidirem na reprovação das propostas do Governo.
O facto é que está em formação um governo de direita – como Cavaco faz questão de exigir! – e uma assembleia legislativa de esquerda. Nestas circunstâncias, o Governo põe... e a Assembleia dispõe.
5.10.15
E agora, Portugal?
Agora o António Costa (finge que) faz exigências para viabilizar o Governo da direita, Passos Coelho (finge que) concorda, a Esquerda protesta e o Governo passa.
Agora...!
(As percentagens apresentadas no quadro são resultados quase finais!)
3.10.15
2.10.15
Às armas!
«A estratégia de Passos assenta em três pilares:
- primeiro, estes anos foram duros, mas o pior já passou;
- segundo, os portugueses conhecem-me e sabem que comigo não haverá aventuras;
- terceiro, o PS não merece confiança porque quer repetir alguns erros do passado e insiste em fazer promessas a mais».
Assim escrevia no Observador – e bem, a meu ver - José Manuel Fernandes, num dia do mês passado.
Se o PS não merece confiança, não são o Mentiroso e o Irrevogável que têm autoridade política para afirmá-lo – digo eu.
Se é uma aventura mudar de política, prosseguir a mesma política é um suicídio.
Se o pior já passou, então é porque a dívida pública de Portugal “já não é” a terceira maior da União Europeia (130%), o défice “já não é” de 4,7%, “já não há” 480 mil refugiados económicos a trabalhar noutros países, “já não há” um número esmagador de desempregados e sub-empregados, “já não há” cortes nas reformas e nas pensões…
Irá Passos Coelho assustar muita gente no próximo dia 4 de Outubro, com o papão do "aventureirismo" e da "irresponsabilidade"? Ai que medo!
Mais do que confiança, que em política é sempre relativa, os “heróis do mar” precisam de coragem; o “nobre Povo” precisa de afirmar a sua dignidade. Antes de mais, nas eleições. Às "armas"!
- primeiro, estes anos foram duros, mas o pior já passou;
- segundo, os portugueses conhecem-me e sabem que comigo não haverá aventuras;
- terceiro, o PS não merece confiança porque quer repetir alguns erros do passado e insiste em fazer promessas a mais».
Assim escrevia no Observador – e bem, a meu ver - José Manuel Fernandes, num dia do mês passado.
Se o PS não merece confiança, não são o Mentiroso e o Irrevogável que têm autoridade política para afirmá-lo – digo eu.
Se é uma aventura mudar de política, prosseguir a mesma política é um suicídio.
Se o pior já passou, então é porque a dívida pública de Portugal “já não é” a terceira maior da União Europeia (130%), o défice “já não é” de 4,7%, “já não há” 480 mil refugiados económicos a trabalhar noutros países, “já não há” um número esmagador de desempregados e sub-empregados, “já não há” cortes nas reformas e nas pensões…
Irá Passos Coelho assustar muita gente no próximo dia 4 de Outubro, com o papão do "aventureirismo" e da "irresponsabilidade"? Ai que medo!
Mais do que confiança, que em política é sempre relativa, os “heróis do mar” precisam de coragem; o “nobre Povo” precisa de afirmar a sua dignidade. Antes de mais, nas eleições. Às "armas"!
29.9.15
Os olhos de Catarina
Os olhos de Catarina
têm um sonho pintado
Os olhos de Catarina
têm um sonho pintado
Sim Catarina ó i ó ai
sim Catarina ó ai meu bem
Sim Catarina ó i ó ai
sim Catarina ó ai meu bem
Quando a Catarina fala
o Coelho dá ao rabo
Quando a Catarina fala
o Coelho dá ao rabo
Sim Catarina ó i ó ai
sim Catarina ó ai meu bem
Sim Catarina ó i ó ai
sim Catarina ó ai meu bem
NOTAS:
têm um sonho pintado
Os olhos de Catarina
têm um sonho pintado
Sim Catarina ó i ó ai
sim Catarina ó ai meu bem
Sim Catarina ó i ó ai
sim Catarina ó ai meu bem
o Coelho dá ao rabo
Quando a Catarina fala
o Coelho dá ao rabo
Sim Catarina ó i ó ai
sim Catarina ó ai meu bem
Sim Catarina ó i ó ai
sim Catarina ó ai meu bem
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27.9.15
O futuro da Europa
Fez anos no dia 22, que o partido de Angela Merkel venceu as eleições para o parlamento alemão, com 41,5%. Nos próximos dois anos, pelo menos, ela continuará a ditar as regras políticas no seu país.
Mas também na Europa, com Hollande a seu lado.
É o que nos espera até 2017 se tudo lhes correr bem.
Entretanto, nos próximos quatro anos também a Espanha e o Reino Unido terão governos conservadores. Portugal terá um governo social-democrata de pendor socialista (PS). A Grécia terá um governo socialista de pendor social-democrata. A Europa, essa, não terá governo próprio – impróprio, quando muito.
Se as convulsões sociais que se adivinham neste contexto de políticas anti-sociais, interromper o rumo institucional assim traçado, o que se pode antecipar? O fantasma neo-nazi vem a caminho?
O partido alternativo na Alemanha é o progressista SPD que teve 25.7% dos votos, menos 6% do que a CDU. Da última vez que o SPD governou, foi nos anos 1998 a 2005.
A extrema-direita na Alemanha é mais ruído e pedrada que outra coisa - nas últimas eleições, o NPD registou apenas 1,3% dos votos e não tem qualquer representação parlamentar.
A situação tem alguma comparação com a Itália, onde a separatista, xenófoba e racista Liga Norte chegou a ter 8,7% dos votos, em 1992, mas as suas estratégias de alianças têm sido uma fonte de instabilidade interna e desprestígio geral. Nas eleições nacionais de 2013 para o parlamento italiano, apresentou-se coligada com mais sete formações políticas, na coligação de Berlusconi que ficou em segundo lugar.
Em França a situação é mais preocupante. O presidente Hollande que venceu as eleições de 2013 com 52% à segunda volta, desiludiu os franceses de tal maneira que, ao fim de um ano, o seu partido foi ultrapassado, nas eleições europeias, pela a Frente Nacional de Marine Le Pen: 14% contra 26%, respectivamente. A França tremeu e a Europa ainda está assustada.
O ascenso da extrema-direita em França encontra algum paralelo com o Aurora Dourada, assumidamente neo-nazi, que se afirmou nas eleições de 2012 e 2014, na Grécia, como o terceiro partido mais votado, com 17 deputados.
Apesar de tudo, parece que a extrema-direita não tem uma expressão política tão relevante quanto se tem feito pensar. A parte má desta situação é que os regimes dominantes na Europa estão a fazer o trabalho dela.
Entre o oportunismo das direitas, a fragilidade das esquerdas e a incompetência (?) das instituições europeias, porém, a História se fará conforme a contribuição de todos e cada um de nós.
Mas também na Europa, com Hollande a seu lado.
É o que nos espera até 2017 se tudo lhes correr bem.
Entretanto, nos próximos quatro anos também a Espanha e o Reino Unido terão governos conservadores. Portugal terá um governo social-democrata de pendor socialista (PS). A Grécia terá um governo socialista de pendor social-democrata. A Europa, essa, não terá governo próprio – impróprio, quando muito.
Se as convulsões sociais que se adivinham neste contexto de políticas anti-sociais, interromper o rumo institucional assim traçado, o que se pode antecipar? O fantasma neo-nazi vem a caminho?
O partido alternativo na Alemanha é o progressista SPD que teve 25.7% dos votos, menos 6% do que a CDU. Da última vez que o SPD governou, foi nos anos 1998 a 2005.
A extrema-direita na Alemanha é mais ruído e pedrada que outra coisa - nas últimas eleições, o NPD registou apenas 1,3% dos votos e não tem qualquer representação parlamentar.
A situação tem alguma comparação com a Itália, onde a separatista, xenófoba e racista Liga Norte chegou a ter 8,7% dos votos, em 1992, mas as suas estratégias de alianças têm sido uma fonte de instabilidade interna e desprestígio geral. Nas eleições nacionais de 2013 para o parlamento italiano, apresentou-se coligada com mais sete formações políticas, na coligação de Berlusconi que ficou em segundo lugar.
Em França a situação é mais preocupante. O presidente Hollande que venceu as eleições de 2013 com 52% à segunda volta, desiludiu os franceses de tal maneira que, ao fim de um ano, o seu partido foi ultrapassado, nas eleições europeias, pela a Frente Nacional de Marine Le Pen: 14% contra 26%, respectivamente. A França tremeu e a Europa ainda está assustada.
O ascenso da extrema-direita em França encontra algum paralelo com o Aurora Dourada, assumidamente neo-nazi, que se afirmou nas eleições de 2012 e 2014, na Grécia, como o terceiro partido mais votado, com 17 deputados.
Apesar de tudo, parece que a extrema-direita não tem uma expressão política tão relevante quanto se tem feito pensar. A parte má desta situação é que os regimes dominantes na Europa estão a fazer o trabalho dela.
Entre o oportunismo das direitas, a fragilidade das esquerdas e a incompetência (?) das instituições europeias, porém, a História se fará conforme a contribuição de todos e cada um de nós.
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26.9.15
A palavra volkswagen
Volkswagen é uma palavra alemã composta de outras duas: volk (derivação de "Vörker ) + wagen. Isto é: povo ou nação + carro. Poderia traduzir-se por carro popular ou por carro nacional, mas o historial da marca indica a primeira versão: carro popular, isto é, carro do povo.
Mas a questão a que venho não é semântica, é fonética. Tratando-se de uma palavra alemã, é correcto que “wagen” se pronuncie “vagan” mas não faz sentido que “volk” se pronuncie “volque” (volksvagan).
É que o “v” em alemão lê-se “f” tal como o “w” se lê “v”. Não é ao acaso que Worten se escreve com “w” e não com “v”. Nem é por acaso que a palavra inglesa para “povo” seja "folk", como em "folklore" – é porque esta forma gráfica respeita a fonética do termo alemão. "Folksvagan" é que se diz.
Por causa destas confusões é que o nome do compositor Richard Wagner se escreve em alguns países “Vagner” para ser lido à portuguesa, o que faz um alemão ler “Fagner” – creio que isto acontece no Brasil.
Enfim, se querem que um alemão leia “vaca”, escrevam “waca”. Se não, ele irá dizer “faca”.
Serve esta conversa toda para explicar porque é que a Ângela Merkel não entende os portugueses.
Mas a questão a que venho não é semântica, é fonética. Tratando-se de uma palavra alemã, é correcto que “wagen” se pronuncie “vagan” mas não faz sentido que “volk” se pronuncie “volque” (volksvagan).
É que o “v” em alemão lê-se “f” tal como o “w” se lê “v”. Não é ao acaso que Worten se escreve com “w” e não com “v”. Nem é por acaso que a palavra inglesa para “povo” seja "folk", como em "folklore" – é porque esta forma gráfica respeita a fonética do termo alemão. "Folksvagan" é que se diz.
Por causa destas confusões é que o nome do compositor Richard Wagner se escreve em alguns países “Vagner” para ser lido à portuguesa, o que faz um alemão ler “Fagner” – creio que isto acontece no Brasil.
Enfim, se querem que um alemão leia “vaca”, escrevam “waca”. Se não, ele irá dizer “faca”.
Serve esta conversa toda para explicar porque é que a Ângela Merkel não entende os portugueses.
25.9.15
É a retoma a funcionar!
No domínio financeiro, “nada se cria e nada se perde” – tudo muda de mãos! Se os pobres estão mais pobres, os ricos estão cada vez mais ricos.
E como é que isto "se" cconsegue? Baixando os salários, aumentando o tempo de trabalho e o esforço dos trabalhadores, pagando menos impostos sobre os lucros (IRC) e não taxando os rendimentos do capital. Em tudo isto não há o tal “mérito das empresas” como faz passar Coelho e Portas; há escolhas políticas ao serviço das grandes fortunas.
Fontes:
2013
O "Relatório de Ultra Riqueza no Mundo 2013" confirma que em Portugal não só cresceu o número de multimilionários como aumentou o valor global das suas fortunas, de 90 para 100 mil milhões de dólares (mais 11,1%). (DN)
2015
Este ano, as maiores fortunas portuguesas valem mais 500 milhões. (TSF)
E como é que isto "se" cconsegue? Baixando os salários, aumentando o tempo de trabalho e o esforço dos trabalhadores, pagando menos impostos sobre os lucros (IRC) e não taxando os rendimentos do capital. Em tudo isto não há o tal “mérito das empresas” como faz passar Coelho e Portas; há escolhas políticas ao serviço das grandes fortunas.
Fontes:
2013
O "Relatório de Ultra Riqueza no Mundo 2013" confirma que em Portugal não só cresceu o número de multimilionários como aumentou o valor global das suas fortunas, de 90 para 100 mil milhões de dólares (mais 11,1%). (DN)
2015
Este ano, as maiores fortunas portuguesas valem mais 500 milhões. (TSF)
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23.9.15
O Povo Português
“É um fenómeno curioso: o país ergue-se indignado, moureja o dia inteiro indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disto.
Falta-lhe o romantismo cívico da agressão. Somos, socialmente, uma colectividade pacífica de revoltados.”
Miguel Torga, Diário (17.09.1961)
Falta-lhe o romantismo cívico da agressão. Somos, socialmente, uma colectividade pacífica de revoltados.”
Miguel Torga, Diário (17.09.1961)
21.9.15
A Grécia está com Tsipras
O povo grego compreendeu o que muitos analistas políticos não entenderam e o que detractores fingiram que não entendiam: que a rendição é um gesto de dignidade e de humanidade, quando a alternativa é o suicídio.
Na U.E., bastaria que um ou dois países se juntassem à Grécia, como era seu dever histórico, e o flagelo económico e social podia ter sido evitado, a razão e o interesse dos povos poderia ter vencido.
A renegociação da dívida, a partir de Outubro, vai evidenciar melhor a estratégia de Alexis Tsipras e as suas vantagens – será tempo de negociações num contexto de autoridade reforçada do Syrisa. Enquanto isso, o “programa de ajustamento” da troika colocará outros países na eminência de mudar de posição de forma mais ou menos discreta.
Já tarda em reconhecer que a crise da Grécia é a crise de Portugal e que as duas, entre outras, são a crise da Europa - uma “toika” de crises: da dívida, da economia e da política.
Escarnecendo dos fantasmas apontados pelos governos neo-liberais da Europa, o povo grego elegeu corajosamente o Syrisa, em Janeiro, para defender os seus interesses. Compreendendo as circunstâncias em que o governo negociou com os credores, cerca de um mês depois, o povo grego mostrou o seu desprezo pela demagogia “esquerdista” – no sentido leninista do termo – e confirmou a sua confiança em Alexis de Tsipras, nas eleições do passado domingo, 20 de Setembro. É caso para falar da "superioridade moral... dos gregos".
Os nossos políticos e analistas de direita continuarão a dizer mal do Syrisa, ora porque é tolerante ora porque é arrogante - é a luta ideológica. Alguns políticos de esquerda coincidirão nessas críticas - é a luta de concorrência. Outros fazem a História - que não acaba aqui!
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15.9.15
É pró debate, é pró debate!
António Costa faz questão de não prometer… porque não sabe
se as condições em que herdar a governação se revelarão diferentes das actuais.
Admitamos. Mas pode dizer o que fará se as condições forem as que hoje se conhecem! Se também não diz, isso não gera a apregoada Confiança dos eleitores.
Admitamos. Mas pode dizer o que fará se as condições forem as que hoje se conhecem! Se também não diz, isso não gera a apregoada Confiança dos eleitores.
Passos Coelho faz questão de não esclarecer como irá poupar 600
milhões de euros (por ano!) em "pensões públicas"… porque “depende daquilo que for a negociação que nós queremos ter com o PS sobre essa matéria".
Mas pode dizer o que tem vontade de fazer, isto é, o que quer propor nessas negociações. Poder, pode. E deve. Mas não diz. Nós sabemos porquê.
Mas pode dizer o que tem vontade de fazer, isto é, o que quer propor nessas negociações. Poder, pode. E deve. Mas não diz. Nós sabemos porquê.
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PS
11.9.15
Eu quero lá saber
Faz bem a Comunicação Social em dar a mesma importância à vinda da pizza, que dá à vinda da troika!
A última coisa que me interessa saber pelos candidatos a governantes, é se foi Sócrates ou Passos Coelho que “mandou vir” o FMI, e se o Syrisa foi bem ou mal sucedido… na Grécia!
O que eu gostava mesmo de saber é o que vai acontecer às reformas e às pensões, aos impostos sobre os bens de consumo (IVA) e ao imposto que se paga por trabalhar (IRS); o que vai acontecer aos ordenados e aos desempregados; que condições de trabalho nos serão asseguradas, que Educação e que Saúde vamos ter, que Justiça, que transportes.
O resto é poluição política, poeira levantada num baile deNarcisos. São lutas de galos. E eu hei-de ser Pinto até morrer. Quero lá saber!...
Felizmente, também há partidos sem essa vocação de governar!
A última coisa que me interessa saber pelos candidatos a governantes, é se foi Sócrates ou Passos Coelho que “mandou vir” o FMI, e se o Syrisa foi bem ou mal sucedido… na Grécia!
O que eu gostava mesmo de saber é o que vai acontecer às reformas e às pensões, aos impostos sobre os bens de consumo (IVA) e ao imposto que se paga por trabalhar (IRS); o que vai acontecer aos ordenados e aos desempregados; que condições de trabalho nos serão asseguradas, que Educação e que Saúde vamos ter, que Justiça, que transportes.
O resto é poluição política, poeira levantada num baile deNarcisos. São lutas de galos. E eu hei-de ser Pinto até morrer. Quero lá saber!...
Felizmente, também há partidos sem essa vocação de governar!
A Síria segundo Trump
“Porque não os deixamos lutar e depois eliminamos o que
sobrar?”, perguntou Donald Trump. (Expresso)
Que é como quem diz: que se matem uns aos outros; nós iremos depois pelos despojos.
O que diz o polémico candidato republicano à presidência dos Estados Unidos da América, na sua estúpida franqueza, é o que pensa e faz de facto a administração norte-americana, na sua relação com a Síria.
Disto se dão conta algumas vozes críticas a que modestamente me junto, denunciando a estratégia de facilitar a vida ao “Estado Islâmico” para destruir a Síria – não por ter um regime autoritário mas por ser insubmisso ao programa imperialista dos Estados Unidos da América.
Trata-se de apoiar o terrorismo mais cruel desde Hitler, em nome da Democracia! Nada que nos surpreenda se tivermos em conta as alianças político-militares dos EUA na região, desde Israel até à Arábia Saudita, aqui onde o autoritarismo do regime é simpático à América do Norte.
É o petróleo, estúpidos! – parafraseando uma conhecida frase da campanha eleitoral de Bill Clinton em 1992.
A Síria, além de ser uma resistência militar à colonização norte-americana, é a segunda maior fonte de reservas provadas de petróleo bruto depois da Venezuela – outro inimigo artificial dos EUA:
Quantos litros de sangue. pelos milhões de barris de petróleo e biliões de metros cúbicos de gás da Síria? – é a questão.
“Assad não é o principal problema, dado que está neste momento a lutar contra o Estado Islâmico” – diz Trump. Será que nem Obama assume isto?
Que é como quem diz: que se matem uns aos outros; nós iremos depois pelos despojos.
O que diz o polémico candidato republicano à presidência dos Estados Unidos da América, na sua estúpida franqueza, é o que pensa e faz de facto a administração norte-americana, na sua relação com a Síria.
Disto se dão conta algumas vozes críticas a que modestamente me junto, denunciando a estratégia de facilitar a vida ao “Estado Islâmico” para destruir a Síria – não por ter um regime autoritário mas por ser insubmisso ao programa imperialista dos Estados Unidos da América.
Trata-se de apoiar o terrorismo mais cruel desde Hitler, em nome da Democracia! Nada que nos surpreenda se tivermos em conta as alianças político-militares dos EUA na região, desde Israel até à Arábia Saudita, aqui onde o autoritarismo do regime é simpático à América do Norte.
É o petróleo, estúpidos! – parafraseando uma conhecida frase da campanha eleitoral de Bill Clinton em 1992.
A Síria, além de ser uma resistência militar à colonização norte-americana, é a segunda maior fonte de reservas provadas de petróleo bruto depois da Venezuela – outro inimigo artificial dos EUA:
Quantos litros de sangue. pelos milhões de barris de petróleo e biliões de metros cúbicos de gás da Síria? – é a questão.
“Assad não é o principal problema, dado que está neste momento a lutar contra o Estado Islâmico” – diz Trump. Será que nem Obama assume isto?
9.9.15
Hoje há debacle?
Se o debate político de hoje, entre Coelho e Costa, PSD/… e PS, tiver a importância eleitoral que lhe anunciam, hoje há... debacle.
Se um deles desiludir o eleitorado hesitante, irá em desvantagem para o dia das eleições. Se desiludir o seu eleitorado natural, só para agradar aos flexíveis, irá cinzento, descaracterizado, desprezível.
António Costa é quem mais arrisca neste paradoxo, porque a coligação de direita já não engana ninguém – quem admite votar naqueles que andaram quatro anos a mentir e a roubar, não se move pela razão.
Ou António Costa se demarca das políticas da Direita, em termos sérios e convincentes, abrindo espaço para o voto útil no PS e captando a “maioria silenciosa” da esquerda, ou está a cavar em terreno pedregoso.
Termos convincentes envolvem propostas inteligentes e números credíveis. Maioria silenciosa de esquerda é aquela que se forma com os habituais abstencionistas e votantes em branco, contestatários passivos do regime faz-de-conta.
As eleições parlamentares não obedecem à mesma lógica das eleições autárquicas. Penso que os apoios que António Costa conseguir a nível nacional dependem mais das diferenças do que dos consensos. Outra coisa é que diferenças devem ser assinaladas.
Se um deles desiludir o eleitorado hesitante, irá em desvantagem para o dia das eleições. Se desiludir o seu eleitorado natural, só para agradar aos flexíveis, irá cinzento, descaracterizado, desprezível.
António Costa é quem mais arrisca neste paradoxo, porque a coligação de direita já não engana ninguém – quem admite votar naqueles que andaram quatro anos a mentir e a roubar, não se move pela razão.
Ou António Costa se demarca das políticas da Direita, em termos sérios e convincentes, abrindo espaço para o voto útil no PS e captando a “maioria silenciosa” da esquerda, ou está a cavar em terreno pedregoso.
Termos convincentes envolvem propostas inteligentes e números credíveis. Maioria silenciosa de esquerda é aquela que se forma com os habituais abstencionistas e votantes em branco, contestatários passivos do regime faz-de-conta.
As eleições parlamentares não obedecem à mesma lógica das eleições autárquicas. Penso que os apoios que António Costa conseguir a nível nacional dependem mais das diferenças do que dos consensos. Outra coisa é que diferenças devem ser assinaladas.
A PROPÓSITO
Assim comentava António Vitorino (PS) o debate de Catarina Martins (BE) com Paulo Portas (CDS/PP). Sem mais comentários!
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6.9.15
No interesse da Humanidade
Com actualizações em "COMENTÁRIOS ou ADENDAS"
A Europa da NATO que promove ou apoia as guerras das regiões a oriente, assiste atónita às fugas das populações. Impreparada para reagir às consequências das suas estratégias belicistas, tenta emparedar os refugiados levantando muros e estendendo arame farpado. Reacção primária: suster as migrações.
Confrontada com a incapacidade de dominar as multidões desesperadas e a tragédia das populações em fuga, passa à segunda reacção: enquadrar aqueles que não morreram no percurso e conseguiram infiltrar-se no espaço europeu.
Mas este esforço de enquadramento é custoso, temporário e ineficaz para a dimensão do problema. Mais tarde ou mais cedo, os países que promovem ou apoiam a desestabilização da região oriental, por ganância ou por poder, serão obrigados a recuar nas suas aspirações colonizadoras e a negociar seriamente e sem falsos preconceitos, com os poderes locais.
Entretanto, outros países, livres das ambições imperiais da NATO, avançam há muito nesse sentido. É o caso da Rússia que vem trabalhando, desde o início do conflito, por uma solução negociada.
A Rússia considera inaceitável propor a demissão de Bashar Assad como uma condição preliminar da regularização na Síria, que é o que exigem as potências ocidentais. O Irão e a China, pelo menos, são duas outras potências fundamentais nas negociações e que estão ao lado da Rússia.
Falhadas as iniciativas dos auto-denominados “Amigos da Síria”, é hora de avançarem os amigos dos sírios e não só. No interesse da Humanidade!
A Europa da NATO que promove ou apoia as guerras das regiões a oriente, assiste atónita às fugas das populações. Impreparada para reagir às consequências das suas estratégias belicistas, tenta emparedar os refugiados levantando muros e estendendo arame farpado. Reacção primária: suster as migrações.
Confrontada com a incapacidade de dominar as multidões desesperadas e a tragédia das populações em fuga, passa à segunda reacção: enquadrar aqueles que não morreram no percurso e conseguiram infiltrar-se no espaço europeu.
Mas este esforço de enquadramento é custoso, temporário e ineficaz para a dimensão do problema. Mais tarde ou mais cedo, os países que promovem ou apoiam a desestabilização da região oriental, por ganância ou por poder, serão obrigados a recuar nas suas aspirações colonizadoras e a negociar seriamente e sem falsos preconceitos, com os poderes locais.
Entretanto, outros países, livres das ambições imperiais da NATO, avançam há muito nesse sentido. É o caso da Rússia que vem trabalhando, desde o início do conflito, por uma solução negociada.
A Rússia considera inaceitável propor a demissão de Bashar Assad como uma condição preliminar da regularização na Síria, que é o que exigem as potências ocidentais. O Irão e a China, pelo menos, são duas outras potências fundamentais nas negociações e que estão ao lado da Rússia.
Falhadas as iniciativas dos auto-denominados “Amigos da Síria”, é hora de avançarem os amigos dos sírios e não só. No interesse da Humanidade!
4.9.15
Aprender com o PSD
A chamada Universidade de Verão do PSD bem podia ter servido para ensinar o que Maquiavel se esforçou por explicar, mutatis mutandis: como ganhar umas eleições e conservar o mandato até ao fim, governando contra o Povo.
Quando um príncipe – um príncipe republicano, digamos – precisa do apoio do seu Povo, deve prometer-lhe tudo o que ele deseja. Mas para que o Povo acredite mesmo nas promessas, deve apresentar uma estratégia convincente e popular.
Por exemplo: dizer que vai reduzir as despesas exageradas do Estado, as gorduras, para poder financiar os benefícios prometidos, e eliminar a corrupção política – nomeadamente a promiscuidade entre políticos e empresários.
cartazes preparados para futuras eleições
Tudo isto podia ter sido ensinado na Universidade de Verão do PSD. Mas não houve tempo: Passos Coelho tinha Ângela Merkel à espera, Marcelo tinha as eleições presidenciais à espera, Paulo Rangel tinha à sua espera uma sessão do Parlamento Europeu, uma aula na Universidade Católica, uma reunião na Gonçalves Pereira & Associados, um artigo para o jornal Público, uma participação no Prova dos Nove da TVI24... Ufa! Ainda dizem que há desemprego.
Já agora, advogado Paulo Rangel, diga-me: não é por serem definitivos que os cortes nas pensões deixam de ser “extraordinários”, pois não? E não é "inversão do ónus da prova” penhorar primeiro e provar depois ou nem provar, se forem as Finanças a fazê-lo?! E roubar as remunerações não é crime se for feito pelo Primeiro-Ministro?!
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31.8.15
Síria aproxima o Ocidente
ao Estado Islâmico
A Síria confronta o terrorismo, ao contrário do resto do mundo – afirmava Zou’bi na 8ª sessão da Assembleia geral das Rádios-Televisões islâmicas.
Por outras palavras: se os estados da NATO estão apostados em destruir a Síria, para quê combater de facto o “Estado Islâmico”?!
Quando os meios de informação “ocidentais” falam da Síria, a deontologia profissional esconde-se, envergonhada, e o jornalista debita ao chefe, ao patrão, ao ideólogo, uns pontos de serviço sujo. O mesmo se falássemos da Ucrânia ou da Venezuela, por exemplo, como já tratei em artigo anterior.
Confiança na fonte? Se o texto agrada ideologicamente, é de confiança! Por exemplo: «82 mortos nos ataques do regime, a oposição denuncia “um massacre”».
Alguém perguntava: «Qual oposição? A OSDH? E quando há raides das forças da coligação contra Daesh, estes meios falam de vítimas colaterais».
Que importa se os bombardeamentos permitem às forças armadas sírias avançar numa zona que tinha sido capturada pelos grupos armados que nós sabemos? Que importa se essa acção abre caminho para o regresso das populações daquelas zonas?
Os meios de informação dominantes da Europa estarão contra o governo sírio mesmo que este possa, com apoio euro-americano, acabar com o flagelo da região, que agora se estende para a própria Europa, seja através da pressão migratória ou seja até pelo terrorismo. Um discurso de condolências e um funeral majestoso tranquilizam os mentores políticos da nossa santa-aliança.
E é aqui que se coloca a questão fundamental que os aliados da NATO tardam em reconhecer e proceder: confrontar a origem desta gravíssima situação.
Até lá, vamos assistindo ao desespero e à chacina diária das populações em fuga, e à disseminação da "ideologia" e do terrorismo entre nós. Para já, vamo-nos habituando a ver morrer. Será que algum dia nos teremos que habituar a morrer, como na Síria?
Por outras palavras: se os estados da NATO estão apostados em destruir a Síria, para quê combater de facto o “Estado Islâmico”?!
Quando os meios de informação “ocidentais” falam da Síria, a deontologia profissional esconde-se, envergonhada, e o jornalista debita ao chefe, ao patrão, ao ideólogo, uns pontos de serviço sujo. O mesmo se falássemos da Ucrânia ou da Venezuela, por exemplo, como já tratei em artigo anterior.
Confiança na fonte? Se o texto agrada ideologicamente, é de confiança! Por exemplo: «82 mortos nos ataques do regime, a oposição denuncia “um massacre”».
Alguém perguntava: «Qual oposição? A OSDH? E quando há raides das forças da coligação contra Daesh, estes meios falam de vítimas colaterais».
Que importa se os bombardeamentos permitem às forças armadas sírias avançar numa zona que tinha sido capturada pelos grupos armados que nós sabemos? Que importa se essa acção abre caminho para o regresso das populações daquelas zonas?
Os meios de informação dominantes da Europa estarão contra o governo sírio mesmo que este possa, com apoio euro-americano, acabar com o flagelo da região, que agora se estende para a própria Europa, seja através da pressão migratória ou seja até pelo terrorismo. Um discurso de condolências e um funeral majestoso tranquilizam os mentores políticos da nossa santa-aliança.
E é aqui que se coloca a questão fundamental que os aliados da NATO tardam em reconhecer e proceder: confrontar a origem desta gravíssima situação.
Até lá, vamos assistindo ao desespero e à chacina diária das populações em fuga, e à disseminação da "ideologia" e do terrorismo entre nós. Para já, vamo-nos habituando a ver morrer. Será que algum dia nos teremos que habituar a morrer, como na Síria?
RECORTES
O grupo 'jihadista' Estado Islâmico executou no período de um mês perto de 100 pessoas, um terço dos quais civis, nas zonas que estão sob o seu controlo na Síria, indicou hoje o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). (2015/Ago)
O auto-proclamado estado islâmico divulgou um novo vídeo de uma execução em massa na cidade história de Palmira. As imagens mostram dezenas de soldados sírios a serem executados no principal anfiteatro da cidade, com muita gente a assistir. O vídeo mostra também a destruição de dezenas de monumentos que são Património da Humanidade.
(RTP 4 de Julho de 2015)
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30.8.15
Crise de informação
Já não é só esconder as figuras progressistas e os seus discursos, é subverter os seus argumentos e promover as figuras e os discursos dos ditadores e genocidas. É assim com as notícias sobre a Ucrânia ou sobre a Venezuela, para falar de dois regimes opostos.
«Ao longo das últimas horas, pelo menos sete soldados ucranianos foram mortos e 13 ficaram feridos em confrontos com os separatistas pró-russos, no leste da Ucrânia». É assim que a Euronews lançava ontem a notícia.
Sobre um confronto entre forças armadas ucranianas e activistas pró-russos, fala-se do número de vítimas das primeiras mas omite-se facciosamente o número de vítimas dos segundos! De resto, valoriza-se sempre a pessoa e as palavras de Poroshenko, como se este não tivesse chegado ao poder na sequência de um golpe de estado que depôs o anterior presidente eleito.
A Euronews é um paradigma. De algum modo se poderia dizer que é a Telesur ao contrário. Mas não se equiparam duas “centrais de informação” facciosas, quando a primeira obedece a padrões neo-liberais e a segunda protege valores socialistas, quando a primeira promove os lucros dos privilegiados, e a segunda promove a justiça social e os interesses populares.
A Euronews e as suas discípulas nacionais substituem descaradamente a legitimidade eleitoral de um país, pela "legitimidade" editorial das suas direcções ideológicas.
A Venezuela é outro caso paradigmático. Pouco importa se Hugo Chavez, antes, e Nicolás Maduro, actualmente, foram eleitos por maiorias expressivas em eleições incontestavelmente democráticas.
Para combater os dirigentes progressistas, a contra-informação ao serviço da Direita, dá notícia da falta de produtos à venda nas lojas venezuelanas, omitindo que isso se deve ao boicote económico promovido pela ultra-direita do país e concretizada por traficantes desses produtos com destino à Colômbia.
Com efeito, os contrabandistas desviam esses produtos para o país vizinho onde os vendem muito mais caro, beneficiando dos baixos preços que o governo da Venezuela pratica a favor da população. Beneficiam os contrabandistas, a Oposição venezuelana… e a má-língua euro-liberal.
De tudo isto, o que vemos na informação europeia é que «falta quase tudo na Venezuela»! Uma espécie de slogan que já se lê há vários anos, nomeadamente na nossa imprensa.
O que não vemos é a notícia de que «Los comerciantes de Cúcuta, al noreste de Colombia, afirmaron este martes que el 80 por ciento de los alimentos y productos que venden llegan desde Venezuela a través del contrabando»
O que não vemos, também, é a notícia de que «Los presidentes de Venezuela y Colombia, Nicolás Maduro y Juan Manuel Santos, respectivamente, llamaron a consultas a los embajadores de sus países en el marco del cierre de la frontera y el estado de excepción para acabar con el paramilitarismo y el contrabando de extracción».
Em vez disto, a Informação dominante na Europa apregoa: "Agrava-se a crise entre a Colômbia e a Venezuela".
Em contrapartida, Álvaro Uribe, promotor de raptos e massacres enquanto presidente anterior da Colômbia, é agora mostrado e feito ouvir nas televisões de Portugal, no prosseguimento da sua veia conspirativa contra a Venezuela.
E se falássemos da Síria? Teríamos de perguntar quem e quando se ouviu o presidente Assad expor os seus argumentos, lá onde crescem contra si os mesmos movimentos terroristas que atacam na Europa e na América. Disto falaremos num próximo artigo.
«Ao longo das últimas horas, pelo menos sete soldados ucranianos foram mortos e 13 ficaram feridos em confrontos com os separatistas pró-russos, no leste da Ucrânia». É assim que a Euronews lançava ontem a notícia.
Sobre um confronto entre forças armadas ucranianas e activistas pró-russos, fala-se do número de vítimas das primeiras mas omite-se facciosamente o número de vítimas dos segundos! De resto, valoriza-se sempre a pessoa e as palavras de Poroshenko, como se este não tivesse chegado ao poder na sequência de um golpe de estado que depôs o anterior presidente eleito.
A Euronews é um paradigma. De algum modo se poderia dizer que é a Telesur ao contrário. Mas não se equiparam duas “centrais de informação” facciosas, quando a primeira obedece a padrões neo-liberais e a segunda protege valores socialistas, quando a primeira promove os lucros dos privilegiados, e a segunda promove a justiça social e os interesses populares.
A Euronews e as suas discípulas nacionais substituem descaradamente a legitimidade eleitoral de um país, pela "legitimidade" editorial das suas direcções ideológicas.
A Venezuela é outro caso paradigmático. Pouco importa se Hugo Chavez, antes, e Nicolás Maduro, actualmente, foram eleitos por maiorias expressivas em eleições incontestavelmente democráticas.
Para combater os dirigentes progressistas, a contra-informação ao serviço da Direita, dá notícia da falta de produtos à venda nas lojas venezuelanas, omitindo que isso se deve ao boicote económico promovido pela ultra-direita do país e concretizada por traficantes desses produtos com destino à Colômbia.
Com efeito, os contrabandistas desviam esses produtos para o país vizinho onde os vendem muito mais caro, beneficiando dos baixos preços que o governo da Venezuela pratica a favor da população. Beneficiam os contrabandistas, a Oposição venezuelana… e a má-língua euro-liberal.
De tudo isto, o que vemos na informação europeia é que «falta quase tudo na Venezuela»! Uma espécie de slogan que já se lê há vários anos, nomeadamente na nossa imprensa.
O que não vemos é a notícia de que «Los comerciantes de Cúcuta, al noreste de Colombia, afirmaron este martes que el 80 por ciento de los alimentos y productos que venden llegan desde Venezuela a través del contrabando»
O que não vemos, também, é a notícia de que «Los presidentes de Venezuela y Colombia, Nicolás Maduro y Juan Manuel Santos, respectivamente, llamaron a consultas a los embajadores de sus países en el marco del cierre de la frontera y el estado de excepción para acabar con el paramilitarismo y el contrabando de extracción».
Em vez disto, a Informação dominante na Europa apregoa: "Agrava-se a crise entre a Colômbia e a Venezuela".
Em contrapartida, Álvaro Uribe, promotor de raptos e massacres enquanto presidente anterior da Colômbia, é agora mostrado e feito ouvir nas televisões de Portugal, no prosseguimento da sua veia conspirativa contra a Venezuela.
E se falássemos da Síria? Teríamos de perguntar quem e quando se ouviu o presidente Assad expor os seus argumentos, lá onde crescem contra si os mesmos movimentos terroristas que atacam na Europa e na América. Disto falaremos num próximo artigo.
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29.8.15
Maldita carta de condução
Acabo de ver na TVI, uma reportagem sobre as filas de espera no Instituto de Mobilidade e Transportes Terrestres (IMTT). A reportagem centrou-se em Lisboa mas teria retratado situação idêntica se fosse no Porto.
A propósito, bem se pode dizer que mais depressa se chega de Lisboa ao Porto do que se chega da porta do IMTT ao balcão de atendimento.
Se você precisa duma segunda via da carta de condução, por exemplo, pode dirigir-se à Loja do Cidadão, mas sabe o que encontra? Uma funcionária que se limita a encaminhá-lo para o maldito IMTT. Se pusessem um cartaz com esta informação no balcão, você poupava tempo e o Estado poupava recursos.
Começa aqui o procedimento sádico. Se chegar depois das 10 horas e meia, já não vai a tempo… de tirar uma senha para ser atendido. A reportagem da TVI não refere este duplo martírio: um para tirar a senha, outro para ser atendido conforme a ordem numérica.
Com a senha na mão, prepare-se para passar o resto do dia à espera de ser chamado. A razão que a reportagem também não reporta, é que o balcão onde se trata da renovação da carta, tem quatro cadeiras vazias e uma apenas preenchida por uma funcionária!
Pois, mais duas funcionárias apenas e não haveria filas de espera em desespero, dias de trabalho perdidos por dezenas de pessoas cada dia, sejam particulares, taxistas, motoristas... Mas também não havia o prazer sádico de quem gere aqueles serviços, o sentimento de poder que advém de submeter os outros aos ritos sacrificiais que atestam a sua autoridade. E depois, "há que emagrecer o Estado"... a bem da Nação.
Ouvi dizer que as escolas de condução prestam este serviço sem incómodo para os utilizadores, mas não posso confirmar. Mais, não é credível que haja um entendimento financeiro entre as escolas e o IMTT ou alguém lá colocado. Isso não posso acreditar…
As duas imagens anteriores são de uma reportagem da RTP em Janeiro de 2014! O que segue é um recorte de uma página do Google a partir da pesquisa “IMTT”.
A propósito, bem se pode dizer que mais depressa se chega de Lisboa ao Porto do que se chega da porta do IMTT ao balcão de atendimento.
Se você precisa duma segunda via da carta de condução, por exemplo, pode dirigir-se à Loja do Cidadão, mas sabe o que encontra? Uma funcionária que se limita a encaminhá-lo para o maldito IMTT. Se pusessem um cartaz com esta informação no balcão, você poupava tempo e o Estado poupava recursos.
Começa aqui o procedimento sádico. Se chegar depois das 10 horas e meia, já não vai a tempo… de tirar uma senha para ser atendido. A reportagem da TVI não refere este duplo martírio: um para tirar a senha, outro para ser atendido conforme a ordem numérica.
Com a senha na mão, prepare-se para passar o resto do dia à espera de ser chamado. A razão que a reportagem também não reporta, é que o balcão onde se trata da renovação da carta, tem quatro cadeiras vazias e uma apenas preenchida por uma funcionária!
Pois, mais duas funcionárias apenas e não haveria filas de espera em desespero, dias de trabalho perdidos por dezenas de pessoas cada dia, sejam particulares, taxistas, motoristas... Mas também não havia o prazer sádico de quem gere aqueles serviços, o sentimento de poder que advém de submeter os outros aos ritos sacrificiais que atestam a sua autoridade. E depois, "há que emagrecer o Estado"... a bem da Nação.
Ouvi dizer que as escolas de condução prestam este serviço sem incómodo para os utilizadores, mas não posso confirmar. Mais, não é credível que haja um entendimento financeiro entre as escolas e o IMTT ou alguém lá colocado. Isso não posso acreditar…
As duas imagens anteriores são de uma reportagem da RTP em Janeiro de 2014! O que segue é um recorte de uma página do Google a partir da pesquisa “IMTT”.
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